"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", cantava o nosso saudoso José Mário Branco.
Estamos todos confinados em casa e temos de reinventar o modo como podemos continuar as nossas vidas. Eu, a Ketta e o Matias deveríamos estar em Timor-Leste, a desenhar o país de fio a pavio, mas os aviões ficaram todos em terra e nem havia outra opção a não ser ficar em Portugal...
Assim de repente, dois meses de agenda esvaziada propositadamente em Lisboa para se estar do outro lado do planeta, ficaram exatamente assim, vazios...
Mas o mais incrível é que o nada tende a ser preenchido com uma facilidade tremenda e, entre solicitações, ideias e imprevistos, os dias de quarentena já chegaram a 36 e tudo está a passar demasiado rápido...
Entretanto, o Nextart, centro de formação artística onde dou aulas de desenho, perante o meu vazio de calendário, desafiou-me a criar um curso em regime e-learning, convidando-me também para frequentar um curso de formação de e-formadores (caramba!).
Fiquei a pensar no assunto.
Entretanto o curso iniciou e, de facto, comecei a aprender algumas coisas novas.
E pronto, assim num repente, como que num daqueles momentos em que temos de tomar decisões porque não há mais espaço entre nós, a espada, e a parede, sentei-me à mesa, abri o caderno e comecei a estruturar o curso online de diário gráfico em que eu também gostaria de participar. Vinte e dois minutos depois estava o esqueleto montado. Deixei-o a repousar e, no dia seguinte, voltei a olhar para ele e completei o programa. Chama-se Diário Gráfico em Casa (que outro nome poderia ter?), tem oito sessões e começa dia 8 de maio. Toda a informação aqui.
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