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Pré-visualização do livro
Sozinho - Tulio Roberto Pereira Debia
Prefácio
Sozinho
Partida
Sem Esperança
Respostas
Loop
Valeska
A Loucura de Medvedev
DMC-12
Dasvidanya
Revelação
Contagem Regressiva
Ecos
SOZINHO
Tulio R P D
Para minha esposa, Natália.
Prefácio
Tudo começou sem pretensão alguma. Em determinado momento do dia saquei meu celular, abri um aplicativo de notas e escrevi as primeiras palavras do que seria um conto para publicar no meu blog.
Sim, ainda tenho um Blog.
Queria escrever uma história curta, insólita, como um episódio de Além da Imaginação. A solidão sempre foi uma situação recorrente para mim. Embora estivesse sempre cercado de pessoas, me sentia sozinho, isolado. Queria exprimir um pouco desse sentimento.
Conforme escrevia a história de Ronaldo, ideias iam surgindo e o texto ia aumentando. Estava ficando muito maior do que a história curta que queria escrever. A solução foi publicá-la em capítulos. Rendeu um total de doze, que estão agora reunidos neste ebook.
De antemão, peço desculpas ao leitor mais familiarizado com conceitos científicos. Embora tenha feito algumas pesquisas, o objetivo era mais entreter do que instruir. E sei perfeitamente que não existe uma única história que envolva viagem no tempo que não tenha falhas ou furos.
Espero que aquele que se dispor a ler este livro (o que desde já agradeço) tenha momentos de diversão e se sinta satisfeito no final.
Sozinho
Amanhece.
Ronaldo se espreguiça e lentamente abre os olhos. O quarto ainda está escuro por causa da janela fechada, mas ele pode ver a claridade entrando pelas frestas. Ele não quer levantar, sabe que precisa, mas não tem nenhuma vontade de sair do quarto, na verdade não quer nem sair da cama.
Já faz três meses que eles se foram. Ele foi deixado para trás, alguém precisava ficar, então, ele se ofereceu. Parecia a escolha mais lógica, seus pais já haviam falecido, sem irmãos ou parentes próximos, havia apenas Ilyana. Foi por ela que ele se ofereceu. Para que ela tivesse uma chance.
Reunindo um pouco de vontade ele se levanta de seu leito, que não é mais do que um colchão velho sobre um estrado de madeira apoiado sobre blocos de concreto. No pé da cama há um amontoado de roupas amassadas. É dali que ele puxa uma camiseta encardida e a veste, junto com um jeans roto.
Vai até a janela. Ao abri-la, uma luz alaranjada inunda o cômodo. A paisagem nunca muda, prédios abandonados, alguns desmoronaram sob o céu coberto de nuvens cuja cor varia do vermelho intenso até um laranja pálido, isso foi tudo o que sobrou da universidade. Tem sido assim desde o Evento. Foi assim que eles chamaram o incrível flash de luz branca que sobreveio a todos naquele dia quente de primavera.
Ronaldo balança a cabeça decepcionado, ele se repreende por sempre alimentar a esperança de que um dia ele vai abrir aquela janela e tudo vai ter voltado ao normal.
De volta à realidade, ele sai do quarto e desce uma escada de metal. O lugar está deserto, com poeira se acumulando nos cantos. Não há insetos ou roedores, todos desapareceram logo após o Evento. Depois de atravessar um corredor ele chega até onde outrora era o refeitório do campus, vai até a cozinha e vasculha os armários em busca de algo para calar o estômago rabugento. Encontra alguns pacotes de biscoitos e macarrão instantâneo, na grande geladeira há alguns potes de manteiga, creme de amendoim e um pouco de carne congelada. Ele não é bom em cozinhar, e por isso, nesses últimos meses tem vivido a base de macarrão e biscoitos. Carne, como é pouca, só de vez em quando.
Enquanto comia cada biscoito lentamente, para durar mais, Ronaldo seguiu para iniciar sua rotina diária. Percorrendo o longo corredor que levava à sala de controle, parou de repente.
Um repentino estado de alerta se instalou no rapaz. Olhos e ouvidos bem abertos, ele sente uma presença próxima, mas não consegue ver ninguém por perto. O prédio possui um gerador de energia próprio, projeto de um dos professores. Isso mantinha o local iluminado e equipamentos funcionando, mas a manutenção das lâmpadas fora negligenciada. Por isso, o corredor estava escuro.
Ronaldo continuava alerta, tinha que ter mais alguém ali, ele sentia isso. A tensão aumentava com o silêncio sepulcral.
Olhava em volta, tentando enxergar em meio a penumbra reinante no lugar. Não emitia som algum, não queria que o sinal da presença de qualquer coisa que seja fosse encoberto pela sua voz. Ele parecia uma presa que sentia que um predador estava próximo.
Não ouviu nada além de sua pesada respiração.
O rapaz sente que há algo ou alguém próximo a ele, nas suas costas, rapidamente deu meia volta.
Ninguém.
E tão súbita e repentina como a sensação surgiu, desapareceu.
Aos poucos, a tensão diminui. Olhando em volta, Ronaldo recupera a calma, sua testa esta molhada de suor, é quando percebe que, sem perceber, esmagou o pacote de biscoitos com sua mão. Ele balança a cabeça.
Agora vou ter que comer farofa de bolacha…
pensou.
Ressabiado, abriu a porta da sala de controle. Depois do que aconteceu no corredor não sabia o que poderia encontrar atrás das portas. Depois de ver que tudo estava como havia deixado no dia anterior, soltou um leve suspiro de alívio. A sala de controle, como era chamada, foi montada em sua antiga sala de aula. Todos os móveis foram retirados e diante da grande janela, que dava vista para uma grande área aberta