Mostrar mensagens com a etiqueta Borboletas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Borboletas. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

"A Maravilha do dia"

A "maravilha do dia" terá de ser esta borboleta que voa no Outono pelos bosques caducifólios europeus, não se aventurando para aqueles de influência mais mediterrânica.


Dichonia aprilina - Parque Natural Sintra-Cascais. Novembro 2012

A Dichonia aprilina, assim denominada cientificamente é uma bela espécie com uma cor fantástica verde clara e o padrão negro confere-lhe uma camuflagem impressionante nos troncos cobertos de musgo e líquenes e onde passa despercebida à maioria dos predadores.


Dichonia aprilina - Parque Nacional Peneda Gerês, Novembro 2012. Camuflada num tronco coberto de líquenes.

Uma borboleta assim só podia ser denominada pelos ingleses "Merveille du Jour", é um nome francês mas não usado por eles, apenas em Inglaterra... coisa estranha.

É mais uma jóia a proteger:
- da destruição dos nossos bosques autóctones para plantação de monoculturas de exóticas
- dos efeitos das alterações climáticas
- da proliferação de espécies exóticas invasoras
- da falta de conhecimento de todos nós pela nossa Natureza.

domingo, 20 de novembro de 2011

Cornifrons ulceratalis

No passado 17 de Novembro encontrei em Lisboa uma pequena borboleta da família Crambidae que à primeira vista não consegui identificar.
A consulta da bibliografia e a internet permitiu chegar à conclusão de que se trata de uma Cornifrons ulceratalis Lederer, 1858, uma espécie que apenas tinha sido observada em Portugal em duas ocasiões, ambas no Algarve e ambas em 1994. Este é portanto não só o primeiro registo em quase 20 anos em Portugal como é o mais a norte já registado no nosso país: e tudo fortuitamente enquanto me encontrava no local de trabalho, já que a borboleta esvoaçava nervosamente contra a janela da sala.


C. ulceratalis de 17-XI-2011

A Cornifrons ulceratalis pertence a um género com apenas três espécies, distribuindo-se as outras duas por zonas semi-desérticas da Califórnia e Arizona e a C. ulceratalis um pouco por todo o Norte de África e próximo oriente entre Marrocos e a Siria e o Irão. É ainda conhecida como migradora ocasional no sul da Europa (Espanha, França, Itália, etc.) sendo arrastada por ventos fortes de Sul, acompanhando outras espécies migratórias.

Em 2009 foi alvo de um interessante artigo devido ao seu achado em Espanha e França nos dias a seguir a ventos predominantes vindos do norte de África que além de trazerem outras espécies migratórias abundantes nesta altura do ano, trouxeram poeira vinda do deserto e pôde-se determinar as possíveis zonas de origem dos exemplares avistados.
O artigo encontra-se aqui.

O exemplar agora localizado em Lisboa, após um período de intenso temporal en todo o país poderá ser o primeiro de muitos que terão sido trazidos pelos ventos predominantes de sul na semana anterior e que originaram a certo ponto até a existência de super-células e temporal forte.


Vista lateral do mesmo exemplar de C. ulceratalis.

Trata-se pois de mais um registo importante para a monitorização quer das alterações climáticas quer da composição da biodiversidade em Portugal, o conhecimento de mais registos através do armadilhamento nocturno ou mesmo de fotografia de borboletas encontradas poderá proporcionar-nos uma perspectiva mais acertada do que se passa.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Uma noite observando borboletas nocturnas no Alentejo

