O fim e o começo de todas as coisas
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Sobre este e-book
Finalista do Prêmio Odisseia de Literatura Fantástica 2021 na categoria Ficção Curta de Horror.
Por anos, Cecília viveu em pé de guerra com o avô, um homem rude e desagradável, que sempre fez de tudo para alimentar a discórdia e humilhar os outros. Mas agora que ele está definhando, frágil e abandonado pela família, ela não consegue deixar de lembrar com nostalgia do homem inteligente que a ensinou a amar e temer o oceano e que trazia o melhor e o pior dela sempre que a desafiava para uma discussão. O que Cecília não sabia era que, por trás da fachada impenetrável, o avô escondia um segredo profundo como o mar, e que confiaria justo a ela a chave para desvendá-lo e confrontar um mal antigo e inimaginável.
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O fim e o começo de todas as coisas - Karen Alvares
autora
I
Sempre me considerei uma mulher inteligente, acima da média. Talvez até um pouco arrogante. Na escola, meus colegas tentavam me humilhar, geralmente usando minha aparência como argumento. Isso me magoava, claro, mas orgulhosa como sou, utilizava minha inteligência como escudo e também como arma. Exibia minhas boas notas como um troféu e fazia questão de destilar veneno aos que viviam na corda bamba da reprovação ano após ano. Burras, idiotas, estúpidas, todas aquelas pessoas.
Acabei levando esse pensamento para a minha vida adulta. Ele se impregnou em todas as arestas da minha personalidade como umidade no teto de um banheiro. Chega um momento no qual é impossível se livrar das manchas escuras e, no caso de uma pessoa, não dá simplesmente para passar tinta branca por cima e fingir que nada aconteceu. As manchas continuam lá. Para mim, as outras pessoas continuam tão burras, idiotas e estúpidas quanto antes. Talvez ainda mais.
Para uma pessoa que valoriza tanto o intelecto, eu não imaginava que a ignorância poderia ser tão benéfica. Em algumas situações, o conhecimento de todas as coisas além de não ser saudável, é também perigoso. Quanto mais sabemos, mais queremos saber e mais perigo corremos. A ignorância é segura. Confortável.
Às vezes é melhor não saber.
II
Meu avô era um homem inteligente em vários sentidos e, talvez por isso, eu sempre tenha tido essa estranha afinidade com ele. Um tratante, é verdade, mas sob outros aspectos, uma pessoa fascinante. Ele gostava de ler e acumular conhecimento, mas era um egoísta de marca maior: só queria exibir seu intelecto e não era afeito a dividir — nem informações, muito menos a bebida. Repudiava qualquer religião, dizia que eram baboseiras com o intuito de enganar os incautos
, o que deixava minha avó fula da vida. Na verdade, ela só ficava mais furiosa quando meu avô tinha o despeito de dizer que acreditava sim em outra coisa, algo muito maior que o Deus da minha avó. Vai ver esse algo maior
fosse ele mesmo, afinal, vivia repetindo que um homem nasce e morre sozinho, e só poderia confiar em si próprio. Aquela era uma das coisas que me faziam admirá-lo ainda mais — secretamente, é claro, porque eu não era do tipo que dava o braço a torcer. Um dia enfim descobri