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Moção de Repudio ao SEDUC do Estado de Rondônia

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Moção de Repudio ao SEDUC do Estado de Rondônia

O Coletivo Stonewall, grupo de militãncia LGBT formado por estudantes, professores da rede pública do Estado do Paraná e membros da sociedade civil, viemos a publico denunciar a execravel atitude do SEDUC de Roraima, ao permitir a exoneração da Profª Drª Victória Bacon. Entendemos o evento lastimável do afastamento da profissional, para razão assumidamente transfóbica, uma perigosíssima afronta aos direitos mais elementares do cidadão brasileiro, segundo consta na CF. Alémdisto, consideramos o ocorrido uma prova cabal da falência do discurso meritocrático, que infelizmente grassa em nossa sociedade e tem influenciado na política das ONGs. O fato de uma professora altamente qualificada, com mestrado e doutorado não ter acesso a uma vaga no mercado de trabalho põe em cheque a teoria de que "a especialização profissional é garantia de emprego", uma vez que a mesma fora afastada descaradamente unica e exclusivamente por ser transexual e desta forma "dar um mal exemplo aos alunos".

O infeliz episódio põe em risco um enorme contingente de profissionais da área da educação que, por pertencerem ao segmento LGBT sentem seu direito de acesso ao trabalho ameaçado.

Encaminhamos ao Governo Federal, assim como o MEC que tome providências no sentido de salvaguardar os direitos de todos estes profissionais, assim como exigimos medidas duras por parte da ABGLT e das ONGs em relação a este caso específico.

Coletivo Stonewall

blog: http://coletivostonewall.blogspot.com
Contato: [email protected]

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Segue a noticia para aqueles que ainda não estão devidamente informados:

Professora transexual que sofreu discriminação, é exonerada pelo Governo










Processo administrativo que apurou denúncias feitas por mim, como sempre ocorrem nestes Brasis, (manda quem tem poder, caneta e dinheiro), acabou levando a minha exoneração. Sem qualquer tipo de prova material a meu desfavor, a Corregedora
Geral de Administração Alzira dos Santos Bezerra acolheu as denúncias feitas contra mim e “apuradas” pela equipe da CGA e o secretário de administração recém chegado aquela pasta senhor Moacir Caetano de Sant´ana deu a palavra final confirmando a perseguição e e intolerância pela opção sexual. O que me estranhou neste processo foi sua rapidez e voracidade. Em menos de quatro (4) meses o que é normal com outros servidores apurados pela CGA (entre 1 a 3 anos) fui condenada a perder meu emprego conquistado por prova de seleção pública e títulos. Neste processo as pessoas ouvidas são as que eu tinha denunciado direta ou indiretamente. Como autora das denúncias não tive nenhuma pessoa envolvida como testemunha a meu favor e sequer no dia que fui ouvida pela equipe da CGA/SEAD tive o direito de me apresentar com advogado, pois fora me avisado quando lá estava. Levei pen drive com e-mails, mensagens e testemunhos de meu trabalho desenvolvido nestes cinco (5) anos de educação rondoniense e nada foi anexado ao mesmo. Os alunos envolvidos no processo foram os mesmos que tentaram me prejudicar quando lecionava nas escolas (Castelo Branco, Risoleta Neves e Carmela Dutra) os mesmos que faziam chacotas de mim ou não me aceitavam pela minha orientação sexual. As denúncias que fiz contra estes alunos e contra a postura da equipe gestora destas escolas teriam de estar nas atas das mesmas pois foram registradas mas sequer foram anexadas ao processo, estranho né?

Uma servidora da escola Risoleta Neves chamada Sheyla que desenvolve atividade como orientadora educacional chegou a dizer que lá trabalhei como educadora durante 2 anos. Uma afirmação tão errada que nesta escola permaneci 10 meses e a mesma que trabalha em 3 empregos na Prefeitura de Porto Velho, de Candeias do Jamari e no Governo de Rondônia não teria a moral ética para servir de testemunha contra mim. E quanto a esta servidora como consegue trabalhar em 3 empregos durante um único dia? E a legislação permite? E a sindicância da SEAD onde está nestes momentos?

