na escola dos meus dois filhos mais novos não há telefone.
é uma EB1 JI - para quem não sabe, significa 1º ciclo do ensino básico e jardim de infância -, daquelas muito simples, com uma sala para cada ano. é uma escola simpática, e apesar de ter dois contentores (um dos quais é a sala da miúda do meio) consegue ter um ar bonito e agradável. isto porque nós, pais, nos juntámos, batemos a muitas portas, fizemos muitas festas e arranjámos uns trocos para lhe dar um ar mais lavado e fresco. tudo bem. já percebi (porque essa não era a minha anterior opinião) que temos de agir e arregaçar as mangas.
este ano, creio que no mês passado, a Junta de Freguesia comunicou que iria retirar o telefone fixo e substitui-lo por um telemóvel. a ideia era baixar os custos com as comunicações. não achei a medida particularmente inteligente, mas não faço ideia dos planos tarifários que uma junta possa ter, nem tão pouco tenho acesso à conta telefónica. tudo bem. desde que se mantenham as comunicações, tudo bem.
afinal, mesmo numa escola pequena como esta (com pouco mais de 100 alunos), há sempre crianças que adoecem ou batem com a cabeça; há os almoços que vêm de fora e têm de ser encomendados de véspera e concerteza muitas outras coisas de gestão diária que eu desconheço. é uma escola, com professores, funcionários e alunos e, afinal de contas, estamos no séc XXI (estamos?)
hoje no entanto, o meu filho mais novo ficou com febre. quem me ligou foi a auxiliar, do seu telemóvel. "era para avisar que o Miguel está com febre. desculpe ligar-lhe do meu telemóvel, mas o da escola não tem saldo." não tem saldo?
parece que há duas semanas que o telemóvel da escola não tem saldo. as funcionárias, professoras e educadora fazem os telefonemas dos seus próprios telemóveis e combinam as refeições por sms.
...
Srª Presidente da Junta de Freguesia não haverá na junta nenhum funcionário capaz de fazer uma boa gestão das comunicações? não digo que não seja preciso reduzir despesas, todos o sabemos, mas deixar uma escola sem comunicações? claro que não é apenas uma escola, mas todas as que estão sob a gestão da Junta.
Mostrar mensagens com a etiqueta cidadania. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta cidadania. Mostrar todas as mensagens
21 de junho de 2012
20 de junho de 2012
North Atlantic
15 minutos
realizados por Bernardo Nascimento
se gostaram tanto quanto eu, podem votar aqui .
um voto por dia, todos os dias até ao dia 13
realizados por Bernardo Nascimento
se gostaram tanto quanto eu, podem votar aqui .
um voto por dia, todos os dias até ao dia 13
Etiquetas:
cidadania
9 de março de 2012
campanhas pecisam-se
lembram-se daquela campanha publicitária que ensinava a população a lavar e desinfectar as frutas e legumes?
e das campanhas de vacinação? davam na RTP quando eu era criança.
pois parece que deram resultado; as pessoas mudaram de facto os seus hábitos de higiene e saúde e os resultados estatísticos colocam-nos hoje em dia em posições muito mais civilizadas nos rankings mundiais.
hoje, vi este video no blog 2 Dedos de Conversa - dos blogs sem fotografias, um dos meus dois preferidos. a autora do blog achou que os seus leitores poderiam gostar. eu gostei. gostei e achei que os meus sobrinhos e os meus filhos deveriam ver.
ouço dizer muitas vezes que as crianças aprendem estas matérias mais depressa do que nós adultos; apreendem rapidamente a reciclar e compreendem melhor como funciona esta coisa da gestão dos recursos naturais no nosso planeta. mas, olhando à volta, vejo que não é isso que acontece. e porquê?
vejo que com as gerações mais novas tudo se passa com maior rapidez: os computadores, impressoras, telemóveis, aparelhos de som e imagem, auscultadores, consolas de jogos e toda a restante parafernália electrónica é substituida a uma velocidade estonteante.
quantos miúdos não têm um telemóvel mais recente e superior ao dos pais?
ok sobrinho, não estou a criticar. entendo que uses muito mais coisas no teu telefone do que eu no meu; afinal eu só o uso para telefonar mesmo.
a questão não é castigar nem retirar privilégios, a questão é ensinar, educar, alertar. mostrar para onde vai todo o lixo. mostrar o que isso faz ao mundo onde todos vivemos.
eu acredito que a maioria das pessoas poderia mudar bastante se fosse alertada para o fazer.
e das campanhas de vacinação? davam na RTP quando eu era criança.
pois parece que deram resultado; as pessoas mudaram de facto os seus hábitos de higiene e saúde e os resultados estatísticos colocam-nos hoje em dia em posições muito mais civilizadas nos rankings mundiais.
hoje, vi este video no blog 2 Dedos de Conversa - dos blogs sem fotografias, um dos meus dois preferidos. a autora do blog achou que os seus leitores poderiam gostar. eu gostei. gostei e achei que os meus sobrinhos e os meus filhos deveriam ver.
