Metodologias Ativas No Ensino Tecnico de

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Revista Cientí ca.

METODOLOGIAS ATIVAS
NO ENSINO TÉCNICO DE
ELETRÔNICA. A
IMPORTÂNCIA DO
DESENVOLVIMENTO DE
PROJETOS PRÁTICOS
COMO ABORDAGEM
PEDAGÓGICA
Ciências Humanas, Engenharias / 31/05/2024

REGISTRO DOI: 10.5281/zenodo.11399568

Atila Barros1

RESUMO
Este artigo aborda o desenvolvimento e as aplicações de um projeto de
circuito detector de metais, concebido para oferecer uma abordagem
prática e e ciente no ensino de eletrônica. Utilizando componentes
eletrônicos básicos, o projeto proporciona aos alunos a oportunidade de
aplicar princípios teóricos em um contexto real, ao mesmo tempo em que
aprimoram suas habilidades práticas, como soldagem e uso de
instrumentos de medição. Além disso, o projeto desa a os alunos a
resolver problemas e a desenvolver pensamento crítico. A implementação
deste projeto não só aumenta o engajamento e a motivação dos alunos,
mas também oferece uma perspectiva tangível das aplicações práticas da
eletrônica. Ao trabalharem em equipe e colaborarem na resolução de
desa os, os alunos desenvolvem habilidades essenciais para o mercado
de trabalho. Este estudo destaca a importância de abordagens práticas e
contextualizadas no ensino de disciplinas técnicas, evidenciando os
benefícios de projetos como o circuito detector de metais na formação
acadêmica e pro ssional dos estudantes.
Palavras-chave: Detector de Metais. Circuito Eletrônico. Sensibilidade
Ajustável. Aplicações Industriais.

ABSTRACT
This article addresses the development and applications of a metal
detector circuit project, designed to offer a practical and ef cient
approach to electronics education. By utilizing basic electronic
components, the project provides students with the opportunity to apply
theoretical principles in a real-world context, while also enhancing their
practical skills such as soldering and the use of measuring instruments.
Additionally, the project challenges students to solve problems and
develop critical thinking. The implementation of this project not only
increases student engagement and motivation but also provides a
tangible perspective on the practical applications of electronics. By
working in teams and collaborating on problem-solving, students develop
essential skills for the job market. This study underscores the importance
of practical and contextualized approaches in teaching technical
disciplines, highlighting the bene ts of projects like the metal detector
circuit in the academic and professional development of students.
Keywords: Metal Detector. Electronic Circuit. Adjustable Sensitivity.
Industrial Applications.
INTRODUÇÃO

O desenvolvimento de projetos técnicos dentro das disciplinas de


eletrônica desempenha um papel signi cativo tanto na formação
acadêmica quanto no desenvolvimento pro ssional dos estudantes. Essa
abordagem não apenas facilita a compreensão teórica, mas também
promove habilidades práticas essenciais e um profundo entendimento
das aplicações reais da eletrônica. A integração entre teoria e prática,
proporcionada por projetos técnicos, é de extrema importância.

A eletrônica é uma área do conhecimento que se bene cia enormemente


da aplicação prática dos conceitos teóricos, permitindo que os alunos
observem em ação princípios como circuitos elétricos, sistemas de
comunicação e controle, e processamento de sinais. A realização de
projetos técnicos possibilita a consolidação do conhecimento teórico, pois
a aplicação prática auxilia na solidi cação da compreensão dos conceitos.
Montar circuitos, por exemplo, permite que os estudantes vejam
diretamente os efeitos de componentes como resistores, capacitores e
transistores. Ainda, os projetos técnicos desenvolvem habilidades práticas
por meio do uso de ferramentas e equipamentos especí cos, como
multímetros, osciloscópios e soldadores, preparando os alunos para o
mercado de trabalho.

A realização de projetos técnicos também estimula o pensamento crítico


e a resolução de problemas. Os estudantes são desa ados a diagnosticar
e corrigir problemas em seus circuitos, desenvolvendo habilidades
analíticas e criativas. Eles aprendem a identi car falhas e suas causas, seja
em um projeto de prototipagem ou em simulações de circuitos, e a
solucionar problemas complexos, que muitas vezes não possuem uma
única solução correta. Isso incentiva a exploração de várias abordagens e
o desenvolvimento de soluções inovadoras.

