Mostrar mensagens com a etiqueta 1833. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta 1833. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Barcos meia-lua (Aveiros, não Saveiros...)

No imenso areal o barco da duna, sempre o mesmo barco, maior ou mais pequeno, próprio para a arrebentação, de proa e popa erguidas para o céu. (1)

Costa da Caparica Saveiros Meia-lua da Caparica  Marinha de Pesca.
Comissão Cultural da Marinha

Com o nome de aveiros, e não de saveiros, são estes barcos denominados na mesa do imposto chamada do Tragamalho. 

Saveiro, alijo e savara, gravura, João Pedroso, 1860.
Hemeroteca Digital

Talvez seja corrupção do primitivo nome que tinham quantos barcos vem ao Tejo da cidade de Aveiro, que são muitos. (2)

Com o nome de aveiros, e não de saveiros...
Hemeroteca Digital

Também as populações do litoral se deslocam: pescadores de Ílhavo e Ovar fundaram colónias, como a Costa da Caparica, onde se encontraram com algarvios, vindo depois engrossar a mesma aglomeração gente de Sesimbra e das margens dos esteiros do sul do Tejo [...]

Saveiro da Costa.
Caderno de Todos os Barcos do Tejo, tanto de Carga e transporte como d'Pesca, por Joao de Souza, 1785.

Os saveiros da Costa da Caparica, em forma de crescente, reproduzem um dos tipos de embarcação da Ria de Aveiro. (3)

Barco meia lua da Costa da Caparica usado na pesca da sardinha com rede de arrastar para terra.Construidos primitivamente em Ílhavo (Aveiro) navegavam com uma vela de pendão e um leme provisório que chegados à Caparica eram substituidos por remos.
Origem do fabrico Aquário Vasco da Gama.
Museu de Marinha

Quando os pescadores de Ovar abandonaram, no século XVI, a pesca na Ria e se dedicaram aos trabalhos do mar, fixaram-se primitivamente no lugar onde hoje se ergue a praia do Furadouro, que foi a sua primeira colónia.

Depois, nas estações próprias, partiram para o norte e para o sul, procurando locais para exercer a pesca e estabelecendo outras colónias entre o Douro e o Vouga e, finalmente, atingiram locais do litoral português cada vez mais afastados da terra natal. 

Os pescadores da Costa da Caparica (detalhe), Adriano de Sousa Lopes (1879 - 1944).
cf. estudo para "Quadro de Os Pescadores da Costa da Caparica, no "atelier" de Sousa Lopes" (1927).
Exibido na exposição "Efeitos de luz" (2015) no MNAC (Museu do Chiado)

Nos séculos XVI e XVII, estavam na Torreira e nas Areias mas, durante estes dois séculos, não se fixam nos lugares mencionados, regressando à vila após as fainas marítimas. Na primeira metade do século XVIII, trabalham como marmoteiros na Afurada, numa colónia onde estão já presentes também 92 mulheres. 

Na segunda metade do século XVIII, chegam à Caparica, Santo André e Olhão, para onde eram transportados nos caíques algarvios que se dirigiam a Aveiro para vender os carregamentos de peixe salgado e, de regresso, levavam para o Algarve as bateiras dos pescadores vareiros e murtoseiros, com as suas redes e aprestos. (4)

Barco no Tejo com mau tempo, Emeric Essex Vidal (1791-1861), 1833.
artnet

Nas artes de arrastar para terra figuram as xavegas do Algarve, os saveiros e as meias-luas, de Espinho, Furadouro, S. Jacintho, Costa Nova, Mira, Tocha, Buarcos, Lagos, e outros logares, desde o sul do Douro até a Vieira, reapparecendo, mais abaixo, na costa de Caparica e da Galé, e na praia de Sines. (5)

Saveiro da Costa de S. Jacinto (Aveiro) usado no lançamento das artes de arrastar para terra.
Origem do fabrico Aquário Vasco da Gama

Museu de Marinha

Os "meias-luas" eram antigamente construídos em Ovar pelo construtor Bernardino Gomes. Eram muito mais pequenos do que o "barco do mar" que pode, ainda hoje, ser encontrado em Aveiro.