ouço dizer muitas vezes que as crianças aprendem estas matérias mais depressa do que nós adultos; apreendem rapidamente a reciclar e compreendem melhor como funciona esta coisa da gestão dos recursos naturais no nosso planeta. mas, olhando à volta, vejo que não é isso que acontece. e porquê?
vejo que com as gerações mais novas tudo se passa com maior rapidez: os computadores, impressoras, telemóveis, aparelhos de som e imagem, auscultadores, consolas de jogos e toda a restante parafernália electrónica é substituida a uma velocidade estonteante.
quantos miúdos não têm um telemóvel mais recente e superior ao dos pais?
ok sobrinho, não estou a criticar. entendo que uses muito mais coisas no teu telefone do que eu no meu; afinal eu só o uso para telefonar mesmo.
a questão não é castigar nem retirar privilégios, a questão é ensinar, educar, alertar. mostrar para onde vai todo o lixo. mostrar o que isso faz ao mundo onde todos vivemos.
eu acredito que a maioria das pessoas poderia mudar bastante se fosse alertada para o fazer.
Etiquetas:
cidadania
27 de setembro de 2011
hoje reclamei
Perdoem-me pois hoje reclamei. Pedi o Livro de Reclamações numa livraria cheia de pais impacientes, na fila de espera para os (ainda) livros escolares.
A culpa é deste meu feitio impaciente e inconformado, que faz curto-circuito cada vez que lhe querem vender peixe estragado como se fosse a melhor iguaria do momento.
Fui levantar os livros há muito encomendados para a filha do 3º ano do 1º ciclo. Não tão espantada (confesso que já ía à procura de problemas), verifico que os livros de língua portuguesa não estão em conformidade com o acordo ortográfico. Menciono levemente a questão à funcionária atarefada ao que me responde não fazer ideia (como se fosse aceitável uma funcionária de uma livraria não ter ainda ouvido falar na questão). Insisto, pelo que ela se vê na obrigação de me chamar à atenção para o facto de a minha encomenda não referir expressamente que queria os livros de acordo com o acordo ortográfico… Desculpe? Como? Minha senhora – digo eu num suspiro profundo – encomendei os livros escolares para a minha filha do terceiro ano e os livros de língua portuguesa não estão em conformidade com aquilo que a professora pretende ensinar, pode trocá-los por favor? Encomendei há um mês os livros para este ano lectivo; parti do princípio que me venderiam os livros com o acordo ortográfico em vigor e não o que foi acordado no tempo das nossas avós! Não. - foi a resposta.
Veio a responsável pela secção (uma senhora que já fazia ideia do que eu falava) e mostrou-me o e-mail da editora. Segundo a Resolução do Conselho de Ministros nº 8/2011 de 25 de Janeiro de 2011, as editoras não são obrigadas a fornecer os livros de língua portuguesa do 3º ano (atenção pois isto é diferente para os vários anos e até diferentes disciplinas) impressas de acordo com o AO.
Ou seja: amanhe-se o encarregado de educação, o professor e o aluno! A pobre editora é que não pode ficar no prejuízo. O professor terá de dizer aos seus alunos que está escrito nos livros mas não é bem assim… é mais ou menos; os alunos terão de acreditar no professor e duvidar do compêndio e os pais terão, claro, de pagar por um artigo defeituoso.
A culpa não é da livraria? Talvez não, mas a reclamação ficou lá na mesma. Agora vou ali reclamar com a editora e de seguida com o Ministério.
“A língua portuguesa é um elemento essencial do património cultural português.” Assim começa a referida resolução. Pelo menos nisto estamos todos de acordo. Ou não?
A culpa é deste meu feitio impaciente e inconformado, que faz curto-circuito cada vez que lhe querem vender peixe estragado como se fosse a melhor iguaria do momento.
Fui levantar os livros há muito encomendados para a filha do 3º ano do 1º ciclo. Não tão espantada (confesso que já ía à procura de problemas), verifico que os livros de língua portuguesa não estão em conformidade com o acordo ortográfico. Menciono levemente a questão à funcionária atarefada ao que me responde não fazer ideia (como se fosse aceitável uma funcionária de uma livraria não ter ainda ouvido falar na questão). Insisto, pelo que ela se vê na obrigação de me chamar à atenção para o facto de a minha encomenda não referir expressamente que queria os livros de acordo com o acordo ortográfico… Desculpe? Como? Minha senhora – digo eu num suspiro profundo – encomendei os livros escolares para a minha filha do terceiro ano e os livros de língua portuguesa não estão em conformidade com aquilo que a professora pretende ensinar, pode trocá-los por favor? Encomendei há um mês os livros para este ano lectivo; parti do princípio que me venderiam os livros com o acordo ortográfico em vigor e não o que foi acordado no tempo das nossas avós! Não. - foi a resposta.
Veio a responsável pela secção (uma senhora que já fazia ideia do que eu falava) e mostrou-me o e-mail da editora. Segundo a Resolução do Conselho de Ministros nº 8/2011 de 25 de Janeiro de 2011, as editoras não são obrigadas a fornecer os livros de língua portuguesa do 3º ano (atenção pois isto é diferente para os vários anos e até diferentes disciplinas) impressas de acordo com o AO.
