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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Quem me conhece sabe...


 

...que não sou de intrigas, gosto de estar no meu canto e não me meto com ninguém.

Quem me conhece sabe que me dou por inteira a quem merecer a minha amizade.

Quem me conhece sabe que sou honesta, verdadeira, sincera.

Quem me conhece sabe que divido o que tenho com quem precisa, sabe que não posso ver ninguém com fome, sabe que já chorei por não poder ajudar mais.

Quem me conhece sabe que nunca trairia um amigo(a), nem por toda a fortuna do mundo.

Quem me conhece sabe que não gosto de promessas que não podem cumprir, por isso nunca prometo nada, mas normalmente cumpro.

Quem me conhece sabe que sou lamechas, que qualquer filme rasca me faz chorar.

Quem me conhece sabe que adoro brincar, que sou meio palhaça e que isso me faz feliz.

Quem me conhece sabe que não perdoo uma traição.

Quem me conhece sabe que gosto de conversar, que falo até demais, mas que também posso ficar horas em silêncio, sem que isso queira dizer que não me importo.

Quem me conhece sabe que eu me importo.

Quem me conhece sabe que já não tenho pais e que choro todos os dias por eles.

Quem me conhece sabe que sou frontal, que digo o que penso mesmo que isso me traga dissabores.

Quem me conhece descobre-me pelos olhos.

Quem me conhece sabe que detesto carne e adoro peixe.

Quem me conhece sabe que gosto do vermelho, que o verde me irrita e o azul dá-me náuseas.

Quem me conhece sabe disto tudo.

Tu…

Tu não me conheces!...

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

COISAS MINHAS...


 

Se me perguntarem por ti vou dizer-lhes que estás bem, vou mentir-lhes e dizer-lhes que já não te sinto a falta.
Vou pôr o meu melhor sorriso e fingir que passo bem sem ti.
Porque passo.
Mas não quero.
E se me perguntarem quando foi a última vez que falei contigo, vou dizer-lhes que foi ontem, pois a última vez permanece intacta em mim como se tivesse acabado de acontecer.
E se o meu coração me atraiçoar no meio das perguntas, vou dizer-lhes que a saudade tem destas coisas que tolhem, mas não matam.
E vou convence-los de que é melhor assim, tu aí e eu aqui, vou acreditar nisso com tanta força que, no final estarei convencida disso também.
E, agora que ninguém nos ouve, tenho saudades tuas…
Como sempre…
Apenas deixei de to dizer.
Mas sinto.
E gosto de ti.
Como sempre…

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Perguntaram-me quem sou...


 

Respondi:
Por hoje sou tudo o que quiser
Sou o que quero ser
Sou o que tenho
A verdadeira história está logo ali
Mas eu quero vivê-la aqui
Gosto do que sou
Estou gostando do lugar
Vou até onde conseguir chegar
Não tenho tudo o que quero
Mas tenho a minha companhia
Que faz parte do meu dia a dia
Sou de quem me ama do jeito que sou
Só não sei até quando…
Mas por hoje, sei onde estou.

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Costumes...

 







Nos últimos anos acostumei-me a ocupar a cama toda a dormir

A não cozinhar por obrigação

A voltar para casa quando me da na telha

Acostumei-me a não dar explicações a ninguém e a fazer o que gosto sem aceitar críticas de ninguém

Acostumei-me a comer apenas quando tenho fome, pode ser a meio da noite ou de madrugada

Acostumei-me a ver o meus programas musicais favoritos, a cantar em voz alta e a dançar pela casa.

Acostumei-me a responder apenas às mensagens que me agradam, e mesmo assim bem tarde…

Acostumei-me  a sair com amigos, mas principalmente acostumei-me a me divertir sempre.

Acostumei-me ao cheiro do café do vizinho que usa a varanda como esplanada

E a andar descalça na sacada, imagino sempre que é um jardim e não um cemitério de plantas que deixo morrer inadvertidamente.

Acostumei-me a demorar-me em frente ao espelho enquanto me arranjo para sair

Acostumei-me a desmarcar encontros no último momento… só porque sim…

Acostumei-me a mim, às minhas coisas, à minha vida… a ficar sozinha.

Aprendi com o tempo que isso não é solidão, isso é apenas ser feliz comigo mesma

E garanto-vos, é simplesmente maravilhoso.

sexta-feira, 19 de julho de 2024

Sobre os últimos meses...


