Papers by Leno Francisco Danner
Modernização ocidental e bens comuns: descentrando olhares desde a Amazônia. In: Martins, Paulo H... more Modernização ocidental e bens comuns: descentrando olhares desde a Amazônia. In: Martins, Paulo Henrique; Silva, Marcos de Araújo. (Org.). Democracia, pós-desenvolvimento e gestão de bens comuns: Perspectivas da América Latina e do Caribe. 1ed.São Paulo: AnnaBlume, 2016, v. , p. 215-230.
Civitas – Revista de Ciências Sociais, 2016
Fragmentos De Cultura, 2007
Resumo: este trabalho tem o objetivo de propor fundamentos para a prática educativa e de refletir... more Resumo: este trabalho tem o objetivo de propor fundamentos para a prática educativa e de refletir sobre os objetivos da prática educativa, com base na análise da realidade brasileira.
Cadernos De Etica E Filosofia Politica, Jan 14, 2015
Neste momento, em que dou mais um passo importante em minha vida, gostaria de lembrar de todos aq... more Neste momento, em que dou mais um passo importante em minha vida, gostaria de lembrar de todos aqueles e de todas aquelas que foram fundamentais para meu desenvolvimento.
Fundamento, May 30, 2012
Este artigo tem por objetivo refletir sobre a reformulação do liberalismo clássico (especificamen... more Este artigo tem por objetivo refletir sobre a reformulação do liberalismo clássico (especificamente na variante política de Locke e na variante econômica de Adam Smith), no intuito de demonstrar, com base nas críticas de Hegel e de Marx ao liberalismo clássico, que Rawls retoma sua própria posição em relação a esse mesmo liberalismo clássico. Com isso, defenderei que, muito mais do que visar a uma crítica à versão clássica, Rawls tem em mente a crise do estado de bem-estar social e, em relação a ela, uma crítica à resposta neoliberal que apelaria para a volta de alguns dos princípios básicos da economia de laissez-faire.
Principios Revista De Filosofia, Nov 21, 2011
Resumo: o trabalho pretende refletir sobre a concepção de justiça política de John Rawls, especif... more Resumo: o trabalho pretende refletir sobre a concepção de justiça política de John Rawls, especificamente no que diz respeito à sua formulação de princípios de economia política que se contraporiam de maneira direta ao liberalismo político e econômico clássicos (John Locke e Adam Smith, respectivamente), mas que também se contraporiam, e essa será a tese perseguida aqui, à posição neoliberal de Hayek. Palavras-Chave: estado de bem-estar social; Laissez-Faire; neoliberalismo; Rawls Abstract: the paper aims present Rawls's conception of political justice, specifically his formulation of principles of political economy. They critic directly classical political and economic liberalism and -it will be our thesis here -Hayekian neo-liberalism either.
Conjectura Filosofia E Educacao, 2008
Philósophos - Revista de Filosofia, 2010
Defendo, neste artigo, que o processo de evolução sociocultural contemporâneo é marcado pela fusã... more Defendo, neste artigo, que o processo de evolução sociocultural contemporâneo é marcado pela fusão de diferentes e muitas vezes divergentes culturas tradicionais, que geraria uma nova cultura caracterizada como miscigenada, fundida, na qual indivíduos e grupos apropriam-se, em suas vivências, de elementos de várias culturas sem necessariamente comprometer-se com todos os princípios e mesmo com uma pertença completa às mesmas. Ao nível do pensamento filosófico, tal cultura fundida, como vou caracterizá-la aqui, marcada pelo individualismo dos estilos de vida e pelo multiculturalismo, leva à fragilização da autoridade das instituições culturais e religiosas tradicionais, o que favoreceria exatamente o individualismo, o multiculturalismo e o universalismo moral, necessários, como penso, à resolução e à superação das tensões socioculturais hodiernas, ao mesmo tempo em que colocaria a política democrática como o médium por excelência da evolução social.
Neoliberalism allowed a positive reaffirmation of State as political institution which directs so... more Neoliberalism allowed a positive reaffirmation of State as political institution which directs social evolution, while that politicized civil society searches the recovery of regulatory and compensatory State, emphasizing the importance and dependence of political democracy and social justice.
