Meningites Apg

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MENINGITES:

Conceito

● A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que revestem o


cérebro e a medula espinhal. Essas membranas incluem a pia-máter e a
aracnóide, e a inflamação afeta principalmente o espaço subaracnóideo (ESA).

● Ela pode ser causada por vários agentes etiológicos, como bactérias, vírus,
fungos e parasitas. Esses patógenos invadem o sistema nervoso central (SNC)
por diferentes mecanismos e desencadeiam uma resposta inflamatória.

Transmissão

● A transmissão depende do agente infeccioso:

○ Bactérias: Transmissão geralmente ocorre através de gotículas


respiratórias ou contato íntimo com secreções nasofaríngeas
contaminadas.

○ Vírus: Pode ocorrer por contato direto com secreções respiratórias


contaminadas, e em casos de enterovírus, a transmissão é fecal-oral.

○ Fungos: A inalação de esporos fúngicos, especialmente em indivíduos


imunocomprometidos, pode levar à infecção.

Vias de Infecção

● Acesso direto: Patógenos podem entrar diretamente no SNC por fraturas de


crânio, defeitos congênitos, ou complicações cirúrgicas.

● Acesso por contiguidade: A infecção se espalha a partir de estruturas


adjacentes ao SNC, como otites médias, sinusites e mastoidites.

● Via hematogênica: A disseminação pelo sangue atravessa a barreira


hematoencefálica, infectando o SNC.

Classificação
● Meningite Bacteriana: A forma mais comum e a mais grave, associada a altas
taxas de mortalidade e morbidade se não tratada adequadamente.

● Meningite Viral (asséptica): Geralmente mais branda, com recuperação


espontânea na maioria dos casos.

● Meningite Fúngica e Parasitária: Afeta predominantemente indivíduos


imunocomprometidos, com progressão lenta e sintomas insidiosos.

Meningite Bacteriana
Informações Gerais

● A meningite bacteriana é uma infecção grave que pode levar a sequelas


neurológicas permanentes ou morte. A disseminação se dá através de gotículas
respiratórias ou contato com secreções contaminadas.

● O período de incubação geralmente varia entre 2 a 10 dias, dependendo do


agente bacteriano envolvido.

Principais Tipos de Meningite Bacteriana

1. Meningite Meningocócica (Neisseria meningitidis):

○ Transmissão: Via respiratória por gotículas, comum em surtos


epidêmicos.

○ Sintomas: Febre alta, cefaleia, rigidez de nuca e presença de manchas


cutâneas (petéquias). O choque séptico pode ocorrer em casos graves,
levando rapidamente à morte.

○ Complicações: Pode levar a surdez, danos cerebrais, amputações (em


casos de necrose extensa) e falência múltipla de órgãos.

2. Meningite Pneumocócica (Streptococcus pneumoniae):


○ Transmissão: Associada a infecções respiratórias, como pneumonias e
otites.

○ Sintomas: Febre, rigidez de nuca, e cefaleia severa, frequentemente


acompanhada de alterações no estado mental.

○ Complicações: Altas taxas de mortalidade e morbidade, podendo causar


déficits neurológicos permanentes.

3. Meningite por Haemophilus Influenzae:

○ Transmissão: Comum em crianças não vacinadas antes da introdução


da vacina Hib.

○ Sintomas: Febre, rigidez de nuca, letargia e sinais de irritação meníngea.

○ Complicações: A infecção pode evoluir rapidamente, levando à perda


auditiva e distúrbios de aprendizado.

4. Meningite por Listeria (Listeria monocytogenes):

○ Transmissão: Via ingestão de alimentos contaminados (leite não


pasteurizado, queijos, carnes).

○ Sintomas: Febre, cefaleia, confusão mental, além de sintomas


gastrointestinais.

○ Complicações: Afeta principalmente recém-nascidos, gestantes, idosos e


imunocomprometidos. Pode levar à septicemia e morte fetal em grávidas.

5. Meningite Associada ao Trauma:

○ Causa: Trauma craniano com fratura de base de crânio, facilitando a


entrada de patógenos.