Quando a SEDUC resolveu lotar-me na escola Carmela Dutra fui veemente humilhada pela diretora Iná de Aquino que resistiu a me receber na escola (a conversa está toda gravada em áudio de celular em 02/07) e mostra a reação da diretora que só me aceitou após a interferência da secretária de educação. Durante estes 5 meses na escola foi muito difícil para mim, tentar livrar-me de um trauma de uma outra escola que sofri fortemente preconceito da equipe gestora, mas tive nos alunos a grande parceria para fortalecer meus desejos e vontade de vencer esta batalha. Infelizmente não somos amados por todos, pois nem DEUS nosso Pai Criador conseguiu esta proeza.



Sinto-me feliz e realizada nestes meses de trabalho na instituição onde ganhei muitos amigos, realizei novas descobertas e passei a ver este mundo tão cruel com quem é diferente de outra maneira e forma.

Todas as situações de humilhação eu passei nas escolas das quais denunciei e na atual escola Carmela Dutra. Mas por orientação de um amigo passei a gravar as conversas que tinha com a diretora e a supervisora no celular. Entre essas conversas encontram-se nitidamente o desejo das mesmas em me ridicularizar, colocar os alunos contra mim e até mesmo criar situações constrangedoras que prefiro não relatar nesta Carta Aberta por ser incômoda e perplexa. Infelizmente a educação encontra-se padecendo por tipos de gestores sem sensibilidade e sem conhecimento de mundo e principalmente arcaicos no modo de pensar, agir e viver. E quanto à vice-diretora da escola Risoleta Neves que denunciei o que aconteceu com ela? Nada.E com o diretor Jéferson Sales da escola Castelo Branco? Nada e o que acontecerá com Iná Aquino da escola Carmela Dutra? Nada. São indicados pelo sistema podre de apadrinhamento político, este câncer que contamina o crescimento social e moral deste país. A velha e arcaica forma de comandar o poder e o Estado interfere no pilar mais importante da vida humana: a educação.



Onde esteve a SEDUC quando me lotou naquela escola? O julgamento foi feito, mas, e o acompanhamento para se saber onde está o problema? Eu sim posso ser o problema, mas a orientação e o bom relacionamento são necessários para que um
profissional da educação possa enxergar melhor a forma com que trabalha como precisa melhorar e de que forma melhorou. Tudo isto nunca fora feito pela SEDUC. E quanto ao preconceito por eu ser transexual todos afirmaram no processo que não existiu. Claro que existe e sempre existirá. Ninguém afirmará que não aceita alguém por sua orientação sexual, pois estará assinando seu atestado de culpa. Por acaso algum ser humano vai declarar num processo que não aceita uma pessoa por que ele é negro ou muçulmano? Evidente que não. Obviamente da mesma forma que nenhuma pessoa em pleno uso de suas faculdades mentais irá declarar que não aceita uma pessoa por sua orientação sexual. A hipocrisia da sociedade brasileira é tão grande ao ponto de hostilizarem uma heterossexual de ir vestida de uma forma que ela se sente bem na universidade (caso da Geysa da UNIBAN). Agora imaginem com uma transexual e ainda na função de professora?

Encaminhei ao senhor Governador do Estado, Ivo Cassol, relatório para que observe como chefe do executivo as barbaridades cometidas neste processo. Não vou calar-me irei a todos meios possíveis e impossíveis para valer meu direito de cidadã, de educadora e de ser humano.

Estas pessoas envolvidas no universo educacional sejam alunos, pais, professores e equipe gestora precisam mudar seus conceitos e passar a conhecer a identidade de gênero, a opção sexual e dar valor ao mérito e não as formas como se veste, se pensa, se fala ou qual opção sexual prefere seguir. Várias matérias jornalísticas colhidas por mim apresentam nitidamente pessoas transexuais que sofrem preconceito no trabalho e até mesmo professores transexuais que lutam pra garantir sua função. Os links estão no final desta Carta Aberta e gostaria que vocês lessem as reportagens, analisassem e refletissem melhor sobre tudo o que está acontecendo comigo. Eu continuarei em Rondônia, pois aqui escolhi para viver, para colher meus frutos e tentar ajudar no crescimento intelectual de uma Rondônia tão massacrada por índices negativos e tão amada pelos filhos que acolhe. Aqui, nesta cidade de Porto Velho conheci a felicidade e também a desgraça. A desgraça de encontrar pessoas hipócritas como estes diretores de escola, estes alunos preconceituosos guiados por seus pais intolerantes e que de má fé, permeiam a inveja por não aceitarem o que é diferente e se julgam donos do mundo e da razão. Agradeço a todos que compartilharam comigo este desabafo.
Não perdi esta batalha, venci mais um desafio nesta vida cruel.