Saveiro da costa norte, "Sempre vim", 1920.
Museu de Marinha

Os primeiros barcos eram, apesar de tudo, bastante grandes: o seu comprimento era de 10,80 metros e a sua boca 2,85 metros,como está representado num modelo da Colecção Seixas no Museu de Marinha, construído à escala de 1:25, cujas linhas e plano de construção foram retirados por José Pessegueiro Gonçalves em 1920 de uma embarcação existente denominada "SEMPRE VIM". 

Saveiro da costa norte, "Sempre vim", 1920.
Museu de Marinha

Estas grandes embarcações eram construídas com quatro bancadas para os remadores e as posteriores, mais pequenas, e em menor número, que mediam 8,50 x 2,40 metros aproximadamente, eram construídas com três. 

Saveiro da costa norte, "Sempre vim", 1920.
Museu de Marinha

A parte de ré do casco era deixada aberta para permitir espaço no qual era alojada a rede, as suas numerosas poitas e flutuadores de cortiça e os cabos de puxar. (6)

Meia lua "Ha-de ser o que Deus Quiser", TR-306-L. Registada na Delegação Marítima da Trafaria, em 18 de setembro de 1946 por Vitorino José, que a mandou construir ao carpinteiro naval, Marcolino Ferreira, no estaleiro de Porto Brandão. Destinava-se à pesca local com arte de navegar.

Meia lua da Costa da Caparica, "Ha-de ser o que Deus Quiser", 1946.
Revista da Armada

Em 04 de março de 1950 passou a ser propriedade de António Xavier Carrapinha e António Pinto Ribeiro.

Marintimidades

Lotação: 12 homens; Tonelagem: 4,155. Comprimento: 8,50 m (8,42 m Documento da Delegação Marítima); Boca: 2,40 m (2,35 m Documento da Delegação Marítima); Pontal: 0,80 m (0,84 m Documento da Delegação Marítima). (7)

Outro exemplo expressivo, captado também nos anos 60, é a proa da barca da arte xávega de Monte Gordo. 


Barca de pesca em meia lua do Algarve na zona de Monte Gordo.
Museu de Marinha
No beque, uma cabeça de cobra.

Proa da barca de Monte Gordo, anos 60.
Marintimidades

Local para a cabeleira, ocasionalmente retirada. Olhos bem delineados, postados na proa, sem delimitação da cara. (8)


(1) Raul Brandão, Os Pescadores, Paris, Ailland, 1923, 326 págs, 127,7 MB
(2) Hemeroteca Digital: Archivo Pittoresco, 1860, n° 41, pág. 325
(3) Orlando Ribeiro e Hermann Lautensach, Geografia de Portugal, comentários e actualização de Suzanne Daveau, Lisboa, Edições Sá da Costa, 1999 -1987-, volume III, pp. 754-6 cf. Clara Sarmento, Práticas, discursos e representações da cultura popular portuguesa
(4) Clara Sarmento, Práticas, discursos e representações da cultura popular portuguesa
(5) Ramalho Ortigão, O culto da arte em Portugal, Lisboa, A.M. Pereira, 1896
(6) Revista da Armada
(7) Museu de Marinha
(8) Marintimidades

Artigos relacionados:
Os Meia Lua da Costa de Caparica
Lugar da Costa de Caparica, 12 de setembro de 1833
Arte xávega na Costa da Caparica a Património Imaterial
Ílhavos
etc.

Mais informação:
Ana Maria Lopes, Marintimidades, O meia-lua: da praia para o Museu?...
Leitão, Manuel Leitão, Revista da Armada, Dezembro 2002, (pág. 397, ou pesquisar "Caparica")
Senos da Fonseca, Factos & História 
Senos da Fonseca, A arte da xávega
Caxinas a freguesia
etc.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Lugar da Costa de Caparica, 12 de setembro de 1833

Publicou-se este Decreto na Chronica d'hontem com huma omissão typografica; e porque a mais pequena incorrecção n'hum Diploma de tal natureza he de grave importancia, julgamos necessario reimprimi-lo.

