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Mostrando postagens com marcador amizade. Mostrar todas as postagens
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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Feitos à mão

Feitos à mão
                                                 ninfa parreiras
Preparar a massa
Enrolar as palavras
Adornar os versos

Assar um a um
Fazer o acabamento
Dos biscoitos diversos

Escolher os vidros
Apurar os sons
Os rótulos dispersos

Passar a receita
A limpo
Lavras viçosas

Servir aos amigos
A estrofe crocante
A melodia

Assim cozinha
O poeta
Dos sabores

(para o Ismar Barbosa, a gratidão em versos)

foto: arquivo pessoal, primavera, 2015



segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Da natureza

 Da natureza
O ajuntamento
Das folhas
Dos frutos
Dos galhos

A gratuidade
Das raízes
Do tronco
Da copa

Em pencas
Brotam sabores
Peles porosas

Em cachos
Crescem cheiros
Florescem texturas

Matéria de amizade.
 Pra Gloria e Edson, saudades do quintal de generosidades
Fotos: arquivo pessoal, Porto Velho, inverno 2011

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Luxo, lixo e lixa: um encontro


Luxo, lixo e lixa: um encontro

                                               ninfa parreiras

Luxo
Nas pulseiras
Nas capas
Nas botas
Nos brilhos
No perfume

Lixo
No fim de feira
Na vestimenta velha
Na moradia modesta
Nas sobras soltas
No resto do resto

Lixa
Pra romper correntes
Pra rasgar excessos
Pra limpar o podre
Pra reviver o viço
Pra lustrar o fosco

Fazer do simples
O confortável

Fazer do pouco
O luxo de viver

Fazer do resto
O início

De um ano que traz lixa pra criarmos.

Com a leitura de Os Colegas, de Lygia Bojunga: Ana Cristina Melo, Edna Bueno, Geisa Neves Giraldes, José Luiz Prado, Luciana Figueiredo, Lucilia Soares, Luiz Raul Machado, Maria Izabel Cetto Sampaio, Maria Teresa Nascimento Brito, Otávio Júnior, Pepita Sampaio, Rachel Facó, Vera Abrantes (Encontros Literários na Casa Lygia Bojunga)

Pra vocês todos, colegas, de muitos encontros...

Foto: arquivo pessoal, inverno 2012, relógios moles do Dalí, em Barcelona

domingo, 2 de dezembro de 2012

Materializar a amizade


Materializar a amizade

                              ninfa parreiras

Arejar as palavras
Nomear os sentimentos
Ventilar cada sonho
Assoprar os sons
Dar formas ao vazio
Remendar as tristezas
Aparar os cacos
Colar as memórias
Pintar o distante
Delinear o texto
Cortar o excesso
Buscar ritmos 

A lápis       
Papel
Faca
Laço

Assim, materializamos
A amizade

Fotos: arquivo pessoal, Casa Batlló, Barcelona, inverno 2012

Para o Ismar Barbosa, em gratidão à sua generosidade
e ainda à amizade de: Juliana, Jurandi, Luciana, Marcela, Marilia, Mirian, Pepita, Rachel, Tânia (Estação das Letras, Rio de Janeiro, 2012)


quinta-feira, 10 de maio de 2012

Dona Hebe se encantou


Dona Hebe se encantou

                                    Ninfa Parreiras

Dona Hebe partiu 
Não chegamos a tempo da despedida
Voou como um passarinho
Sem avisar a partida
Leve pelo ar
Sobre as serras gerais

Em pedra 
Polida de nuvem
Sua imagem
De menina
De mulher
De mãe

Na ardósia
Vela o tempo
Sopra o vento
Veloz atravessa
A vida
Submersa de saudade

Dona Hebe partiu
Foi morar num céu
Cheio de passarinhos
De aves 
Cantos 
Encantos

(foto: arquivo pessoal, Minas, 2009)

sexta-feira, 23 de março de 2012

Caçarolinhas


Caçarolinhas

                                         Ninfa Parreiras

Enfileiradas as formas
Da bandeja
Entre cremes e palavras

Pintadas as panelinhas
Da escuta
Entre silêncio e vazio

Recheadas as caçarolinhas
De cuidado
Entre a casa e o trabalho

Cobertos os bolinhos
Da gratidão
Entre ponto e vírgula

O texto da vida
Da brincadeira de casinha
Da amizade

Para a Pepita Sekito, com doce gratidão

Foto: arquivo pessoal, Estação das Letras, Rio de Janeiro, 2011

domingo, 20 de novembro de 2011

Com amizade

Com amizade

                                             ninfa parreiras

cada perda reserva 
uma surpresa
mais adiante

o amor nos assalta
nos cala
nos cega

a amizade
chega na horinha
da fome do frio


pra Rachel Facó, os versos e as flores

foto: arquivo pessoal, gerberas em porto alegre, primavera, 2011



segunda-feira, 14 de novembro de 2011

A Felicidade em Três Planos

A Felicidade em Três Planos


a felicidade existe
naquilo que ainda 
vai acontecer 

a felicidade abre a porta
pela metade
a outra será descoberta

a felicidade: os olhos
o concreto, a água
o céu ao léu 


para o jurandi, que entende de três versos

foto: arquivo pessoal, fundação iberê camargo, porto alegre, primavera, 2011


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A QUARTA MARGEM DO RIO


A QUARTA MARGEM DO RIO
                                                                               Ninfa Parreiras

Onde está a outra margem?
A dos trilhos
A do escoamento da borracha

A margem vermelha
Rodeada de verde centenário
Perfurada de cravos enferrujados

Ficaram os dormentes
A dormir, a sorrir
A contar causos

Da mulher amarela
Do oceano distante
Do rio embarrado

Histórias de onças
De botos
Correntezas

A quarta margem
Mora dentro de cada um
A memória

Do rio madeira
De água tremenda
De igarapés labirínticos.