Professora Victória Bacon

Transexual pode ser tudo aquilo que um heterossexual é.

Revista "Tina" sugere personagem gay de Mauricio de Sousa

segunda-feira, 16 de novembro de 2009



Revista "Tina" sugere personagem gay de Mauricio de Sousa
(da Folha Online)

A 6ª edição da revista "Tina", da editora Panini, apresenta o primeiro personagem aparentemente gay das histórias de Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica.

Caio, que é apresentado como melhor amigo de Tina na história de capa, assume ser "comprometido", indicando outro rapaz, o que causa estranhamento para os outros personagens.

A personagem Tina, originalmente hippie, nos anos de 1960, agora tem um amigo gay, em história da edição número seis de sua revista
A assessoria de Maurício de Sousa considera que é a primeira vez que o assunto é abordado nas histórias, cumprindo promessa do autor de discutir questões ligadas ao universo adolescente, "de forma tranquila e sem levantar bandeiras".

No entanto, para brindar a inclusão dele na história, há nela também um discurso de Tina contra preconceito em geral.

O assessor afirma que a história não pretendeu ser categórica no lançamento de um personagem gay. Ele levanta até a possibilidade de que ele seja bissexual, no entanto. Ele também assegura que a história e o personagem terá a devida continuidade e encaminhamento.

Tina, agora estudante de jornalismo, é uma personagem que foi criada nos anos de 1960, inicialmente com um visual hippie, e traços bem diferentes dos atuais.




UnB: Jovens tiram a roupa para repudiar machismo na universidade

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Jovens tiram a roupa para repudiar machismo na universidade
Grupo de 250 pessoas fez passeata até o Salão de Atos da Reitoria para apoiar a aluna Geisy Arruda, ameaçada no mês passado na Uniban
Daiane Souza - Da Secretaria de Comunicação da UnB


Grupo de 250 pessoas fez passeata até o Salão de Atos da Reitoria para apoiar a aluna Geisy Arruda, ameaçada no mês passado na Uniban
Daiane Souza - Da Secretaria de Comunicação da UnB



Às 14 horas desta quarta-feira cerca de 250 estudantes – alguns nus, outros vestidos apenas com roupas íntimas – chegaram à reitoria da Universidade de Brasília em protesto contra a atitude machista dos estudantes da Uniban de São Bernardo do Campo (SP) contra estudante Geisy Arruda. Os alunos estão no Salão de Atos da Reitoria para entregar ao reitor José Geraldo de Sousa Júnior um documento com reivindicações de políticas institucionais para a segurança da mulher na instituição.

O grupo considera o caso de Geisy absurdo e o comparam com situações de preconceito e machismo registrados na UnB. Um exemplo citado durante a manifestação foram os atos de violência sexual ocorridos na universidade, como o ataque a uma estudante de 18 anos, em abril deste ano.

“Todos os dias as mulheres e outras minorias sofrem agressões na universidade. São agressões verbais, falta de segurança e assédios por parte de professores e funcionários. Todas as minorias, aqui, estão vulneráveis e expostas”, diz Luana Gaudad, 20 anos, estudante de Serviço Social e militante do Klaus, grupo da causa GLBT da UnB.

O protesto foi convocado pelo CA de Sociologia, e rapidamente se espalhou por e-mail e pelo Orkut. "Acreditamos que o movimento estudantil, assim como o movimento social, não pode aceitar nenhuma forma de agressão, machismo ou preconceito", afirma Rodolfo Godoi, estudante de sociologia.

A carta aberta à comunidade, assinada por estudantes, professores(as) e servidores (as), diz que a agressão a Geisy Arruda "se sustenta nos valores discriminatórios que integram a sociedade capitalista que vivemos, onde as representações sociais da mulher se baseiam numa ótica de subserviência masculina".

A carta também reivindica políticas institucionais contra o machismo, criação de creches, um centro de referência da mulher e o levantamento dos registros de violência contra a mulher nos quatro campi (veja box).

O reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Júnior, manifestou solidariedade aos termos da carta. "O que aconteceu em São Paulo foi um ato de instransigência, intolerância, e a comunidade não quer que isso se repita na UnB", disse. "A resposta social a esse episódio foi a melhor que poderíamos esperar de uma sociedade que quer respeitar os direitos da mulher e os direitos socialmente conquistados".

O reitor divulgou uma nota oficial da UnB, apoiando a carta dos estudantes (leia aqui). Essa nota será enviada ao Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras (Crub), Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e Ministério da Educação.

Carta Aberta à Comunidade Acadêmica da Universidade de Brasília

Nós, estudantes, professores(as) e servidores(as) da UnB, viemos através dessa Carta manifestar nosso repúdio ao ato de violência machista e sexista, ocorrido no dia 22 de outubro na Universidade Bandeirantes (Uniban -SP), onde a estudante Geyse Arruda foi perseguida, agredida, ofendida e ameaçada de estupro por estar trajando um "vestido curto". As imagens divulgadas através da mídia e na internet, chocam pelo conteúdo agressivo e pelas manifestações de selvageria e barbárie cometidas por grande parte dos estudantes dauniversidade.Isso demonstra, como o machismo segue atuando de forma brutal no interior dasociedade.

Repudiamos também a direção da UNIBAN, que ao expulsar Geyse Arruda, comete da sua parte também um ato de violência, reproduzindo o machismo e a discriminação da qual a estudante foi vítima, atitude essa totalmente incompatível com uma instituição que deveria cumprir o papel de educar, e não de comercializar diplomas. Acreditamos que o espaço universitário deve ser local de construção de conhecimento que possa contribuir para a superação dos valores, vícios e práticasmachistas, e não de referendá-las.

A atitude de julgar a estudante a partir da roupa que trajava, se sustenta nos valores discriminatórios que integram a sociedade capitalista que vivemos,onde as representações sociais da mulher se baseiam numa ótica de subserviência masculina. Ao invés de culpabilizar a estudante pela roupa que usava, é preciso questionar o processo de mercantilização do corpo feminino, e a lógica patriarcal que define que as mulheres não podem decidir o que vestir, o que falar, o que fazer. Na raiz dessa manifestação bárbara ocorrida na UNIBAN, existem os mesmo valores machistas que levam milhares de mulheres a serem vítimas de estupros, violência física e mesmo assassinatos. A agressão contra Geyse é uma violência à todas as mulheres.

Exigimos que a Reitoria manifeste uma posição institucional sobre o caso ocorrido na UNIBAN denunciando a violência ocorrida contra Geyse Arruda bem como a punição aos agressores envolvidos no episódio, inclusive a Direção da UNIBAN.Entendemos que na UnB também são inúmeros os casos de alunas que sofrem com agressões machistas, inclusive sofrendo estupro no interior dos campi. Acreditamos que são necessárias políticas institucionais que coíbam atitudes machistas contra estudantes, garantindo a segurança das mulheres nos campi e políticas de assistência estudantil, como creches, viabilizando a permanência das estudantes na universidade.

Também reivindicamos UM Centro de Referência da Mulher e o levantamento dos dados de todos os casos de violência contra a mulher registrados nos 4 campi.Somente com políticas concretas e cotidianas poderemos avançar no combate ao machismo em nossas universidades.

Brasília, 11 de novembro de 2009.

70% dos brasileiros querem que preconceito contra homossexuais vire crime

quarta-feira, 4 de novembro de 2009


Pesquisa do DataSenado revelou que 70% dos entrevistados querem que a lei puna os atos de discriminação ou preconceito contra homossexuais. A elevada aprovação se repete em quase todos os segmentos da população, com pouca variação de acordo com região, sexo e idade, e em todos eles a maioria é favorável ao PLC 122/2006.

Os menores índices de concordância estão entre os moradores da Região Centro-Oeste (55%), pessoas que cursaram até a 4ª. série do ensino fundamental (55%) e pessoas com mais de 30 anos (67%).

Quanto à religião, para 54% dos evangélicos a discriminação dos homossexuais deve virar crime, enquanto 39% desse segmento defendem a rejeição do projeto. No universo de entrevistados católicos e de outras religiões, mais de 70% defendem a aprovação do projeto. 79% dos entrevistados que se declaram ateus querem a criminalização da homofobia.

