Enquanto vemos, ouvimos e lemos políticos e economistas a malhar na Função Pública, classificando-a de sorvedouro da riqueza nacional, vamos tomando conhecimento de poços sem fundo onde se despeja dinheiro sem verdadeiro controlo.
O despesismo atribuído ao Estado tem inúmeras vertentes e grandes montantes desse dinheiro nada tem a ver com despesas com o funcionalismo, mas sim com milhares de instituições que vivem à sombra do Orçamento de Estado.
O DN citando o economista José Cantiga Esteves vem revelar que existem cerca de 14 mil instituições que estão sob o chapéu do orçamento de todos nós. Serão todos necessários e úteis?
A estas revelações, que aliás são mais do que evidentes, podemos acrescentar serviços que são contratualizados a empresas privadas em quase todas as áreas, desde a educação, a saúde, a segurança e outras acessórias que também fazem parte da tal despesa rígida de que falam. Juntem-se os encargos da dívida pública e a incompetência na gestão do nosso dinheiro e temos um retrato muito simples do buraco em que estamos.
O senhor Murteira Nabo podia olhar para tudo isto antes de falar no corte do 13º mês, mas isso é incómodo para a sua classe, a dos economistas, e a dos políticos, que são os contratadores desses mesmos economistas.