A colaboração e o trabalho em equipe são outras competências


aprimoradas durante o desenvolvimento de projetos técnicos. A
colaboração é essencial no ambiente pro ssional, onde projetos são
realizados por equipes multidisciplinares. Nesse contexto, os estudantes
aprendem a comunicar-se efetivamente, trocando ideias e feedbacks
entre colegas, e a gerenciar projetos, dividindo tarefas, cumprindo prazos
e integrando diferentes componentes de um projeto.

Projetos técnicos também têm um impacto signi cativo na motivação e


engajamento dos alunos. Ao verem os resultados tangíveis de seu
trabalho, os estudantes sentem-se mais realizados e motivados a
continuar explorando a área. Além disso, a relevância prática dos projetos,
muitas vezes baseados em problemas reais do mundo, torna o
aprendizado mais relevante e interessante. A liberdade para criar e inovar
em seus projetos pode ser altamente motivadora, incentivando os alunos
a pensarem fora da caixa e a explorar novas ideias.

Do ponto de vista da preparação para o mercado de trabalho, o


desenvolvimento de projetos técnicos é fundamental. Os empregadores
valorizam candidatos que não apenas compreendem a teoria, mas que
também possuem experiência prática. As competências técnicas
adquiridas, como o conhecimento em design de circuitos, programação
de microcontroladores e uso de software de simulação, são diretamente
aplicáveis em muitas carreiras na engenharia elétrica e eletrônica. Além
disso, a capacidade de aprender novas tecnologias e métodos
rapidamente, desenvolvida através de projetos técnicos, é essencial em
um campo que evolui tão rapidamente quanto a eletrônica.

Do ponto de vista pedagógico, a incorporação de projetos técnicos no


currículo pode transformar a dinâmica de ensino. Professores podem
adotar metodologias mais ativas, como a Aprendizagem Baseada em
Projetos (PBL[2]), que coloca os projetos no centro do aprendizado,
incentivando os alunos a adquirirem conhecimentos e habilidades através
da execução de projetos complexos e interdisciplinares. A avaliação do
desempenho dos alunos pode ser baseada em sua capacidade de
planejar, executar e apresentar projetos, proporcionando uma avaliação
mais holística de suas habilidades (Diesel et al., 2017).

O desenvolvimento de projetos técnicos nas disciplinas de eletrônica é


uma estratégia educativa importante, com benefícios abrangentes para a
formação acadêmica, o desenvolvimento de habilidades práticas, o
estímulo ao pensamento crítico e a preparação para o mercado de
trabalho. Essa abordagem pedagógica não só enriquece o processo de
aprendizagem, mas também capacita os alunos a se tornarem
pro ssionais competentes e inovadores na área da eletrônica.

A IMPORTÂNCIA DE PROJETOS PRÁTICOS NO ENSINO TÉCNICO

A educação técnica, especialmente em cursos como eletrônica, se


bene cia enormemente de projetos práticos que complementam o
aprendizado teórico, um exemplo notável de tal abordagem é a criação
de um projeto de circuito funcional e físico. Para este estudo, um circuito
de detecção de metais foi sugerido aos alunos do curso técnico em
eletrônica. Este projeto não só reforça o conhecimento teórico adquirido,
mas também promove habilidades práticas essenciais para a formação de
um técnico competente. Neste artigo, discutiremos os benefícios de
integrar este projeto no currículo e apresentaremos uma metodologia de
ensino que pode ser utilizada para sua implementação (Dornfeld, 2011).

Os benefícios educacionais de um projeto de detecção de metais são


variados. Essencialmente, ele permite aos alunos aplicarem conceitos
teóricos de eletrônica, como circuitos, magnetismo, e indução
eletromagnética, em uma situação prática e tangível. Isso facilita a
compreensão e a retenção do conhecimento, pois os estudantes
conseguem ver na prática como os conceitos aprendidos em sala de aula
se manifestam no mundo real. Além disso, os alunos ganham experiência
prática com componentes eletrônicos, montagem de circuitos, e técnicas
de soldagem, além de desenvolver habilidades em diagnóstico e solução
de problemas. Esses aspectos técnicos são fundamentais para qualquer
pro ssional na área de eletrônica e são altamente valorizados no mercado
de trabalho.

