Julia Jones - A Fase da Adolescência - Livro 3 - Amor Verdadeiro
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Sobre este e-book
A saga de Julia Jones - Os Anos da Adolescência - continua a desenrolar-se neste livro fabuloso. Romance, suspense e drama são os ingredientes que vão cativar os leitores desde a primeira página.
Afinal, qual é a grande paixão da Julia? Será o Blake ou o Ky? Ou será que outra pessoa lhe vai roubar o coração? O que vai acontecer com a Sara ? Continuará a infernizar a vida da Julia?
Os leitores vão encontrar as respostas para estas questões (e para muitas outras!) neste terceiro livro da série, o mais romântico e intenso de todos.
Um livro maravilhoso para jovens, que, certamente, terão muito prazer na sua leitura!
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Julia Jones - A Fase da Adolescência - Livro 3 - Amor Verdadeiro - Katrina Kahler
Emoções...
Em silêncio, olhei com inveja enquanto ele lhe afagava, com ternura, o longo cabelo ondulado. Ela olhava para ele, fixamente, e a sua expressão de alegria, ouvindo todas as palavras que ele sussurrava, mostrava bem os sentimentos que tinha por ele. Ela não conseguia desviar o olhar; parecia hipnotizada com a presença dele a seu lado. Quando balançava a cabeça, muito divertida com uma alguma piada que ele lhe contava, as suas bonitas feições eram beijadas pela luz do sol que atravessava a janela e lhe acariciava a pele impecável.
Não era para admirar que ele estivesse apaixonado. Na verdade, ela era muito bonita e atraente. Era um fato consumado e eu até podia compreender como ele se tinha apaixonado por ela em tão pouco tempo. Mas, o que mais me aborrecia era a forma como ela retribuía o carinho. Era muito evidente que ela também estava apaixonada por ele. Perguntei a mim mesma como foi possível ter acontecido tudo tão depressa.
Sentada, meio escondida, aninhada no banco de trás do autocarro, olhei para aquele par de namorados, completamente alheios a tudo o que estava à volta, incluindo eu, não muito distante deles. Estavam demasiado imersos no seu pequeno mundo para notarem a minha presença quando entraram no autocarro à procura de um lugar. Assim que os vi caminhar na minha direção, ainda me encolhi mais na esperança de que eles não me vissem. Para eles, não existia mais nada no mundo; só eles. Foi então que eu percebi toda a extensão das consequências da minha decisão quando resolvi não querer mais nada com ele.
Agora, o Blake era dela e não valia a pena estar a remoer o passado e a lamentar-me. Era tarde demais; apesar de estar a morrer de ciúmes, eu sabia que, em parte, era responsável pela situação. Mas, como é que algum rapaz podia resistir a uma miúda tão sensacional como a Mónica?
Quando o autocarro parou, vi-os levantarem-se, de mãos dadas, caminhando para a porta do autocarro enquanto eu, desgostosa, sentia o coração apertado. Eu devia estar no lugar dela. Devia ser a minha mão que ele agarrava com firmeza, fazendo-me sentir cheia de confiança, precisamente como ela parecia estar. Mas, o meu orgulho estúpido tinha falado mais alto e não podia atirar as culpas para cima de ninguém. Eu era a única culpada.
Seguindo todos os seus movimentos, fiquei a observá-los, escondida no meu banco, enquanto eles caminhavam, de braço dado, na direção da casa do Blake. Pareciam muito felizes por estarem juntos. Então, de repente, quando passou pela minha janela, o Blake virou a cabeça e olhou para mim. Fixou-me bem nos olhos, como se tivesse sentido uma necessidade súbita de olhar para onde eu estava. Era incrível como parecia haver uma espécie de ligação entre nós. Acontecia sistematicamente em qualquer situação; parecia uma força magnética, invisível, que nos fazia sentir a presença do outro. Olhou para mim, por uns segundos, com os seus olhos de um azul penetrante, fixando-me intensamente. Passado pouco tempo, o autocarro arrancou e ele desapareceu.