RESUMO: defende-se, neste artigo, que, da década de 1990 para cá, o fracasso do neoliberalismo e ... more RESUMO: defende-se, neste artigo, que, da década de 1990 para cá, o fracasso do neoliberalismo e as consequências deletérias do processo de modernização econômica, agora dimensionada ao mundo todo pela consolidação da globalização econômica, representam uma chance para as posições de esquerda reafirmarem um projeto teórico-político emancipatório, até porque essas posições de esquerda estão fortalecidas em sua programática, desde então. Desse modo, a esquerda tem condições de repensar o sentido da crise do Estado de bem-estar social e, a partir disso, enfatizar um projeto teórico-político no qual a recuperação das capacidades políticas diretivas, interventoras e compensatórias aglutinadas no Estado coloca-se como o instrumento por excelência para a resolução da crise econômica que afeta nossas sociedades, hoje. Este, com efeito, é o grande momento e a grande oportunidade da esquerda.
Este artigo procura interpretar a crise socioeconômica hodierna como reascendendo a discussão em ... more Este artigo procura interpretar a crise socioeconômica hodierna como reascendendo a discussão em torno ao tipo de relação a ser estabelecida entre o social, o político e o econômico, que demarcou os conflitos entre liberalismo clássico e socialismo acerca da compreensão dos fundamentos das sociedades modernas e da práxis sociopolítica instaurada por elas. Nesse sentido, tal crise socioeconômica colocaria novamente, na ordem do dia, a pergunta pelo fenômeno da modernização, em seus vieses social, político, cultural e econômico, bem como pela sua dependência recíproca, adquirindo, a partir das três últimas décadas do século XX, nos embates teórico-políticos entre social-democracia e neoliberalismo acerca do sentido do Estado de bem-estar social e dos direitos sociais de cidadania, seu grande mote e centro dinamizador: no caso da social-democracia, estava em jogo a afirmação do caráter normativo do social, da função diretiva do político no que tange à evolução da sociedade e da vinculação social da economia; no caso do neoliberalismo, buscava-se retomar uma compreensão de esfera econômica enquanto caracterizada por uma lógica autorreferencial, não-política e não-normativa, que apontaria para um modelo de Estado mínimo. A tese que se procurará defender consiste em que a tensão sociopolítica pela qual passam nossas sociedades somente pode ser resolvida no momento em que se enfatiza tanto o Estado de bem-estar social quanto o modelo representado pelos direitos sociais de cidadania, ou seja, quando se instaura uma profunda ligação entre o social, percebido enquanto horizonte normativo, o político, que se torna o centro diretivo da evolução social, e o econômico, enquadrado pelas necessidades normativas advenientes do social e, por causa disso, passando a estar socialmente vinculado.
Com a ideia de reformismo radical, analiso o pensamento político de Habermas de modo a defender d... more Com a ideia de reformismo radical, analiso o pensamento político de Habermas de modo a defender dois pontos: (a) desde seus primeiros trabalhos, em sua crítica ao projeto social-democrata de Estado de bem-estar social, Habermas propugnava, como superação do caráter burocrático do Estado e dos partidos políticos, e do caráter administrado da democracia de massas, a ampliação dos procedimentos democráticos a todos os âmbitos da sociedade, passando da economia, para a cultura e para a política; e (b), a partir da década de 1980, apontava para uma reafirmação do projeto social-democrata de Estado de bem-estar social, momento de crise da social-democracia e de hegemonia neoliberal, o que levaria à afirmação, por Habermas, de que a continuidade reflexiva do projeto de Estado de bem-estar social e a correlata afirmação da social-democracia representariam, após o colapso do socialismo real, a alternativa e a postura teórico-política por excelência para uma esquerda ocidental não comunista. Com isso, um modelo atual de justiça sociopolítica centrar-se-ia exatamente na reafirmação do Estado de bem-estar social enquanto o centro político diretivo de nossas sociedades democráticas contra o laissezfaire econômico e as políticas de austeridade que o legitimam.