O Alentejo é aquela região de Portugal que despertou para o estudo da biodiversidade apenas muito recentemente. É que por um lado a riqueza, a aristocracia (as pessoas que têm tempo) e efectivamente a maior parte da população sempre viveu ou na franja litoral entre Lisboa e o Porto ou então no norte do país. A proximidade a esses locais mais húmidos e ou montanhosos e luxuriantes e a distância enorme para uma região deprimida economicamente e pouco acidentada em tudo dificultaram o estudo da rica fauna e flora que existe no Alentejo.
Foi apenas com o despertar do Algarve em meados do século XX como destino turístico que as vias começaram a ser melhoradas e tornou-se mais fácil aí chegar. Apesar de ser "apenas uma vasta zona plana" no caminho das praias algarvias, devagarinho se começou a olhar mais para os tesouros escondidos do Alentejo.
Longe de ser apenas a vasta planície de erva doirada onde o pôr-do-sol de final de Verão não deve nada ao tipicamente africano, pautada pela ocasional azinheira ou o altivo "Monte", o Alentejo possui uma variedade de habitats e ecossistemas notável fruto da sua extensão e micro-climas, das diferentes práticas agrícolas e da imensamente variada geologia.
No que diz respeito às borboletas, que como me canso de dizer, são um dos melhores grupos que podemos estudar para avaliar o estado de saúde dos ecossistemas apenas muito recentemente se tem prestado alguma atenção ao Alentejo: é uma região enorme, fracamente povoada, há poucos borboletólogos e é preciso algum engenho e arte para encontrar borboletas que pela secura que pauta esta região têm períodos de voo algo ajustados aos fugazes períodos mais favoráveis, entre o final do Inverno e Junho e no final do Outono: o Verão é geralmente tórrido e o Inverno húmido e frio.
Nos últimos anos eu, o Dinis Cortes e o Ivo Rodrigues temo-nos dedicado a tentar saber que espécies de borboletas nocturnas existem no Alentejo profundo e sempre que possível têm se feito sessões de armadilhamento para assim podermos estudar uma interessante fauna tipicamente mediterrânica e ainda desconhecida. Temos tido também a ajuda / companhia frequente de inúmeros colegas e amigos que tornam tudo mais especial.

No passado inicio de Abril lá fui eu, o habitual Dinis Cortes e o Fernando Romão tentar armadilhar numa zona a sul de Serpa, perto do Pulo do Lobo onde nunca antes se havia armadilhado por borboletas nocturnas. Trata-se de uma zona de meia encosta perto da Ribeira de Limas. Estávamos rodeados de matagal mediterrânico de estevas e azinheiras sobre substrato de xistos, habitat que não sendo demasiado rico é típico de uma vasta área no sul de Portugal.

Dinis Cortes e Fernando Romão... em acção.

Foi visto um total de 56 espécies diferentes, a maioria componentes de uma característica fauna primaveril mediterrânica que em Portugal podemos encontrar no Algarve, no Alentejo e algumas espécies no vale encaixado do Douro.
Ora aqui alguns exemplos, que mostram a diversidade de formas, cores e padrões nas borboletas nocturnas.


Gnopharmia stevenaria (Geometridae)


Dyscia penulataria e Dyscia distinctaria (Geometridae), duas espécies semelhantes morfologicamente, distintas ecologicamente.


Omphalophana serrata (Noctuidae) - incomum espécie mediterrânica.


Synthimia fixa (Noctuidae) - na Primavera, esta espécie é típica nestes habitats, voando de dia e de noite.


Zethes insularis - Espécie subtropical, rara em Portugal e agora nova para o Alentejo.


Lymantria atlantica (Lymantridae)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Hold still



Anthocharis cardamines
Arrábida, Portugal

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Acherontia atropos

The Death's Head Hawkmoth is one of the largest moth species in Europe and is a very interesting species from many points of view.

Belonging to a mostly tropical offshoot of the Sphinginae (true hawkmoths) and widespread in the Afrotropical region, it ventures into the southern Palaearctic region during the Summer where it is to be found often in abundance.

The caterpillars feed mostly on Solanaceae (potatoes and nightshades) but also Oleaceae (Olea europaea, Ligustrum spp.) and Verbenaceae (Alloysia triphylla) and are striking.

In Portugal this is mostly a late summer migrant species having been found through the country but with most records from the south (Alentejo, Algarve) and the coasts.


4th ínstar larva.


close-up of 4th ínstar larva


young 5th ínstar larva


older 5th ínstar larvae can grow up to 12cm long.


Before pupation, the caterpillar builds a well enclosed earthen chamber deep into the soil. As a pupa, they can overwinter in milder places but in tropical conditions this phase only lasts for about a month.


The adult is a stunning moth with a well-known pattern on the thorax, resembling a Death's Head!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Borboletas Nocturnas no Parque Natural de Montesinho

De 21 a 25 de Maio de 2009 decorreram as Noites Europeias de Borboletas Nocturnas e uma equipa esteve no Parque Natural de Montesinho, expoente máximo da diversidade de borboletas em Portugal, afim de registar o que aparecia e assim aumentar e muito as espécies conhecidas para o evento (mais info AQUI) .

O resultado foi fantástico com mais de 120 espécies de Macrolepidópteros observadas em três noites por uma equipa de 5 pessoas!

