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Petrópolis
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E-book97 páginas1 hora

Petrópolis

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Sobre este e-book

Petrópolis – Um passeio pelo centro histórico nasceu do amor e da emoção do autor de ter sido criado na única cidade imperial das Américas. O que ele escreveu não são dados de pesquisas científicas nem matéria para fundamentar alguma tese, é apenas sobre um passeio, um caminhar lento pelas calçadas desta bela cidade, com tantas referências históricas.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de ago. de 2013
ISBN9788583110026
Petrópolis

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    Petrópolis - Virginio Cordeiro de Mello

    PETRÓPOLIS

    Um passeio pelo centro histórico

    VIRGINIO CORDEIRO DE MELLO

    com ilustrações de

    MAURÍCIO CORDEIRO DE MELLO

    © Copyright

    Virginio Cordeiro de Mello

    Coordenação Editorial

    Gisela Zingoni

    Capa e Projeto Gráfico

    Valéria Naslausky

    Editoração Eletrônica

    Rejane Megale Figueiredo

    Ilustrações

    Maurício Cordeiro de Mello

    Copydesk e Revisão

    Roberto de Souza Madeira e Adilson dos Santos

    Conversão para ePub:

    Rejane Megale

    CIP-Brasil. Catalogação-na-fonte.

    Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ.

    _______________________________________

    M482p

    Mello, Virginio Cordeiro de, 1939-

    Um passeio pelo centro histórico de Petrópolis / Virginio Cordeiro de Mello; com ilustrações de Maurício Cordeiro de Mello. - Rio de Janeiro: Gryphus, 2005

        156p. : il.

        ISBN 978-85-8311-002-6

    1. Petrópolis (RJ) - História. 2. Petrópolis (RJ) - Descrições e viagens. I. Mello, Maurício Cordeiro de. II. Título.

    05-3798.                                CDD 981.532

                                                  CDU 94(815.32)

    _______________________________________

    GRYPHUS EDITORA

    Rua Major Rubens Vaz, 456 – Gávea – 22470-070

    Rio de Janeiro, RJ – Tel (xx21) 2533-2508

    www.gryphus.com.br – e-mail: [email protected]

    ...e a população de Petrópolis não é menos agradável que a sua paisagem. Essas pessoas de origem nórdica parecem particularmente alegres e, via de regra, os alemães adaptados aqui são bem melhores do que os teutos em sua própria terra.

    Sem dúvida alguma, Sua Majestade Imperial não irá abandonar esta cidade que ele mesmo criou, a pequena aldeia do Córrego Seco, convertida por ele em corte e centro de veraneio.

    Sir Richard Francis Burton (1821-1890)

    (Diplomata e aventureiro inglês de passagem por Petrópolis em 1867)

    Para...

    Para os velhos amigos de conversas na praça D. Pedro ll.

    Para o cidadão luso que abriu, em uma noite de tempestades, as suas prateleiras de bebidas.

    Para o louco manso com idéias de esquerda e o bêbado reacionário de direita. Em tempo: para todos os bêbados de boa vontade.

    Para os boêmios, filósofos ou não, cuja noite é cheia de poesia e esperança.

    Para aqueles que vieram à procura de uma nova oportunidade de serem felizes.

    SUMÁRIO

    Introdução

    Petrópolis

    Agradecimentos

    Obras consultadas e recomendadas

    UM HOMEM MORAVA EM UMA CIDADE MUITO BONITA. Ele saía sempre correndo de casa para os sérios e graves compromissos do seu trabalho. Usava as ruas bem cuidadas da sua cidade apenas como uma pista onde ele ia em busca de dinheiro para um dia viver bem em um lugar bonito.

    Um dia ele encontrou uma pedra mal colocada na calçada, afinal a cidade era bem cuidada mas, como nada é perfeito, nela tropeçou. No pronto-socorro colocaram gesso no pé machucado. Passou a ter a maior dificuldade para andar. Durante as suas idas, agora devagar, ao trabalho, para sua surpresa, percebeu os mil detalhes, pessoas, casas, sons e cheiros que formam a essência de uma cidade. Passou a cumprimentar os novos conhecidos e os velhos moradores, que o viam sempre passar sempre apressado. Em conversas, soube de muitas histórias do local, como de um parente que viveu naquelas ruas há muito tempo. Isto lhe deu um sentimento novo: de pertencer a uma evolução, de ser um elo importante e de viver em um belo lugar.

    A alma de uma comunidade só pode ser vista através dos olhos e dos sentimentos de seus habitantes. Mostrando um lugar ou um jardim, procuro as pessoas que existiram aqui. Elas eram como nós, com os mesmos defeitos e esperanças. Talvez o sotaque e, com certeza, a maneira de vestir eram diferentes mas, o que somos hoje como brasileiros, é apenas continuidade do que eles foram.

    O homem é territorial e precisa conhecer e marcar o seu espaço. O lugar onde vivemos adere como uma segunda roupa e determina a nossa personalidade. Se tivermos a sorte de gostarmos do lugar onde vivemos, melhor; isso nos fará mais felizes e o caminho é o de explorar e ver, com vagar, o nosso ambiente.

    Eu tive esta sorte. Ao observar a minha cidade, descobri em suas dobras e sombras uma rica herança que permeia o nosso dia-a-dia. Não tenho a pretensão de escrever um trabalho histórico. Não espere encontrar dados de pesquisas científicas nem matéria para fundamentar alguma tese. O que escrevi é apenas sobre um passeio, um caminhar lento pelas calçadas desta bela cidade.

    A idéia de escrever este relato veio de levar a passear algum visitante amigo pelo nosso centro histórico. Qualquer habitante de uma cidade pequena e com histórias do passado já teve este prazer: mostrar e contar sobre o seu espaço urbano. Mas, durante a caminhada e nas conversas senti uma monotonia: faltava algo... Faltava aproximar do nosso cotidiano todo aquele passado histórico.

    Então deixei a minha imaginação se envolver com as referências históricas, a aventura de ter sido criado aqui e a emoção vinda do amor por esta cidade. Tenho a esperança de, através deste livro, poder levar ainda mais gente a ver e compreender esta Petrópolis que tanto amo.

    Enfim, o que descrevi é, antes de tudo, um passeio amoroso...

    petrópolis teve origem em um sonho. D. Pedro I ficou encantado com a natureza magnífica desta região montanhosa e sonhou fazer ali o seu palácio de verão. Mais tarde, o imperador D. P edro II realizou o sonho do seu pai construindo um palácio em Petrópolis. Ordenou então ao engenheiro alemão Júlio Koeler que planejasse aquela que viria a ser a única cidade imperial das Américas. As suas ruas têm que ser percorridas a pé e, já que vieram de um sonho, precisam ser vistas em suas várias camadas como um palimpsesto. Assim, lentamente, nos surpreendendo, como ao descobrirmos, aos poucos, o corpo da pessoa amada.

    A primeira camada é a da névoa – o ruço como aqui é chamada – que, ao dispersar-se, revela lentamente o verde dos jardins das casas.

    A maioria das ruas é fundo de vale. Nelas temos um rio, sempre manso e de nome simpático como Quitandinha, Piabanha e Palatinado. As árvores em volta se aproveitam das suas águas e florescem, marcando o seu curso em cores.

    Gosto da nossa chuva e de escutar, protegido em casa, o seu gotejar do beiral. Gosto do cheiro

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