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quinta-feira, setembro 20, 2018

A MOBILIDADE DOS "BEM MONTADOS"

Está na ordem do dia falar-se das dificuldades existentes no que respeita à mobilidade dos portugueses, e dos problemas ambientais, mas será que os Governos discutem e encaram estes problemas com a devida seriedade?

Quando se fala da poluição ligada à mobilidade, ataca-se o transporte particular, e fala-se de aumentos dos impostos nos automóveis, nos combustíveis, imposto de circulação e portagens, e fica-se por aí, porque umas "massas" a mais nos cofres significam mais "umas flores" para se ganhar as próximas eleições.

Como sempre ouvi dizer, o exemplo tem que vir de cima, e o que fazem os senhores governantes deste país onde as desigualdades são das maiores da Europa? Compram ou alugam uma frota de automóveis topo de gama para seu uso pessoal, e da família, com um motorista, com "gasosa" e todas as demais despesas, por conta do erário público.

Será que se os senhores ministros e ajudantes tivessem que usar os seus próprios automóveis, com tudo à sua custa (como o comum dos contribuintes), ou os transportes públicos que existem, para todas as suas deslocações diárias, as coisas estavam no estado em que estão? 

Confesso que nunca encontrei uma explicação convincente para a atribuição de viaturas de serviço (todo ele, particular incluído), aos governantes e demais chefias (excepto para as deslocações estritamente em serviço), quando todos os subordinados, alguns dos quais com salários bem baixos, têm que se deslocar a expensas próprias. 



sábado, junho 11, 2016

A ESPERTEZA SALOIA

As conversas de café servem para socializar mas também para conhecer um pouco do povo que somos, sem máscaras e sem filtros politicamente correctos.

Como tem sido fomentado pelos maus políticos que temos tido, há uma aversão dos trabalhadores do sector privado relativamente aos do sector público, que ganharão mais e terão mais regalias.

Nos cafés a realidade é bem diferente, e conhecemos muitos trabalhadores do privado que ganham mais que no público, mas declaram o salário mínimo, e que disso se vangloriam. Alguns recebem mesmo abonos de família, têm direito a rendas sociais, e não pagam taxas moderadoras.

Se no sector público os impostos já vêm descontados nos vencimentos reais, no sector privado existem patrões que pagam menos impostos e menos segurança social, e empregados que também o fazem alegremente, mas invejam os que são trabalhadores públicos.

A ADSE é um factor de discriminação, para muitos, mas será que estariam dispostos a pagar o que deviam mais 3,5% para terem as mesmas regalias? Querem ter as mesmas reformas do que na função pública, mas querem que os 11% que descontam, tal como os funcionários públicos, cubram as despesas de saúde e de reforma? Não acham que isso é que é discriminatório?


Se todos descontassem o que deviam será que a Segurança Social estava ameaçada nas próximas duas décadas? Podemos andar a enganar-nos durante mais algum tempo, mas o que é certo, é que sairemos todos prejudicados com a esperteza saloia de muitos que se dizem indignados com a discriminação, mas que não passam de reles hipócritas… 

Imagem manipulada by Palaciano

quinta-feira, janeiro 21, 2016

A VERGONHA DAS SUBVENÇÕES VITALÍCIAS

O assunto das subvenções vitalícias dos políticos foi desastroso para Maria de Belém, e para o Tribunal Constitucional, que ficaram muito mal na fotografia.

A candidata que foi deputada por muito tempo, é capaz de dizer que a subvenção é um direito seu, mas todos sabemos que em matéria de direitos esteve ausente quando os direitos dos cidadãos, funcionários públicos, do sector privado e pensionistas foram alvo de cortes, num passado bem recente. Não consta que nessa altura tenha recorrido ao Tribunal Constitucional na defesa dos direitos dos outros.

O Tribunal Constitucional também não defendeu do mesmo modo os cidadãos que sofreram os cortes nos seus direitos, muito menos exigiu a reposição do que foi cortado. Com esta decisão levantou em todos a suspeita de que a defesa dos políticos é a primeira defesa nos seus privilégios, que convenhamos também são de grande monta e sem paralelo em qualquer grupo de servidores públicos.




sexta-feira, novembro 21, 2014

LEGALIDADE E IMORALIDADE

O caso das subvenções vitalícias veio trazer à tona o velho tema das desigualdades e dos privilégios tantas vezes usados pelos nossos políticos do bloco central, para dividir os portugueses acenando ora a uns ora a outros com os “privilégios” dos outros.

Todos nos lembramos que se dizia que os mais velhos queriam manter os seus privilégios, a segurança no trabalho e o direito à reforma, esquecendo-se dos mais novos que enfrentavam o desemprego, o trabalho a prazo, e a incerteza quanto ao futuro das reformas. Aos trabalhadores do privado diziam que os funcionários públicos não podiam ir para o desemprego e que por isso tinham que ganhar menos para se equilibrar o excesso de garantias.

Os políticos disseram tudo isto, mas lá foram omitindo que eles eram os mais privilegiados já que instituíram para si mesmos subsídios de integração, e pensões vitalícias, para as quais não faziam quaisquer contribuições, que depois acumulavam com salários e pensões, o que os trabalhadores não podiam fazer.

A imoralidade disto tudo é que estes senhores políticos não estiveram a servir o país, como deviam, mas sim a servir-se a eles próprios, criando eles próprios normas que tornavam legais privilégios a que só eles tinham direito.


Se o Tribunal Constitucional vier a revogar a suspensão das subvenções vitalícias dos senhores políticos, antes de serem repostos os salários, subsídios e as pensões acordadas com os restantes cidadãos, antes das medidas "excepcionais" resultantes da situação de emergência invocada, até poderá estar a interpretar correctamente a lei, mas nunca conseguirá convencer os milhões de desempregados, trabalhadores e pensionistas de que existe algum pingo de moralidade neste privilégio de quem decidiu em causa própria…