Ou seja: amanhe-se o encarregado de educação, o professor e o aluno! A pobre editora é que não pode ficar no prejuízo. O professor terá de dizer aos seus alunos que está escrito nos livros mas não é bem assim… é mais ou menos; os alunos terão de acreditar no professor e duvidar do compêndio e os pais terão, claro, de pagar por um artigo defeituoso.
A culpa não é da livraria? Talvez não, mas a reclamação ficou lá na mesma. Agora vou ali reclamar com a editora e de seguida com o Ministério.
“A língua portuguesa é um elemento essencial do património cultural português.” Assim começa a referida resolução. Pelo menos nisto estamos todos de acordo. Ou não?
1 de junho de 2011
Verão, lãs e eleições
quem diria, ontem esteve um dia frio, escuro e com chuva e hoje Junho chegou em companhia do Sol!
com as eleições à porta, a lã de hoje é uma homenagem aos nossos irmãos: verano azul pareceu-me bem (disponível aqui)
nacionalismos? até poderia ser... mas de que Nação?
Etiquetas:
cidadania,
lãs dona maria
28 de abril de 2011
Flexibilizar
A questão agora é adequar o mundo àquilo que dele fizemos.
Já se fala (ainda só se fala) muito de como a escola está desadequada às nossas vidas e às necessidades de todos, é agora tempo de mudarmos também os nossos trabalhos. Adequá-los à realidade de cada um e da sociedade em geral.
É necessário aumentar a natalidade, todos sabemos. Mas, como?
Será mais uma vez à custa do mesmo?
Não! Não vou aqui fazer o apelo a uma guerra dos sexos. Não se trata de uma guerra entre homens e mulheres. Não senhora! Bem antes pelo contrário. Queremos ficar todos juntinhos e criar em conjunto os filhos que ambos decidimos ter. Mas a questão é mesmo essa: gerir a família e aquilo que a sustenta - o emprego.
Quando se tem filhos, especialmente quando se tem mais do que um ou dois, começa a fazer sentido um dos membros do casal ficar em casa. Em geral, o ordenado de um deles (por norma o da mulher) não compensa aquilo que se paga nas escolas particulares (porque AS ESCOLAS PÚBLICAS NÃO TÊM HORÁRIOS PARA OS PAIS QUE TRABALHAM A TEMPO INTEIRO), nas deslocações e refeições fora de casa que se tornam obrigatórias.
Assim, e quando se tem filhos, nota-se uma tendência crescente (?) para as mulheres que escolhem (escolhem?) ficar em casa.
Ao fazer esta escolha (é mesmo uma escolha?) começamos a ver o mundo de outra forma.
Verdade seja dita que enquanto os miúdos são muito muito pequenos, a mãe não pensa. A mãe alimenta, limpa, lava, transporta, brinca e educa mas não pensa. A mãe vai andando. Quando os miúdos largam as fraldas, a mãe começa levemente a lembrar-se de que é gente e que gostava disto e daquilo e costumava ír aqui e ali. Lembranças.
Quando os miúdos manuseiam o rato e fazem downloads de músicas (só dos legais, claro!) as mães de hoje sabem que têm de pensar qual o plano que querem seguir.
Nesta fase, é importante que o Mundo responda! Afinal, estivemos a criar os filhos que garantem a sustentabilidade de todos.
São poucas as mães que optam serenamente por ficar em casa felizes para sempre.
Depois de se ter uma vida activa, autónoma e financeiramente independente não é fácil trocar tudo isso por uma mão cheia de falta de objectivos e carreira profissional, de sociabilização e de perspectiva de uma reforma justa.
Na verdade, não vejo a mulher de hoje (não me vejo a mim) neste papel.
Por um plano B viável para as famílias de hoje
Para que as escolhas sejam de facto escolhas
Para os pais de hoje
Para as mães de hoje,
28 de Abril sempre!
(continua)
Já se fala (ainda só se fala) muito de como a escola está desadequada às nossas vidas e às necessidades de todos, é agora tempo de mudarmos também os nossos trabalhos. Adequá-los à realidade de cada um e da sociedade em geral.
É necessário aumentar a natalidade, todos sabemos. Mas, como?
Será mais uma vez à custa do mesmo?
Não! Não vou aqui fazer o apelo a uma guerra dos sexos. Não se trata de uma guerra entre homens e mulheres. Não senhora! Bem antes pelo contrário. Queremos ficar todos juntinhos e criar em conjunto os filhos que ambos decidimos ter. Mas a questão é mesmo essa: gerir a família e aquilo que a sustenta - o emprego.
Quando se tem filhos, especialmente quando se tem mais do que um ou dois, começa a fazer sentido um dos membros do casal ficar em casa. Em geral, o ordenado de um deles (por norma o da mulher) não compensa aquilo que se paga nas escolas particulares (porque AS ESCOLAS PÚBLICAS NÃO TÊM HORÁRIOS PARA OS PAIS QUE TRABALHAM A TEMPO INTEIRO), nas deslocações e refeições fora de casa que se tornam obrigatórias.
Assim, e quando se tem filhos, nota-se uma tendência crescente (?) para as mulheres que escolhem (escolhem?) ficar em casa.
Ao fazer esta escolha (é mesmo uma escolha?) começamos a ver o mundo de outra forma.