○ Sintomas: Cefaleia intensa, rigidez de nuca, e drenagem de líquido


cerebroespinhal pelo nariz ou ouvidos.
○ Complicações: Risco elevado de infecções bacterianas secundárias,
especialmente por bactérias do trato respiratório superior.

6. Meningite Associada à Neurocirurgia:

○ Causa: Resultante de procedimentos neurocirúrgicos, principalmente com


dispositivos invasivos, como drenos ventriculares.

○ Sintomas: Febre, dor de cabeça, sinais de irritação meníngea e, por


vezes, secreção purulenta no local da cirurgia.

○ Complicações: Risco aumentado de formação de abscessos cerebrais e


tromboses venosas.

Fatores de Risco

● Imunossupressão, como HIV, uso de medicamentos imunossupressores e


transplantes.

● Trauma craniano recente, sinusites crônicas ou otites.

● Cirurgias neurológicas prévias, especialmente com dispositivos invasivos no


SNC.

Fisiopatologia:

● Quando uma bactéria entra no espaço subaracnóideo, o sistema de defesa do


corpo reage rapidamente. A primeira coisa que acontece é que os vasos
sanguíneos nessa área ficam mais dilatados (hiperemia) e começam a vazar,
permitindo que os neutrófilos entrem no espaço subaracnóideo para combater a
infecção. Esses neutrófilos liberam um fluido inflamatório, chamado exsudato,
que se acumula principalmente na base do cérebro e ao longo das bainhas dos
nervos cranianos e da medula espinhal.

● Nos primeiros dias, os neutrófilos começam a engolir as bactérias, e com o


tempo, outras células como linfócitos e histiócitos também entram em ação. O
corpo produz mais fibrinogênio, que se transforma em fibrina e forma uma "rede"
para aprisionar as bactérias e células de defesa.

● O exsudato pode bloquear o fluxo do líquido cefalorraquidiano (LCR), resultando


em hidrocefalia, que é o acúmulo de líquido no cérebro. Isso aumenta a pressão
intracraniana, levando a sintomas como dor de cabeça, vômitos e, em casos
graves, coma.

● Além disso, essa inflamação causa um edema vasogênico, que é quando os


vasos sanguíneos danificados começam a liberar líquido no tecido cerebral. Isso
faz com que o cérebro inche, o que pode piorar os sintomas e aumentar o risco
de convulsões e outras complicações graves.

Manifestações Clínicas

● Adultos: Febre alta, cefaléia intensa, rigidez de nuca, confusão mental, náuseas,
vômitos e convulsões.

● Neonatos: Letargia( estado físico em que a pessoa fica com seus níveis de
energia abaixo do normal), irritabilidade, alimentação deficiente, abaulamento
de fontanelas(hidrocefalia) e crises convulsivas.

● Sinais Específicos: Sinal de Kernig (resistência à extensão do joelho), Sinal de


Brudzinski (flexão dos quadris ao flexionar o pescoço).

Diagnóstico

● Punção lombar revelando líquido cefalorraquidiano com presença de neutrófilos


em grande quantidade, proteína elevada e hipoglicorraquia (glicose baixa).

● Testes de hemocultura

● PCR para identificar o agente bacteriano.

Tratamento

● Antibioticoterapia empírica imediata com Ceftriaxona ou Vancomicina em


casos graves.

● Uso de corticosteróides (dexametasona) para reduzir a inflamação e


prevenir complicações, especialmente em meningites pneumocócicas.
Prevenção

● Vacinação contra Neisseria meningitidis, Streptococcus pneumoniae e


Haemophilus influenzae.
● Quimioprofilaxia para contatos próximos em casos de meningite meningocócica.

Complicações

● Hidrocefalia, edema cerebral, trombose venosa, convulsões recorrentes, surdez


e déficits cognitivos ou motores.

Meningite Viral
Informações Gerais

● A meningite viral é, em geral, menos grave que a bacteriana e autolimitada. Na


maioria dos casos, a recuperação completa ocorre em semanas.

● A transmissão pode ocorrer por contato direto com secreções respiratórias


contaminadas ou via fecal-oral (casos de enterovírus).

Principais Tipos de Meningite Viral:

1. Meningite por Enterovírus:

○ Transmissão: Principalmente via fecal-oral, comum em crianças.