Mudanças na CLT e no Código Penal

O PLC 122/2006 altera a Lei 7.716/99 que trata de crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. O projeto estende a punição à discriminação ou preconceito de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero.

Também estão previstas alterações no Código Penal e na CLT. Se for aprovado, passa a ser crime, entre outras atitudes, impedir, recusar ou dificultar o acesso de pessoas a ambientes públicos ou privados por conta de sua opção sexual, assim como usar o mesmo argumento para impedir a contratação de pessoas ou sua promoção na carreira profissional.

Metodologia

Descrição: Pesquisa telefônica
Amostra: 1.120 pessoas
Universo: Maiores de 16 anos com acesso
a telefone fixo e residentes em capitais brasileiras
Período: 06 a 16 de junho de 2008
Plano Amostral: Amostragem estratificada
Ponderação: Sexo e município
Margem de erro: 3,0%, para mais ou para menos
Nível de confiança: 95%


Veja os dados completos da pesquisa (em formato .pdf)

FONTE: Senado Federal- SEPOP

Humor: conservadores dos EUA lançam campanha contra o casamento gay. Simpatizantes parodiam.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Filme feito por conservadores nos EUA, da National organization for Marriage, demonstra o perigo que o casamento entre homossexuais representa para a sociedade americana:



Gostou do video? Achou absurdo? Engraçado?

Agora veja a paródia muito bem sacada:


Para ABGLT, governador homofóbico é "aliado".

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Saiu no G1:


Requião relaciona câncer de mama em homens a 'passeatas gay'



Governador do Paraná deu declaração em programa do governo na TV.
Assessoria do governo disse que, por enquanto, não comentará episódio.

O governador do
Paraná, Roberto Requião (PMDB), disse no programa "Escola de Governo", veiculado
pela TV Educativa do Paraná, que o câncer de mama em homens deve ser
"consequência de passeatas gay".

A assessoria do governo do Paraná disse ao G1 que, por enquanto, não comentará as declarações do governador.

Requião deu a declaração ao convidar para falar o secretário da Saúde do estado,
Gilberto Martin, que anunciaria ações para o controle de câncer.

"A ação do governo não é só em defesa do interesse público, é [em defesa] da saúde da mulher também. Embora hoje câncer de mama seja uma doença masculina também, né? Deve ser consequência dessas passeatas gay", disse Requião, ao convidar o secretário ao palco.

O secretário afirmou que o câncer de mama não é um problema só da mulher. "Em menor incidência, em menor número de casos, também atinge o homem. O homem também tem que tomar cuidados em relação ao câncer de mama. Então, bem lembrado pelo governador essa preocupação", afirmou Martin.

A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), com sede em Curitiba, pediu nesta terça uma audiência com Requião para discutir o andamento da implementação das propostas aprovadas pela 1ª Conferência Estadual LGBT, realizada em 2008. “Afinal, consideramos o senhor um aliado. Estamos juntos contra todas as doenças, inclusive o câncer de próstata”, diz o pedido assinado pelo presidente da associação, Toni Reis.


"

FONTE: http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1356762-5601,00-REQUIAO+RELACIONA+CANCER+DE+MAMA+EM+HOMENS+A+PASSEATAS+GAY.html


Considerações:


1) O Sr Governador tb poderia estar junto com a ABGLT na luta contra a homofobia, que tal?


2) O Sr. Secretário de Saude, Gilberto Martin, provavelmente ao tentar "salvar" o seu chefe acabou por apresentar uma gafe ainda maior: o câncer de mama não é problema entre "homens" e , sim, entre travestis e transexuais que se utilizam de próteses e aplicação de silicone industrial. Mas isso a ABGLT parece ter se esquecido de ensinar ao ilustre secretário.


3) Enquanto isso, o processo transexualizador não está sendo garantido pelo Estado do Paraná, e não temos sequer um centro de Referencia como existe em São Paulo.


4)Esta "jóia rara", merece lugar de destaque em nossa galeria de "pérolas".