São de especial realce duas espécies novas para Portugal:

Apamea crenata (Noctuidae)

Lobophora halterata (Geometridae)

E inúmeros 2º e 3ºs registos em Portugal como:

Siona lineata (Geometridae)

Hypena obesalis (Noctuidae)

Orthosia gracilis (Noctuidae)

Leucania comma (Noctuidae)

Outras espécies raras observadas:
Athetis pallustris (Noctuidae), Aethalura punctulata (Geometridae), Notodonta tritophus (Notodontidae), Hada plebeja, Pachetra sagittigera (Noctuidae)...
Mais um motivo para preservarmos esta região tão importante para a biodiversidade nacional e Ibérica além da própria cultura e as gentes que localmente são de uma riqueza enorme!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

VI Noites Europeias de Borboletas Nocturnas | European Moth Nights 2009

Para todos, em todo o país, pelas borboletas, pelos ecossistemas!
LEIA, PARTICIPE, DIVULGUE

terça-feira, 21 de abril de 2009

Anthocharis euphenoides

A Anthocharis euphenoides traz um brilhante colorido amarelo à primavera, pena que cada vez mais raro...
Distribuida por Portugal, Espanha e sul de França, esta espécie pode eventualmente ser localmente abundante mas especialmente em Portugal, muitas das suas populações desapareceram nos últimos 50 anos. Exemplos destas populações são as dos arredores de Lisboa como na zona de Sintra (anos 50) e na serra da Arrábida e São Luis (anos 70) enquanto as populações do curso superior do Rio Douro mantém-se mais ou menos saudáveis.
Os motivos destes desaparecimentos locais não estão bem documentados mas na zona de Sintra tal dever-se-à provavelmente à expansão urbanistica que ocupou os habitats adequados (zonas onduladas e colinas xerotermófilas com abundância da planta alimentícia, espécies perenes de Biscutella, Cruciferae). Na Arrábida o seu desaparecimento é dificil de perceber dado o relativamente rico e bem preservado coberto vegetal mas a planta alimentícia é de facto rara e desenvolve-se maioritariamente nas bermas das estradas. Se pensarmos que a vegetação destas bermas é cortada no periodo máximo de floração e voo das borboletas... é fácil daí depreender que o futuro não é fácil! Ora, o corte em Março-Abril destas bermas é feito sensivelmente desde os anos 70-80...
As fotos que se seguem foram obtidas em Gibraltar (UK) em Abril 2009.
Adulto - Amarelo vivo, nas flores onde descansa ao final do dia passa facilmente despercebido.
Larva - Coloração aposemática indicadora de toxicidade ou camuflagem nas flores amarelas de Biscutella?
Pupa - Camuflagem com os talos verdes da planta alimentícia... ou um espinho...
faltou o ovo...

sexta-feira, 27 de março de 2009

Melitaea aetherie

Esta está sem dúvida no top 5 das espécies de borboletas diurnas mais raras em Portugal e na Europa, apresenta colónias apenas no sul de Portugal e SO de Espanha, Marrocos e Sicilia.
No sul de Portugal e Espanha encontra-se seriamente ameaçada pela construção galopante sobre os habitats sensíveis ao longo do litoral e está em iminente extinção. Descoberta recentemente no interior do Alentejo, as novas colónias conhecidas (3) são uma lufada de ar fresco na consevação desta espécie mas a recente proliferação de agricultura super-intensiva do olival pode vir a revelar-se prejudicial para a espécie.
Este ano descobriu-se pela primeira vez em Portugal na fase larvar e aqui represento um dos poucos registos existentes, desde a lagarta de último ínstar até à fase adulta.



As lagartas alimentam-se de Cynara cardunculus, (Asteraceae) um cardo de grandes dimensões que se encontra em zonas quentes de todo o país, particularmente sobre solos ligeiramente básicos e é uma vulgar espécie de bordos de culturas no sul de Portugal. Contudo a borboleta é de facto muito localizada e encontra-se seriamente ameaçada, apesar de estar mal conhecida.

Lagarta prestes a pupar.

Pupa

Macho adulto

This is undoubtelly on the top 5 of the rarest butterflies in Portugal and Europe with isolated colonies only in south Portugal, SW Spain, Morocco and Sicily. In southern Portugal and Spain it is seriously threatened by fastly increasing urbanisation on sensible habitats where it is to be found along the coasts and it's extinction is imminent.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Hyles euphorbiae

De entre as cerca de 17 espécies da família Sphingidae que estão referenciadas em Portugal, esta é uma das mais conspícuas e frequentemente encontradas. Contudo, a sua distribuição parece ser irregular sendo mais constante nas zonas de maciços calcários onde abundam plantas do género Euphorbia, de que se alimentam as lagartas, particularmente Euphorbia characias.

Os ovos são postos pela fêmea em grupos na ponta das folhas, confundindo-se com o meio.

