segunda-feira, 7 de março de 2011

Coisas

Há coisas que não consigo
escrever em palavras
mesmo que na areia
por um vago momento
antes de serem tragadas
pelo mar.
É ele que me marca a distância
dos dedos fervilhando de ideias,
das mãos percorrendo a tua alma
do sorriso que nasce dos teus lábios.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Não esquecerei amiga

São muito antigas
as memórias de ti
brincávamos no chão
a qualquer coisa
que não me lembro.
Foi ontem que senti
a tua proximidade
de amigos
de há longo tempo,
de memórias
esquecidas.
Olhava os teus cabelos
no meio da multidão,
e eram-me familiares,
perdiam-se
nos sons e nas vozes,
na noite de luar.
É bom sentir as lembranças
de criança
porque ela existe ainda
dentro de nós
independente
do tempo que avança.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

domingo, 28 de novembro de 2010

Aos Bochechos

É aos bochechos
que as palavras
surgem
e se vão
que as emoções
aparecem
e se desvanecem
ao Domingo.
As pessoas que faltam
e não estão
ao nosso lado,
os gritos calados
de solidão
os suspiros entristecidos
dos momentos
felizes
quase esquecidos.

domingo, 7 de novembro de 2010

Lembranças Felizes

Lembro-me de ser feliz junto ao mar. Era pequeno e aquele ar fazia-me muita fome. Adorava batatas fritas e salsichas e ovo ao almoço. Que saudades tenho dessa praia que não é mais igual. Espero que os meus filhos guardem boas recordações da praia e sobretudo do pai, das construções na areia e do mar. Estão longe de mim e por isso, as unicas recordações que podem manter são as antigas. O mais pequeno não vai ter nenhumas se calhar. É por isso que estou triste. Sem o pai naquela praia que odeio pois nela se desenhou a minha infelicidade e nela perco os momentos com os meus filhos.

Quando morrer, transformem-me em cinzas e levem-me á praia onde fui feliz quando era criança, áquela onde subia ás dunas para ir comer camarinhas, Paredes de Vitória, despejem-me lá nas águas e tragam um vazo cheio de areia, esses grãos do universo para onde voltei

Lembrei-me hoje...

Lembrei-me hoje

de ti Inês

e da nossa conversa calma

como se nada existisse

em redor

nem sonhas como o ódio

nasce por vezes

tal ervas daninhas

cá dentro

no meu prado.

Agora que recordo,

o teu sorriso

balança as coisas

e lembra-me

o que eu era

há muito tempo.

Acho que morri,

ou algo me foi levado

no vento.

Desculpa.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Rápido

Demasiado rápido
como um raio
o tempo esse rio
que corre
nos dias
que sinto vazios.
Só, à noite,
com uma música de embalo,
braço sobre braço,
sonho um travão
no tempo
e um sorriso
que me anime.