E, pela terceira vez: Negativo.
Bem, depois da minha última postagem, passada a neurose, fiquei mais tranquila, sabendo que, se tivesse que dar certo, não seria um estradiol baixo que estragaria tudo (ou seria?!).
Mantive as esperanças, ao mesmo tempo que fui me preparando psicologicamente para o negativo... Depois disso, fiz menos repouso, arrisquei tomar meia xícara de café. Talvez, no fundo, eu já soubesse.
Bem, na segunda-feira fui ao laboratório antes de ir para o trabalho. O resultado saiu logo depois do almoço.
BHCG: < 2 mUI/ml
Estradiol: 209,4 pg/ml
Progesterona: 18,92 ng/ml
Vi da minha mesa mesmo, pela internet. Por pior que seja a sensação do momento, eu não chorei.
Mantive a calma (afinal, eu estava trabalhando!). Alguns minutos depois, passado o choque inicial, liguei para o Fabio e contei (pela 1ª vez, dei esta notícia num tom tranquilo).
Mandei um e-mail com o resultado para o meu médico.
Meu chefe chegou, e olhou assustado para minha cara (eu não tinha chorado, mas devia estar com uma cara de quem levou (mais) uma punhalada da vida. Contei para ele também. Ele me abraçou, disse que o que tiver que ser meu, ainda vou conseguir... Disse que, se eu não estivesse bem para ficar trabalhando, poderia ir embora. Preferi ficar.
O Dr respondeu meu email, dizendo que ficou muito chateado, e que pela qualidade dos embriões esperava algo diferente. Nessas horas não há muito o que se falar, não é?! Mas disse ainda vamos lutar pelo positivo. Pediu que agendasse um horário com ele esta semana. Marquei para amanhã.
No fim do dia cheguei em casa. Ao contrário do que havíamos sonhado, não teve resultado positivo, nem festa, nem brindes, e nem lágrimas. Mas teve abraços e beijos do marido, declarações de amor, apoio, presentinhos comestíveis, edredom quentinho e muito cafuné.
Apesar de toda esta frustração, desta imensa tristeza, me sinto serena - e ao mesmo tempo confusa... será que um dia eu ainda vou conseguir? será que vai demorar muito mais? será que há algum outro problema ainda não descoberto? quantas tentativas serão necessárias? será que é um castigo? será que sobreviverei a um novo tratamento?
Affe, como eu queria desistir de tudo isso! Mas, por mais que esteja física, financeira e psicologicamente cansada, meu coração permanece disposto.
Ainda não sei o que faremos. Só sinto que, ainda, não é a hora de parar.