Na sequência do tema da semana, os responsáveis do PSD/Seixal e alguns membros do Grupo Municipal do PSD à Assembleia Municipal deslocaram-se aos serviços de Urbanismo da Câmara para consultar o processo do Plano de pormenor de Vale dos Chícharos, tendo de seguida sido recebidos pelos Srs. Vereadores da Protecção Civil, eleitos nas listas do PSD, que nos prestaram, também eles alguns esclarecimentos, o que naturalmente agradecemos.
Na medida em que o PSD, dentro do tempo em que a lei o permite, vai emitir posição pública sobre este plano, apresentando um conjunto de sugestões e dúvidas, entendi escrever sobre esse assunto de forma oficial, tendo reservado o espaço do jornal para uma crónica mais ligeira, ao jeito da famosa "Silly-Season", mas nem por isso menos precisa, rigorosa, irónica ou crítica.
Será publicada esta sexta-feira no semanário de distribuição gratuita "Comércio do Seixal e de Sesimbra", mas não quero deixar de a compartilhar com os meus amigos (e com os menos amigos também), aceitando, como sempre, sugestões, críticas, comentários...
Tudo começou com a notícia.
Pessoa amiga informou-me (já nem sei por que meio) sobre o período de discussão pública do Plano de Pormenor de vale de Chícharos.
Depois de procurar verifiquei que foi publicado em 22 de Julho, no D.R., II Série, n.º 140, o Aviso n.º 20640/2008, o período de 22 dias úteis, com início a 22 de Julho, um processo de discussão pública, respeitante ao plano de Pormenor de vale de Chícharos.
O referido Plano de Pormenor encontra-se patente no atendimento público da Divisão Administrativa de Urbanismo, sito no Largo dos Restauradores, 13, Seixal e na Junta de Freguesia de Amora.
Quem quiser proceder à formulação de sugestões, bem como à apresentação de informações sobre quaisquer questões que possam ser consideradas no âmbito deste plano, poderão deslocar-se aos sobre dito locais, ou formulá-las aqui, neste espaço, que dentro do possível tentarei encaminhá-las.
Por outro lado, gostaria de lançar à discussão uma reflexão que nos tem acompanhado ao longo destes anos: Será propositado o facto de discussões publicas de assuntos desta importância serem lançados em pleno período de férias?
Deveremos ser tão pouco condescendentes que não acreditemos no acaso e que pensemos logo em esquemas maquiavélicos?
Ou, por outro lado, não deveria o próprio executivo da Câmara municipal atender as estas questões e lançar estes debates públicos (períodos de discussão pública) em alturas em que os Seixalenses não estivessem de férias?
Se acha que isto é tudo orquestrado pela maioria que controla a Câmara, o que acha que eles estão a querer esconder?
Bem, mas no meu caso isso não me impediu de, conjuntamente com uma delegação do PSD/Seixal, fazer-me acompanhar das Vice-Presidentes, Dra. Cristina Albarrã e Dra. Olga Silva, da líder do nosso grupo da Assembleia Municipal, Dra. Clara Carneiro e do Presidente da JSD/Seixal e também vogal da A.M., Dr. Miguel Martins, depois de termos relatos de que o processo não estava disponível para consulta na Junta de freguesia de Amora (pelo menos foi o que indicaram a um militante da JSD que telefonou para lá em 29 de Julho), nem nos Paços do Concelho (ouvimos nós dizer que estavam a fotocopiar o processo para o levarem para os paços do Concelho). Dito de outra forma: a consulta pública começou com a publicação, logo, a partir do dia 23 e no dia 29 (pelo menos) o processo não estava disponível pelo menos em dois dos locais referidos em Diário da República.
Fim do mês, processos no escritório para concluir, no entanto lá se arranjou no final da manhã um buraco na agenda para consultar o processo. 11 da manhã, nas instalações do atendimento público da Divisão Administrativa de Urbanismo. Pedimos à Sra. da portaria para consultar o processo. Manda-nos tirar uma senha de atendimento. Tento retorquir: não é para atendimento. Há 10 pessoas à frente. Pretendo consultar um processo. Certamente estará disponível à parte. Não faz sentido estar a interromper quem está para atendimento, nem, por outro lado, estar à espera desses atendimentos.
“Não, que não”. Em primeiro lugar a Sra. nem sabia o que responder, o que indicia que nestes anos todos ninguém lá foi consultar um processo em consulta pública. Depois manda-me efectivamente tirar a senha. Obedientemente acedo, contudo continuo a cismar que deverá ser um processo de consulta autónoma. Ou querem que o consulte ali? À frente de todos. Com pessoas à espera da sua vez? Por sorte chega uma simpática funcionária que nos reconhece da Assembleia Municipal e depois de saber o que estamos lá a fazer vai perguntar se efectivamente temos de ali estar à espera. Meia hora já passou e ainda nem sabemos onde está o processo, nem quem ou onde seremos atendidos. 5 minutos depois a boa nova: seremos atendidos no piso superior, onde poderemos consultar o processo devidamente e em condições. Assim sim. Parabéns a quem tomou a decisão. Espero que valha para todos os cidadãos e que não tenham entendido que nos fizeram um favor especial por sermos da Assembleia Municipal. Refira-se que a técnica que nos atendeu, a Dra. Luísa Nogueira foi extremamente simpática e atenciosa, embora não nos tenha conseguido ajudar muito. As dúvidas não as sabia esclarecer, pois o processo não era um dos dela, o que se compreende. Pedimos cópias. “Sim senhor. Quantas são?” Meia dúzia de cópias retorqui. Mais 10 minutos de espera. “Que não. Se estava a pedir como deputado municipal, então teria de pedir primeiro ao Sr. Presidente da Mesa. Se era como particular, então teria de pagar”. Atendendo aos prazos, ao facto de irmos de férias, etc, etc, optei por pedir as cópias como particular. Embora seja para servir o concelho, pago! “sim Sr., mas há um problema, tem de vir à tarde. O serviço agora está fechado para almoço”. Ou pelo menos quem vai tirar essas cópias
É o País que temos! À tarde tinha clientes e outro trabalho no escritório. Tentarei lá passar ainda em tempo útil.
Meus caros, antes de vos desejar umas férias felizes, assim como à direcção deste jornal, , espero sinceramente que se alguém quiser consultar o processo, vá preparado para o que lhe vai acontecer..
Boas férias. Ahh, já agora, Sr. Presidente da Câmara, uma vez que faz questão de falar tanto deste blogue, desejo-lhe também a si umas férias descansadas e, peço-lhe que os próximos processos estejam numerados, pois a lei assim o impõe. Quando requeri as cópias, não sabia quais as folhas a identificar, pois não estavam numeradas, como manda a lei."
Post-Scriptum: Esta quinta-feira, consegui ir buscar as fotocópias. Depois de mais uma aventura, onde ninguém sabia ao certo o que eu pretendia, se as cópias estavam tiradas ou não, lá se lembraram que eu tinha lá estado no dia anterior e que as cópias estavam à minha espera numa prateleira. Pena ter perdido, à vontade, cerca de 30 minutos, à espera. Assim é difícil...muito difícil para quem trabalha!