terça-feira, 26 de abril de 2011
Em luto, para então lutar.
Diz que para nascer a vida é preciso haver a morte...
Hoje, na minha terceira aula de direção eis que me aparece um cãozinho, atravessa na frente do meu carro, e morre de modo rápido e indolor nas rodas do carro ao lado. Foi muito rápido e ele já ficou logo durinho, mortinho. Que coisa né? Morreu! Achei importante dedicar-lhe este momento de luto. Afinal de contas os cachorros são parte importante da humanidade. Seguindo nessa linha de pensamento, vou aproveitar e lutar (fazer o luto) pelas incontáveis árvores e pelos incontáveis animais em extinção, de nascentes obstruídas, rios poluídos, já que é o dia do luto, vamos lutar também pela alegria deixada na infância, pela espontaneidade, vamos lutar pela coragem, ah coragem, como sinto sua falta! Coragem para lutar...para se soltar, para xingar, para dizer não, e para dizer sim, coragem para dançar... hoje é o dia do luto... para então lutar.
terça-feira, 12 de abril de 2011
Clarinine na terra dos sonhos lúcidos
Minha história hoje se encontra com a de Alice no país das Maravilhas - o filme -, eu que sempre tive muitos pesadelos, assim como ela os tinha, comecei a descobrir através de um dos meus sonhos um terrível medo, que me persegue desde que me entendo por gente. Depois de uma noite em que o terapeuta me perguntou "e então, vai enfrentar seu medo?" eu acordei assombrada no meio do escuro, sem querer encarar o que me dava tanto medo, me encolhendo e me escondendo entre edredon e travesseiros. Agora toda noite sou novamente questionada. O que tenho, é um terrível medo de me perder de mim mesma. Hoje farei como Alice, que enfrentou corajosamente seus maiores medos, os perigos do seu inconsciente, e ao final da aventura volta com uma genial descoberta, decide assumir sua liberdade, dizer NÃO para os padrões "cabeça de bacalhau", para o casamento arranjado, para os papéis adequaos de uma "moça", enfim, para uma vida inteira de pesadelos reais. Agora é a minha vez.
O mendigo e o cão feliz
Eles nunca se apressam...
Hoje um homem andando em trapos caminhava lentamente carregando e trajando seus mulambos, um cão filhote o seguia com passinhos apressados , língua de fora, sorridente e feliz, com ar de liberdade. Que cachorrinho feliz, pensei comigo, pode ficar andando o dia todo, e sei que os cachorros gostam de andar; tem um dono que fica perto dele o dia inteiro, e os cachorros são fãs incondicionais dos seus donos. Que cão feliz, tão pobre e tão feliz! E aquele moço, que não tinha pressa, era um mendigo afinal. Um ser humano que não se apressa... tão pobre e tão sem pressa! Suspeitei da minha felicidade...
sábado, 2 de abril de 2011
A metáfora da Borboleta
Hoje eu desisti de querer ser borboleta. Ah! Descobri que é uma grande ilusão. A borboleta primeiro é lagarta, e passa "anos" da vida comendo! Poxa, comer é bom, mas ter que comer o dia inteiro, e só comer, é demais né! Depois vem a fase do casulo, ou seja após "anos e anos" de comelança, ela dorme, e só dorme, então ela dormiu tanto, que não é mais a mesma que era quando foi dormir, dormiu lagarta e acordou borboleta, que coisa não? Seria até uma crise de identidade positiva, eu era gorda e pesada, e depois... tcharam, leve e voadora! Mas antes de perceber isso, a bichinha está presa em seu casulo, e precisa lutar para se libertar. Ótimo! Comer, dormir e se exercitar: a receita ideal para uma beleza explêndida, veja como podemos aprender com a natureza! Enfim agora vem a fase de ouro, ela sai do casulo, maravilhosamente exuberante, então voa e voa, linda e leve, acasala um pouco e...fim! Já é hora de morrer. Daí ela fica morrendo, aos poucos, devagar, perdendo forças, até que venham as formigas, que mal esperam a morte para arrebata-la e ir logo se aproveitando daquele corpicho decadente! Tão fulgaz a vida da borboletinha!
Eu parei para ver aquelas borboletas no quintal, e vendo uma meio abatida no chão, pensei, se eu fosse essa borboleta eu queria ser ser humano, ou seja, se eu fosse ela, iria querer se eu. Entende? O ser humano é forte, e pode voar se quiser! Tem asadelta, paraglider, e kitesurf, e quando ficam velhos, podem ainda viver muito sem que ninguem queira devorá-los precipitadamente. É, daí eu vi que era melhor ser gente, e das gentes todas era melhor ser eu mesma. Ah, mas o legal foi que aquela borboleta que parecia estar mais pra lá do que pra cá, me surpreendeu, e quando as outras já voavam pelo quintal, ela também levantou vôo! E para minha surpresa, ela não era uma moribunda era apenas uma borboleta amanhecendo!
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