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sábado, outubro 20, 2018

PORTUGUESES TÊM MENOS FILHOS DO QUE GOSTARIAM


Podem fazer relatórios internacionais, podem discursar especialistas, feministas, machistas, religiosos, agnósticos, governantes, dirigentes da oposição, e apresentar inúmeras soluções, apontar os mais diversos caminhos, que o problema da baixa natalidade se manterá enquanto for a economia a ditar as regras.

Falar de igualdade de géneros, de licenças parentais e de infantários, é bom, mas insuficiente. O problema social deriva do rumo da economia, e esta está ao serviço do lucro de uns poucos, por muito que se fale em Democracia.

Nos países mais desenvolvidos são os países como menores desigualdades os que têm melhores taxas de natalidade, e não o inverso.

Os problemas sociais, e a baixa natalidade é um deles, só se podem resolver com mais justiça social e melhor distribuição da riqueza, esse é que o ponto, tudo o resto são pensos rápidos que não resolvem o problema.

Para terminar isto, que tal começarem por exigir salários justos e emprego com qualidade e com direitos, que é o que nunca consta destes relatórios de peritos?



quarta-feira, fevereiro 28, 2018

EMPREGO E SALÁRIO



Tudo o que está de algum modo ligado ao turismo está a ganhar dinheiro nesta altura, sejam os hotéis, o alojamento local, o rent-a-car, os restaurantes, as agências de viagens, o comércio tradicional e outros, porque o turismo está claramente em alta.

Os hotéis aumentam os seus preços, os restaurantes na berra aumentam os menus, o alojamento local também deita uns pozinhos nas diárias, os preços das viagens para os destinos mais badalados também aumentam e o comércio com alguma qualidade também sobe os seus preços, mas a justificação está mesmo à vista, é o aumento da procura.

O que é curioso nos sectores ligados ao turismo é que a relação emprego/salário está descompensada, porque apesar da escassez de profissionais, relativamente à procura, não é compensada pelo aumento dos salários oferecidos pelos empresários.

É fácil declarar que não há quem esteja disposto a trabalhar, e até afirmar que os salários podem aumentar com o decorrer do tempo e com a demonstração das competências, mas na realidade o que salta à vista é o desejo de mais lucros, sacrificando-se os salários, e isto vai resultando na sangria de profissionais jovens, que encontram melhor reconhecimento além-fronteiras. Dentro de poucos anos a escassez de pessoal qualificado será uma realidade inultrapassável e isso será resultado da ganância de muitos empresários de vistas curtas.  


Henry Matisse Blue Nude

terça-feira, dezembro 26, 2017

EMPREGOS DE QUALIDADE



Ouvir António Costa dizer que a prioridade do Governo para 2018 é o emprego e a qualidade do mesmo, suscita o natural apoio de todos os que vivem dos rendimentos do trabalho.

Em Portugal temos tido uma percentagem de desemprego bastante elevada, sobretudo entre os jovens, e muito emprego é precário, mal pago, e muitas vezes sem a dignidade a que todos deviam ter direito.

Na função pública, e apesar dos críticos (muitas vezes desconhecedores), existem muitos funcionários que em 2018 não vão ver os seus salários aumentados, e que continuarão a receber menos do recebiam no já longínquo ano de 2009.

Para os cépticos, porque existem, deixo apenas um exemplo, o dos Assistentes Técnicos dos museus, palácios e monumentos, a desempenhar funções de vigilância, lojas ou bilheteiras, que em bastantes serviços consultados, e onde trabalham cerca de 100 trabalhadores, apenas se conhece uma pessoa que vai conseguir atingir os 10 pontos que lhe vão permitir subir de escalão, e por mero acaso, não está a desempenhar nenhuma destas funções, como era suposto.

A qualidade do emprego não se consegue sem um mínimo de justiça, e sobretudo desvalorizando funções e categorias em detrimento de outras, por acaso as que têm salários superiores.    


Diferentes mas complementares

quinta-feira, junho 15, 2017

FACES NEGATIVAS DO TURISMO

Aproveitando uns dias de férias, lá cirandei hoje por Belém como turista, e posso dizer que fiquei mal impressionado com o rumo que a zona está a levar.

O número de Tuk Tuk, o meio de transporte típico nacional, que por lá circulam e se encontram parados em locais inapropriados é assustador. As lojas de recordações (made in China), curiosamente com funcionários de aspecto asiático, e os restaurantes regionais anunciando comida japonesa e já se encontram pela zona, tudo a promover a nossa cultura.

Passando pelo jardim fronteiro aos pastéis de Belém, e como estava um dia de calor e era feriado, apresentava um elevado número de pessoas aproveitando as sombras (e a relva), sendo visível que os contentores de lixo estavam cheios e as embalagens vazias do muito português hambúrguer, estavam espalhadas pelo chão, como convém.

Felizmente encontrei um restaurante verdadeiramente tuga, que conhecia bem, onde ainda se come boa comida nacional, mas os clientes eram também eles nacionais, porque os estrangeiros enchiam as esplanadas comendo as suas saladas, e algumas vezes as comidas que eles acham exóticas e ainda não normalizadas pelas multinacionais ou pelos patos bravos que esmifram os turistas até ao tutano.


