Quem colocou à frente da saúde um “contabilista” arriscou demasiado e colocou em risco a saúde dos cidadãos, em especial dos que não têm posses para recorrer à medicina privada.
A racionalização do Serviço Nacional de Saúde é desejável e até indispensável, mas nos últimos dias foram anunciadas algumas medidas que vão muito além do razoável, e não agradam a ninguém, a começar pelos próprios médicos.
O fim da comparticipação da pílula, para dar um exemplo, é um retrocesso civilizacional e um disparate imenso, que demonstra bem que o que se está a fazer é cortar à toa e sem qualquer preocupação social.
Já ouvi dizer que a pílula continuará a ser distribuída gratuitamente nos centros de saúde, mas todos sabemos que não faz sentido nenhum perder horas de trabalho para a obter, e é incompreensível que por um lado se aumentem as taxas moderadoras argumentando que servem para moderar a procura destes centros e das urgências, e depois se canalize para lá muitas mulheres que não estando doentes, lá se desloquem apenas para a obtenção de anticoncepcionais.