Despertamos todos os dias porque temos um sonho.
O perseguimos e lutamos por ele.
Sonhamos porque temos o direito de ser feliz,
E que ninguém nos tire esse direito -
De crer nas possibilidades,
Projetar a vida, e conseguir;
Porque somos iguais a todos os demais
E sentimos amor como tu também sentes,
E isso nos enche.
Ser feliz nos enche.
Por isso não nos calamos, não pensamos calar,
Esconder-se tampouco,
Porque isso nos enche,
Ser livre nos enche,
E ter um amor nos enche.
Por Dani Cabrera
PS.: Baixar o volume do player (direita abaixo).
miércoles, 21 de julio de 2010
viernes, 16 de julio de 2010
Eletrocardiograma Vital
Eu já estive no final de uma nuvem em dias de calor desértico, e chovia sobre quem estava ao meu lado, mas sobre mim não. E já me faltou o sexto número para que o meu bilhete de loteria fosse o premiado, e a minha boca sentiu o gosto amargo de ser quase vencedor. Eu corri para parada de ônibus e quando chegava, ofegante e suada, a condução partia. Meu pai se foi um pouco antes da minha primeira festa, mas me recordo dele ainda deitado ao meu lado lado, pedindo que na sua falta celebrassem meu primeiro ano como se fosse um acontecimento histórico. Guardo lembranças que quase deixei cair, por desantenção, mas recuperei em um só bote por não ter nada além disso. Perdi shows de artistas prediletos e não tive tempo para sentar num bar do sul com Caio, tomar uma cerveja e comentar a vida. Perdi empregos antes do primeiro dia. Perdi amigos e me senti a mais desgraçada de todos os seres humanos e tive que buscar em mim meu melhor amigo. Já tive mais de cem contatos na agenda e nenhum que eu pudesse chamar às 4 da manhã para me acalmar o choro. Já tive que recomeçar do zero mais de dez vezes e nem sempre havia alguém dizendo que eu podia mais uma vez. Empreendi meu esforço em jardins que floresciam justo depois de eu ter que partir para outro lugar. Já parti quando o que tinha que fazer era ficar. Já fiquei quando o que tinha que fazer era partir. Já respondi quando eu tinha que calar. E já calei quando eu tinha que fazer era exigir. Já recebi presentes rotos, já me senti impotente por não poder tranformar doença em saúde. Perdi chamadas importantes, já cheguei tarde no cinema - última sessão do último dia de exibição. Não ouvi o despertador e perdi o melhor da festa, tantos desencontros e eu sem entender o que eu fazia aqui. Até que tu chegaste para que eu entendesse que destino é isso aí, há coisas que são para nós, há coisas que são vaidades… e há coisas que precisam seguir sem que sejamos donos da verdade. Há perdas que nos fazem crescer, há outras que nos farão rir, e outras que precisamos mesmo perder para que o universo se equilibre. Há uma sequência de prosperidade para quem decide ver com os olhos que se devem ver. Sem querer tudo para si, sem ser um gigante infalível, sem ser o insoso ¨deus-humano¨. Há felicidade depois da tristeza. Há choro, mas também há riso. Há dias sem perspectivas, mas há dias de sonhos e sonhos e sonhos. Há dias de ¨pouco-quase-nada¨, há dias de banquetes sem ter com quem, dividir. Mas agora que tu estás aqui, vou equilibrista surfando nos altos e baixos desse eletrocardiograma vital.
Por Dani Cabrera
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