Outra vantagem signi cativa é a estimulação do pensamento crítico e


criativo. Projetos práticos incentivam os alunos a pensarem criticamente e
buscar soluções criativas para os desa os técnicos que surgem durante o
desenvolvimento (Hartmann, 2009). Esse tipo de pensamento é essencial
para a inovação e para a resolução de problemas complexos que eles
podem encontrar em suas futuras carreiras. Além disso, a realização de
projetos como este prepara os alunos para situações reais no mercado de
trabalho, aumentando sua empregabilidade e con ança em suas
habilidades (Da Silva, 2017).

METODOLOGIAS ATIVAS

O objetivo proposto neste projeto consiste na possibilidade de expor as


características de três abordagens pedagógicas baseadas na metodologia
ativa como estratégia de ensino no curso de eletrônica. A aprendizagem
Baseada em Problemas (ABP), a Sala de Aula Invertida e a Aprendizagem
por Projetos. Cada uma dessas abordagens promove um ambiente de
aprendizado dinâmico, engajando os alunos de maneiras distintas e
complementares (Morán, 2015).

As Metodologias ativas são abordagens de ensino que colocam os


estudantes no centro do processo de aprendizagem, incentivando a
participação ativa, a colaboração e o pensamento crítico. Diferentemente
do modelo tradicional, onde o professor é o principal disseminador de
conhecimento e os alunos são receptores passivos, as metodologias ativas
promovem um ambiente em que os alunos assumem um papel mais
dinâmico, explorando, discutindo e aplicando o conhecimento de maneira
prática (Lovato et al., 2018).

A Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) é uma abordagem em


que os alunos são desa ados a resolver problemas reais ou simulados,
incentivando o desenvolvimento do pensamento crítico, habilidades de
resolução de problemas e trabalho em equipe. Neste contexto, os alunos
são apresentados a um problema sem um caminho prede nido para a
solução, devendo identi car o que precisam aprender para resolver o
problema, pesquisar informações relevantes, discutir ideias em grupo e,
nalmente, apresentar uma solução. Essa abordagem promove a
aprendizagem ativa, pois os alunos são responsáveis por sua própria
aprendizagem e aplicam o conhecimento adquirido de maneira prática.
Além disso, a ABP ajuda os alunos a desenvolverem habilidades de
pesquisa, comunicação e colaboração, fundamentais no ambiente
pro ssional.

A Sala de Aula Invertida, por sua vez, é uma abordagem que inverte a
estrutura tradicional de ensino. Nesse modelo, os alunos estudam o
conteúdo teórico em casa, através de vídeos, leituras e outros materiais
fornecidos pelo professor, e utilizam o tempo de aula para atividades
práticas, discussões e resolução de dúvidas. Esse formato permite que o
tempo em sala de aula seja dedicado a interações mais signi cativas e
personalizadas entre alunos e professores. Essa metodologia ativa
promove a autonomia dos alunos, pois eles precisam gerenciar seu tempo
e esforços para estudar o material teórico fora da sala de aula. Durante as
aulas, a ênfase está na aplicação prática do conhecimento, facilitando
uma compreensão mais profunda dos conceitos. A Sala de Aula Invertida
também fomenta a colaboração entre os alunos, já que muitas atividades
em aula são realizadas em grupo.

Por m, a Aprendizagem por Projetos, uma abordagem em que os alunos


aprendem explorando e respondendo a uma pergunta, problema ou
desa o complexo ao longo de um período prolongado. Neste modelo, os
alunos trabalham em projetos que exigem pesquisa, planejamento,
execução e apresentação de resultados. A Aprendizagem por Projetos é
altamente interdisciplinar, integrando diferentes áreas do conhecimento
e promovendo uma compreensão holística dos temas estudados. Essa
abordagem permite que os alunos se envolvam profundamente com o
conteúdo, desenvolvendo habilidades práticas e aplicáveis ao mundo real.
A Aprendizagem por Projetos promove o desenvolvimento de
competências como pensamento crítico, criatividade, trabalho em equipe
e gestão de tempo. Além disso, ao nalizar um projeto, os alunos têm a
oportunidade de re etir sobre o processo de aprendizagem, avaliar seu
desempenho e identi car áreas de melhoria.

