segunda-feira, 31 de maio de 2010

até tu, Fachada?


Por razões que desconheço e que me interessam pouco, Setembro é um mês muito cantado.
panpanpaparan panpanpan pan pan...
lalaralala lala larala....

E mais

Tem sempre mais qualquer coisa para dizer. Ou acrescenta.
Como se isso fosse o mais natural do mundo. 

A noite é outra coisa

As madrugadas quase não se dá por elas. Antes passasse mais tempo nelas e com elas. Mas geralmente, durmo. E a dormir como chego a saber se é madrugada, se não é madrugada?

As vozes que melhor cantam as madrugadas são as que mentem, cantando a verdade. Têm aquelas quebras, falta-lhes sono. Oiço cantar na rádio: “querem matar a madrugada… “ (lembra o Manuel Alegre…, mas não é).

Nem consigo bem dizer quanto tempo ao certo dura uma madrugada.
Não é noite. A noite é outra coisa.
É o anúncio do fim da noite. Sem ser, ainda, o fim da noite.

(quando tenho insónias insulto as madrugadas. Porque me lembram que não vale a pena insistir no sono, não tarda é manhã)

Fora isso, deixo-as brincar comigo.
(acordem-me, se me encontrarem a dormir)

quarta-feira, 26 de maio de 2010

É tudo inventado

Querida Agustina,

Desculpa se te pareço enfadonha e picuinhas. Mas, apesar de todos estes anos a escreveres à mão..., tantos livros publicados, tantos títulos, tantas pesonagens, tantos acontecimentos, tanta escrita, tantos prémios que recebeste (apesar dos pesares) por causa disso...
Nada disto, e olha que é mesmo muito, me fez mudar de ideias. Desconfio, querida Agustina, que inventas a maior parte do que escreves!

Singularidades de beira de estrada

Pinheiros semi-nus. Curvados, pela passagem obstinada das nortadas. 
Brutalidade e violência 330 dias por ano (assim...contas por alto)
                               Certas convivências não são nada fáceis.
                               Contudo, resiste-se!
                                                
E há até quem se renove e reapareça (melhor?) todos os anos

                            Será da vista?                                                   

sábado, 22 de maio de 2010

O monstro do G(g)uincho


Um género de monstro de Loch Ness, mas em versão salgada e esganiçada.
Rápido! Aproxima-se a passos largos e decididos. Recolher obrigatório para as bolas de Berlim...

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Não te admires que eu diga...


Leio Pe. Felicidade Alves, que cita alguém, que lhe escreve: "Aprendemos a ter um respeito religioso pelos padres, vendo neles o próprio Cristo. Não nos é possível vê-los distribuir o pão dos anjos, depois de sairem do leito conjugal".
Isto vem transcrito em: " Não te admires que eu diga: É preciso nascer de novo", um 'pequeno' livro onde o Pe. Felicidade Alves relata e questiona os longos e penosos dias da sua vida (1968), em que foi suspenso do exercício das funções de sacerdote. O motivo é conhecido: amar uma mulher e querer casar com ela.

É uma simples, modesta e corajosa edição (de autor, pudera)!
É também um título muitíssimo bem escolhido. Tem força. Fica no ouvido!
Gosto de títulos que nos falam em particular. E gosto particularmente do "Não te admires que eu diga..."
À época, talvez o Padre Felicidade Alves considerasse um tremendo motivo de espanto dizer "É Preciso Nascer de Novo" (quanto às mudanças na Igreja Católica, em materia de celibato). E por isso, avisa-nos previamente: "não te admires que eu diga...", como se  nos fossemos admirar!

terça-feira, 18 de maio de 2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Seria Genebra?

Cruzei-me com  Genebra, Domingo, nos degraus da escadaria íngreme que vai dar à entrada principal do Grand Théâtre. Quer dizer, acho que a vi acenar e sorrir, mas não sei ao certo.  É possível assegurar que me pareceu tê-la visto, mas posso não a ter visto. Estava demasiado longe...
Não a cumprimentei.
Conheci Genebra no fim do Inverno de 2007. - "Uma grande amiga", disse-me Marselha, quando nos apresentou. Simpática.Gentil. E foi tudo. Retribui o sorriso franco de Genebra e naquele instante pensei o que sempre penso quando acabo de conhecer alguém: vamos ter de nos cumprimentar para o resto dos nossos dias. Mesmo ao longe, do outro lado da rua, bastará que os nossos olhares se cruzem por um ínfimo segundo.  Recordava isto, enquanto subia a escadaria do  Grand Théâtre e me pareceu avistar Genebra, lá ao longe.
Espero sinceramente que Genebra não se tenha aborrecido! Ela é encantadora. E isto passa-me!
Seria Genebra?

sábado, 15 de maio de 2010

Um, Outro e Terceiro

Um e Outro sonham com o dia em que, juntamente com Terceiro, conseguirão falar e dizer exactamente o mesmo :
as mesmas palavras
e espaços
e tempos
e entoação
e amplitude sonora
e movimentos faciais
Maquinalmente e em simultâneo. Os três. O mesmo!

Um, treina com afinco a flexibilidade dos músculos faciais e da língua.
Outro, exercita mais a rapidez de resposta dos reflexos.

Terceiro, fala.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

True Lynch!




-I´m not an animal...
-stand up
-the beauty in the beast
-the true meaning of...


