sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Ano De Eleições























Os almoços com o cabrão do meu chefinho são sempre hilariantes, daí eu ainda não os ter banido por completo da minha existência, embora nos últimos 2 anos se tenham tornado tão esporádicos que tenho a impressão de que se podem contar pelos dedos de uma mão.


Ontem foi um desses dias, entre a companhia do (quase) proscrito, ou a perspectiva de almoçar sozinha – o meu lema costuma ser antes só que mal acompanhada, mas não era um desses dias – lá fui partilhar a mesa com o desgraçado.

Eu – Estive a ver os candidatos á junta de freguesia. Não havia ninguém pior para as freguesias de A. e da CQ.?
Ele – Ninguém se quer chegar à frente.
Eu – Chama-se a isto “entregar o ouro ao bandido, de bandeja”

Silêncio profundo…..

Eu – Então e tu, és candidato a alguma coisa?
Ele – Não.
Eu – Oh homem desembucha que eu já te conheço, sei bem que deves ter aí uma ambiçãozinha escondida, diz lá o que queres.
Ele – Quero ser vice- presidente da câmara.

Risos que se ouviram do outro lado do centro comercial. É realmente um bálsamo para a alma almoçar com este cretino!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Conflito Interior



















Ultimamente tenho tido grandes dificuldades.
O que penso e o que sinto são coisas distintas, o que faço e o que quero fazer nem sempre são coerentes entre si, e tenho a certeza que há mais para lá da mediocridade da minha vida rotineira.
Sempre soube que estava destinada a grande realizações e recuso-me a acreditar que sou normal, embora tudo à minha volta me diga que nunca serei mais do que isso mesmo, normal.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

FEEL


Come and hold my hand
I wanna contact the living
Not sure I understand
This role I've been given
I sit and talk to God
And he just laughs at my plans
My head speaks a language
I don't understand

I just wanna feel
Real love fill the home that I live in
Cos I got too much life
Running through my veins
Going to waste
I don't wanna die
But I ain't keen on living either
Before I fall in love
I'm preparing to leave her

Scare myself to dead
That's why I keep on running
Before I arrive
I can see myself coming
I just wanna feel
Real love fill the home that I live in
Cos I got too much life
Running through my veins
Going to waste
And I need to feel
Real love and the love ever after
I can not get enough

I just wanna feel
Real love fill the home that I live in
I got too much love
Running through my veins
To go to waste

I just wanna feel
Real love and the love ever after
There's a hole in my soul
You can see it in my face
It's a real big place

Come and hold my hand
I wanna contact the living
Not sure I understand
This role I've been given
Not sure I understand
Not sure I understand
Not sure I understand
Not sure I understand

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Conversas de Café


Gosto de ficar sentada a fingir que leio enquanto bebo um café e escuto as conversas alheias.

Ela - Ligaste-me ontem às 3 da manhã, eu estava a dormir, mas o meu marido não. Hoje quando acordei avisou-me do teu telefonema. Ele não achou estranho, mas eu achei. Teve algum significado especial? Ainda pensas em nós? No que poderiamos ter sido? Ainda me desejas como dantes?

Ele - Apenas me enganei no número.

PS

A cerimónia dos Oscares afinal é só em Fevereiro! Eu entretanto aproveitei para ir ao cinema e vi 2 de uma assentada, o casal maravilha Jolie/Pitt estão em grande tanto em "A Troca" como em " O Estranho Caso de Benjamin Button"

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Sexy











Amanhã aquele que foi considerado o homen mais sexy do mundo vai apresentar a cerimónia dos Oscares. Aqui ficam umas fotos do rapaz!

Matthew McConaughey, um pitéuzinho

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Carta de ódio a um amante



Hoje voltei a procurar-te.

Sabes o quanto te odeio por te procurar? Por teres ainda todo esse poder sobre mim, passados ... quantos anos mesmo? 5, 6? Uma eternidade que parece nunca mais terminar.

Detesto saber que me consegues fazer sentir eu, que me conseguiste despir e deixar indefesa no mundo, depois de ti nunca mais nada esteve no seu sítio, nem eu que te seguia para onde me querias, bastava um telefonema, nem as minhas ideias, que se baralharam de tal forma que eu deixei de ter consciência de quem era.