As metodologias representam estratégias pedagógicas e cazes que


colocam o aluno no centro do processo de aprendizagem. Estas
abordagens incentivam o engajamento, a autonomia e o
desenvolvimento de habilidades essenciais para a vida pro ssional e
pessoal. Ao incorporar essas metodologias, os educadores podem criar
um ambiente de aprendizagem mais dinâmico, interativo e relevante para
os alunos (Morán, 2015).

O TRABALHO EM GRUPO

Trabalhar em grupo em um projeto de detecção de metais auxilia os


alunos a desenvolverem habilidades interpessoais importantes, como
comunicação, trabalho em equipe, e gestão de con itos. Essas
habilidades são cruciais não apenas no ambiente de trabalho, mas
também em todas as áreas da vida (Francisco et al., 2014). A colaboração
entre colegas promove um ambiente de aprendizado mais dinâmico e
enriquecedor, onde os alunos podem aprender uns com os outros e
desenvolver uma compreensão mais profunda dos conteúdos abordados.

Para a implementação bem-sucedida do projeto, é fundamental adotar


uma metodologia de ensino estruturada que envolva planejamento,
execução e avaliação. Inicialmente, deve-se apresentar aos alunos o
conceito de detecção de metais, sua importância e aplicações, discutindo
o funcionamento básico de detectores de metais e abordando teorias de
eletrônica e física envolvidas. Em seguida, é necessário estabelecer os
objetivos do projeto, incluindo as competências técnicas e teóricas que os
alunos devem adquirir ao longo do desenvolvimento.
Na fase de planejamento, é importante dividir a turma em grupos
pequenos, incentivando a diversidade de habilidades e experiências
dentro de cada grupo. Cada grupo deve receber responsabilidades
especí cas, como pesquisa, aquisição de componentes, montagem do
circuito, e teste e ajuste do sistema. Durante a fase de pesquisa e design,
os alunos devem estudar diferentes tipos de detectores de metais,
analisar casos reais e desenvolver protótipos preliminares. A orientação no
desenho do circuito e a utilização de software de design eletrônico para
simulações são etapas cruciais neste processo.

A montagem e o teste do projeto constituem uma fase prática essencial,


onde os alunos escolhem e adquirem os componentes necessários,
montam o circuito supervisionados para garantir que as práticas de
segurança sejam seguidas, e conduzem testes para veri car o
funcionamento do circuito, fazendo ajustes conforme necessário. A
documentação do processo de teste e a solução de problemas
encontrados são partes importantes deste estágio (De Nazaré Farias,
2007).

Finalmente, a avaliação e a apresentação do projeto são etapas ativas para


consolidar o aprendizado. A avaliação deve ser feita com base em critérios
como funcionalidade, inovação, trabalho em equipe, e qualidade da
documentação. A apresentação nal, onde os grupos explicam o processo
de desenvolvimento, desa os enfrentados e soluções encontradas, reforça
habilidades de comunicação e a capacidade de articular conceitos
técnicos.

Integrar um projeto de detecção de metais no currículo do curso técnico


em eletrônica proporciona uma rica experiência de aprendizado que vai
além da sala de aula. Esta abordagem prática não apenas reforça os
conhecimentos teóricos, mas também prepara os alunos para os desa os
reais, desenvolvendo habilidades técnicas, criativas e interpessoais. A
metodologia de ensino apresentada pode servir como um guia para
educadores implementarem este e outros projetos práticos, promovendo
uma educação técnica mais completa e e caz.

A ESCOLHA DO PROJETO DETECÇÃO DE METAIS

Além da capacidade de integrar teoria e prática de maneira e caz junto


aos alunos envolvidos no projeto, a detecção de metais é uma aplicação
importante em diversas áreas, desde a segurança até a arqueologia e a
indústria. O projeto foi escolhido por apresentar o desenvolvimento de
um circuito detector de metais, caracterizado por sua simplicidade e
e ciência, utilizando componentes eletrônicos comuns. Baseado em
transistores, o circuito proporciona uma indicação visual por meio de um
LED e um alerta acústico quando um objeto metálico é identi cado. O
design do circuito, alimentado por uma bateria de 9 volts, é projetado
para ser de fácil ajuste, permitindo a calibração da sensibilidade de
detecção através de simples operações com potenciômetros. A
construção das bobinas, um elemento crucial do circuito, é descrita
detalhadamente, com especi cações precisas para assegurar a
funcionalidade ideal. Este estudo visa fornecer uma solução prática e
acessível para a detecção de metais, contribuindo para a expansão das
aplicações tecnológicas neste campo.