O que nos distingue dos outros povos e dos outros países está a desaparecer a olhos vistos, e com isso lá se vai o negócio, e o trabalho, meus caros… 

Very Typical ... in Thailand

sexta-feira, dezembro 09, 2016

A TECNOLOGIA É LIXADA

Enquanto uns se deliciam com as novas tecnologias, e com as facilidades que elas nos proporcionam, outros tremem de cada vez que se anuncia uma nova descoberta, ou um novo uso para as tecnologias mais recentes.

O recente anuncio da Amazon que pretende avançar com loja sem filas nem caixas, é o mais perfeito exemplo do que digo: delicia quem diz não ter tempo a perder, horroriza quem trabalha em supermercados.

As novas tecnologias podem facilitar-nos a vida mas também contribuem para um aumento do desemprego, e isso já devia estar a ser equacionado pelos diferentes governos deste planeta, porque existe uma potencial ameaça ao sistema de segurança social que tanto prezamos na Europa.

A tecnologia continuará a evoluir, e ela é (quase sempre) benéfica para a humanidade, mas na verdade é alterado um factor de equilíbrio da sociedade actual, que é o baixo desemprego. Chegados aqui é necessário reequacionar a natureza dos nossos impostos, pensados para fazer uma redistribuição da riqueza a partir dos rendimentos do trabalho.


Não existem muitas opções para garantir uma redistribuição mais justa da riqueza, com estes avanços constantes da tecnolologia, e o patronato não vai gostar de nenhuma, porque terá que se taxar as máquinas, ou o que elas produzem, diminuir os horários de trabalho, e aumentar os salários, a menos que se desejem grandes assimetrias e constantes conflitos sociais.


sexta-feira, agosto 12, 2016

FALTA DE QUALIDADE DO EMPREGO

As notícias sobre o emprego em Portugal são tudo menos controversas, porque se por um lado existem menos desempregados registados, também existe menos emprego, e cresce cada vez mais o emprego temporário, o que não é um bom sinal sobre o estado das empresas e da economia.

Os dados das exportações mostram um decréscimo muito significativo, que as importações em baixa apenas confirmam, e só o turismo está em alta, estando a ser o abono de família nos últimos anos para diversos governos.

Os sinais vermelhos estão por todo o lado, não só por causa do fraco crescimento europeu e pelas crises que Brasil e Angola atravessam, que são os maiores destinos das nossas exportações, mas também porque temos cada vez mais jovens que não estando a estudar, também não estão a trabalhar, o que é muito mau sinal, se isto for conjugado com a emigração em massa de jovens bem qualificados.

Existem factores a ter em conta, se queremos melhorar em todos os vectores, desde logo rejuvenescer os quadros das empresas e do Estado, invertendo a tendência actual imposta lá de fora, apoiar todas as vertentes que contribuem para o Turismo, apostando na qualidade e na especificidade nacional, evitando a massificação, uma oferta pouco diferenciada, e sobretudo valorizando o emprego, que neste sector é maioritariamente sazonal e mal remunerado.


É preciso apostar mais no aumento da qualidade da oferta, porque não será no preço e na quantidade que iremos conquistar mais mercado. 

Biblioteca by Palaciano (telemóvel)

sexta-feira, dezembro 11, 2015

SABER LER OS SINAIS



Boa parte da comunicação social está a avançar que este Natal está a mostrar-se melhor que os dos últimos anos, utilizando como argumentos os levantamentos e pagamentos feitos com cartões, e também algumas declarações de comerciantes das grandes cidades.

A conclusão, algo apressada diga-se, é de que os consumidores estão mais optimistas com o futuro do país, mas será que é mesmo assim?

Começando pela subida dos levantamentos e pagamentos com cartões, talvez seja bom referir que o turismo tem tido a sua influência, o que não tem sido levado em conta. Pode dizer-se exactamente o mesmo das declarações dos comerciantes das grandes cidades, é claro.

O contraponto do optimismo que nos pretendem incutir pode ser dado pela posição dos patrões que recusam um aumento do salário mínimo para os 530 euros, reclamando que as empresas não o conseguem suportar. Também é preciso ter em atenção o que pensam os portugueses dum salário mínimo de apenas 530 euros, porque a isso não é dado o devido relevo.


Gaivota by telemóvel

sexta-feira, agosto 28, 2015

O TURISMO E O EMPREGO



O grande aumento das actividades relacionadas com o turismo, que foi uma bandeira deste governo quando fala de emprego, é afinal caso que devia ser bem estudado, porque a qualidade do emprego criado é sobretudo precária.

Nos hotéis, nos restaurantes, em todas as actividades em redor do turismo e da cultura, já se tornou habitual ver, de Maio a Outubro, jovens e menos jovens a desemprenhar as mais diversas funções, auferindo muitas vezes baixos salários e sem quaisquer direitos, porque “a necessidade assim obriga”.

A qualidade do emprego é péssima, a qualidade do serviço ressente-se em muitos casos, e nem a natural simpatia dos portugueses se consegue sobrepor à ganância de boa parte do empresariado.

Compreende-se a sazonalidade de muito deste emprego, mas não se pode tolerar o emprego sem direitos, mas tem sido isso que os últimos governos têm vindo a consentir e incentivar, com a desregulação do mercado de trabalho.