Ela vai por aí essa noite - só.
E ele, em casa, planejava encontrá-la pra consumar aquilo que se confessaram.
Ela é bonita feito os ipês amarelos que contrastam com os céus da primavera.
Ele tem pinta de último romântico, ouve musica clássica, toma vinho e recita poesias.
Misteriosamente se completam assim.
Ela gosta de ser solidária, e talvez isso o tenha feito se enamorar dela mais rapidamente. Mas pode ter sido também porque ela tem um sorriso precioso que ilumina o mundo inteirinho de uma só vez.
Ele tem aquele jeito de quem já sofreu por amar demais e apostar todas as suas fichas em quem não merecia tanto crédito. E ela tem mãos macias que o fazem acreditar em tudo outra vez. Que o deixa sonhando por noites e noites à um simples toque na coxa esquerda – enquanto confessam seus planos e vontades. Ainda secretos.
Ele sonha todos os dias com os beijos dela.
Ela sabe fugir o olhar quando fica insuportavelmente difícil resisti-lo. E ele elegante não insiste. Porque neste caso os olhos não vêem, mas o coração sente.
E ele sabe ter a paciência de um girassol que durante a noite sabe esperar o sol se erguer outra vez na manhã seguinte.
Todavia ele a deseja, e sabe sentir seu perfume só com o pensamento. E então sente tudo outra vez: as mãos macias dela nas mãos macias dele, a pele doce dela no paladar dos desejos dele, o idioma romântico dela somado ao ar apaixonado dele.
Hoje ela vai sair, só, e vai procurá-lo, mas não vai encontrar.
Porque ele hoje vai ficar em casa tomando seu vinho tinto e perguntando às estrelas como deve ser estar ao lado dela.
Vai fazer muito frio, mas ele vai suportar.
Ela vai sentir falta dele.
E ambos passarão a noite pensando um no outro e bendizendo ao acaso.
Assim tudo vai crescer,
E pode ser que comece um novo Amor.
Por Dani Cabrera
domingo, 21 de diciembre de 2008
viernes, 5 de diciembre de 2008
Do Que Eu Não Sei Dizer...
Andam por aí me perguntando o que é o Amor.
Logo eu? Mas eu não sei... Ou sei? Não sei.
E o que sei não é nada além do que todo mundo sabe, não existe um monólogo.
Porque um tema assim tão cor-de-água-e-de-todas-as-outras-cores-juntas (...), eu não sei dizer – é o que vem e que vai. De mim. Me sai, sem pensar até.
Se me foi feita a pergunta, lá vai então o que eu penso ser:
O Amor pode ser o bote salva-vidas pra mocinha que, sem saber nadar, caiu do barco num mar revolto.
Pode ser também a brisa fresca que seca a testa suada do peregrino no Caminho de Santiago, e o diz: "Você consegue!" .
Pode ser uma fonte escondida no meio de um deserto.
Um estou-contigo-até-o-fim - talvez - num mundo tão vazio de gentilezas.
O Amor pode ser satisfação. Con-ten-ta-men-to.
Seguramente digo que é Felicidade!
E de todas as suposições e dos “pode-ser”, algumas certezas reúno em mim:
O Amor tem o cheiro de quem tanto quero, é o sorriso embrulhado nas coisinhas doces que meu bem me diz.
É certeza de que o amanhã nos encontrará de mãos dadas.
É a segurança de te encontrar me esperando no saguão com borboletas no estômago.
É esperança-verde-folha ainda que não haja sinal de chuva e que a terra esteja seca.
É oferecer-te meus versos mais bonitos, meus adjetivos, minhas concordâncias tentadas – e não só em papéis. Todos os passos que dou por ti – e contigo – são de poesia inenarrável!
O Amor é sorrir vendo você me mostrar como o dia acordou bonito, ainda que chova onde estou.
É cantar pra ti as cantigas de Caetano, de Toquinho e de Vinícius, mesmo que nem sempre você esteja ouvindo.
É lembrar da tua voz doce no final da manhã, e sem perceber, salgar o macarrão pensando nas razões que tenho pra te querer tanto bem.
O Amor sou eu quando falo de ti.
O Amor é você quando pensa em mim.
Por Dani Cabrera
Logo eu? Mas eu não sei... Ou sei? Não sei.
E o que sei não é nada além do que todo mundo sabe, não existe um monólogo.
Porque um tema assim tão cor-de-água-e-de-todas-as-outras-cores-juntas (...), eu não sei dizer – é o que vem e que vai. De mim. Me sai, sem pensar até.
Se me foi feita a pergunta, lá vai então o que eu penso ser:
O Amor pode ser o bote salva-vidas pra mocinha que, sem saber nadar, caiu do barco num mar revolto.
Pode ser também a brisa fresca que seca a testa suada do peregrino no Caminho de Santiago, e o diz: "Você consegue!" .
Pode ser uma fonte escondida no meio de um deserto.
Um estou-contigo-até-o-fim - talvez - num mundo tão vazio de gentilezas.
O Amor pode ser satisfação. Con-ten-ta-men-to.
Seguramente digo que é Felicidade!
E de todas as suposições e dos “pode-ser”, algumas certezas reúno em mim:
O Amor tem o cheiro de quem tanto quero, é o sorriso embrulhado nas coisinhas doces que meu bem me diz.
É certeza de que o amanhã nos encontrará de mãos dadas.
É a segurança de te encontrar me esperando no saguão com borboletas no estômago.
É esperança-verde-folha ainda que não haja sinal de chuva e que a terra esteja seca.
É oferecer-te meus versos mais bonitos, meus adjetivos, minhas concordâncias tentadas – e não só em papéis. Todos os passos que dou por ti – e contigo – são de poesia inenarrável!
O Amor é sorrir vendo você me mostrar como o dia acordou bonito, ainda que chova onde estou.
É cantar pra ti as cantigas de Caetano, de Toquinho e de Vinícius, mesmo que nem sempre você esteja ouvindo.
É lembrar da tua voz doce no final da manhã, e sem perceber, salgar o macarrão pensando nas razões que tenho pra te querer tanto bem.
O Amor sou eu quando falo de ti.
O Amor é você quando pensa em mim.
Por Dani Cabrera
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