Habermas e a ideia de continuidade reflexiva do projeto de Estado de bem-estar social. O artigo d... more Habermas e a ideia de continuidade reflexiva do projeto de Estado de bem-estar social. O artigo discute a proposta de reformulação da social-democracia por parte de Habermas, bem como a sua contraposição ao neoliberalismo. A crítica de Habermas à social-democracia centra-se na tendência de, no que tange à condução do Estado de bem-estar social, se substituir a democracia de base pela predominância do partido e da sua elite burocrática, o que dificultaria a democratização política do poder, ao passo que a sua crítica ao neoliberalismo aponta para uma recusa, por parte deste, da vinculação político--económica da normatividade do social, que enquadraria o político e o económico a partir de interesses generalizáveis, via Estado de bem-estar social. Estes dois aspetos do pensamento político de Habermas são sintetizados nesta artigo na ideia de continuidade reflexiva do projeto de Estado de bem-estar social. Palavras-chave: Habermas; social-democracia; neoliberalismo; Estado de bem-estar social; modernização.
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Papers by Leno Francisco Danner
em crise” foram realizadas entre os dias 03 e 05 de junho de
2014, na Universidade Federal do Espírito Santo, em Vitória,
com organização de Vitor Cei, David G. Borges e Marcelo
Martins Barreira; 24 e 25 de junho de 2014, na Faculdade
Pitágoras e no Instituto Federal do Espírito Santo, em Linhares,
com organização de Adolfo Oleare, David G. Borges e Vitor Cei;
13 a 15 de junho de 2016, na Universidade Federal de Rondônia,
campus Porto Velho, com organização de Leno Francisco
Danner, Marcus Vinicius Xavier de Oliveira e Vitor Cei. Todas
atenderam a uma demanda por um amplo e inclusivo espaço de
debate sobre a crise política que se intensificou no Brasil depois
das jornadas de junho de 2013, onde pudemos observar, como
em uma sopa densa que não facilitava de modo tão direto a
identificação de todas as variáveis nela presentes, a degradação do
espaço público de debate, a violência contra as diferenças e, no
caso, contra interlocutores de outras posições teórico-políticas, o
autoritarismo do Estado e o aparecimento de novos atores
políticos não necessariamente alinhados a posições explícitas e
contundentes de classe.
Tendo em vista a carência de informações sistematizadas
quanto ao assunto, levando em conta esse caldo espesso e a
amplitude dos fenômenos próprios ao contexto político-cultural e
partidário-institucional das jornadas, buscando ainda e com isso a
problematização desse fenômeno complexo, as palestras das duas
primeiras edições do evento foram reunidas e publicadas no livro
Brasil em crise: o legado das jornadas de junho, organizado por Vitor Cei
e David G. Borges, com edição da Praia Editora, de Gilberto
Medeiros. Os quase 13.000 downloads livres que o livro recebeu
desde o seu lançamento, em julho de 2015, demonstram que os
sentidos e o legado das jornadas de junho despertam amplo
interesse, não apenas dos especialistas de diferentes áreas do
conhecimento, que estudam a cultura política contemporânea,
mas também dos leitores em geral.
Em 2016, com o agravamento da crise política, ruptura
institucional e golpe de Estado, persistimos no esforço de formar matéria crítica necessária à análise dos novos – e arcaicos –
fenômenos políticos brasileiros, de uma perspectiva ética, estética,
jurídica e histórica. Relacionando diferentes áreas do
conhecimento, privilegiam-se as interfaces entre os campos da
Filosofia, do Direito, da Comunicação Social, da História e dos
Estudos Culturais.
Este livro reúne, além de artigos e ensaios de
pesquisadores convidados, as principais palestras da terceira
edição do seminário, que teve como tema O que resta das jornadas
de junho. O objetivo é analisar, a partir de uma abordagem plural,
as dinâmicas teórico-práticas da Realpolitik brasileira e da crise
socioeconômica hodiernas, tendo como eixo central a correlação
das jornadas de junho e de impeachment.
Redigidos entre maio de 2016 e abril de 2017, os capítulos
lidam com a (im)possibilidade de interpretar o momento
presente, pelo menos no sentido de uma análise unidimensional,
dada toda a pluralidade de sujeitos, pautas e problemas que se
apresentaram concomitante e correlatamente. Tendo em vista a
volatilidade do cenário político atual, enquanto preparávamos a
publicação desta coletânea, não pudemos registrar a eclosão de
novas manifestações, à direita e à esquerda, realização de greve
geral, avanços na Operação Lava Jato e tramas obscuras nos
bastidores de Brasília. Assim, este livro já chega ao leitor
“desatualizado”, incapaz de dar conta do assunto como um todo.