Sabes quantas vezes pensei em esperar-te à porta, rezando para que chovesse, não que goste de chuva, mas tu sabes que não gosto que me vejam chorar.

Lembras-te as noites que partilhamos, em casa da tua irmã em Paço de Arcos, no teu estúdio no Estoril, daquelas férias em Albufeira, das visitas roubadas a Santa Cruz, no meu quarto em Carnaxide, no teu carro em Carcavelos.

Odeio-te porque sei o bem que me fazes sentir, faço me mulher nas tuas mãos, na tua língua, no teu corpo. Consegues sempre, não sei se por medo se por despojo, levar-me ao orgasmo.
Aliás, haverá mais alguma coisa além do sexo entre nós?
Sim já me esquecia, as traições, as humilhações, o desespero, a falta de respeito e de amor próprio, curioso, contigo perdi tudo o resto, mas ganhei em desejo, em êxtase.

Um dia disse-te, que se o mundo acabasse gostava de acabá-lo ao teu lado, enganei-te.
Um dia pensei, que sem ti nunca mais seria feliz, enganei-me.

Hoje voltei a procurar-te, ainda bem que não te encontrei. Encontrei a Mariana, e a tua irmã, sei que voltaram para casa. O Afonso e o Carlos parece que nunca de lá saíram, e encontrei o teu pai, pelas suas viagens entre cá e lá e mundo fora.

Sabes o quanto te amo ainda, que não me descolas da pele, e ainda assim sabes o quanto te odeio por te querer encontrar, e por te voltar a procurar?

Foi sempre assim, um desencontro de vidas, uns encontros de amantes.
Vou procurar-te mais um pouco, talvez não te volte a encontrar.

Um presente para D. José Policarpo: Escute e Aprenda!

President Barack

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

The road to hell


Ele - Desta vez acabou-se. Vou divorciar-me. A minha mulher atacou-me, e eu chamei a policia.
Eu - Credo! O que foi desta vez?
Ele - Ela deixou por pagar 2 multas, e eu tive de pagá-las por ela. Quando a mãe dela cá esteve da última vez deu-me o dinheiro das multas. Ontem ela pediu-me o dinheiro e eu recusei-me a dá-lo.
Eu - Mas o carro é de quem?
Ele - Dela.
Eu - Mas tu és estupido?! Porque é que pagaste a merda das multas dela?
Ele - Assim posso utilizar a agressão em tribunal para ficar com o puto.
Eu - O puto estava em casa?
Ele - Sim, ele estava agarrado às minhas pernas a brincar comigo quando ela me deu 2 dentadas nas costas.
Eu - Que bonito é o amor, afinal ela ama-te mas é de uma forma...antropófaga. E eu que sempre duvidei das suas reais intenções. Se me tivesses ouvido, nunca terias sabido como eram ... profundos os sentimentos dela.
Ele - Se te tivesse dado ouvidos já estava divorciado.
Eu - E serias certamente muito mais feliz!
Ele - Chata, tens de ter sempre razão!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Vender ou não a alma ao diabo, eis a questão?


Na sexta feira fui ver o Faust no Teatro São Carlos.

No decorrer do intervalo comentava um grupo de melómanos entusiasmados que não haveria grande problema em vender a alma ao diabo porque essa talvez fosse uma forma de se passar pelo mundo com uma maior qualidade de vida, porque na realidade, no after-life estaremos... MORTOS, independentemente de estarmos no céu ou no inferno.

Eu sempre tive para mim que o céu é o lugar onde moram os anjinhos, e é uma verdade incontestável que estes não têm sexo. Ora lugar onde não haja sexo, é certamente muito aborrecido, logo a possibilidade de passar a eternidade no céu, é aterradora.
Pus-me então a pensar, por que razão haveria eu de vender a alma ao diabo?
Fausto vendeu-a pela juventude, eu no "esplendor" dos meus 34 gostava já de ter pelo menos uns 10 anos a menos, porque era uma forma de prolongar a minha estadia, porque apesar de tudo gosto de cá andar.