Verdade seja dita que enquanto os miúdos são muito muito pequenos, a mãe não pensa. A mãe alimenta, limpa, lava, transporta, brinca e educa mas não pensa. A mãe vai andando. Quando os miúdos largam as fraldas, a mãe começa levemente a lembrar-se de que é gente e que gostava disto e daquilo e costumava ír aqui e ali. Lembranças.
Quando os miúdos manuseiam o rato e fazem downloads de músicas (só dos legais, claro!) as mães de hoje sabem que têm de pensar qual o plano que querem seguir.
Nesta fase, é importante que o Mundo responda! Afinal, estivemos a criar os filhos que garantem a sustentabilidade de todos.
São poucas as mães que optam serenamente por ficar em casa felizes para sempre.
Depois de se ter uma vida activa, autónoma e financeiramente independente não é fácil trocar tudo isso por uma mão cheia de falta de objectivos e carreira profissional, de sociabilização e de perspectiva de uma reforma justa.
Na verdade, não vejo a mulher de hoje (não me vejo a mim) neste papel.
Por um plano B viável para as famílias de hoje
Para que as escolhas sejam de facto escolhas
Para os pais de hoje
Para as mães de hoje,
28 de Abril sempre!
(continua)
Etiquetas:
cidadania,
coisas minhas
Revolução por um mundo de trabalho mais flexível!
Hoje não há lãs nem agulhas. Hoje apenas há vida e inquietações! Filhos, futuro, reforma e o dia de hoje!
A melhor carta de apresentação de todos os tempos. Aquilo que toda(o)s queremos escrever e, por qualquer razão idiota, não o fazemos. É favor ler aqui.
Queres trabalhar, ser uma cidadã com letra maiúscula, participar na economia do país, sentires-te válida e útil, ser remunerada, premiada e encorajada? Mas, optaste por ter família? Um, dois, três, quatro filhos? Marido? Decidiste ficar em casa? E agora? Pensas nisso?
Se sim, sim, sim, sim... então junta-te a nós!
A melhor carta de apresentação de todos os tempos. Aquilo que toda(o)s queremos escrever e, por qualquer razão idiota, não o fazemos. É favor ler aqui.
Queres trabalhar, ser uma cidadã com letra maiúscula, participar na economia do país, sentires-te válida e útil, ser remunerada, premiada e encorajada? Mas, optaste por ter família? Um, dois, três, quatro filhos? Marido? Decidiste ficar em casa? E agora? Pensas nisso?
Se sim, sim, sim, sim... então junta-te a nós!
Etiquetas:
cidadania,
coisas minhas
Revolução por um mundo de trabalho mais flexível!
Etiquetas:
cidadania,
coisas minhas
8 de abril de 2011
Quem é o Estado?
Afinal de contas quem é o Estado?
Estou cansada do espírito "quem não está bem muda-se" ou "quem tem pressa vai andando".
Costumo ír à praça, sim bem sei que é um privilégio. Como dizia, gosto de ír à praça, gosto de comprar os meus legumes na mesma senhora de sempre, gosto que seja ela a escolher o que vou por na sopa da família, "não leve os agriões, leve antes os espinafres que são meus, fazem melhor aos meninos" manda-me ela e eu obedeço descansada. Gosto de dar dois dedos de conversa com a senhora do pão, gosto dos senhores do talho e até já me habituei ao mau humor do peixeiro (desde que não me lembre de perguntar se tem jaquinzinhos daqueles mesmo pequeninos, tá tudo certo! pois se é proibido! quererei eu que ele vá preso só para eu ter o prazer de me deliciar com tão minúscula iguaria?)
O que eu não gosto é da falta de respeito, falta de planeamento, falta de profissionalismo e até da falta de humanidade desta pessoa que é o Estado!
Pois ao que parece veio a Junta e mandou fechar o mercado. É preciso reparar o telhado, decretou a ASAE. E assim se fez. Ainda sugeriu o Estado que os donos das bancas aproveitassem e ficassem em casa, afinal a obra deveria fazer-se no prazo de um mês, o de Março. Sabemos agora que o mês talvez até esteja certo mas o ano não foi indicado e, apesar de assumido pelas partes interessadas como sendo o presente, talvez não seja. Resultado? A praça está fechada, os donos das bancas (mas apenas aqueles que tiveram essa possibilidade) juntaram-se, alugaram uma tenda (como aquelas dos casamentos) e têm estado sem quaisquer condições de trabalho, saúde e higiene pública a tentar obter o cobro mensal, à custa de muita suadeira na dita tenda, de muito legume precocemente amadurecido, pão seco, peixe que já não é fresco e carne com mais bactérias do que o Séc XXI pode suportar! E as obras perguntar-me-ão... pois nem ve-las! Nem ainda começaram e já estamos em Abril!
Será, Senhor Estado, que estas pessoas vão passar os únicos 2 meses do ano em que conseguem sair do vermelho financeiro, enfiados na sauna? Qual das suas 8 cabeças engendrou tal plano?
Afinal quem é o Estado? Não serão pessoas que trabalham nas câmaras e juntas de freguesia? Não serão pessoas como eu e os donos das bancas da praça? Não darão eles valor aos seus ordenados no final do mês? Não são pessoas que trabalham para pessoas?
