A escravidão era praticada há muito tempo entre os africanos - e os árabes já negociavam escravos negros em todo Mediterrâneo desde o século 8. Mas com a introdução do ferro e do cavalo pelos portugueses, o comércio escravista aumentou muito na África.
Povos guerreiros africanos, como os jagas, passaram a capturar membros de outros povos, para obter os produtos portugueses. E quanto mais ferro e cavalos esses guerreiros obtinham, mais tinham força para conquista - e, dessa forma, mais escravos entregavam aos portugueses. Para se ter uma idéia, 1 cavalo equivalia a 20 escravos.
Não demorou muito tempo para que a venda de escravos se transformasse no mais importante negócio de Portugal. Em 1486, a coroa portuguesa fundou a Casa dos Escravos, ligada à Casa da Mina, garantindo para si todo o controle do comércio imperial.
Instituição fundada em Lisboa, sob a autoridade de D. Henrique , o tráfico luso-africano e receber as rendas anuais que eram pagas em escravos ou em géneros.
Assim, de 1469 a 1475 este tráfico foi entregue a vários homens dos quais se destaca Fernão Gomes, um dos principais comerciantes de Lisboa, em troca do pagamento anual de uma renda e da promoção e apoio à descoberta e exploração de terras ao longo da costa ocidental africana.
Este tráfico tornou-se mais intenso quando foram celebrados os contratos onde se destacou Bartolomeu Marchione, um banqueiro florentino residente em Lisboa, entre 1486 e 1495, que tinha largos interesses no comércio do açúcar da Madeira e que participou na organização financeira de muitas expedições, entre as quais se destaca a de Pedro Álvares Cabral, em 1500.