Os circuitos detectores de metais têm uma ampla gama de aplicações


que os tornam ferramentas valiosas em diversos setores. Sua principal
função é identi car a presença de objetos metálicos, e essa habilidade
pode ser utilizada para diferentes propósitos, desde a segurança até a
exploração arqueológica e a produção industrial (Arai, 2022).

Em termos de segurança, detectores de metais são amplamente


utilizados em aeroportos, edifícios governamentais e eventos públicos
para inspecionar indivíduos e garantir que não portem armas ou outros
objetos metálicos perigosos. Essa aplicação é fundamental para prevenir
incidentes de segurança e garantir a segurança pública.
Na indústria, detectores de metais são empregados para proteger
equipamentos e assegurar a qualidade dos produtos. Por exemplo, em
linhas de produção de alimentos e produtos farmacêuticos, esses
dispositivos são usados para detectar e remover contaminantes metálicos,
evitando danos aos equipamentos e garantindo a pureza dos produtos.
Além disso, são utilizados em reciclagem para separar metais de outros
materiais, facilitando a recuperação de recursos valiosos.

Na arqueologia, detectores de metais são ferramentas essenciais para a


localização de artefatos enterrados. Pesquisadores utilizam esses
dispositivos para identi car e escavar itens de valor histórico e cultural,
minimizando danos aos objetos e ao site arqueológico. De maneira
semelhante, na caça ao tesouro, hobistas utilizam detectores de metais
para encontrar moedas antigas, joias e outros itens de valor em áreas
como praias e campos.

Na construção civil, detectores de metais são empregados para localizar


tubulações, os e outros componentes metálicos embutidos em paredes
e pavimentos. Isso é crucial para evitar danos durante reformas ou novas
construções e para garantir a segurança dos trabalhadores ao identi car e
evitar obstáculos escondidos.

Para entusiastas de eletrônica e educação, detectores de metais simples


podem servir como projetos de aprendizado. Construir e ajustar esses
circuitos ajuda estudantes e hobistas a compreenderem princípios
fundamentais de eletrônica, como a operação de transistores e a
construção de circuitos osciladores.

Os detectores de metais são dispositivos versáteis e indispensáveis em


muitas áreas. Sua capacidade de detectar a presença de objetos
metálicos contribui signi cativamente para a segurança pública, a
e ciência industrial, a preservação histórica e a educação. O
desenvolvimento de circuitos detectores de metais simples e acessíveis
amplia ainda mais suas possibilidades de uso, tornando a tecnologia
disponível para um público mais amplo e diverso.

PROJETO CIRCUITO DETECTOR DE METAIS APLICADO

A escolha e uso de um projeto eletrônico de circuito detector de metais


como ferramenta educacional para alunos do curso técnico em eletrônica
é fundamentada em várias razões pedagógicas e práticas.
Essencialmente, este tipo de projeto permite uma integração e caz entre
conceitos teóricos e práticos. O estudo da eletrônica envolve uma ampla
gama de conceitos teóricos, como circuitos elétricos, componentes
eletrônicos e princípios de detecção e sensoriamento. Ao trabalhar em
um circuito detector de metais, os alunos podem aplicar esses conceitos
em um contexto real, facilitando a compreensão e a retenção do
conhecimento. Isso é essencial, pois ver como os componentes
eletrônicos interagem na prática e como os princípios teóricos se
traduzem em funcionamento real é uma experiência valiosa.

Além disso, a construção e teste de um circuito detector de metais


ajudam a desenvolver habilidades práticas cruciais. Os alunos aprendem a
soldar componentes, usar instrumentos de medição como multímetros e
osciloscópios, e realizar ajustes nos no circuito para otimizar seu
desempenho. Estas habilidades são fundamentais na formação de
técnicos em eletrônica e preparam os alunos para o ambiente de trabalho.

