Cinemática Da Particula

Descargar como pdf o txt
Descargar como pdf o txt
Está en la página 1de 16

CINEMÁTICA

DA
PARTÍCULA

Mariana Sacrini Ayres Ferraz


Movimento em
uma dimensão
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Calcular a velocidade e a aceleração média de um sistema a partir


das informações de posição e tempo.
„„ Resolver problemas de movimento envolvendo velocidades e ace-
lerações constantes.
„„ Construir gráficos de velocidade e de aceleração em função do tempo.

Introdução
Os estudos dos movimentos em uma dimensão são essenciais para se
iniciar os estudos de cinemática, já que, posteriormente, os elementos
estudados em uma dimensão poderão ser generalizados para dimensões
maiores. Nesse sentido, entender os conceitos de posição, velocidade e
aceleração, além de suas interpretações físicas e gráficas, é crucial para
o entendimento da temática.
Neste capítulo, você vai estudar os conceitos de posição, velocidade
e aceleração, compreendendo também como fazer gráficos, interpretar
esses conceitos e resolver problemas.

1 Velocidade e aceleração a partir


da posição no tempo
Nesta seção, você verá como determinar a velocidade e a aceleração de um
objeto ou sistema a partir do conhecimento da sua posição no tempo.
2 Movimento em uma dimensão

Posição no tempo
Se um objeto estiver localizado em algum ponto no espaço, podemos represen-

tar essa localização com um vetor posição, que chamamos de r . Esse objeto

pode se movimentar, gerando, então, uma posição por tempo, r (t). Você pode
encontrar essa posição medindo o tempo.
A Figura 1 mostra a posição de um objeto medida no tempo, a cada
0,5 segundo. Em (a), temos um diagrama do movimento, em que cada ponto
representa a posição do objeto no tempo. Depois de quatro intervalos temporais,
ou 2,0 s, o objeto se encontra em (x4, y4) = (12 m, 9 m). Alternativamente,
em (b), podemos indicar a posição por um vetor, cujo módulo é 15 m, com
inclinação de 37º.

Figura 1. Representações da posição pelo tempo de


um objeto.
Fonte: Knight (2009, p. 6).
Movimento em uma dimensão 3

Neste capítulo, vamos apenas considerar movimentos em uma dimensão.


Assim, o vetor posição pode ser escrito como x = x(t). O deslocamento de
um objeto é, então, dado pela diferença entre o vetor posição final e o vetor
posição inicial, conforme lecionam Bauer, Westfall e Dias (2012). Ou seja:

→ → →
∆r = r 2 – r 1

Em uma dimensão, temos que:

∆x = x2 – x1

Já a distância l percorrida é dada por:


l = |∆r |

ou, em uma dimensão:

l = |∆x|

Lembre-se de que, se o deslocamento em uma dimensão não for sempre no mesmo


sentido, você deve dividi-lo em trechos unidirecionais. Assim, a distância em cada
trecho deve ser somada, para se encontrar a distância total percorrida.
Por exemplo, considere que um objeto saiu do ponto A, foi para C e depois para B.
Podemos dividir a movimentação em dois trechos, de A para C e de C para B, conforme
mostra a figura abaixo. Cada trecho está representado por vetores.

A B C

1
2
Total

O deslocamento total está representado pelo vetor pontilhado desde a origem,


no ponto A, até o ponto final B. Já a distância total percorrida será igual à soma do
módulo de cada trecho, ou seja:

l = l1 + l2 = |∆x1| + |∆x2|
4 Movimento em uma dimensão

Vamos ver agora como se encontra a velocidade e a aceleração a partir


da posição.

Velocidade
Genericamente, a palavra velocidade está relacionada a quatro conceitos
diferentes: a velocidade média, a velocidade instantânea, a velocidade escalar
e a velocidade escalar média. Vamos ver cada um desses conceitos. A variação
do deslocamento pelo tempo nos dá o que chamamos de velocidade média
(BAUER; WESTFALL; DIAS, 2012; BEER et al., 2019). A velocidade média
é, então, um vetor que, em uma dimensão, é dado por:

A velocidade instantânea, que é chamada apenas de velocidade, é definida


com o auxílio de derivadas. Assim:

Já a velocidade escalar é o módulo do vetor de velocidade, ou seja:

v = |vx|

e a velocidade escalar média é dada por:

Veja um exemplo a seguir.