Mas Mefistófeles sugeriu outras aspirações, bem capazes de corromper o espírito humano: riqueza; glória; poder.

A glória faz falta a quem tem vontade de se mostrar, eu sempre apreciei mais a penumbra do que verdadeiramente as luzes da ribalta, o que assim sendo, não seria suficiente para me vender.

Confesso que o poder me atrai, mas se me perscrutar com atenção, acho que ainda mais forte do que a sede de poder em mim é a vontade de riqueza que me faria trair convicções. O poder viria certamente de seguida, e até quem sabe, a glória e a juventude acabariam também por se me juntar na viagem.

No entanto, a questão central é eterna, seria eu mais feliz por ter riqueza, gloria, poder ou juventude?

O facto é que Fausto, embora jovem e capaz de conquistar os favores de Margarida, não ficou mais feliz, acabou mesmo por pesar sobre ele a morte da amante e do filho. A pergunta que fica no ar é: sem alma, haverá consciência?

Eu, por exemplo, tenho um grave problema com a minha consciência, não raras as vezes a escuto, o que significa que se ela existir para além da alma, eu nunca seria capaz - ainda que sem alma - de traia a minha consciência.

Conclusão: o sacana do satanás comigo não se safava, nem eu...porque nunca vou ficar rica!


Sympathy for the Devil (Neptunes RMX) - The Rolling Stones

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Crónica do fim de uma amizade

Ela - Não sei o que me acontece de cada vez que o vejo.
Eu - Quem?
Ela - Aquele daqui do escritório de quem já te falei.
Eu - O teu chefe?
Ela - Não aquele que de cada vez que passa me deixa embevecida.
Eu - Ah! O gajo que tu queres foder, mas tens pena que ele nem sequer saiba que tu existes, muito menos ter vontade de ser teu amante?
Ela - Bruta.

Pecados
























Se hà dias em que me sinto invadida por vontades, hoje é um deles.

Apetecia-me poder pegar num dos cigarros que deixei em cima da mesa de cabeceira há 6 meses atrás, e fumá-lo, sentir-me invadir pelo torpor de um fumo dançante, que me percorre o corpo como um amanet fortuito.

Tirar prazer da vida num copo de vinho tinto, italiano encorpado e morno, num qualquer lugar escuro, onde os rostos não contam, apenas se adivinham por detrás do calor dos contornos e dos vultos dos muitos corpos que por ali languidamente se arrastam.

Queria então cruzar o meu olhar com o teu, ainda que desconhecido, porque de outra forma haverá sempre razões. Sem palavras pegar-te pela mãos e levar-te para dentro de mim, sem pensar que amanhã será um novo dia, e que tu terás já deixado os lençois amassados muito antes de eu abrir os olhos e perceber que não passaste de um sonho, uma loucura ou um pecado, mas ter-te no cheiro da pele.

Se há dias em que me apetece esquecer o mundo e desistir de o viver, hoje é um deles.

Mas sei que haverá sempre o encontro das nossas almas, e que os teus braços me vão dar o aconchego final e que me vais sussurar ao ouvido que tudo passa, e que a vida nem sempre será assim, feita de vontades por cumprir, e que o nosso dia chegará, e que vou adormecer enquanto me dizes que me amas.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A minha outra


Ontem foi ela que tomou conta do meu corpo.
Não sei se porque de manhã me senti acossada perante uma cobrança materna às 9 da manhã:

-"Telefonaram-me do banco, porque é que ainda não me encerraste a conta?"

