CAMPOS, L. & BUCO, C. A. 2014. "Pé de Deus", hoje gravura, ontem efeito das intempéries. Revista Santuários, Cultura, Arte, Romarias, Peregrinações, Paisagens e Pessoas. Vol.1 (2): 53-58.
Resumo: Conhecida localmente pela inspiração religiosa que leva a devoção na sua forma mais since... more Resumo: Conhecida localmente pela inspiração religiosa que leva a devoção na sua forma mais sincera, a gravura localizada na cidade de Oeiras, Piauí, denominada "Pé-de-Deus" (acompanhada do pé do cão, ou capeta) não é o único símbolo atribuído às comunidades indígenas ou pré-históricas que, dentro das comunidades atuais, ganham novos sentidos e valoração por parte da comunidade na qual se insere. Repletas de lendas e contos religiosos, estes locais tomam uma proporção cultural na forma de expressão religiosa que vai além do seu valor material ou cientí co.O que por um lado forti ca a expressividade cultural deste grupo, por outro di culta uma abordagem cientí ca do objeto. Mas até onde a ciência tem o direito de intervir na fé e na cultura popular? Palavras chave: Cultura popular / Património / Arte rupestre / Intemperismo.
Uploads
Papers by Luana Campos
si, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. Três jovens de classe média foram brutalmente
assassinados e ganharam homenagens póstumas, de uma escultura e dois grafites
respectivamente. E no ano de 2018 a vereadora Marielle Franco foi assassinada, ensejando
similar compreensão social e ressignificando o local de ocorrência do crime, e muitos outros, com
intervenções artísticas. Tais espaços e seu entorno, assim como tantos outros que pontuam as
cidades brasileiras, bem poderiam receber a alcunha de polígono da violência ou circuito da dor,
por retratarem pessoas mortas. Diante desta realidade, a pesquisa aqui apresentada trata de
uma reflexão analítica à luz dos conceitos de “recolhimento” e “distração” de Walter Benjamin,
com a proposta comunicológica de Vilém Flusser, tendo ainda por base a poética da ausência de
Fernando Catroga e os estudos culturais sobre a memória de Aleida Assmann, como uma
proposta para a devida compreensão dessas práticas de intervenções urbanas enquanto
fenômeno e sua função social. Por fim, as análises realizadas permitiram inferir que essa forma
de ressignificação do sofrimento gera espaços de resiliência, uma vez que materializam a
memória da perda no ambiente urbano, por meios de marco artístico, retratando uma última
imagem positiva do falecido, para que outros transeuntes vejam e sejam afetados pelo
conhecimento de seus nomes e suas histórias.
linhas de pesquisa dedicadas à compreensão das influências das condições climático-
-ambientais nas dinâmicas comportamentais humanas durante o Holocénico. As pesquisas
no Alto Ribatejo (projectos TEMPOAR I/II e Paisagens de Transição) sugerem uma possível
implicação sócio -económica (adopção do agro -pastoralismo) decorrente das flutuações
climáticas no Holocénico. Neste sentido, está em curso um projecto dedicado à relação
entre comportamento humano e flutuações climáticas. Efectua -se uma análise de diferentes
realidades bio -regionais (Brasil, Portugal, Espanha) entre o início do Dryas recente e o
final do período Atlântico, adoptando uma abordagem interdisciplinar através de estudos
arqueobotânicos, arqueofaunísticos e sedimentológicos.
dos processos de construção da identidade social, se configurando como um importante instrumento
de estudo das ações de mitigação, adaptação e resiliência, o que permite uma compreensão dos
contextos de riscos associados aos eventos extremos provocados pela alteração climática.
As diferentes interfaces de conexão entre o patrimônio cultural e as alterações climáticas podem ser
observadas na preservação dos aspectos paisagísticos, na qual a preservação do ambiente natural
contribui diretamente na mitigação dos efeitos climáticos, na transmissão do conhecimento
tradicional, que constrói a resiliência para que a mudança venha a nos conduzir a um futuro mais
sustentável, e na utilização do patrimônio edificado e sítios arqueológicos como parâmetro adaptativo
de mudanças climáticas como necessidade de reunir e compartilhar informações sobre práticas de
monitoramento aplicadas e testadas em diversos contextos.
