Fumas mais um cigarro.
E penduras as memórias em cabides
Presos por uma velha corda de sisal,
Agarrada às paredes amareladas
Que cada vez que respiras se desfaz mais a cal.
Lá ao longe,
Naquela casa em ruínas prostrada no monte.
Naquele monte onde não deixas ninguém ir.
No topo daquela colina, onde não deixas ninguém subir,
Soltas o fumo como nevoeiro e pensas…
Sozinho,
Escondeste-te na sombra por trás porta
Como fazias em criança
E pensas que ninguém te vê.
Pensas.
Mas essa casa não existe
Não te consegues esconder.
Já não te podes esconder.