Acreditamos, porém, que esta coletânea de escritos tenha valor
como documento histórico e ensaio filosófico, sendo capaz de
lançar alguma luz sobre a crise brasileira atual. Daí vem o sentido
do título.
O que resta das jornadas de junho faz referência ao livro O que
resta de Auschwitz, de Giorgio Agamben, cuja noção de “resto” nos
remete, de um lado, ao problema testemunhal de Auschwitz,
fincado, principalmente, em sua (im)possibilidade, e de outro lado
na tarefa que cabe, dentre outros, à filosofia, de buscar interpretar
a referida (im)possibilidade e limar, o quanto possível, a má-fé, o
uso político e a mitificação do que significou Auschwitz para a
história da humanidade. Nesse sentido, o conceito de “resto” foi
apropriado no curso do evento como um topos analítico que deveria servir como um elemento desmitificador do real
significado das jornadas de junho de 2013.
De todo modo, os trabalhos que estão publicados aqui, ao
reconhecerem a sua profunda vinculação com o fenômeno
completamente contemporâneo e corrente das jornadas de junho,
tanto em termos socioculturais quanto no que diz respeito ao
aspecto propriamente partidário-institucional, assumem-se como
políticos e politizadores, porque diretamente vinculados. Eles são
plurais, porque plurais são os sujeitos epistemológico-políticos, as
lutas, as contradições, os problemas e, certamente, com tudo isso,
também a práxis propositiva deles, sobre eles e para eles. Eles são
políticos, por conseguinte, porque interpretam, assumem
posicionamento e realizam proposições desde a condição
sociocultural de seus pesquisadores e de suas pesquisadoras. Ora,
mais que uma parcialidade, essa vinculação política e politizante é
o caminho que resta a qualquer criticismo social, práxis políticonormativa e diálogo intercultural. As próprias jornadas de junho
de 2013 nos ensinaram, em verdade, que a hegemonia cultural,
política, normativa e institucional somente é possível por essa
vinculação e como luta, e não por qualquer neutralidade
axiológico-política.
O resultado disso são reflexões que, em linhas gerais,
podem ser divididas em quatro blocos: por um lado, Leno
Francisco Danner, Fernando Danner, Agemir Bavaresco, David
G. Borges, Izabela Bravim, Glauber Ataíde, Thaís Ferreira de
Souza, Vitor Cei, Gabriel Caio Correa Borges e Marcus Vinícius
Xavier de Oliveira discutem o legado conservador das jornadas
de junho, a partir de conceitos como pemedebismo, distopia,
falsa consciência, biopolítica, incitadores da turba, paulistanismo,
judicialização da política e estado de exceção. Por outro, André
Sobral, Julie Dorrico e Regina Sanches Xavier pensam as
complexas formas de interações entre indivíduos que organizam
redes de solidariedade e colaboração para combater o discurso
oficial dos poderes estabelecidos, apresentando diversas formas
de resistência, tais como as redes de ações coletivas, a etnomídia e
o ativismo estético. Num terceiro viés, Ronie Alexsandro Teles da
Silveira questiona a própria concepção de crise e recusa o ponto de vista convencional segundo o qual o que está em crise é a
democracia brasileira, pois na medida em que a vida nacional tem
se caracterizado pela fragmentação social e política, a “crise” tem
sido permanente. Por fim, os ensaios de Allain Badiou e Giorgio
Agamben permitem sugerir que o problema central da Filosofia
Brasileira não é o da origem geográfica dos conceitos, mas sim de
como podemos pensar nossa realidade com os instrumentos
conceituais da tradição de pensamento ocidental.
Com esta obra, consolidamos a cooperação entre os
Grupos de Pesquisa em Teoria Política Contemporânea & Ética,
Estética e Filosofia da Literatura, sediados na Fundação
Universidade Federal de Rondônia (UNIR), num esforço
conjunto no que diz respeito à construção e à difusão coletiva do
conhecimento.
Os organizadores desta coletânea querem agradecer
profundamente à FAPERO – Fundação Rondônia de Amparo ao
Desenvolvimento das Ações Científicas e Tecnológicas e à
Pesquisa do Estado de Rondônia – pelo financiamento de projeto
de pesquisa que tornou possível esta publicação.