A resolução de problemas e o pensamento crítico são outras áreas


signi cativamente desenvolvidas através deste projeto. Desde a
identi cação de falhas no circuito até a realização de ajustes precisos para
melhorar a detecção de metais, os alunos enfrentam desa os que exigem
análise e solução de problemas de maneira e caz. Esta prática é
fundamental para situações reais no ambiente de trabalho, onde a
capacidade de resolver problemas de forma rápida e e ciente é
altamente valorizada.
Projetos práticos como o circuito detector de metais também tendem a
ser mais envolventes e motivadores para os alunos em comparação com
as aulas teóricas tradicionais. A oportunidade de criar um dispositivo
funcional do início ao m aumenta a motivação dos alunos, tornando o
aprendizado mais interessante e interativo. Este engajamento pode levar
a um maior interesse pela disciplina e incentivar os alunos a buscarem
especializações ou carreiras na área de eletrônica.

A compreensão do funcionamento de detectores de metais oferece aos


alunos uma visão de como os princípios da eletrônica são aplicados no
mundo real. Detectores de metais têm aplicações práticas em diversas
áreas, como segurança, mineração e arqueologia. Este conhecimento
pode inspirar os alunos a explorarem diferentes campos de atuação
dentro da eletrônica, ampliando suas perspectivas pro ssionais.

Além disso, a execução de um projeto de circuito detector de metais pode


ser feita de forma colaborativa, promovendo habilidades de trabalho em
equipe, comunicação e colaboração. Essas competências são essenciais
no ambiente de trabalho, e a capacidade de trabalhar e cazmente com
outros é uma competência-chave que os alunos levarão consigo ao
ingressar no mercado de trabalho.

Durante o desenvolvimento do projeto, os alunos recebem feedback


contínuo de seus instrutores e colegas. Este feedback é relevante para o
aprendizado contínuo e a melhoria de suas habilidades. Através da análise
e correção de erros, os alunos aprimoram seu conhecimento e
habilidades, tornando-se mais pro cientes na área.

Este projeto de circuito detector de metais é um sistema eletrônico


simpli cado, desenvolvido com componentes eletrônicos comuns.
Baseado no uso de transistores, este circuito oferece uma indicação visual
por meio de um LED, além de um alerta acústico quando um metal é
detectado.
O circuito deve ser alimentado por uma bateria de 9 volts e requer alguns
ajustes iniciais. Para ajustá-lo, é necessário ligá-lo e afastá-lo de qualquer
objeto metálico. O procedimento de ajuste consiste em girar totalmente o
potenciômetro RV2 no sentido horário e, em seguida, girar o
potenciômetro RV1 no sentido anti-horário. Com o interruptor SW1
pressionado, deve-se girar RV1 no sentido anti-horário até que o LED
esteja prestes a acender. Os ajustes nos de sensibilidade são realizados
girando RV2. Para de nir a sensibilidade máxima, ajuste RV2 até que o
LED brilhe fracamente. O brilho do LED é indicativo da distância e do
tamanho do objeto metálico detectado.

As bobinas L1 e L2 devem ser montadas no mesmo suporte, que deve ter


um diâmetro de 8 mm. A bobina L1 é composta por 120 voltas de o de
cobre de 0,3 mm, enquanto a bobina L2 é formada por 43 voltas do
mesmo tipo de o.

Para o projeto, serão necessários os seguintes componentes eletrônicos:


três transistores BC548, quatro resistores de 470 ohms, um resistor de 10K
ohms, um resistor de 2.7K ohms, dois LEDs de alto brilho, um trimpot de
10K ohms, um trimpot de 1K ohms, um capacitor de 1nF (102), um
capacitor de 47nF (473), uma bateria de 9V, um buzzer ativo (opcional),
um diodo Zener de 3.9V, um diodo 4148, uma bobina de 43 voltas com o
AWG 25 e diâmetro de 8 cm, e uma bobina de 120 voltas com o AWG 25
e diâmetro de 8 cm.
Figura 1: Circuito detector de metais

