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quinta-feira, dezembro 02, 2010

Ódios de estimação X Amores de perdição: Gustav Klimt e Mark Rothko

Introdução

Embora seja heterossexual e pobre, gosto muito de arte. A arte é, juntamente com os filmes pornográficos com lésbicas e os golos do Liédson, uma das mais nobres e fantásticas actividades que a humanidade inventou não apenas para escapar à realidade mas, também, para melhor a compreender. Sim, defendo a tese de que a arte produz simultaneamente evasão e conhecimento. Não me perguntem porquê, mas defendo. Até porque esta tese me faz parecer mais inteligente...

Ódio de estimação: Gustav Klimt


Gostando muito de arte, há coisas que, na arte, não gosto. Sempre detestei o Gustav Klimt. Sempre! Tinha eu aí uns 5 anos e já dizia "Mamã, mamã, a Catarina do 3º andar tem umas gandas mamas!". E dizia também: "Mamã, mamã, os quadros do Klimt são mais feios que o cu de um boi". O grande motivo para o meu ódio ao Klimt é este quadro que acima se reproduz, O Beijo. Podem vir com as conversas que quiserem, que é um quadro muito expressivo, que rompeu barreiras com a sua utilização dos dourados, blá blá blá, nhã nhã nhã, rebéubéubéu pardais ao ninho. Podem dizer o que vos apetecer, para mim este quadro não é senão uma coisa: PIROSO! É uma piroseira. Na história da arte, só perde em pirosice para O Nascimento de Vénus do Botticelli... e mesmo assim tenho algumas dúvidas. Se o Toy ou o Tony Carreira pintassem, haveria de sair uma coisa mais ou menos parecida a O Beijo do Klimt. Eu odeio tanto, mas tanto este quadro que quase jurei nunca pisar o solo de Viena, cidade que alberga a obra, no Belvedere. Acabei por ir à cidade (a propósito: jogadores, treinadores e adeptos do Porto que por hoje lá estão: ide-vos f*der e ref*der), mas passei longe, bem longe do sítio onde o quadro se encontra, não me fosse dar uma coisa má.

Amor de perdição: Mark Rothko


Pá, o que eu adoro o Rothko... [hmmm... esta frase soa-me um tanto ou quanto, digamos, estranha... eu dizer que adoro um gajo cujo apelido se assemelha demasiado a "Roto" é coisa que pode não acabar bem. Bom, avancemos] O Rothko é excepcional. Está bem que nasceu na Rússia (por esta altura, os leitores anti-russos estarão a espumar pela boca), tornou-se cidadão norte-americano (por esta altura, os leitores anti-americanos estarão a espumar pela boca) e era judeu (por esta altura, os leitores massacrados pelo Hapoel benfiquistas estarão a espumar pela boca), mas o homem conseguiu superar esses defeitos e tornar-se um artista sem igual. Os seus quadros mais famosos, de que um exemplo é este Saffron de 1957 (mas há mais variantes), caracterizam-se pelo seu cromatismo intenso, umas vezes quente (laranjas, vermelhos), outras vezes frio (azuis, pretos). Vocês podem interpelar-me: "Mas ó Peter, isso qualquer criança e até mesmo o Paulo Teixeira Pinto quando se arma em pintor é capaz de pintar uma cena dessas! E tu achas que isto é genial?!". Interpelem-me como vos der na veneta, que eu só respondo, mesmo para os que não torcem pelo FC Porto: "Ide-vos f*der e ref*der! O Rothko não pintava as coisas ao acaso. Aquilo fazia todo o sentido e ele consegue o mais com menos, isto é, o máximo de expressividade com um mínimo de artifícios. Em vez de andar com mariquices de doiradinhos, e tintinhas, e beijinhos e florzinhas e o prepúciozinho, como o Klimt, o Rothko veicula todas as emoções que a arte desperta, sendo uma delas a tusa, apenas utilizando cores. Por isso, é um génio!" O Rotho é tão, mas tão bom [hmmm, esta frase também não me soa nada bem, caramba...] que, quando fui a Viena e entrei no museu Albertina, onde está o rothkiano quadro reproduzido acima, fiquei automaticamente deslumbrado, mas um deslumbramento automático muito heterossexual. E por falar em Viena, já mandei o pessoal do Porto ir-se f*der e ref*der?! Se não... bom, já sabem!

Conclusão

Rothko >>>>>>> Klimt