Já muito se falou sobre a falta de pessoal nos museus, palácios, e
monumentos, contudo o problema não só não foi resolvido como ainda se tem
agravado com o passar do tempo.
Existem sectores cuja falta de pessoal afecta não só o funcionamento
normal, como impede a fruição por parte dos visitantes de certos espaços e
colecções, bem como acaba por colocar em risco o próprio património.
Não se podem ter abertos museus, palácios e monumentos sem o necessário
pessoal de vigilância, isso e uma evidencia, mas pelos vistos isso não é
entendido nem pelo Ministério da Cultura nem pelo das Finanças, que bem podiam
resolver a situação.
Outra lacuna enorme verifica-se na área de conservação e restauro,
pois já quase não temos artífices que dentro dos serviços possam proceder as necessárias
operações de manutenção e restauro das peças, estando tudo dependente da contratação
externa, o que é sempre muito difícil e acontece sempre fora de tempo,
normalmente quando as pecas já estão em muito mau estado.
Outros grandes óbices para a contratação de profissionais para estas
duas áreas são os salários miseráveis que são oferecidos, na casa dos
seiscentos e tal euros, os horários especialmente na área da vigilância, as condições
de trabalho, e as carreiras sem qualquer tipo de possibilidade de progressão.
O dinheiro é sempre o argumento para explicar estas carências, mas
penso que o problema é mais de natureza politica e de falta de sensibilidade
para as questões do Património.