 

Vestia um conjunto branco de trazer por casa. 
Que se perdia no tom da pele bronzeada. 
Fazia contraste com o rosa das unhas. 
Que fazia contraste com as coisas que sentia. 
Perdia-se, durante horas, numa varanda onde mirava o vazio. 
Mas encontrava paz ali. 
Entre o silêncio e a cerveja. 
Entre amendoim e a brisa que não corria.
Estava cansada dos mesmos lugares e de fazer as mesmas coisas de sempre. Havia em si, uma necessidade urgente, de respirar. 
De vida. 
Sentia que a vida corria ligeira, mas sem emoção. 
Vestia-se de cores, para camuflar o cinza que lhe trespassava o peito. 
Bebia uns tragos, para se esquecer da vida que a escolheu. 
Nalguns dias, esquecia-se demasiado. 
Noutros, voltava tudo à flor da pele. 
Tinha uma ânsia desenfreada de querer fazer dar certo, mas tinha o pé a fundo no travão. 
Já não era medo. 
Era cuidado consigo.
Contava as horas e os dias que passavam através de uma janela. 
Como se fosse um portal que a transportaria para um qualquer outro lugar. Gostava de ouvir o cheiro a vida das outras vidas. 
Gostava de ouvir a música da vizinhança e os gritos das crianças nos passeios. Gostava de saber as cores das roupas estendidas nas cordas nos apartamentos de frente. 
Gostava de ouvir o aspirador soar no carro do vizinho chato. 
Gostava do sol a bater-lhe na cara. 
Numa mistura de "gosto de estar aqui, mas queria estar noutro sítio". 
Gostava destas coisas pequeninas. 
Que lhe pareciam gigantes, vistas da sua janela. 
Gostava desta liberdade de poder escolher os seus momentos, ao mesmo tempo que se angustiava na falta de um "como foi o teu dia?


quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Sei que preciso deixar-te ir...



Sei que, às vezes, o que pensamos ser para nós, nem sempre o é.
Não sei o que fazer com os abraços que ficaram por te dar e com os beijos que nunca te darei.
 Não sei como me conformar com a tua ausência, mas sei que preciso dela para seguir em frente.
Continuo a olhar para o telefone à espera daquela chamada que não vai chegar, continuo à espera de te olhar no fundo desses olhos e ver neles o que agora ainda não consigo.
Sei que preciso deixar-te ir.
Por ti e por mim.
Sei que não faremos nada juntos e as palavras que dissemos, assim como os sonhos que sonhamos, se esfumaram no ar.
Mas tenho saudades...
 Tantas saudades...
Desse conforto bonito de saber que ao final do dia estás aí.
Saudades de ouvir a tua voz e de nela encontrar o alento que, por vezes, me foi faltando.
Tenho saudades do que projectei contigo e não farei.
Saudades dos encontros que não tivemos e das coisas que não chegaram a acontecer.
E assalta-me o pensamento a ideia de que talvez tenhamos desistido demasiado depressa...
De que, talvez, estejamos apenas em negação por ser bom demais...
Porque o medo nos consome e nos tira a vontade de experienciar o que poderia ser tão bonito
Não sei o que fazer ao sentimento e onde guarda-lo para que me doa menos.


segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Para a próxima pessoa que eu me apaixonar:


 

Não me digas onde moras ou o que fazes para viver. 
Não me fales do teu signo ou qual é o futebol que gostas de ver. 
Liga-me às três da tarde, no meio de um dia corrido, para dizer que não aguentas as saudades, em vez das duas da manhã quando não tens nada para fazer. 
Diz-me que estás à porta do meu trabalho para me levar a beber um copo. 
Diz-me o que gostas de comer e eu faço-te o jantar. 
Não me dês frases feitas de quem pouco faz. 
Diz-me que fui a escolhida e não a opção. 
Se um dia eu te falar das minhas dores, tem paciência e não digas que faço tempestades em copos de água. 
Traz-me conforto na segurança do silêncio, porque as palavras são gastas, e abraça-me como se me fosses perder. 
Não me leves a jantar, nem me compres flores ou chocolates, prepara a manta e leva-me a contar as estrelas. 
Diz-me o que vês em cada uma delas e eu prometo guardar tudo com cuidado dentro de mim. 
Leva-me a ver as luzes da cidade enquanto os nossos olhares se cruzam em silêncio e sentimos o quão bom é estar ali. 
Diz-me que estou bonita e não quererias mais ninguém. 
Mais do que isso, faz-me sentir única. 
Não esperes que seja sempre eu a procurar-te e faz sempre o que tiveres vontade. 
Não te deites zangado comigo e diz-me que sou a tua paz. 
Abre uma garrafa de vinho e espera por mim ao final do dia, porque é para ti que vou querer voltar. 
Conta-me como é parvo o colega que trabalha contigo e eu paro o livro que estou a ler para te ouvir. 
Diz-me que te irrita a música que eu ouço enquanto me puxas para dançar no tapete da sala. 
Não me mantenhas por ego ou por vaidade. 
Não faças de mim prateleira de opções. 
Senta comigo e damos um jeito. 
Seja para ir ou ficar. 
Mas se um dia pensares em mentir -me... vai-te embora. 
Não voltes. 
Para que eu faça o luto de uma morte não anunciada.