Esta é uma história baseada em fatos reais. Escolhi uma família fictícia nesta parábola para proteger a privacidade os personagens reais. Tomei também certa liberdade cronológica para relatar os acontecimentos.
Agora que estão avisados, a história começa assim: alguns anos depois de...digamos, viverem juntos, Dr. Benton Quest e Roger Bannon decidiram que era hora de aumentar a família e ter um filho.
Pausa para abrir aspas: Eu tenho um gaydar com uma margem de erro de 0% até hoje, portanto posso afirmar que sim, Dr. Benton e Roger eram um casal. Fecha aspas.
Tudo planejado, quarto decorado, chá de bebê e fralda, tudo nos trinques. O nascimento de Jonny foi o acontecimento do ano. Roger era um excelente pãe e passou por tudo o que todos nós passamos: noites em claro porque Jonny teve cólicas, otites, viroses estomacais ou simplesmente medo de escuro. Roger e Dr. Benton escolheram a escola para Jonny, foram a todas as reuniões de pais e em determinados momentos da vida, sofreram para pagar as mensalidades, material escolar e uniformes. Trabalharam duro, revezando-se em levá-lo na aula de futebol, festas infantis e ortodentista. Roger dedicou sua vida ao bem estar de Jonny, que vivia se metendo em encrenca. Administrou seus álbuns de figurinha, a primeira briga séria com Dr. Benton (pura rebeldia contra a figura autoritária) e as notas baixas porque se apaixonou por uma piriguete que sentava duas filas na sua frente. Nada faltou naquele lar, nem Bandit, o cachorro de estimação que foi adotado porque Jonny precisava perder o medo de animais.
Certo dia, roger abriu a porta de casa e deparou-se com uma cestinha no chão.
Outra pausa para abrir aspas: vamos combinar que poderia ter me baseado na família Jetsons, mas nãããããão, fui escolher um casal que nem sabe o que é passar batido pela data em que deveria ficar menstruada e só se tocar que deve ter alguma coisa errada lá pelo terceiro mês de gravidez. Só me sobrou usar a cestinha como metáfora, portanto tentem acompanhar meu raciocínio aqui, tá? Fecha aspas.
Dentro da cestinha havia um bebê. Que surpresa! Roger, com seu enorme coração de pãe, levou a criança para dentro de casa e o chamou de Hadji.
Um bebê! Agora que Jonny já estava no meio da aborrescência, Dr. Benton se viu saindo no meio da noite para comprar fraldas enquanto pensava aonde iria arrumar dinheiro para a futura escola de Hadji, pois estão pela hora da morte. Eles iam começar tudo de novo, do zero. Dr. Benton respirou fundo e ligou o motor do carro.
moral da história: entenderam a síndrome dos filhos únicos? Do segundo filho único, na mesma família?