As lagartas recém-nascidas, de cor negra apressam-se a alimentar-se da casca do ovo, sendo esta a sua primeira refeição antes de o começarem a fazer nas folhas da eufórbia.

Apesar de começarem practicamente inadvertidas para a maioria, estas lagartas vão alterando o seu padrão de coloração ao longo do seu desenvolvimento. Dado que as eufórbias são plantas altamente tóxicas e esta espécie de borboleta aproveita directamente as mesmas substâncias para a sua própria protecção, a sua fase final é bastante colorida apresentando uma combinação de cores aposemática, isto é, que alerta os eventuais predadores da sua toxicidade.


Por fim, após a fase de pupa no interior da terra, emerge a borboleta adulta, com o perfil aerodinâmico caracteristico das borboletas desta família e ao acasalar, irá reiniciar o ciclo.


sábado, 6 de setembro de 2008

Lep Series 3 - Pseudophilotes abencerragus




Pseudophilotes abencerragus is one of the smallest butterflies in the world. This liliputian butterfly is as small as it is rare, found only in very few places in Portugal, Spain and Morocco where its colonies are very local and butterflies fly in rocky places with sparse vegetation, which constitutes their habitat.
This is a highly stenochorous species as they fly around the foodplants and little more, not going much further than a couple of meters away.


In Portugal this rare species is to be found mostly in the Algarve, with scattered populations elsewhere. Their caterpillars feed only on the smalish Cleonia lusitanica, from the rosemary family.



This was photographed in Baixo Alentejo, Portugal, in a newly discovered colony, found only last year.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Lep Series 2 - Lycaena bleusei

This is Lycaena bleusei (Lycaenidae, Lycaeninae), a small butterfly with an equally restrict distribution range in the centre of the Iberian Península.
Here, it is to be found in and around the central mountain System from the spanish Sierra de Guadarrama westwards to the portuguese Serra da Estrela and Serra da Gardunha, with some populations to the south in nearby mountain ranges.

This species in Portugal inhabits mountain pastures, forest edges and flowery meadows above 700-800m in the mountain system going from Serra da Malcata to Serra da Estrela and Gardunha although new colonies are expected to be discovered in the next years.

However, its distribution isn't exactly known due to the presence in the northern third of the country, of its sister species L. tityrus which is very similar and they were considered conspecific until very recently and we still don't know where ends tityrus and starts bleusei.

The caterpillars feed on docks (Rumex sp.) which are to be found in moist or wet conditions which are favoured by the butterfly too.

The other species of the genus in Portugal include the widespread and common L. phlaeas, the mountain species L. alciphron, the sister species L. tityrus to the north and the high mountain and very rare Lycaena virgaureae, in the extreme north of the country.

Picture taken in the Glacier Valley of the river Zêzere, Serra da Estrela, one of the strongholds of the species.

---

Esta é a Lycaena bleusei (Lycaenidae, Lycaeninae), uma pequena borboleta com uma igualmente restrita área de distribuição no centro da Península Ibérica.
Aqui poderá ser encontrada apenas no Sistema Central Ibérico e nas zonas em volta desde a espanhola Sierra de Guadarrama para oeste até à Serra da Estrela e Serra da Gardunha, com algumas populações a sul nos sistemas montanhosos próximos.
Em Portugal a L. bleusei habita pastos de montanha, orlas de florestas e prados floridos acima doa 700-800m no sistema montanhoso que vai desde a Serra da Malcata até à Serra da Estrela e Gardunha apesar de ser esperada a descoberta de novas colónias nos próximos anos.

Contudo, a sua distribuição não é muito bem conhecida devido à presença um pouco mais a norte de uma espécie gémea, a L. tityrus, muito similar e com os mesmo hábitos e ecologia tendo até muito recentmeente sido consideradas como pertencendo à mesma espécie e ainda não se sabe onde acaba a tityrus e começa bleusei.

As lagartas alimentam-se de azedas (Rumex sp.) que são normalmente encontradas em zonas húmidas, zonas também favorecidas por estas borboletas.

Outras espécies neste género incluem a comum e largamente distribuida L. phlaeas, a espécie de montanha L. alciphron, a supracitada L. tityrus para norte e a rara espécie de alta montanha Lycaena virgaureae, no extremo nordeste do país.