Barco no Tejo com mau tempo, Emeric Essex Vidal (1791-1861), 1833.
Imagem: artnet


Senhor: — Os Mestres das Redes da Costa de Caparica com as suas Companhas, que constituem ahi huma povoação de mais de 600 almas, faltarião ao seu dever, se não apparecessem na Presença de Vossa Magestade Imperial com algum signal de gratidão, e reconhecimento, tanto pela liberdade, e segurança individual de que gozão, vendo quebrados os ferros, com que o Despotismo lhes havia algemado os pulsos, como pela absoluta isenção de Direitos, com que Vossa Magestade Imperial Se dignou favorecer todas as Pescarias, que constituem huma fonte da riqueza da Nação.

A Omnipotencia Divina tem abençoado as penosas fadigas de Vossa Magestade Imperial a favor da liberdade de huma Nação, que se tem mostrado bem digna do ser livre; e dos Legitimos Direitos da Augusta Filha de Vossa Magestade Imperial a Senhora D. Maria II, nossa Rainha; concedendo-lhe huma serie de victorias, que apresenta outros tantos Prodigios, signal evidente da Justiça da Causa, pela qual Vossa Magestade Imperial pugna, pois que o Deos dos Exercitos, e o Rei dos Reis sómente protege o Bem, castigando ao mesmo tempo o mal.

Princesa, Maria da Glória, futura rainha D Maria II, 1833.
Imagem: Wikipédia

Não tanto pelo simples dever de obedecer, como pelo ardente desejo, e sincera vontade de concorrerem, pelo que pertence a exercidos maritimos, em que podem ser uteis, se offerecem com suas Companhas a tudo, que as circumstancias exigirem, para firmar, e sustentar o Throno da Augusta Filha de Vossa Magestade Imperial, que tem por base a Liberdade, e a Justiça.

Digne-se Vossa Magestàde Imperial acctitár os sinceros sentimentos, que esta porção de bons Portuguezes tem a honra de apresentar a Vossa Magestade Imperial; bem como do centro das humildes choupanas, em que vivem, dirigem ao Altissimo, conduzidos pelos sentimentos da verdadeira Religião, as mais assiduas Deprecações, para que defenda a preciosa Vida de Vossa Magestade Imperial, de que tanto ha mister a Nação; para que seja consolidado, e firmado o Throno da Augusta Filha de Vossa Magestade Imperial, Protector da Liberdade e da Justiça, que ha tantos annos se havia convertido em cruelissimas arbitrariedades, pavorosas masmorras, e patibulos cruentos.

Brasão e Coroa do Reino de Portugal antes colocados na "casa da coroa"
Imagem: caparica news

Lugar da Costa de Caparica 12 de Setembro de 1833.

Nós todos abaixo assignados os Mestres das Companhas da dita Costa de Coparica, Termo da Villa de Almada, a saber: Manoel José Martins, José dos Santos, Manoel Ignacio, Francisco Gonçalves, João Lopes Victoria, Pedro Gonçalves. Estes quatro Mestres por não saberem ler nem escrever assignarão de cruz. Manoel Gonçalves, Jeronymo Dias. (1)


(1) Chronica Constitucional de Lisboa, quarta-feira 18 de setembro de 1833

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Um ermitão

Com relação ao caso do excentrico da Costa de Caparica, historia que transcrevemos do "Dia", parece que nada ha que dê logar a proceder se contra pessoa alguma.

Costa da Caparica, As novas edificações, 1887, desenho de João Ribeiro Cristino.
Imagem: Hemeroteca Digital

O ermitão Bunoy Galligan [Bernard Galligan (?-1901)], segundo relata um nosso collega, é um pobre maniaco que o fallecido padre Huggs [Henry Bailey Maria Hughes (1833-1887)] trouxe na sua companhia, de Boston [Newark], a pedido da familia, levando-o, por causa das suas predilecções pela solidão, para o collegio de Caparica, onde elle se deixou ficar.

Os Faroleiros de Raul de Caldevilla, 1922.
Imagem: Vimeo

A pensão que o sr. [Francisco ou António] Calderon recebe para o sustento do ermitão é paga pelos irmãos, que remettem o dinheiro ao sr. padre Russel [Patrick Bernard Russell], de dois em dois annos, por intermedio da casa Baring Brothers.