Comecei a sentir lágrimas nos olhos. Desciam lentamente pelo meu rosto enquanto, sentada e imóvel, olhava para as manchas de árvores e casas que passavam, velozes, na direção contrária. Então, tive uma sensação estranha. Senti que já tinha vivido uma experiência semelhante; uma espécie de dejá vu, um constrangimento que me era familiar. Tive a impressão que já tinha passado por uma situação muito parecida. Numa outra vida? Talvez. Não sei muito acerca desse assunto, mas aquela cena que eu tinha acabado de viver parecia uma repetição de qualquer coisa do meu passado.
Mas, a questão era a seguinte: como é que tudo iria acabar? Será que ele estava irremediavelmente apaixonado por ela, esquecendo-me para todo o sempre? O meu futuro estava traçado? Naquele preciso momento, eu não conseguia tirar a imagem da minha cabeça. Os lábios do Blake a beijar os dela, segurando-lhe nas mãos. Tudo aquilo me estava a dar voltas à cabeça e comecei a sentir uma náusea a formar-se no estômago.
Finalmente, o autocarro parou perto de minha casa; meio a cambalear, desci os degraus e pisei o passeio. Respirando uma golfada de ar fresco, limpei as lágrimas e dirigi-me para a porta da frente. Quando girei a chave na fechadura, só queria correr para o santuário do meu quarto, rezando para que não estivesse ninguém em casa.
Olhei em volta e reparei que o carro do Matt não estava por perto. Suspirei de alívio. Ultimamente, o meu irmão costumava trazer os amigos dele para nossa casa depois das aulas, o que até me ajudava a distrair. Mas, nessa tarde, uma casa cheia de rapazes barulhentos era a última coisa que eu queria enfrentar.
Entrei naquele reino de silêncio que era a casa que eu partilhava com o meu irmão. Às vezes, quando conseguia escapar do trabalho, o nosso pai vinha passar o fim de semana, mas, infelizmente, nem sempre era possível.
Por norma, assim que eu chegava a casa, costumava fazer um raide ao frigorífico, mas, naquele momento, nem conseguia pensar em comida.
De repente, lembrei-me que era a minha vez de ir ao supermercado fazer compras. De manhã cedo, antes de ir para a escola, reparei que os armários da cozinha estavam quase vazios. Perguntei a mim mesma o que seria o nosso jantar.
Subindo os degraus dois a dois, fui a correr para o meu quarto e atirei-me para cima da cama, desolada. Incapaz de ficar quieta, agarrei na almofada, absolutamente frustrada, e sentei-me na cama, acabando por ficar em frente ao espelho que estava por cima do armário.
Em silêncio, comecei a estudar a minha imagem, os meus traços. Cabelo comprido castanho, olhos castanhos, pele razoável, mas, nada de extraordinário; bem, pelo menos, era assim que eu me via. Uma coisa era certa: eu não jogava no mesmo campeonato da Mónica! Nem por sombras.
Então, comecei a pensar na situação em que me encontrava; sozinha no meu quarto, sentindo pena de mim mesma... o costume! Olhei com ódio para aquela triste criatura que me fitava com cara de parva.
- És mesmo uma falhada! – cuspi aquelas palavras, furiosa. Agarrei na almofada com toda a força e atirei-a contra o espelho.
Em silêncio, reparei que o vidro tinha começado a rachar na moldura, enquanto a almofada jazia, inútil, no chão alcatifado. Nesse momento, percebi como me tinha tornado patética. Foi uma espécie de epifania; um pensamento súbito, vindo não sei donde, mas o seu significado era bem claro.
Estava a ficar como a Sara! Recordando o seu olhar maléfico que me agredia sempre como um soco na cara, fiquei paralisada com o choque da revelação. Limpando as lágrimas dos olhos, reparei que me estava a portar exatamente como ela: possessiva e ciumenta! Como tinha chegado àquele grau de estupidez era algo que eu não conseguia entender. Acima de tudo, eu não queria nada ser como ela!
Sem conseguir controlar-me, os meus pensamentos mudaram subitamente para um assunto muito diferente. A imagem do Ky