Portugal é um país independente, ou pelo menos assim o consideramos, mas os senhores do FMI não parecem entender bem o que isso é. É evidente que um organismo supranacional de natureza económica, não está interessado em conceitos de soberania, mas também é certo que alguns partidos políticos nacionais ajudam a toda esta confusão.
O tal memorando de entendimento com a troika, que os actuais governantes dizem que foi assinado pelo anterior governo, foi na realidade assinado pelo partido que saiu do governo e pelos dois que lá estão agora. Para o bem e para o mal, os três partidos são responsáveis pelo documento, que tem previstas medidas impossíveis em tão curto prazo e mesmo medidas que são socialmente perigosas.
A diminuição da TSU é um risco absolutamente dispensável porque os seus benefícios são mais do que duvidosos e as suas consequências são gravosas para a nossa Segurança Social ou causa de aumentos da carga de impostos absolutamente incomportáveis sem qualquer benefício prático no emprego ou na competitividade.
A este ritmo e com estas medidas caminhamos a passos largos para uma situação idêntica à da Grécia, com incumprimento e com uma situação social muito perigosa. A troika não parece tirar as devidas ilações dos próprios falhanços, e resta saber se o nosso governo sabe negociar bem nesta situação, não embarcando em aventuras perigosas e ruinosas.