Lá se foi pois um escandalosinho em perspectiva, tão bello para ser explorado por uns sujeitinhos que todos nós, os da imprensa e o publico, conhecemos, e que assim tinham obra para o logar do caso das Trinas, que já não deixa nada [v. Diário Illustrado, 29 de julho de 1891, pág 3]. 

Bem sabemos nós quem deve estar furioso, por tão simples acabamento. Padres, sotainas, monge, 10:000 libras... uma pechincha que se evaporou.

Costa da Caparica, Colégio do Menino Jesus dito "convento", imagem estereoscópica (detalhe), c. 1900
Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa

O sr. commissario geral de policia vae mandar para uma casa de saude o "ermitão" da costa de Caparica, para depois de tratado ser entregue ao respectivo consul. 

A escola de Caparica vae ser fechada por ordem da auctoridade. (2)

Costa da Caparica, um piquenique familiar, em segundo plano a igreja e o Colégio do Menino Jesus, década de 1900
Imagem: Arlindo Pereira

Parece fóra de duvida que o ermitão de Caparica tambem calçava da "Sapataria Lisbonense" da rua Augusta. (3)


(1) Diário Illustrado, 17 de setembro de 1891
(2) Diário Illustrado, 19 de setembro de 1891
(3) Diário Illustrado, 20 de setembro de 1891

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Colégio do Menino Jesus (1876 - 1901)

In Memoriam: Henry Bailey Maria Hughes (1833 — 1887)

Costa da Caparica, Manhã na praia da Caparica, Adriano Sousa Lopes (1879 — 1944).
Imagem: MNAC (museu do Chiado)

Ao norte lá está a egreja, simples e singella, como são também os costumes d’aquella boa gente hospitaleira, e ao lado da capella, mas mais para nor-noroeste., o chamado convento, onde está aula, mandado construir em 1870 pelo reverendo padre Hughes [...]

Costa da Caparica, em segundo plano o Colégio do Menino Jesus e a igreja, década de 1900.
Imagem: Arlindo Pereira

Estava então na Costa o reverendo padre Hughes, e o Tio Alfama, que pelos modos lhe pesavam na consciência uns certos e determinados peccaditos, procurou este ver o sacerdote para que o ouvisse de confissão.

Costa da Caparica, 1907.
Imagem: Delcampe

É então desde essa data que aquelle homem começa a derramar sobre a povoação da Costa benefícios sem número. (1)

O reverendo padre Hughes  é um sacerdote cujo único defeito conhecido é julgar-se no tempo do imperador Décio, o furioso perseguidor da cristandade, duzentos anos depois de Cristo.

Confundindo o Sr. Fontes Pereira de Melo com o temível imperador romano, o reverendo Huggs fêz como S. Paulo o Eremita: fugiu da comunicação dos homens, do Chiado e do Diário de Notícias, sacudindo as suas sandálias no Atêrro; e, não tendo à mão o deserto da Tebaida, tomou o vapor de Cacilhas, e foi estabelecer na outra banda a sua cabana anacoreta.

in Ortigão, Ramalho, As Farpas, Volume 5, A Religião e a Arte, Lisboa, David Corazzi, 1888

Conquanto Costa de Caparica seja a mais nova Freguesia do concelho de Almada [em 1973], pode e deve-se orgulhar de ter sido das primeiras terras de Caparica a ter uma escola primária. Pois ela apareceu em 1876, mercê da iniciativa do Reverendo Padre Henrique Bailie Hughes.

[...] Ramalho Ortigão, em um dos seus livros [As Farpas, A Religião e a Arte], embora a ele se faça larga referência, não nos diz que o Padre Hughes e não Huggs, como ele escreveu, com o castigo que lhe foi imposto, deu motivo a que fosse o principal obreiro da instrução primária em Costa de Caparica.
Então tivemos notícias dele no Colégio Dominicano de Lisboa, onde, depois de completar o curso que estudou, se tornou professor.

Durante esta parte da sua carreira diz-se que objectou a ordenação de um candidato a padre argumentando publicamente em resposta à questão da capacidade deste durante o serviço.