O patrimônio cultural se configura então como vitrine para sensibilizar a sociedade para os impactos e
riscos das alterações climáticas sobre as sociedades humanas ao longo do tempo, bem como no
entendimento do seu contributo para a reflexão acerca da diversidade cultural, da biodiversidade e
dos serviços ecossistêmicos.
Entretanto, apesar de passados mais de 70 anos do processo de desconstrução das teorias racistas comparativas, ainda é possível observar vestígios dessa incorporação dos ideais discriminatórios na memória social conduzindo ações em diferentes esferas.
(GIS) allow the storage of information
and the systematic manipulation of geographic
data, supporting decision making and free
relations between the environment and the
archaeological sites analysis. !ese relationships
contribute signi"cantly to understanding the
environmental dynamics over a given time, for
the consideration of climate variations with
which it can relate. On the other hand, allow
a better applicability of the management plans
of the archaeological heritage, as can be seen in
the analysis performed on the website Toca do
Baixão do Perna I, Piauí, Brazil.
si, na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro. Três jovens de classe média foram brutalmente
assassinados e ganharam homenagens póstumas, de uma escultura e dois grafites
respectivamente. E no ano de 2018 a vereadora Marielle Franco foi assassinada, ensejando
similar compreensão social e ressignificando o local de ocorrência do crime, e muitos outros, com
intervenções artísticas. Tais espaços e seu entorno, assim como tantos outros que pontuam as
cidades brasileiras, bem poderiam receber a alcunha de polígono da violência ou circuito da dor,
por retratarem pessoas mortas. Diante desta realidade, a pesquisa aqui apresentada trata de
uma reflexão analítica à luz dos conceitos de “recolhimento” e “distração” de Walter Benjamin,
com a proposta comunicológica de Vilém Flusser, tendo ainda por base a poética da ausência de
Fernando Catroga e os estudos culturais sobre a memória de Aleida Assmann, como uma
proposta para a devida compreensão dessas práticas de intervenções urbanas enquanto
fenômeno e sua função social. Por fim, as análises realizadas permitiram inferir que essa forma
de ressignificação do sofrimento gera espaços de resiliência, uma vez que materializam a
memória da perda no ambiente urbano, por meios de marco artístico, retratando uma última
imagem positiva do falecido, para que outros transeuntes vejam e sejam afetados pelo
conhecimento de seus nomes e suas histórias.
linhas de pesquisa dedicadas à compreensão das influências das condições climático-
-ambientais nas dinâmicas comportamentais humanas durante o Holocénico. As pesquisas
no Alto Ribatejo (projectos TEMPOAR I/II e Paisagens de Transição) sugerem uma possível
implicação sócio -económica (adopção do agro -pastoralismo) decorrente das flutuações
climáticas no Holocénico. Neste sentido, está em curso um projecto dedicado à relação
entre comportamento humano e flutuações climáticas. Efectua -se uma análise de diferentes
realidades bio -regionais (Brasil, Portugal, Espanha) entre o início do Dryas recente e o
final do período Atlântico, adoptando uma abordagem interdisciplinar através de estudos
arqueobotânicos, arqueofaunísticos e sedimentológicos.
dos processos de construção da identidade social, se configurando como um importante instrumento
de estudo das ações de mitigação, adaptação e resiliência, o que permite uma compreensão dos
contextos de riscos associados aos eventos extremos provocados pela alteração climática.
As diferentes interfaces de conexão entre o patrimônio cultural e as alterações climáticas podem ser
observadas na preservação dos aspectos paisagísticos, na qual a preservação do ambiente natural
contribui diretamente na mitigação dos efeitos climáticos, na transmissão do conhecimento
tradicional, que constrói a resiliência para que a mudança venha a nos conduzir a um futuro mais
sustentável, e na utilização do patrimônio edificado e sítios arqueológicos como parâmetro adaptativo
de mudanças climáticas como necessidade de reunir e compartilhar informações sobre práticas de
monitoramento aplicadas e testadas em diversos contextos.
