Não há nada que
possa remediar a perda de um amigo querido. O tempo, talvez, costure as feridas,
uma às outras, e apresente a ilusão de curar o sofrimento. Perdas são
provocações definitivas. Esse jogo entre a vida e a morte será que nos força ao
crescimento constante? Há que conviver com perdas irremediáveis.
Num átimo o fim arranca, ceifa toda conquista afetiva, soma de uma vida inteira.
Num átimo o fim arranca, ceifa toda conquista afetiva, soma de uma vida inteira.
ELA ESPIA E CEIFA
Maysa Machado
Dedicado à AC.
A tristeza arisca
avança
Fria ausência de
troca e afeto.
Mãos que se vão para
sempre.
Mãos afetuosas
desfeitas.
Desaparecendo no
espaço...
O que se vê ou se
toca.
Nada mais é.
Ausente o gesto.
Ausente o gesto.
Mãos, agora,
intocáveis.
Ausência sem
forma de mão.
Nem mais abraço.
Possível só a
lembrança.
O sentimento
brota.
Por que tanta partida?
Por que o fim se
explica
E não é aceito?
O fim definitivo para tudo e todos
...Mas não é um.
Todo dia é mais
um.
Santa Teresa, 29
de julho de 2012.
Último Domingo de
julho de 2012.
Maysa