Este poema de Pedro Homem de Mello, aqui interpretado pelo Paulo Penim para o Fado Esmeraldinha de Júlio Proença, também é muito bem interpretado por Joana Amendoeira, embora com outra música, da autoria de Pedro Pinhal, também um excelente trabalho, como se pode aferir aqui
Quem quer que sejas, vem a mim apenas
de noite quando as rosas adormecem,
vem quando a treva alonga as mãos morenas
e quando as aves de voar se esquecem
Vem a mim quando até, nos pesadelos
o amor tenha a beleza da mentira,
vem quando o vento acorda em meus cabelos,
como em folhagem que á vida respira.
Vem como a sombra quando, a estrada é nua,
no risco de asa vem, serenamente,
como as estrelas quando não há lua,
ou como os peixes quando não há gente
Vem a mim quando até nos pesadelos
o amor tenha a beleza da mentira.
Este blogue é uma homenagem a todos os que amam o FADO. Estão totalmente reconstruídos todos os posts, mas agradeço que sempre encontrem alguma anomalia ma comuniquem
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Amor ausente
Sobre a conhecida música do fado Mundo de Inverno de Paco Gonzales, Tony Carolas fez esta letra para a voz de Jaime Dias
Volta para mim, tem paciência,
com este tresloucado coração,
que chora a toda a hora ,a tua ausência,
e vai morrendo aos poucos, de paixão.
Sabes que és tu, a quem eu quero,
e se prestares um pouco, de atenção,
ouvirás no silêncio o desespero,
do meu amargurado coração.
Chego a sonhar, neste meu fado,
que ao acordar estarás de novo, a meu lado,
não estás ali e a pouco e pouco
a tua ausência meu amor, deixa-me louco
Embora a quase tudo eu resista,
por vezes sinto que estou a naufragar,
cansado de nadar, sem terra à vista,
mas logo arranjo forças para lutar.
Porque ficam alerta, os meus sentidos,
julgando estar a ouvir a tua voz,
murmurar docemente aos meus ouvidos,
teima meu amor, luta por nós.
Chego a sonhar, neste meu fado,
que ao acordar estarás de novo, a meu lado,
não estás ali e a pouco e pouco
a tua ausência meu amor, deixa-me louco
Volta para mim, tem paciência,
com este tresloucado coração,
que chora a toda a hora ,a tua ausência,
e vai morrendo aos poucos, de paixão.
Sabes que és tu, a quem eu quero,
e se prestares um pouco, de atenção,
ouvirás no silêncio o desespero,
do meu amargurado coração.
Chego a sonhar, neste meu fado,
que ao acordar estarás de novo, a meu lado,
não estás ali e a pouco e pouco
a tua ausência meu amor, deixa-me louco
Embora a quase tudo eu resista,
por vezes sinto que estou a naufragar,
cansado de nadar, sem terra à vista,
mas logo arranjo forças para lutar.
Porque ficam alerta, os meus sentidos,
julgando estar a ouvir a tua voz,
murmurar docemente aos meus ouvidos,
teima meu amor, luta por nós.
Chego a sonhar, neste meu fado,
que ao acordar estarás de novo, a meu lado,
não estás ali e a pouco e pouco
a tua ausência meu amor, deixa-me louco
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Se tu partires
A enorme felicidade que todos nós, amantes do fado, sentimos pelo reconhecimento do nosso fado como Património da humanidade, eu deixo aqui a voz de um símbolo, de todos aqueles que há muitos anos dão ao fado tudo o que têm. Muitos deles permanecerão apenas o conhecimento de alguns, nunca alcançaram o estrelato, mas lutam todos os dias pelo seu amor.
O exemplo aqui é de Luís Manuel que também é o autor da letra para a música do fado Esmeraldinha de Júlio Proença
Se tu partires amor um longo adeus
soltam meus pobres lábios de fugida,
qual hino de paixão subindo aos céus,
nessa tão triste hora da partida.