O patrimônio cultural se configura então como vitrine para sensibilizar a sociedade para os impactos e
riscos das alterações climáticas sobre as sociedades humanas ao longo do tempo, bem como no
entendimento do seu contributo para a reflexão acerca da diversidade cultural, da biodiversidade e
dos serviços ecossistêmicos.
Entretanto, apesar de passados mais de 70 anos do processo de desconstrução das teorias racistas comparativas, ainda é possível observar vestígios dessa incorporação dos ideais discriminatórios na memória social conduzindo ações em diferentes esferas.
(GIS) allow the storage of information
and the systematic manipulation of geographic
data, supporting decision making and free
relations between the environment and the
archaeological sites analysis. !ese relationships
contribute signi"cantly to understanding the
environmental dynamics over a given time, for
the consideration of climate variations with
which it can relate. On the other hand, allow
a better applicability of the management plans
of the archaeological heritage, as can be seen in
the analysis performed on the website Toca do
Baixão do Perna I, Piauí, Brazil.
está no cerne de muitos problemas epistemológicos, fato que afeta os
diferentes campos que, de alguma forma, interagem na relação do homem e
seu meio ambiente na sociedade contemporânea, em particular nas políticas
públicas de enfrentamento e/ou mitigação dos efeitos desse fenômeno.
Diante disso, cabe-nos debruçar brevemente sobre as nuances que compõe
a definição do termo como forma de estabelecer alguns aspectos das reais
dimensões dos efeitos e impactos provocados pelas mudanças no clima,
particularmente sobre o patrimônio cultural, no contexto de um regime
climático interferido por ações antrópicas em escala sistêmica.
discussão sobre a importância da construção de
políticas públicas de conservação do patrimônio
cultural material a partir do uso de metodologias
de análise de risco do patrimônio cultural
frente a vulnerabilidades socioambientais.
Nesse capítulo apresentamos um ensaio
metodológico de elaboração de indicadores
sistêmicos de vulnerabilidades socioambientais
em sítios arqueológicos localizados em regiões
litorâneas do Brasil. A proposta associa o
geoprocessamento com análises multicritério
como ferramenta para o entendimento dos riscos
socioambientais relacionados ao patrimônio
cultural arqueológico e discute a metodologia
a partir de um estudo de caso no litoral norte
paulista, mais especificamente nos municípios
de Ubatuba e Ilhabela.
divulgada na mídia, o presidente da república Jair Messias Bolsonaro,
tratando questões que envolvem licenciamento ambiental e
cultural, utilizou o termo “c… petrificado de índio”, resumindo,
deste modo, seu entendimento sobre o que significam os vestígios
arqueológicos dos povos que primeiro ocuparam o território que
atualmente constitui o Brasil, populações que, para ele, atravancam
o desenvolvimento de obras de infraestrutura.1 Essa tem sido
apenas uma de muitas atitudes que sintetizam o trato com a cultura
em geral, e o patrimônio em particular, do governo autoritário,
com matizes de extrema direita, que se instalou no país a partir
das eleições nacionais de 2018.
de pesquisas realizadas em sedimentos recolhidos no Parque
Nacional Serra da Capivara (PNSC), Brasil, com o auxílio financeiro
da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), no âmbito do desenvolvimento da tese de doutorado
“Paleoclima e comportamento humano no Holoceno: um estudo
comparativo entre Brasil e a Península Ibérica”, apresentada na
Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Portugal,
em 2015. Durante a realização desta tese foram desenvolvidos
vários trabalhos de campo, entre os quais uma campanha de
escavações em 2013, em que foram efetuadas quatro sondagens em
sedimentos do Pleistoceno-Holoceno, na proximidade de dois sítios
arqueológicos.
a inundações e deslizamentos. Contudo, ainda é preciso identificar os cenários de riscos
futuros nas áreas onde estão estes sítios arqueológicos.