Parece-me a mim que o Estado tem de deixar de ser este monstro sem cara para que comece a ser produtivo e eficaz. Se tivesse uma cara eu já a teria olhado e feito a pergunta olhos nos olhos mas, como não tem, sei que se quizesse saber iria andar de departamento em departamento, à procura do génio que tomou esta decisão. Sei também que não iria encontrá-lo pois sei que estas coisas são como as bolas de neve, vão crescendo pelo caminho...
Se o Estado tivesse cara eu aproveita e perguntava-lhe também porque razão os meus filhos têm aula de natação sempre a seguir ao almoço? Nesse dia têm de comer pouco, dizem-me as professoras. Aqueles que não conseguem comer pouco ou que não conseguem comer tão rápido quanto os outros, acompanham os colegas, calçam os chinelos mas ficam no banco a assistir. E porquê pergunto eu? Porque não pode ser noutro horário? Porque é o horário que temos respondem-me. E quando as minhas perguntas são demais a resposta que tenho é "mas a natação não é obrigatória mãe, pode vir buscar os seus meninos". É assim?
No caso da praça ganha o hipermercado mais próximo, claro! No caso da escola quem ganha? O país?
Quem não está bem muda-se. E o Estado não me parece mesmo uma pessoa de bem!
Etiquetas:
cidadania,
escola,
filhos,
mercado de santa cruz
11 de janeiro de 2011
2011
quase 1 mês depois...
o bolinho do post anterior ficou muito bom. nem foi preciso esperar um mês. para o ano a ver se o faço em Novembro para cumprir a receita a preceito.
quase um mês depois e estamos já num novo ano!
o velho ano terminou com a azáfama a que tinha direito, as férias dos miúdos, as festas, as comidas, a família reunida, os festejos de Natal e de fim de ano. para o ano há mais!
este novo ano é ímpar e, apesar de não ser supersticiosa, gosto dos anos que andam solitários, sem par.
resoluções de novo ano há muito que não eram tomadas. nunca fui grande crente em mudanças que começam nos dias 1 ou a uma qualquer 2ª feira; prefiro aquelas que se vão levando e vivendo e conquistando no dia a dia. no entanto, compreendo a necessidade de um marco, uma meta, um ponto de partida.
este ano gostaria de continuar a poder investir naquilo que gosto de fazer e em que me sinto bem.
este ano desejo poder continuar a sonhar. muitos apregoam o que os poetas dizem, mas são poucos os que de facto acreditam no que transcrevem.
que o sonho comande as vossas vidas é o que eu vos desejo!
a par dos sonhos vêm as acções.
assim, começamos o ano a lutar por aquilo a que julgamos ter direito
link da notícia
será a educação um direito?
o bolinho do post anterior ficou muito bom. nem foi preciso esperar um mês. para o ano a ver se o faço em Novembro para cumprir a receita a preceito.
quase um mês depois e estamos já num novo ano!
o velho ano terminou com a azáfama a que tinha direito, as férias dos miúdos, as festas, as comidas, a família reunida, os festejos de Natal e de fim de ano. para o ano há mais!
este novo ano é ímpar e, apesar de não ser supersticiosa, gosto dos anos que andam solitários, sem par.
resoluções de novo ano há muito que não eram tomadas. nunca fui grande crente em mudanças que começam nos dias 1 ou a uma qualquer 2ª feira; prefiro aquelas que se vão levando e vivendo e conquistando no dia a dia. no entanto, compreendo a necessidade de um marco, uma meta, um ponto de partida.
este ano gostaria de continuar a poder investir naquilo que gosto de fazer e em que me sinto bem.
este ano desejo poder continuar a sonhar. muitos apregoam o que os poetas dizem, mas são poucos os que de facto acreditam no que transcrevem.
que o sonho comande as vossas vidas é o que eu vos desejo!
a par dos sonhos vêm as acções.
assim, começamos o ano a lutar por aquilo a que julgamos ter direito
link da notícia
será a educação um direito?
Etiquetas:
cidadania,
coisas minhas,
datas
1 de dezembro de 2010
Ontem foi dia de indignação
E demos um abraço ao Externato de Penafirme.
Posso dizer-vos que o externato é enorme, que choveu granizo, que são 1800 alunos e que estavam ainda mais pais do que alunos.
As letrinhas da fotografia são mesmo os alunos.
Mais imagens aqui, aqui, aqui e em mais alguns sitios concerteza.
Digo também que o Externato, apesar de privado, é gratuito e não há alternativa pública aqui na zona.
Posso dizer-vos que o externato é enorme, que choveu granizo, que são 1800 alunos e que estavam ainda mais pais do que alunos.
As letrinhas da fotografia são mesmo os alunos.
Mais imagens aqui, aqui, aqui e em mais alguns sitios concerteza.
Digo também que o Externato, apesar de privado, é gratuito e não há alternativa pública aqui na zona.
Etiquetas:
cidadania
8 de outubro de 2009
Duas semanas depois...
... o post anterior continua válido! Que ano este... eleições semana sim semana não.
