Desorientado
De Don Canaan e Tessa Osborne
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Sobre este e-book
Conhecemos Baby, um garoto judeu de 10 anos de idade, abusado por sua mãe, quando ele descobre que seu pai, que é soldado, foi morto na Europa durante a Segunda Guerra Mundial.
Esta notícia chocante, bem como o extermínio de seis milhôes de judeus, transforma a jornada de Baby em uma que envolve álcool, LSD e assassinato.
Esta euforia induzida pelas drogas continua a assombrá-lo, assim como sua busca pelo amor, pois onde quer que vá... visões realistas de nazistas constantemente o seguem.
Judith, uma editora de revista, tenta salvar Baby... buscando resgatá-lo de suas fantasias e trazê-lo de volta para a realidade. Mas ao fazê-lo, a paranoia e culpa de Baby apenas aumentam.
Leia "Desorientado: A Última Viagem de LSD de Baby", escrito pelo repórter premiado Don Canaan. Esta novela, com seu fundo histórico "tirado das manchetes", é um livro que você vai querer ler sem parar.
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Desorientado - Don Canaan
DESORIENTADO
A Viagem Final de LSD de Baby
De Don Canaan
& Tessa Osborne
©2018 De Don Canaan
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Dedicatória
Para meus filhos e netos, os amores da minha vida. Meus filhos incluem Richard e Kenneth Swerdlow, Tamar e Golan Canaan. Meus netos são Matthew e Joshua Swerdlow, Rachel, Sarah e Brandon Swerdlow, Alexis Shelton, Aviad e Eden C’naan.
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1945
Baby sentava à mesa da cozinha de sua casa na Califórnia, olhando para os seios e chicote da Mulher Maravilha; sua coleção de quadrinhos da Mulher Maravilha estava espalhada à sua frente. Enquanto ele folheava as páginas, tentava ignorar o choro de sua mãe que vinha do quarto dela. Se mulheres, como a Mulher Maravilha, eram super heroínas, então o que era a mãe dele? Baby não achava que bater no filho diariamente fazia de alguém um herói, mas ele não tinha certeza.
Algumas horas antes, dois homens em uniformes do Exército bateram à decrépita porta da frente de Baby. Sua mãe imediatamente ordenou que ele fosse para o quarto. Ele não saiu até ouví-la chorando e correndo para o quarto dela, batendo a porta em seguida. Ela ainda não havia saído.
Sozinho, ignorado, e sem cuidados, Baby, de dez anos de idade, olhou ao redor do pedaço de inferno decrépito de dois quartos no qual morava. Ele odiava o modo como sua casa o fazia sentir. Estava sempre suja, e fedia. Mas sua mãe se importava mais com bebida do que com a casa dela, e seu pai estava na Europa, lutando em uma guerra que Baby conhecia demais para um garoto tão jovem.
Irritado com sua vida, sua casa, e sua mãe, Baby saiu correndo, batendo a porta e pegando sua bicicleta. No meio da estrada de terra que ligava sua casa à cidade, Baby encontrou seus cinco amigos com suas bicicletas, esperando por ele. Quando se aproximou, ele ouviu seu amigo Petey, o líder autoproclamado do grupo, se gabando da notícia que ouvira mais cedo no rádio. Não era novidade para nenhum dos garotos que seus pais os achavam jovens demais para saber qualquer coisa sobre a guerra do outro lado do oceano.
"E eles disseram que os Judeus estão sendo gaseados. Eles estão realmente matando estas pessoas! Petey estava dizendo.
Ei! Frank!" Petey gritou quando Baby apareceu. Frank era seu nome de verdade, o que estava na sua certidão de nascimento, e o que ele preferia dizer para seus amigos. Mas sua família sempre o chamou de Baby. Ele não tinha certeza do porquê.
E aí?
Baby disse.
Todos no grupo acenaram e deram espaço para Baby entrar no círculo.
Ei, seu pai está lutando na guerra contra Hitler, certo?
Petey perguntou.
Sim, Petey, ele está lá já faz uns meses.
Teve notícias dele? Ele falou alguma coisa sobre como eles estão gaseando todos aqueles Judeus? Ouvi que eles estão os arrancando de suas casas e os mandando para viver em campos.
Baby teve notícias do seu pai? Ele imaginou que sim, depois do modo como sua mãe agira esta manhã. Ele imaginou que não eram boas notícias, mas não queria compartilhar aquilo com seus amigos. Afinal, Baby não tinha certeza se o fato de seu pai morrer era uma coisa ruim, do jeito que ele sentava e deixava sua mãe dar uma surra daquelas nele todo dia.
Não, não tivemos notícias dele. Ele é ocupado, sabe? Tentando lutar contra a Alemanha e tudo.
Baby respondeu.
"Claro. Claro. Mas se ouvir alguma coisa, digo, os Nazistas estão mandando estas pessoas para campos em trens de gado." Petey disse.
Baby achava que o fascínio de Petey pela guerra contra os Judeus na Europa era um pouco estranho. Mas Petey era uma criança bem estranha. Felizmente, a conversa sobre a guerra pareceu declinar, e o grupo de garotos decidiu que tinham coisas melhores para fazer.
Eles subiram em suas bicicletas e pedalaram na direção da cidade, fazendo piadas sobre o dinheiro que roubariam hoje. Petey queria tentar comprar cerveja com o dinheiro que tinha certeza que poderia conseguir, mas Baby gostava da emoção de tirar dinheiro de bolsas. Geralmente, quando mulheres estavam fazendo compras, deixavam suas bolsas nos carrinhos de compras e viravam as costas. Então, os garotos pegavam as carteiras sem ninguém notar.
Geralmente, eles gastavam o dinheiro roubado em revistas em quadrinhos e besteiras para comer, mas hoje, Petey disse que queria tentar comprar bebidas de um cara que ele achava que podia vender para eles. Baby não tinha certeza se Petey sabia do que estava falando, mas foi ele quem teve a ideia de roubar o dinheiro, então normalmente, Baby dava de ombros e concordava com o que Petey dizia.
Foi quando Baby agarrou uma carteira verde e bege da bolsa de uma mulher rica que um policial deu um tapa no ombro dele. Largue a carteira, filho.
Ah, inferno. Baby pensou. Se minha mãe descobre que fiz isto, não passarei desta noite. Baby sabia que sua mãe estava esperando pelo dia que pudesse matá-lo. Ele imaginou que este dia estava chegando logo, com seu pai estando morto e tudo.
Quando Baby virou para olhar para o policial, este deu um passo para trás quando notou o rosto machucado de Baby, sua camiseta rasgada e suas calças com buracos. O rosto do policial suavizou, e ele suspirou, Vamos ter que levá-lo para a delegacia, filho.
E Baby nunca mais voltou para a casa de sua mãe.
1953
No aniversário de dezoito anos de Baby, ele recebeu sua velha certidão de nascimento, uma pequena mala com seus pertences e uma despedida do lar adotivo no qual ele esteve pelos últimos seis meses. O Conselho Tutelar havia decidido, oito anos antes, que Baby pararia de roubar quando entrasse no sistema de adoções.
O adolescente pulou de casa em casa, nunca encontrando um lugar para chamar de lar. Ele estava sempre solitário. Algumas das mães adotivas eram legais, e outras não. Uma família adotiva tinha a