(Foto: arquivos do norte, inverno 2011, Porto Velho)

Pra Glória e pro Edson, do tamanho da generosidade deles

sábado, 4 de junho de 2011

DE MUDANÇA


De mudança

                                           ninfa parreiras

Vai dia
Vem noite
Mudança

De dia
De casa
De página
De dor
De amor
De flor
De amargor
De país
De vez
Em quando

Vai dia
Vem noite
Mudança

De leste
De lado
De barco
De mala
De mola
De móvel
De sola
De baixo
De cá
Para sempre?

Vai dia
Vem noite
Mudança

A vida seria arrumar a mudança?


Para Susana Ruth Vasques, entre Alemanha e Portugal, venha para o Brasil!

Foto: arquivo pessoal, flores do Algarve, primavera 2010

MUITAS VIDAS


MUITAS VIDAS

                                                                         ninfa parreiras

De vozes
De dores
Amores

Somos insumos
Muitas faces
Enlaces

Entre perdas
Entre faltas
Lacunas

De ceifas
De seivas
Eiras

A descoberta
Das cores
Plurais

A brisa
Levanta a página
Dádiva

Rói o caminho
Abre clarões
Rincões

Vida que escoa
Derrete de amor
Suor

Congela de dor
Amanhece em clamor
Chama

Mais uma vida
Outro nascimento
Alimento

Novo sentido
A caminhar
Ao luar

Para a Bárbara Andersen, novas palavras, novos sentidos

Foto: arquivo pessoal, Rio de Janeiro, outono, 2007

sexta-feira, 27 de maio de 2011

RUTH E O VENTO DE AMAR

Ruth e o vento de amar


                                            ninfa parreiras

Princesa Moabita
Renuncia o título real
A vida de nobreza

Um grande amor
Batalhas
Mudanças

As dificuldades
As tristezas
As perdas

Uma vida nova
Reconstrução
Integração

Ruth menina
Brincar
Transição

Ruth mulher
Trabalho
Acolhimento

Ruth mãe
Cuidado
Proteção

Ruth Pitonisa
Pelas cartas
Mensagens

Miragens
Sonhos
Vento de amar.


Para a Ruth Cnop Goldemberg, pelos 87 bem vividos!

Foto: arquivo pessoal, verão em Porto Alegre, 2011

quinta-feira, 19 de maio de 2011

DE BARCARENA


De Barcarena
                                                                            
                                                                                Ninfa Parreiras
De Barca
Sobre a Arena
Parte a menina
Deixa a Cabanagem
Porto de Vila do Conde
O açaí

Ficam os cipós
As talas de guarumã
O jupati
A piaçaba
O nó de taperebazeiro
Os bambus

Dos Aruãs aos Cabanos
Toma o Ita
Mais de vinte dias
Entre um porto
Outro porto
Deslizando ao sul

Saudade vem
Farinha do norte
Pirarucu
Aromas e sabores
Palmeiras e sementes
Leito de mãe tacacá

Dor ali dor aqui
Um santo remédio
De volta ao Ver-o-Peso
Belém
Blém, blém blém
São oitenta anos!

(Pra Cinézia, aos 80, do norte ao sul...)

foto: arquivo pessoal, Minas Gerais, 2009

segunda-feira, 18 de abril de 2011

ENSAIOS PARA O OUTONO


Ensaios para o outono
                                      Ninfa Parreiras

Fotografar o outono
Onde a chuva?
Tapete de folhas
Pintura dourada

Outono cedo
Amanhã
Eco
Oh!

Outono menina I
Embola
Bola lá!
Carolina

Outono menina II
Tom por tom
Caminho
Menina

Outono
Ou
Ton
O!


Pra Carolina Estrella, viva seu dia!, um outono de muitas folhas e dourados

Foto: arquivo pessoal, outono em Paraty, 2010

sexta-feira, 25 de março de 2011

IMÃS


















IMÃS

                            Ninfa Parreiras

O que nos resta?
Neste mundo
De consumo, mercados
Sem tapetes mágicos

Muito sucesso
Refletores
Meio minuto
De fama

As relações
Escorrem
Líquidas
Sem vínculos

Seriam os imãs
Guardiões
Dos sonhos?
A refrescar a memória

Ainda sonhamos
Pensamos?
Como entender
O contemporâneo?

Pra Virginia Heine, amiga querida, cujos imãs me trouxeram as palavras.

Foto: arquivo pessoal, primavera em Sevilha, 2010