Fotografia tirada no Vale Glaciário do Rio Zêzere, Serra da Estrela, um dos locais onde a espécie é encontrada mais frequentemente.

domingo, 31 de agosto de 2008

Lep Series 1 - Satyrium spini


Hi all,

I start this Lepidoptera series which will be dedicated to the Lycaenidae family for awhile, with a widespread species in Portugal (and the rest of Europe): Satyrium spini (fam. Lycaenidae, Theclinae)

Found usually in hedges, sparse forests and dense mediterranean scrubland, I believe this species has somewhat shrunk its distribution are in Portugal due to the loss of habitat to Eucaliptus plantations and the use of herbicides in paths and along tracks.

The caterpillars feed on shrubs like Crataegus monogyna and especially Rhamnus species and are fairly well limited to areas where they occur.

There are two other species in the genus in Portugal: Satyrium ilicis and S. esculi.
--
-
Começo esta série de imagens de borboletas com uma espécie largamente distribuida em Portugal (e no resto da Europa): Satyrium spini (fam. Lycaenidae, Theclinae).

Encontrada usualmente ao longo de sebes, florestas abertas e clareiras ou em matagal mediterrânico denso, é provável que esta espécie tenha visto a sua área de ocorrência encolher um pouco pela perda de habitat para plantações de Eucalipto e de oliveira e o uso de herbicidas ao longo de caminhos e estradas.

As lagartas alimentam-se de arbustos e pequenas árvores como o pilriteiro (Crataegus monogyna) e especialmente espinheiros (Rhamnus spp.) estando mais ou menos limitada pela ocorrência de alguma destas espécies.
Em Portugal podemos encontrar duas outras espécies no mesmo género: Satyrium ilicis e S. esculi.

Fotografada no alto da Serra de Ficalho (Serpa, Baixo Alentejo, Portugal), uma nova localidade para a espécie!

terça-feira, 3 de junho de 2008

The Burnet-Moth World is Red and Black: Warning!

Conversely to what is usually stated, only about a half of moth species are drab coloured and certainly only a handful of the around 200 000 species worldwide will eat your clothes!

Although one tend to associate bright coloured insects to the moist and hot tropical rainforests, or places around the equator, most people living in temperate or colder areas would be surprised with the variety of forms and colours moths may show. If you're in the Palaearctic Region (Europe, North Africa and Asia) one of the most conspicuous group of brightly coloured and interesting moth groups you're likely to come across is the Burnet-Moths (genus Zygaena of family Zygaenidae), so called because they are red and black (or blue) small day-flying little moths. Indeed, they have such startling colouration (called aposematic) to warn predators of their toxicity as they are known to have cyanogenic compounds in their hemolymph. (So... please if you see one and are hungry remember its something you'll only eat once!)

Anyway, the Mediterranean area is especially rich in these moths and in Portugal there are eight species in the genus Zygaena. While most are very local, some are common meadow moths easily seen in the countryside.

---

Contrariamente ao que é de senso comum, apenas cerca de metade das espécies de borboletas nocturnas têm cores escuras e sombrias e certamente apenas uma duzia das cerca de 200 000 especies em todo o Mundo irá alimentar-se das nossas roupas e tecidos!

Apesar de normalmente os insectos coloridos serem associados às húmidas e quentes florestas tropicais ou outros lugares perto do equador, a maioria das pessoas que vive em zonas temperadas ou mais frias iria ficar surpreendida com a variedade de formas e cores que muitas borboletas nocturnas apresentam. Se está na região Paleartica (Europa, Norte de África ou Asia) um dos grupos de borboletas mais conspícuas e coloridas que verá mais provavelmente é o das Zygaenas (familia Zygaenidae, genero Zygaena), pequenas borboletas habitualmente de coloração vermelho-vivo e preto ou azul e que voam de dia nos campos. De facto, elas têm tal coloração (denominada aposemática) com o objectivo de alertar os predadores para a sua toxicidade dado que produzem substâncias cianogénicas (derivadas de compostos de cianeto). Por favor, se um dia estiver no campo com fome e vir uma borboleta destas... pense que é algo que só comerá uma vez!

Seja como for, a região Mediterrânica é especialmente rica em espécies deste grupo e em Portugal existem oito espécies no género Zygaena. Apesar da maioria ter uma distribuição muito localizada, algumas são relativamente comuns, facilmente observáveis no campo.

Zygaena trifolii (Esper, 1783)
Parque Natural Montesinho




Zygaena rhadamanthus guichardi Naumann & Tremewan, 1991
(Portuguese endemic!)
Parque Natural Sudoeste Alentejano & Costa Vicentina





Zygaena fausta faustina (Ochsenheimer, 1808)
Algarve

Zygaena sarpedon (Hübner, 1790)
Baixo Alentejo