Tenho saúdades deste Lynch

terça-feira, 11 de maio de 2010

BELLE CHASE HOTEL - FOSSANOVA


Casanova
Fossanova
Bossanova
Almanova
Romanova
Luanova
Supernova
Umaova

Viagem à União Soviética


Por volta do início da década de 70, Urbano Tavares Rodrigues visitou a União Soviética. As impressões  da viagem foram publicadas nos cadernos da Seara Nova ( vários dos quais, em boa hora, eu herdei). Chamou-lhe "Viagem à União Soviética e Outras Páginas"  e dividiu-o em duas partes: na primeira  relata a visita, na segunda, trata de observações sobre filmes, livros, aspectos do quotidiano e até ficção ( que nada têm a ver com a visita, ou o mundo soviético).
Gosto desta edição descomprometida e livre dos Cadernos da Seara Nova. Não há espartilhos temáticos ou de estilo, mas podem conviver diferentes temas e abordagens. Com interesse e rigor.
Como todos os livros deveriam ser.


Até à 75 seguimos o olhar maravilhado e de absoluto enamoramento de Tavares Rodrigues pela União Soviética:

Sobre a Sibéria: "... O clima é duro no Inverno, mas há compensações. Os estímulos morais não são palavras vãs na URSS. E, depois, há a satisfação de realizar. E a liberdade que brota, como um jacto de oiro novo..."

Sobre as repúblicas soviéticas: " A recuperação do atraso económico dos povos do antigo Turquestão russo tem a aparência do milagre. Milagre da vontade, da inteligência, de domínio da técnica, de respeito pelo homem".

Sobre as pessoas: "Em Leninegrado fiz um amigo, desses que não esquecem mais, apesar de só termos convivido três ou quatro dias".

e mais à frente:
"Pelo traje não se distinguem os estratos profissionais. Só pela expressão ( e mesmo assim acontece, aconteceu-me, tomar uma estudante universitária por macanógrafa e uma operária por bailarina..."

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Paradigma

O que é preciso mudar para mudar um paradigma?
É contabilizável?
De que nasce um paradigma? Como desaparece?
Como sabemos, com certeza, que entramos num novo paradigma?

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Pois seja, Custódia!

Nunca li este livro. Mas é inegável que tem um óptimo aspecto gráfico. A primeira edição (de autor, na imagem), saiu em 1960. Curiosamente, tem uma aparência muito actual: lettring moderno (título em caixa baixa), tamanho tipo-bolso, excelente para transportar e ler no combóio...
Mais ou menos entre as décadas de 30 e 80, sobreviveu uma 'máquina literária' portuguesa muito peculiar, e isto desde o design gráfico dos livros, ao próprio trabalho de impressão, as ilustrações e, claro, os escritores. Trabalho e criatividade injustamente ignorados e esquecidos ao longo de décadas (é sabido que fome mais analfabetismo profundo e prolongado, não casam bem com livros e escritores).

Repito, não li o livro. É bonito e eu perco-me com coisas bonitas. Além disso, tem um título com personalidade e na 44 diz isto: " - Eu não tenho estudos, mas aprendi a ler com o meu primo, antes de casar. Foi a Custódia que me obrigou: -"Aprende a ler, homem, que vale a pena.Quem não sabe ler é só meio homem".
Cá está,
vou lê-lo!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Cidades

Nas cidades, gosto sobretudo de ver como as pessoas se organizam, como moldam o espaço, o habitam e o fazem seu.
O que levanta uma cidade são as suas ruas e eu começo sempre por aí: perscruto-as e dou-me a conhecer.  Há ruas e avenidas e há becos e travessas...  Há becos sem saída e outros que 'dão para' enormes avenidas.
A cidade é um organismo vivo, e isso é muito mais do que a simples soma das partes. Quantos segredos e mistérios não esconde uma cidade? E quem pode assegurar que os conhece?
Os lisboetas parecem-se com Lisboa? Como é que isso acontece? E os luandenses com Luanda?  E os moscovitas?

Quando visito uma cidade não dispenso:
 -viajar de autocarro dentro da cidade, em hora de ponta (sem destino);

e ver:
-saídas de estações de metro;
-farmácias;
-mercearias;
-entradas de prédios de habitação;
-montras
-pães e bolos das pastelarias (como se chamam, a que sabem e como estão arrumados nas prateleiras;
-jardins;
-igrejas (as católicas são as que mais gosto, mas espreito todos os locais de culto, cristãos, ou não. E tenho uma curiosidade especial pelas igrejas ortodoxas);
-a configuração das ruas - os seus 'nomes';

 e observar as pessoas:
-como se movimentam, vestem, cumprimentam...
-comem na rua?
-de se ocupam?
-o que fazem quando estão paradas?

quarta-feira, 5 de maio de 2010

É assim e é lindo...

"Atrasar é Vencer", escreveu há dias o Miguel a propósito do Barcelona / Inter.
"...o jogo - disse o Miguel - , foi uma obra prima de desconversa e destruição de sonhos. Ao catenaccio inventado pelo Inter, Mourinho acrescentou o potentíssimo atraso de vida português, com toques de papel selado e estratégia de repartições dos anos 60. Foi uma complicação. Foi lindo".

Bem sei o quanto é duro vivermos nisto, o quanto nos pesa dar um passo que seja mas... é lindo.
Ainda nos vamos deslumbrar com a 'complicação', o 'atraso de vida', ..., quando formos convidados a explicá-los a plateias maravilhadas, em congressos internacionais sobre a idiosincracia dos povos.
Isto ainda vai a património universal!
É lindo, pois!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Maria da Fonte

Siena, - Arial 12 (por vezes 14), justificado, espaço duplo -,
poderá alguma vez entender  Austin  - Trebuchet 10, centrado, espaço simples -?

Austin - Trebuchet 10, centrado, espaço simples - 
conseguirá algum dia ler Siena  -  Arial 12 (por vezes 14), justificado, espaço duplo?