Movimento em uma dimensão 5

Um atleta está fazendo seu treino de corrida. Para isso, ele deve percorrer 500 m e,
depois, voltar ao ponto inicial. O técnico mediu o tempo do atleta, sendo que ele
levou 55 s na ida e 58 s na volta. Qual é a velocidade média e escalar média para cada
trecho e para o percurso total?
Considerando o ponto inicial como zero, para o trecho de ida, temos como velocidade
média:

A velocidade escalar média nesse trecho é a distância pelo intervalo de tempo,


que, nesse caso, é:

|v–x1| = 9,09 m/s

Para o trecho de volta, temos que a velocidade média é:

e a velocidade escalar média é:

|v–x2| = 8,62 m/s

Agora, para todo o percurso, temos que o deslocamento total é zero. Assim, a
velocidade média é zero. Já a velocidade escalar média é igual à distância total pelo
tempo, ou seja:

Aceleração
A aceleração média é definida como a variação da velocidade em um intervalo
de tempo (BAUER; WESTFALL; DIAS, 2012; BEER et al., 2019), ou seja:
6 Movimento em uma dimensão

A aceleração instantânea é definida com a ajuda de derivadas. Assim,


temos que:

2 Problemas com velocidade e


aceleração constantes
Agora que você verificou como encontrar a velocidade e a aceleração e compre-
endeu a relação desses conceitos com a posição, nesta seção, serão apresentados
problemas relacionados a essa temática.

Movimento uniforme
Quando temos algum objeto se movendo com velocidade constante, esse mo-
vimento é chamado de movimento uniforme, conforme definem Marques e
Ueta (2007). Podemos citar alguns pontos importantes desse tipo de movimento
(Figura 2), descritos a seguir.

„„ Deslocamentos iguais correspondem a intervalos de tempo iguais.


„„ O gráfico de posição pelo tempo deve ser uma linha reta.
„„ A velocidade média é a inclinação do gráfico de posição pelo tempo.

Figura 2. Gráfico da posição pelo tempo de um


movimento uniforme.
Fonte: Knight (2009, p. 35).
Movimento em uma dimensão 7

Problema 1

Dois colegas estão andando de bicicleta em uma pista reta. Os gráficos da


Figura 3 representam a posição no tempo das duas bicicletas. Encontre a
velocidade média de cada um e descreva seus movimentos.

Figura 3. Posição pelo tempo das duas bicicletas.

Os gráficos mostrados são duas retas. Assim, podemos dizer que os dois
movimentos possuem velocidade constante. Para encontrarmos a velocidade,
podemos usar a inclinação de cada reta. Assim, para a bicicleta A, temos que:

Considerando o intervalo de tempo de 0 a 5 s, ficamos com:


8 Movimento em uma dimensão

Agora, para a bicicleta B, considerando o mesmo intervalo de tempo,


encontramos que:

Assim, podemos concluir que a bicicleta A está andando com velocidade


constante igual a 4 m/s para a direita, a partir da posição 5 m, e a bicicleta
B está andando para a esquerda com velocidade constante igual a 2 m/s,
a partir da posição 15 m.

Movimento uniformemente acelerado


Vamos agora pensar em aceleração. Nesse caso, também podemos ter movi-
mentos cuja aceleração seja constante. Trata-se do chamado movimento uni-
formemente acelerado, conforme apontam Marques e Ueta (2007). Podemos
citar alguns pontos importantes desse tipo de movimento, descritos a seguir.

„„ Variações de velocidade iguais correspondem a intervalos de tempo


iguais.
„„ O gráfico de velocidade pelo tempo deve ser uma linha reta.
„„ A aceleração média é a inclinação do gráfico de velocidade pelo tempo.
„„ O gráfico de posição pelo tempo é quadrático.

Problema 2

Uma pessoa correndo em uma pista reta exibe o gráfico de velocidade pelo
tempo mostrado na Figura 4. Encontre sua aceleração média e descreva seu
movimento.
Movimento em uma dimensão 9

Figura 4. Velocidade pelo tempo do corredor.