O esquema para um detector de metais utiliza uma combinação de


componentes para detectar a presença de metais próximos à bobina de
detecção. Os três transistores BC548 desempenham um papel crucial na
ampli cação do sinal detectado pela bobina. Os resistores, incluindo
quatro de 470 ohms, um de 10K ohms e um de 2.7K ohms, são utilizados
para controlar a corrente em diferentes partes do circuito e ajustar as
condições de operação dos transistores. Os trimpots de 10K ohms e 1K
ohms são usados para ajustar a sensibilidade do detector e o ponto de
operação dos transistores. Os capacitores de 1nF e 47nF ajudam a ltrar
ruídos e estabilizar a alimentação do circuito. A bateria de 9V fornece
energia para o funcionamento do detector. Os LEDs de alto brilho
indicam a detecção de um metal, enquanto o buzzer ativo (se presente)
emite um som como sinal de detecção. Os diodos Zener e 4148 protegem
o circuito contra reversão de polaridade e limitam a tensão em partes
especí cas. As duas bobinas, uma de 43 voltas e outra de 120 voltas, são
essenciais para detectar as mudanças na corrente induzida quando um
metal está próximo, desencadeando o funcionamento do circuito.
A escolha de um projeto eletrônico de circuito detector de metais como
ferramenta educacional para alunos do curso técnico em eletrônica é
uma estratégia e caz que integra teoria e prática, desenvolve habilidades
essenciais e prepara os alunos para desa os reais no mercado de trabalho.
Este tipo de projeto não só enriquece a experiência educacional dos
alunos, mas também aumenta seu engajamento e interesse pela
disciplina, fornecendo uma base sólida para suas futuras carreiras em
eletrônica.

MONTAGEM DO CIRCUITO DETECTOR DE METAIS COM OS ALUNOS

A atividade iniciou-se com uma explicação detalhada dos princípios


básicos do funcionamento do circuito detector de metais. Durante essa
fase teórica, destacou-se a importância de cada componente no circuito:
os transistores foram apresentados como os elementos chave para
ampli cação do sinal, enquanto os resistores e capacitores
desempenhavam funções de controle e estabilização, e os
potenciômetros eram essenciais para o ajuste de sensibilidade.

Antes de iniciar a construção do modelo físico, os alunos usaram a


plataforma online Falstad[3] para criar um modelo virtual do circuito. Essa
abordagem permitiu que testassem e otimizassem o design de maneira
rápida e e ciente, evitando desperdícios de materiais e tempo. Com o
circuito montado virtualmente, os alunos puderam observar em tempo
real como a corrente e a tensão se comportavam. Utilizando o simulador,
ajustaram os valores dos componentes, como a resistência dos resistores
e a capacitância dos capacitores, para obter a sensibilidade desejada no
detector de metais.

Em seguida, os alunos foram divididos em grupos, e cada grupo recebeu


os componentes necessários para a montagem do circuito. Com base no
diagrama fornecido, os grupos iniciaram à montagem do circuito,
soldando os componentes na placa de forma a garantir conexões rmes e
precisas.
Após a montagem, a próxima etapa envolveu a calibração do circuito.
Cada grupo ajustou os potenciômetros RV1 e RV2 para calibrar o detector.
Inicialmente, com o interruptor SW1 pressionado, ajustaram RV1 no
sentido anti-horário até que o LED estivesse prestes a acender.
Posteriormente, a sensibilidade foi ajustada girando RV2 até que o LED
casse fracamente aceso.

Para assegurar a funcionalidade do detector, os grupos testaram seus


circuitos com diferentes objetos metálicos. Durante essa fase de testes,
ajustes adicionais de sensibilidade foram feitos conforme necessário,
utilizando osciloscópios e multímetros para veri cações precisas.
Finalizando a atividade, conduziu-se uma discussão sobre as diversas
aplicações dos detectores de metais, envolvendo áreas como segurança,
indústria, arqueologia e construção civil. Além disso, incentivou-se os
alunos a re etirem em possíveis melhorias e novas ideias para futuras
inovações.

Os resultados mostraram que todos os grupos conseguiram montar e


calibrar com sucesso seus detectores de metais. Os dispositivos
responderam adequadamente à presença de objetos metálicos, com o
LED acendendo e emitindo um som de alerta. Essa atividade não só
demonstrou a compreensão dos conceitos teóricos pelos alunos, mas
também evidenciou suas habilidades práticas na construção e ajuste dos
circuitos.

RESULTADO DO PROJETO

A conclusão deste trabalho representa não apenas o término de uma


atividade prática, mas também o culminar de esforços colaborativos e
aprendizado signi cativo. A construção do circuito detector de metais
proporcionou aos alunos da turma de Eletrônica uma oportunidade única
de aplicar os conhecimentos teóricos em um contexto prático e tangível.
Ao longo do processo, cada passo, desde a montagem dos componentes
até a calibração e teste do circuito, contribuiu para o desenvolvimento das
habilidades técnicas e analíticas dos participantes.

Figura 2: Alunos trabalhando no projeto.

