domingo, dezembro 14, 2008

CONHEÇA A LITERATURA BAIANA

Antonio Brasileiro
João Carlos Teixeira Gomes


Ildásio Tavares

O MEU TEMPO

Não existe hora certa, existe o meu relógio,
Lembrando sempre com seu tic-tac
Que há vida
Para ser vivida,
Que houve a vida
Que não se viveu.
Não importa que o rádio renitente ruja
São tal hora e tal minuto,
Hora oficial,
Afinal,
Que há de oficial em minha vida?


Somente,


Quebrando a paz exata deste espaço,
Levando a mim à frente, sem retorno,
A tiquetaquear meu ser-serei,


Existe o meu relógio, —


pulso falso,


Sensato solilóquio, lento, certo,


Que canta
O canto
Do tempo


Que é meu.


MAIS POESIAS:

Canto azul e verde

Canto do homem cotidiano

O tempo dos homens

Água brusca

Meu poema de chuva

Partida ao vento

Glosa

Restos .








João Carlos Teixeira Gomes
Ante o mar


"Ávido de sol poente,me planto na extensão do rude caisa ver o mar que sonha à minha frente— tão longo como é longo o nunca mais.As ondas me propõem ecos de um tempoem que me desavim nas travessias,porque nauta já fui, ao léu dos ventos,premido entre tufões e calmarias.E assim também me lanço pela vidanum jogo de fortunas alternadas,buscando a dúbia rota presumidaentre as coisas presentes e passadas."




Antonio Brasileiro




Tempo
1.
Canto porque em mim
brotam quarenta mundos.
Quero cantar.


2.


Cantar os hímens rotos?
os amigos mortos?
Cantar o suor do rosto? a
dor nos rins?
o imposto de renda? a conta
da luz?
Não, não cantarei
as dores que não sofri.
Cheguei, irmãos, para
cantar os cantos
que sei.


3.


Sei do tédio, sei da mágoa, sei
de algum remorso esparso;
sei da difícil amada,
sei de meus olhos, meus braços.
Mas por demais me cant(s)ei:
agora busco outros cantos.


4.


Não cantarei os Andes de Neruda,
não cantarei Espanha de Picasso,
África de Cesaire, Pernambuco
de João Cabral de Melo Neto.
Nem China, vasto amor de Mao,
nem Itabira.
(Em boas mãos prossigam)
Cantar os tempos presentes
— estes áridos tempos —
eu cantarei.


5.


Vietnã, teu nome
jazerá escrito a ferro e pétalas.
Nós venceremos, Vietnã.
Congo, não foi em vão
o grito de Patrice.
Nós venceremos, Congo.
San Domingos Havana Bogotá
Buenos Aires Brasília:
nós venceremos!
Venceremos porque na pele
sentimos — demais — vergastas.
Duras vergastas na carne,
na sombra que se projeta.
Duras vergastas na cara.


6.


E após meu canto, escutarei apenas
— como se escuta passar o vento —
o amor brotando das palmas
de nossas mãos.
Escutemos!!
Adelmo Oliveira
Dever de Casa
Eu sou um velho ator sem palco e sem platéiaQue traz no cais do peito antigas ilusõesE do pouco que sabe interpreta liçõesDe palhaço que alegra os meninos da aldeia.
Basta o dia raiar pelas bandas da aurora- Levanta - bate a porta - e vai ganhar a rua- Tropeça no silêncio em que flutua a Lua- Restos de solidão caminhando lá foraEsqueço a dor - o espelho - as marcas do meu rosto-
Produtos do salário em que se paga impostoCobrado pelo tempo e pelas fantasiasAndarilho do vento atravessando o acasoDeixo a tarde no céu - o meu relógio atrasoE assim faço de mim a profissão dos dias .

ESPERO QUE TENHA GOSTADO DESTAS LINDAS POESISA, COM OS POETAS DA NOSSA LITERATURA BAIANA DO SÉCULO XX.

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Transição: século XIX / XX
Franklin Dórea (1836-1906)
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Geração 80 e Tendências
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Luís Antonio Cajazeira Ramos
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Marcos A. P. Ribeiro
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http://www.facom.ufba.br/artcult/letrasdabahia/literatura.htm

BJOAS, MANUPINK.