Como o gráfico da velocidade pelo tempo é uma reta, podemos afirmar


que a aceleração média é constante. Para encontrarmos a aceleração, podemos
encontrar a inclinação da reta. Assim:

Assim, a aceleração é negativa e constante, sendo igual a 1 m/s. A velocidade


inicia em 4 m/s2 e diminui até chegar a zero em t = 4 s. Depois, a velocidade
se torna negativa. Portanto, podemos dizer que o corredor segue para a direita
com aceleração negativa de 1 m/s2 até parar e, depois, muda o sentido para a
esquerda e segue com aceleração negativa de 1 m/s2.

3 Gráficos de velocidade e aceleração


pelo tempo
A partir da informação da posição pelo tempo, podemos construir o gráfico
da velocidade pelo tempo. Como vimos anteriormente, a velocidade instan-
tânea é dada pela derivada da posição pelo tempo, ou seja, ela é equivalente
à inclinação da reta tangente no ponto em questão.
10 Movimento em uma dimensão

Veja a Figura 5. Na primeira imagem, temos um gráfico da posição pelo


tempo de um objeto. Podem ser observados três trechos distintos: de 0 a 2 s,
de 2 a 4 s e de 4 a 6 s. Cada trecho é uma reta, então, já podemos concluir
que a velocidade será constante em cada um deles e igual à inclinação, ou
declividade, de cada reta. Para encontrar a inclinação, fazemos ∆x/∆t. Assim,
para o primeiro trecho, temos que:

Figura 5. Exemplo de gráficos de posição por tempo e de velocidade por tempo.


Fonte: Knight (2009, p. 40).

Fazendo essa mesma conta para os outros trechos, encontramos as velo-


cidades de –2,0 m/s, 0 m/s e 5,0 m/s, para o primeiro, o segundo e o terceiro
trecho, respectivamente. Essas velocidades estão mostradas no segundo grá-
fico. Analisando os dois gráficos, podemos concluir, então, que o objeto está
se movendo inicialmente para a esquerda com velocidade de 2 m/s; depois,
fica parado por 2 s, e depois se move para a direita com velocidade de 5 m/s.
Em cada um desses trechos, temos um movimento uniforme com velocidade
constante.
Movimento em uma dimensão 11

No caso mostrado na Figura 5, a posição varia com o tempo linearmente.


Mas a posição pode variar com o tempo com diferentes dependências.
Na Figura 6, a posição s é uma função do tempo t igual a s(t) = 2t2, mostrada
em (a). A velocidade em cada ponto será equivalente à inclinação da reta
tangente no mesmo ponto. Para encontrarmos a velocidade, podemos usar que:

Figura 6. Posição variando com o tempo não


linearmente.
Fonte: Knight (2009, p. 42).

Assim, temos que:

que está mostrada em (b). Essa derivada foi resolvida pela regra da potência
(SILVA; FERRAZ, 2018). Assim, é interessante que você faça uma revisão
de derivadas para poder resolver esse tipo de questão.
12 Movimento em uma dimensão

Da mesma maneira, a partir do gráfico da velocidade, podemos encontrar


o gráfico da aceleração. Quando a aceleração é constante, a velocidade possui
um comportamento linear, e a posição possui um comportamento quadrático.
A Figura 7 mostra um resumo das características dos gráficos da aceleração,
da velocidade e da posição pelo tempo, para os movimentos com velocidade
constante e aceleração constante.

Figura 7. Resumo das características do movimento com velocidade constante e do mo-


vimento com aceleração constante.
Fonte: Knight (2009, p. 51).

BAUER, W.; WESTFALL, G. D.; DIAS, H. Física para universitários: mecânica. Porto Alegre:
AMGH, 2012.
BEER, F. P. et al. Mecânica vetorial para engenheiros. 11. ed. Porto Alegre: AMGH, 2019.
Movimento em uma dimensão 13

KNIGHT, R. D. Física: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. v. 1.
MARQUES, G. da C.; UETA, N. Mecânica (Básico). [S. l.], 2007. Disponível em: http://efisica.
if.usp.br/mecanica/basico/. Acesso em: 15 abr. 2020.
SILVA, C. da; FERRAZ, M. S. A. Fundamentos de física e matemática. Porto Alegre: Sagah,
2018.

Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.

También podría gustarte