Este ano e pela primeira vez, não vou votar para Lisboa. Este ano tenho uma cidade nova, com pessoas que eu ainda não conheço.
Amanhã repete-se a situação da última ida às urnas. A miúda do meio interrompe as aulas logo a seguir ao almoço para as retomar na segunda feira da parte da tarde. As urnas estão mesmo na sala dela e há que arrumar para depois limpar e voltar a por tudo no lugar!
Coisas das eleições...
25 de setembro de 2009
Eleições
De qualquer modo, quando eu nasci os meus pais não podiam votar! Hoje podem.
Sou pouco mais velha do que a democracia, por isso não sei o que é não poder votar. Sei que é preciso não esquecer que votar é um direito conquistado e que houve quem tivesse de lutar para o conseguir.
Não quero que os meus filhos não aprendam essa história, pois só assim lhe poderão dar valor.
No domingo eu vou votar. Não que o faça completamente satisfeita com a minha escolha, não que goste do que me é proposto, não que me identifique com as politicas apresentadas...
No domingo eu não vou à praia, nem ao cabeleireiro, nem almoçar numa terra distante! Também não vou votar nulo nem em branco! É hora de dizer sim ou não, é hora de dizer qualquer coisa, é hora de mostrar que aqui anda gente!
Pegando nas palavras e na excelente fotografia da querida Diane digo, eu voto porque, apesar de tudo vale a pena votar!
Sou pouco mais velha do que a democracia, por isso não sei o que é não poder votar. Sei que é preciso não esquecer que votar é um direito conquistado e que houve quem tivesse de lutar para o conseguir.
Não quero que os meus filhos não aprendam essa história, pois só assim lhe poderão dar valor.
No domingo eu vou votar. Não que o faça completamente satisfeita com a minha escolha, não que goste do que me é proposto, não que me identifique com as politicas apresentadas...
No domingo eu não vou à praia, nem ao cabeleireiro, nem almoçar numa terra distante! Também não vou votar nulo nem em branco! É hora de dizer sim ou não, é hora de dizer qualquer coisa, é hora de mostrar que aqui anda gente!
Pegando nas palavras e na excelente fotografia da querida Diane digo, eu voto porque, apesar de tudo vale a pena votar!
Etiquetas:
cidadania
12 de setembro de 2009
Gripe A
Numa altura em que os nossos filhos vão voltar à escola e recomeçar todas as actividades, vale a pena ver e ouvir com atenção.
Todos nós estamos a ser informados dos planos de contingência dos diversos organismos, todos nós vamos aos supermercados e farmácias e somos assediados com medicamentos, desinfectantes, máscaras, luvas...
Vejam. Informem-se e formem.
Eu vi aqui.
Todos nós estamos a ser informados dos planos de contingência dos diversos organismos, todos nós vamos aos supermercados e farmácias e somos assediados com medicamentos, desinfectantes, máscaras, luvas...
Vejam. Informem-se e formem.
Eu vi aqui.
Etiquetas:
cidadania
18 de junho de 2009
5 de junho de 2009
Alice no País das Maravilhas
Quase, quase pronto.
Bom fim de semana... que se avizinha cheio de actividades e chuva também... Já sabemos que não se pode tudo, não é?
Não esquecer dia 7 há ELEIÇÕES PARA O PARLAMENTO EUROPEU; deixar de ser "portuga" e ír votar! Isto de falar mal do governo na fila do autocarro não chega...
15 de maio de 2009
Divulgue-se
A Língua de fora, já! Pelo Museu de Arte Popular, bordar bordar!
Achei esta ideia muito engraçada. Sem dúvida uma forma diferente de dar voz a um protesto. Quem puder vá participar neste lenço dos namorados gigante. Eu vou ficar e ver os resultados.
Achei esta ideia muito engraçada. Sem dúvida uma forma diferente de dar voz a um protesto. Quem puder vá participar neste lenço dos namorados gigante. Eu vou ficar e ver os resultados.
Etiquetas:
cidadania
6 de maio de 2009
O Parto
A próxima semana será a Semana Mundial pelo Parto Respeitado (não vi nada sobre Portugal?). Talvez por isso se tenha estado a falar sobre este assunto.
Como já aqui tinha escrito, fiquei a pensar nisto desde que li o post da Rita.
Ao assistir a estes dois programas (o primeiro já só vi a segunda metade), apeteceu-me fazer alguns comentários.
Não posso deixar de comentar o óbvio. A postura da médica Maria do Céu Santo no Programa Sociedade Civil. Fez-me lembrar o video da Associação Espanhola já muito divulgado em blogs.