O trabalho em equipe foram elementos fundamentais para o sucesso do


projeto, demonstrando a importância da colaboração e troca de
conhecimentos no ambiente acadêmico. Além disso, a discussão das
diversas aplicações dos detectores de metais ampliou a compreensão dos
alunos sobre a relevância e versatilidade dessa tecnologia em diferentes
campos, desde a segurança até a arqueologia e a indústria.
Figura 3: Alunos no desenvolvimento do projeto utilizando o Falstad Circuit Simulator.

Como resultado deste trabalho, os alunos não apenas construíram um


circuito funcional, mas também fortaleceram sua con ança em suas
habilidades práticas e teóricas. Esta experiência prática servirá como uma
base sólida para futuros projetos e estudos na área da eletrônica e
engenharia. Em última análise, este trabalho reforça a importância do
aprendizado prático e da experimentação na formação de pro ssionais
capacitados e inovadores.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento de projetos em laboratório desempenha um papel


signi cativo na formação dos alunos de eletrônica, e as metodologias
ativas enriquecem ainda mais essa experiência educacional.
Representando uma extensão essencial do aprendizado teórico, esses
experimentos permitem que os alunos apliquem conceitos abstratos em
situações práticas do mundo real. Através da Aprendizagem Baseada em
Problemas (ABP), os alunos podem abordar problemas práticos
especí cos durante os experimentos, estimulando o pensamento crítico e
a busca por soluções criativas.

Ao realizar experimentos em um ambiente de Sala de Aula Invertida, os


alunos têm a oportunidade de explorar o conteúdo teórico relacionado à
eletrônica antes das atividades práticas. Isso os prepara para as práticas de
laboratório, onde podem aplicar e consolidar seu conhecimento teórico
através de experimentos, montagens de circuitos e análise de resultados.
Esta abordagem promove uma aprendizagem mais profunda e
signi cativa, incentivando os alunos a entenderem os princípios
fundamentais da eletrônica de forma mais abrangente.

A Aprendizagem por Projetos oferece uma experiência prática


abrangente, onde os alunos trabalham em equipe para de nir problemas
ou desa os relacionados à eletrônica, planejar e executar projetos, e
apresentar soluções. Isso não só fortalece a compreensão dos alunos
sobre os princípios da eletrônica, mas também desenvolve habilidades de
pesquisa, resolução de problemas, colaboração e comunicação,
competências essenciais para seu futuro caminho pro ssional.

Ao proporcionar um ambiente de aprendizado dinâmico, interativo e


contextualizado, essas abordagens promovem não apenas a
compreensão dos princípios da eletrônica, mas também o
desenvolvimento de habilidades práticas e transversais essenciais para o
sucesso futuro dos alunos na área. Ao incorporar as metodologias ativas
nos laboratórios de eletrônica, as instituições de ensino capacitam os
alunos a se tornarem pro ssionais quali cados, adaptáveis e preparados
para os avanços contínuos na tecnologia eletrônica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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416X2022000301360&script=sci_arttext>. Acesso 27/05/2024

1
Docente em Tecnologias da Informação e Eletrônica (UNESA-RJ).
Coordenador e docente dos Cursos de Especialização (Lato Sensu), MBA e
Pós-Graduação em Inteligência Arti cial e Gestão do Conhecimento
(FESAV-ES). Mestrado em Educação (UNESA-RJ). MBA em Data
Warehouse e Business Intelligence (FI - PR). Pós-Graduado em
Engenharia de Software, Antropologia, Filoso a e Educação no Campo
(FAVENI-MG). Historiador pela Centro Universitário das Faculdades
Metropolitanas Unidas (FMU-SP). e-mail: [email protected].

2 PBL - Aprendizagem Baseada em Projetos (Project-Based Learning). É


uma abordagem educacional que coloca os projetos no centro do
processo de aprendizagem (Krajcik, 2006).

3 Falstad é uma plataforma online criada por Paul Falstad que oferece
simuladores interativos para a educação em física e eletrônica.
Amplamente utilizada por estudantes, professores e entusiastas da
ciência, a ferramenta permite a exploração visual e prática de conceitos
complexos. Entre os simuladores disponíveis, o Circuit Simulator é um dos
mais populares, permitindo a criação e análise intuitiva de circuitos
elétricos e eletrônicos (Da Silva, 2021).

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