○ Sintomas: Febre, cefaleia, rigidez de nuca e sintomas gastrointestinais


leves.

○ Prognóstico: Recuperação completa em poucas semanas na maioria


dos casos.

2. Meningoencefalite Herpética:

○ Causa: Infecção pelo vírus herpes simples (HSV-1 e HSV-2).


○ Sintomas: Febre, convulsões, alterações comportamentais
(agressividade e confusão mental), e comprometimento do lobo temporal.

○ Tratamento: Aciclovir intravenoso, que pode prevenir a progressão para


encefalite.

Fatores de Risco

● Contato com secreções contaminadas


● Imunodepressão
● Exposição a surtos virais.

Manifestações Clínicas

● Febre
● Cefaleia
● Náuseas
● Vômitos
● Rigidez de nuca
● Mialgias
● Em alguns casos convulsões e encefalite.

Diagnóstico

● Exame Quimiocitológico do Líquor com predomínio de linfócitos, glicose normal,


e ausência de bactérias. PCR é essencial para confirmar o agente viral,
principalmente o HSV (herpesvirus).

● Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (qPCR)

Tratamento

● Meningites virais são autolimitadas, mas podem exigir suporte com analgésicos,
antitérmicos e hidratação para tratamento sintomatológico.

● Aciclovir intravenoso é indicado para meningoencefalites herpéticas.


Meningite Fúngica
Informações Gerais

● A meningite fúngica não é transmitida de pessoa para pessoa. Geralmente os


fungos são adquiridos por meio da inalação dos esporos (pequenos pedaços de
fungos) que entram nos pulmões e podem chegar até as meninges.

Principais Tipos de Meningite Fúngica:

1. Meningite Criptocócica:

○ Causa: Cryptococcus neoformans, um fungo encontrado em fezes de


pássaros e no solo.

○ Sintomas: Cefaleia persistente, febre, confusão mental e, em casos


graves, coma.

○ Tratamento: Anfotericina B, seguida de fluconazol por longo período.

Fatores de Risco

● Pacientes com AIDS (Imunodeprimidos não conseguem combater a infecção)


● Uso prolongado de corticosteróides
● Doenças crônicas que enfraquecem o sistema imunológico.
● Contato frequente com fezes de aves.

Manifestações Clínicas

● Cefaleia crônica
● Febre baixa
● Rigidez de nuca
● Alterações visuais e sensoriais
● Perda progressiva de cognição.

Diagnóstico

● Cultura do LCR para fungos


● Teste de antígeno criptocócico
● Exames de imagem para excluir lesões ocupantes de espaço.
Tratamento

● Terapia antifúngica agressiva com anfotericina B e fluconazol, com


acompanhamento rigoroso para evitar recidivas.

Complicações

● Perda cognitiva, danos visuais, paralisia nervosa e, em casos graves, coma e


morte.

Síndromes Meníngeas
As síndromes meníngeas são um conjunto de sinais e sintomas que indicam a
presença de inflamação das meninges, independente da etiologia. Esses sinais são de
grande importância clínica para a suspeita diagnóstica de meningite.

Principais Sinais Clínicos

● Rigidez de nuca: Dificuldade de flexionar o pescoço devido à irritação


meníngea.
● Sinal de Kernig: Resistência à extensão do joelho quando o quadril está
flexionado.
● Sinal de Brudzinski: Flexão involuntária dos quadris e joelhos ao flexionar o
pescoço.

Manifestações Sistêmicas

● Cefaleia intensa, náuseas, vômitos em jato, fotofobia, fonofobia, e febre.


● Alteração do nível de consciência que varia de sonolência a coma profundo.

Diagnóstico

● A combinação de febre, cefaleia e rigidez de nuca deve sempre levantar a


suspeita de meningite.

● A confirmação diagnóstica é feita por punção lombar, revelando a composição


do LCR, além de exames laboratoriais e de imagem (tomografia ou ressonância
magnética) quando necessário.

Complicações
● Se não tratada, as síndromes meníngeas podem progredir para edema cerebral,
convulsões, hipertensão intracraniana e morte.

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