O que é que eu posso dizer sem ser... muito... nem pouco... Vejamos, a senhora é arrogante. Não há volta a dar aos adjectivos. É arrogante, invasiva, defensora da classe... enfim o rol poderia continuar. Com a verdade de uma estatística numa mão e o medo na outra, atrai a maioria dos espectadores. Sabe disso e usa e abusa dos argumentos que abonam em seu favor não dando espaço a outras realidades. Para mim, toda esta postura espelha bem a realidade do parto hospitalar. É isto que se passa. Parimos no hospital, porque, ainda assim, é o local mais seguro, sujeitamo-nos à vontade do médico, enfermeiro, auxiliar, porque assim tem de ser e não somos peça no puzzle porque não sabemos nada do assunto. Claro que é por tudo isto que quem pode recorre aos cuidados particulares. Aqui não se pare, aqui dá-se à luz e isto diz tudo. Aqui sabem os nossos nomes e até os dos nossos outros filhos, faz-se conversa, há gelo e saquinhos quentes, tudo ao gosto da freguesa. Nesta margem há também quem opte pela cesariana, pois claro. É tudo mais limpo. Fiquei impressionada por saber que há quem prefira a cesariana para não estragar tanto o corpo (?). A máxima judaico-cristã “Parirás com dor” faz cada vez menos sentido.
Outra intervenção que despertou a minha atenção foi, na GRANDE REPORTAGEM, uma enfermeira ter falado em “macaquinhos”. Já vi um comentário sobre isto também e foi o que eu pensei na altura. Mas... a senhora não percebeu? HUMANIZAÇÃO! A mulher está lá, o pai também sempre que pode. Os robots é que têm de ser humanizados! Percebeu? Quem está automatizado é que tem de se humanizar. A mulher que está ali naquela marquesa minúscula (para mim que sou uma mulher pequena, imagino para uma mulher alta) está no auge da sua Humanidade – humilde e fragilizada. Quem lhe entra porta dentro e nem para a sua cara olha é que precisa de Humanidade.
Outros apontamento. O próprio director da MAC mostrou os instrumentos humanizadores da maternidade. Mostrou a Roda e disse para quem quis ouvir, que é uma coisa que não é muito oferecida às senhoras porque não dá muito jeito ao médico. É usada todas as semanas disse ele. Quando eu lá estive perguntei pela roda mas disseram-me logo que ali não davam epidural (como se eu tivesse falado em anestesias) e a conversa ficou por ali. Na roda, a mulher mexe-se mais como quer mas não dá jeito nenhum ao médico (novamente o video me vem à cabeça).
Só recentemente tive conhecimento da existência de doulas. Não sabia que as havia em Portugal e que havia até uma organização. Sabia da existência destas mulheres, desconhecia o nome, mas sempre as associei a comunidades hippies de países como a Alemanha ou França. Acho que a maioria das pessoas tem a mesma ideia. No programa da RTP2 acho que a representante das Doulas de Portugal Carla Guiomar esteve bem. Apesar de ser um programa de televisão em directo, conseguiu expor as suas opiniões. Não estava numa posição fácil. Acho que foi um bocadinho mais além do que devia. Perdoem-me agora os preconceitos sociais (embora que invertidos para a maiorias das pessoas, são sempre preconceitos)... mas Carla tinha uma médica cheia de madeixas à sua frente e falou-lhe em parto na água, com a família toda a ver... acho que isto foi demais para a doutora! Se queremos que nos ouçam temos de ír com calma.
Sensualidade uma questão também focada. Neste aspecto, tenho a dizer que, depois de muito pensar nas várias arestas da questão, posso dizer que de facto o parto tem mesmo a sua sensualidade, ou melhor, deveria ter. O nascimento de um filho, é o resultado do amor entre o casal. Não faria sentido para mim ter os meus filhos sem a presença do pai. O pai dos meus filhos pôde estar presente no nascimento dos três. Esteve ao meu lado, sofreu, fez força, esteve ansioso, apoiou-me, ficou exausto quando eles nasceram. Posso afirmar que passou por tudo aquilo que eu passei (tirando a parte óbvia, claro). Ele sabe o que é ter filhos. Para mim, e falo apenas na minha perspectiva, a sexualidade é isto mesmo, faz-se no dia-a-dia e não na hora de ír para a cama. É a cumplicidade que marca a diferença e que une as pessoas ao longo da vida. As mulheres devem lutar também por isto e contribuir para que a nossa sexualidade vá de encontro às necessidades de cada um (isto dá argumento para outros posts aqui ou noutros sítios). Claro que os homens (e as mulheres) são todos diferentes, mas foi por isso que eu escolhi este.
Acho muito importante que se discuta este assunto. Tenho filhos e gostaria que estivessem os três mais esclarecidos para poderem fazer melhor as suas escolhas. Os três porque o parto pode não ser só da mulher, depende de como é entendido. Todas as opções são válidas, desde que feitas em consciência.
Para falar verdade, e com muita pena minha, parece-me bastante prematuro falar de parto em casa. Parto respeitado sim, mas em casa parece-me cedo demais. Se há uns anos o parto em casa era a única solução para a maioria, hoje parece-me ainda o privilégio de uma minoria.
Muito fica por comentar e ponderar.
Como já aqui tinha escrito, fiquei a pensar nisto desde que li o post da Rita.
Ao assistir a estes dois programas (o primeiro já só vi a segunda metade), apeteceu-me fazer alguns comentários.
Não posso deixar de comentar o óbvio. A postura da médica Maria do Céu Santo no Programa Sociedade Civil. Fez-me lembrar o video da Associação Espanhola já muito divulgado em blogs.