17/10/09- Ato mundial pela despatologização da Transexualidade. Veja os lugares onde haverá ato publico:

terça-feira, 13 de outubro de 2009



Mais informações: http://stp2012.wordpress.com/

Alicante (Estado Español), Ankara (Turquía) , Archena (Estado Español), Barcelona (Països Catalans), Berlín (Alemania), Bilbao (Euskal Herria), Bogotá (Colombia), Bruselas (Bélgica), Buenos Aires (Argentina), Campinas (Brasil), Caracas (Venezuela), Ciudad de México (México), Corunha (Galiza), Donosti (Euskal Herria), Gasteiz (Euskal Herria), Granada(Estado Español), Jerusalem (Israel), Hong-Kong (China), Jaén (Estado Español) Las Palmas de Gran Canaria (Estado Español), Lille (Francia), Lima (Perú), Lisboa (Portugal), Londres (Reino Unido), Madrid (Estado Español), Managua (Nicaragua),Montpellier (France), Montreal (Quebec), Paris (France), Quito (Ecuador), Sevilla (Estado Español), San Francisco (California), Santiago de Cali (Colombia), Santiago de Chile (Chile), Santiago de Compostela(Galiza),Sao Paulo (Brasil), Valencia (País Valencià), Zaragoza(Estado Español).

EUA inclui agressão a gay a lista de crimes hediondos

sexta-feira, 9 de outubro de 2009


Dias antes da realização da marcha de gays, lésbicas e transexuais que promete levar cerca de 500 mil manifestantes para as ruas de Washington, a Câmara dos Representantes dos EUA decidiu ampliar a lei contra crimes hediondos incluindo a violência em função de orientação sexual na lista dos mais graves crimes do país, mostra reportagem de Gilberto Scofield Jr. publicada na edição desta sexta-feira do jornal O Globo.

A proposta - uma reivindicação de movimentos de apoio a gays e lésbicas nos EUA há pelo menos 10 anos - precisa ainda ser aprovada no Senado para virar lei efetiva, mas esta vitória, segundo os analistas, é tida como certa.

A lei de crimes hediondos dos EUA foi criada em 1968, após o assassinato do líder negro Martin Luther King Jr., e aos poucos foi ampliada para incluir os crimes motivadas por, além de raça, cor (etnia), credo religioso e nacionalidade. A proposta inclui os crimes motivados por gênero, orientação sexual, identidade sexual e deficiências.

Pelo menos 45 estados americanos possuem leis específicas sobre crimes de ódio, mas com a aprovação da nova proposta, procuradores federais dos EUA podem pela primeira vez intervir em casos de violência contra homossexuais no país, caso os tribunais estaduais não cumpram com suas tarefas de processar devidamente acusados.

FONTE:http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2009/10/08/camara-dos-representantes-dos-eua-inclui-agressao-gay-lista-de-crimes-hediondos-767976469.asp

15/10 na Reitoria UFPR: Cine Patio e debate sobre o filme Transamérica

quinta-feira, 8 de outubro de 2009


Por ocasião da Campanha Mundial pela Despatologização da Transexualidade, o Coletivo Stonewall estará promovendo, no proximo dia 15 de outubro (quinta-feira), a apresentação do filme Transamérica, estrelado pela atriz Felicity Huffman, no papel da transexual "Bree". Trata-se, além de um importante debate da realização de um ato político, pois estaremos apresentando uma obra sobre um tema considerado "tabu", no pátio de uma universidade conhecida por ser uma das mais conservadoras das instituições de ensino superior.

Sinopse:Bree (Felicity Huffman) é uma transsexual que, antes de mudar de sexo, fez um filho. O garoto, Toby (Kevin Zegers), é agora um adolescente que sonha encontrar o pai que nunca conheceu. Os dois se reencontram - sem que ele saiba sobre a identidade verdadeira de Bree - e partem, juntos, numa viagem de carro a Los Angeles.

Gênero: Comédia Dramática
Tempo: 103 min.
Lançamento: 2005
Lançamento DVD: Out de 2006
Classificação: 14 anos
Distribuidora: Focus Filmes

Contamos com sua presença!!!