Com isto criou inimigos, e estando em perigo de vida, encondeu-se entre a população marítima de Lisboa, trabalhando com grande esforço na salvação destes, por quem era muito amado.

in The TABLET: The Island Recluse

Junto do local onde se encontra a actual Igreja, que nesse tempo se dizia Capela, existiu um vasto edifício Casa de Repouso (?) ou Convívio para reunião e meditação dos habitantes dos conventos que existiam em Caparica, edifício esse que mais tarde passou a ser escola primária e centro religioso — e nunca convento, como o povo erradamente lhe chamou, e ainda hoje é conhecido o local.

Costa da Caparica, Colégio do Menino Jesus dito "convento", imagem estereoscópica (detalhe), c. 1900
Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa

O Padre Hughes, foi pelo seu dinamismo. o fundador do Colégio do Menino Jesus, cuja imagem se encontrava à entrada da escola, e da qual existe imagem igual mas de tamanho reduzido na igreja da Costa de Caparica, a que o povo chama o Menino Jesus da Praia por ter na mão uma rede a que os pescadores chamam ganha-pão ou chalavar, como ainda hoje se usa em determinadas pescarias.

Menino Jesus, madeira policromada, José Risueño, séc. XVIII.
Imagem: V&A

Desse colégio que existiu até 1901, foram seus professores, José Reis, Pedro Nolasco de Oliveira, José Lima, Francisco e António Calderon. Conquanto se diga que outros foram lá também professores, a verdade é que só estes figuram na Relação do Colégio do Menino Jesus da Costa de Caparica.

Costa de Caparica, Alberto Carlos Lima, colégio do Menino Jesus e casas típicas de pescadores, década de 1900.
Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa

Assim como também é possível que outros padres tivessem lá passado como directores da escola, mas a Relação apenas nos fala além do padre Hughes, dos Reverendos Padres António Rodrigues de Campos e Patricio Russuel [Patrick Bernard Russell ou Patricio Bernardo Russell], além do Irmão Laico Frei Martinho José Nogueira.

Esta escola, que era apenas para rapazes, chegou a ter em aula mais de meia centena, o que era muito para a época.

Costa da Caparica, crianças filhas de pescadores, 1938.
Imagem: Arquivo Nacional Torre do Tombo

Até à data, que se saiba, ainda não se conseguiu localizar onde se encontram enterrados os restos daquele que foi o pioneiro da instrução primária em Costa de Caparica.

Costa da Caparica, Areal, Adriano Sousa Lopes (1879 — 1944).
Imagem: MNAC (museu do Chiado)
Hughes, Henry Bailey (1833 — 1887), padre católico romano; nascido em Caernarvon [hoje Caernarfon, país de Gales] em 1833, onde o seu pai, Howell Hughes, foi cura e depois reitor de Trefriw (1833 — 1839), e de Rhoscolyn, Anglesey (1839 — 1848).

Henry Bailey Hughes entrou para a Igreja Católica Romana, quando tinha cerca de dezesseis anos.

Estudou no Colégio Dominicano de Lisboa e, depois de entrar no sacerdócio, viajou em missionário na Europa, África e Estados Unidos. 

De regresso ao País de Gales, viveu por uns tempos na ilha de S. Tudwal, ao largo da costa Caernarvonshire, tendo pregado em Llyn e outros lugares de Caernarvonshire.

Escreveu hinos galeses e baladas. Faleceu a 16 de dezembro de 1887.

in Welsh Biography Online

Costa da Caparica, 1907.
Imagem: Delcampe

Dele apenas existe um ou outro apontamento dispersos em livros ou jornais e a recordação do povo com que ele passou à história: — o Monge da Costa! (2)

Costa da Caparica, pescadores octogenários, 1938.
Imagem: Arquivo Nacional Torre do Tombo


(1) Júnior, Duarte Joaquim Vieira, Villa e termo de Almada: apontamentos antigos e modernos para a história do concelho, Typographia Lucas, Lisboa, 1896.

(2) Correia, António, Divagando sobre Caparica: pedaços da sua história, Almada, edição do autor, 1973.

Artigo relacionado:
A costa no século XIX


Leitura adicional:
The TABLET: Et Cietera
The TABLET: The Island Recluse