O que é que eu posso dizer sem ser... muito... nem pouco... Vejamos, a senhora é arrogante. Não há volta a dar aos adjectivos. É arrogante, invasiva, defensora da classe... enfim o rol poderia continuar. Com a verdade de uma estatística numa mão e o medo na outra, atrai a maioria dos espectadores. Sabe disso e usa e abusa dos argumentos que abonam em seu favor não dando espaço a outras realidades. Para mim, toda esta postura espelha bem a realidade do parto hospitalar. É isto que se passa. Parimos no hospital, porque, ainda assim, é o local mais seguro, sujeitamo-nos à vontade do médico, enfermeiro, auxiliar, porque assim tem de ser e não somos peça no puzzle porque não sabemos nada do assunto. Claro que é por tudo isto que quem pode recorre aos cuidados particulares. Aqui não se pare, aqui dá-se à luz e isto diz tudo. Aqui sabem os nossos nomes e até os dos nossos outros filhos, faz-se conversa, há gelo e saquinhos quentes, tudo ao gosto da freguesa. Nesta margem há também quem opte pela cesariana, pois claro. É tudo mais limpo. Fiquei impressionada por saber que há quem prefira a cesariana para não estragar tanto o corpo (?). A máxima judaico-cristã “Parirás com dor” faz cada vez menos sentido.
Outra intervenção que despertou a minha atenção foi, na GRANDE REPORTAGEM, uma enfermeira ter falado em “macaquinhos”. Já vi um comentário sobre isto também e foi o que eu pensei na altura. Mas... a senhora não percebeu? HUMANIZAÇÃO! A mulher está lá, o pai também sempre que pode. Os robots é que têm de ser humanizados! Percebeu? Quem está automatizado é que tem de se humanizar. A mulher que está ali naquela marquesa minúscula (para mim que sou uma mulher pequena, imagino para uma mulher alta) está no auge da sua Humanidade – humilde e fragilizada. Quem lhe entra porta dentro e nem para a sua cara olha é que precisa de Humanidade.
Outros apontamento. O próprio director da MAC mostrou os instrumentos humanizadores da maternidade. Mostrou a Roda e disse para quem quis ouvir, que é uma coisa que não é muito oferecida às senhoras porque não dá muito jeito ao médico. É usada todas as semanas disse ele. Quando eu lá estive perguntei pela roda mas disseram-me logo que ali não davam epidural (como se eu tivesse falado em anestesias) e a conversa ficou por ali. Na roda, a mulher mexe-se mais como quer mas não dá jeito nenhum ao médico (novamente o video me vem à cabeça).
Só recentemente tive conhecimento da existência de doulas. Não sabia que as havia em Portugal e que havia até uma organização. Sabia da existência destas mulheres, desconhecia o nome, mas sempre as associei a comunidades hippies de países como a Alemanha ou França. Acho que a maioria das pessoas tem a mesma ideia. No programa da RTP2 acho que a representante das Doulas de Portugal Carla Guiomar esteve bem. Apesar de ser um programa de televisão em directo, conseguiu expor as suas opiniões. Não estava numa posição fácil. Acho que foi um bocadinho mais além do que devia. Perdoem-me agora os preconceitos sociais (embora que invertidos para a maiorias das pessoas, são sempre preconceitos)... mas Carla tinha uma médica cheia de madeixas à sua frente e falou-lhe em parto na água, com a família toda a ver... acho que isto foi demais para a doutora! Se queremos que nos ouçam temos de ír com calma.
Sensualidade uma questão também focada. Neste aspecto, tenho a dizer que, depois de muito pensar nas várias arestas da questão, posso dizer que de facto o parto tem mesmo a sua sensualidade, ou melhor, deveria ter. O nascimento de um filho, é o resultado do amor entre o casal. Não faria sentido para mim ter os meus filhos sem a presença do pai. O pai dos meus filhos pôde estar presente no nascimento dos três. Esteve ao meu lado, sofreu, fez força, esteve ansioso, apoiou-me, ficou exausto quando eles nasceram. Posso afirmar que passou por tudo aquilo que eu passei (tirando a parte óbvia, claro). Ele sabe o que é ter filhos. Para mim, e falo apenas na minha perspectiva, a sexualidade é isto mesmo, faz-se no dia-a-dia e não na hora de ír para a cama. É a cumplicidade que marca a diferença e que une as pessoas ao longo da vida. As mulheres devem lutar também por isto e contribuir para que a nossa sexualidade vá de encontro às necessidades de cada um (isto dá argumento para outros posts aqui ou noutros sítios). Claro que os homens (e as mulheres) são todos diferentes, mas foi por isso que eu escolhi este.
Acho muito importante que se discuta este assunto. Tenho filhos e gostaria que estivessem os três mais esclarecidos para poderem fazer melhor as suas escolhas. Os três porque o parto pode não ser só da mulher, depende de como é entendido. Todas as opções são válidas, desde que feitas em consciência.
Para falar verdade, e com muita pena minha, parece-me bastante prematuro falar de parto em casa. Parto respeitado sim, mas em casa parece-me cedo demais. Se há uns anos o parto em casa era a única solução para a maioria, hoje parece-me ainda o privilégio de uma minoria.
Muito fica por comentar e ponderar.
Subscrever:
Mensagens (Atom)