Irina Bacci: "Da Escravidão à ditadura dos corpos"

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Da Escravidão à ditadura dos corpos
(Por Irina Bacci)

Extraido de: http://flordoasfalto.blog.uol.com.br/





O passado, presente e quiçá, o futuro no Brasil parece ser permeado pelas mesmas vivências e infelizmente, comuns, violações dos direitos humanos. Da escravidão aos dias da atual democracia brasileira, observamos que nossa história está repleta de episódios onde somente os atores são trocados. Desde a chegada dos colonizadores no país, a violação dos direitos humanos, ainda que não entendida naquele contexto desta forma, pois o conceito de direitos humanos surgiu com a revolução francesa, é fato na sociedade, como parte integrante da herança colonial, escravocrata, machista, racista e discriminatória. Podemos comparar diversos episódios históricos do país com os dias de hoje e quem há de dizer que não há similaridade? Ou ainda, quem há de ter coragem em assumir que realmente a escravidão e a ditadura acabaram?

Podemos começar com recentes episódios como a ditadura e ainda que ela tenha acabado, será mesmo que estamos livres de direito e de fato? Será que vivemos realmente em uma democracia? Será que vivemos em uma sociedade realmente segura e justa? Numa sociedade tão desigual, onde viver a cidadania plena é privilégio de tão poucos, com certeza nos aponta uma sociedade onde o conceito de democracia é equivocado e nos enganamos em pensar que realmente temos a liberdade de ir e vir. Hoje a ditadura, obviamente, não é prática e tão pouco é o regime político brasileiro, mas subjetivamente, as práticas e conseqüências da ditadura ainda permeiam as cabeças e ações da nossa sociedade excludente, machista, racista e homofóbica.

O genocídio da juventude, sobretudo a negra, o assassinato impune das mulheres e a homofobia sanguinária são exemplos de que as conseqüências e marcas da ditadura, ainda exterminam seus filhos e filhas. A cidadania plena de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais continua sendo roubada caracterizando um processo de tortura a essas cidadãs e cidadãos de direito que não podem viver plenamente numa sociedade que não aceita e tão pouco respeita o livre direito ao amor, ao corpo e a felicidade. A esses filhos e filhas, o Estado Brasileiro prefere, ainda que com algumas ações, mantê-los na condição de cidadãs e cidadãos de segunda categoria e isto, não seria tortura? Negar-lhes o direito pleno e incondicional de serem livres, não é remontar as bases da ditadura?

Talvez nos dias hoje, não possamos afirmar que vivemos em uma sociedade escravista, mas será que a vivência da singularidade de nossos corpos não nos leva a uma forma de escravidão? Será que a sensação do escravo negro ao receber a liberdade pela Lei dos Sexagenários não é a mesma sensação da transexual ao conseguir adequar seu corpo na adultez? Fico imaginando o que se passou pela cabeça desses escravos ao saber que estavam livres com 60 anos de idade e o que fariam com a sua liberdade quando velhos?
Não será igual ao que passa na cabeça de uma transexual que consegue (quando consegue) sua cirurgia de readequação após perder sua adolescência, juventude e boa parte da fase adulta? O que essas pessoas farão com suas novas identidades sem tê-las vividos quando jovens? Será que o Estado Brasileiro não as está aprisionando-as, escravizando-as em seus corpos não desejados? E ainda pensando na história, mesmo que consideremos avanço, será que o processo transexualizador do SUS, não seja tão somente uma alforria para poucos? As que têm dinheiro para comprar sua liberdade? E ou as que têm sorte de serem laudadas como transexuais pelo saber médico? Não será tal como se submeter à vontade do senhor branco em alforriar seu escravo? Será mesmo que é o saber médico que nomeia a transexualidade?

E indo mais além, se considerarmos as travestis, talvez possamos compará-las com aqueles escravos considerados rebeldes e indisciplinados pelos senhores brancos, afinal como eles, elas também não se submetem à ordem social, pelo simples fato de não seguirem a normativa dos corpos e são, por natureza, subversivas, pois rompem os padrões de gênero e a lógica dos corpos binários, masculinos ou femininos e a elas, só restam a lei Áurea. Por fim, só espero que este dia não chegue tão tarde como chegou aos negros, pois senão os senhores brancos, irão se queixar das políticas afirmativas dizendo que suas gerações não tem culpa da escravidão e da ditadura dos corpos!

Irina Bacci , formada em fisioterapia e especialista em administração de sistemas de saúde, é feminista, integra o Coletivo de Feministas Lébicas e é coordenadora do Centro de Referência da Diversidade