Ou talvez pela hora de almoço em que tive de engolir uma sopa num gole profundo para ainda ter tempo de descobrir os correios para enviar uma carta da minha mãe, correr ao banco para depositar um cheque do meu marido e de caminho passar em casa para temperar o jantar.
O trabalho correu como de costume, sem stress absolutamente nenhum, ou melhor, com o stress habitual de quem não tem nada para fazer, o ponto alto do meu dia profissional é invariavelmente ...a hora da entrada e a da saída porque mexo os dedos para assinar o livro de ponto. As 6 da tarde são providenciais, porque posso finalmente deixar de fingir que me sinto confortável com uma função que não é a minha e que nem sequer exerço.
O segundo contacto do dia com a minha mãe não foi mais feliz que o anterior, pois foi para me pedir para lhe carregar o telemóvel.
O meu filho chorou o caminho todo da creche até casa porque queria comer uma bolacha imaginária que eu, obviamente, não tinha, e chorou também à porta de casa porque queria ver a vizinha do lado a tomar banho.
Depois de lhe dar o banho, tocou o tambor furiosamente e soprou a flauta como se não houvesse amanhã, enquanto eu tentava lavar a grelha que o meu marido sujou e não limpou há 2 dias atrás, tirava a louça lavada da máquina - tarefa incumbida ao marido no dia anterior, enquanto eu trabalhava no segundo emprego, e naturalmente não realizada. Lavei a casa de banho da cadela com lixívia, o que me confundiu os sentidos e creio que lhe abriu a nesga para sair e se apoderar de mim.
Não sei se terá sido aos poucos ou se por arrebatamento, não sei se por minha vontade ou por vontade dela, mas sei que depois de queimar a batata doce que tinha destinado a puré e de ter esperado até às 21.30 por jantar, no único dia da semana que tinha para partilhar uma refeição em família, ela tomou o meu lugar.
Pegou no telemóvel e ligou ao meu marido:

-"Estás à espera de quê para vires para casa jantar? Estou farta de ti, do teu filho, da tua cadela. Estou farta desta vidinha de merda e quero partir tudo o que se me aproximar."

Desligou o telefone sem esperar resposta, pegou na criança e meteu-a na cama sem lhe dar de jantar, sem explicações.
Foi para a cozinha arrumar o pouco que me falhou, com raiva e violência. A mim que me competia controlá-la, doía-me o peito, sem sentidos estava à sua mercê.
Quando ele chegou espantado com o telefonema e confundido pelas palavras, ouvi-o perguntar:

-"Mas que raio se passou? Sabes que estava a trabalhar, achas sempre que passo lá pouco, embora seja apenas um apoio técnico de avença, e quando lá vou reclamas que não estou em casa. Não te compreendo?!"

Ela olhou-o em silêncio com um desprezo indiscritivel, e eu tentava em vão mandá-la de volta para dentro da minha alma, creio que foi daí que ela se escapou, mas todas as minhas forças se tinham esvaído. Achei que se morresse a podia vencer, peguei na caixa dos comprimidos, mas ela não me deixou tomar mais de 2, voltou a guardá-los embora eu tentasse, em vão, resistir-lhe.
Durante a refeição não proferiu palavras, antes arremessou pedras com o que se assemelhava a sons e raios com os olhos.
Atirou a louça para dentro da maquina enquanto eu lhe rogava que voltasse a adormecer, mas ela sentia-se poderosa. Sentia-o na pobre cadela que estremecia à sua passagem, no olhar estremunhado do bébé enquanto o pai lhe dava finalmente de jantar, a uma hora que não era a dele, e sentia-o no incomodo que causava a sua presença no meu marido. Estava difícil de me reconhecer nela.
Eu continuava a tentar respirar fundo, tentava utilizar as técnicas de meditação que venho aprendendo aos sábados, tudo para a pôr no seu lugar, tudo para me retomar.
ela foi até à sala, onde talvez por medo mais do que por descuido a cadela tinha deixado no tapete um "presente perfumado". Foi a gota de água e a loucura apoderou-se dela por completo, os olhos transformaram-se - sei-o porque perdi noção das cores e das formas, atacou o pobre bicho como um animal feroz, mas eu ganhei ganas de protecção de uma das minhas crias e cheguei a tempo de lhe desviar o sapato para a parede, onde ela bateu até desaparecer.
Desta vez ganhei-lhe, mas o que acontecerá da próxima vez que soltar o grito e me morrer a vontade.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Ano de 2009

A verdade é que quando acordei em 2009, percebi que nada tinha mudado. Pena...se voltar a adormecer e ficar quietinha por 50 anos será que ainda tudo estará na mesma?