Se tu partires amor, eu peço a Deus,
que a saudade te assalte docemente,
e te traga na volta, os braços meus,
para ficares comigo, eternamente.
Pois seja aqui ao lado, no fim do mundo,
mesmo que corras mais que o próprio vento,
vai te alcançar o meu amor profundo,
neste correr veloz do pensamento.
O exemplo aqui é de Luís Manuel que também é o autor da letra para a música do fado Esmeraldinha de Júlio Proença
Se tu partires amor um longo adeus
soltam meus pobres lábios de fugida,
qual hino de paixão subindo aos céus,
nessa tão triste hora da partida.
Se tu partires amor, eu peço a Deus,
que a saudade te assalte docemente,
e te traga na volta, os braços meus,
para ficares comigo, eternamente.
Pois seja aqui ao lado, no fim do mundo,
mesmo que corras mais que o próprio vento,
vai te alcançar o meu amor profundo,
neste correr veloz do pensamento.
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Até cada adeus
Volto a lembrar aqui a fadista Romy Barra, neste cantinho onde procuro sempre lembrar gente do fado, em especial grandes intérpretes , nem sempre muito falados, é o caso desta senhora.
Este fado tem letra do Dr.Almeida Santos para o fado 3 bairros de Casimiro Ramos
Custa tanta a dizer
este adeus que tem que ser,
a vida quis deste jeito,
digo-te adeus mas não digo,
pois fica sempre comigo,
a saudade no meu peito
Adeus até cada rosto
onde eu vejo esse desgosto,
que com desgosto em mim vive,
adeus até cada olhar,
onde eu veja o teu olhar,
como agora o vejo triste,
Adeus até cada fado
bem fadado ou mal fadado,
que eu cantar pensando em ti,
adeus até à saudade,
da mentira ou da verdade,
da vida que não vivi.
Adeus até cada grito,
cada desejo infinito,
dos beijo que te não dei.
se outra boca eu beijar,
beija-la-ei a chorar,
pois só a ti beijarei.
Adeus até cada aurora
como esta em que nós agora,
ouvimos dobrar um sino,
adeus até cada adeus,
em que aos pobres olhos meus
cumpre chorar o destino
Este fado tem letra do Dr.Almeida Santos para o fado 3 bairros de Casimiro Ramos
Custa tanta a dizer
este adeus que tem que ser,
a vida quis deste jeito,
digo-te adeus mas não digo,
pois fica sempre comigo,
a saudade no meu peito
Adeus até cada rosto
onde eu vejo esse desgosto,
que com desgosto em mim vive,
adeus até cada olhar,
onde eu veja o teu olhar,
como agora o vejo triste,
Adeus até cada fado
bem fadado ou mal fadado,
que eu cantar pensando em ti,
adeus até à saudade,
da mentira ou da verdade,
da vida que não vivi.
Adeus até cada grito,
cada desejo infinito,
dos beijo que te não dei.
se outra boca eu beijar,
beija-la-ei a chorar,
pois só a ti beijarei.
Adeus até cada aurora
como esta em que nós agora,
ouvimos dobrar um sino,
adeus até cada adeus,
em que aos pobres olhos meus
cumpre chorar o destino
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Na hora da despedida
O inimitável Tristão da Silva volta aqui com mais um dos seus fados inesquecíveis
Aqui canta uma letra de autor desconhecido para a música do fado puxavante que grande polémica tem sobre a sua autoria
Quando o lobo desce a serra
na fome que a neve traz
não há nada que resista
à sua fome voraz
Falar-se de honestidade,
é bom para quem muito tem,
mas da serra da verdade
todos são lobos também
É lobo aquele que na gloria
quer um trono requintado
foi lobo aquele que na história
teve um lugar demarcado
Quando a a fome bate à porta,
do honrado cidadão,
não é homem mas é lobo,
se não é lobo é ladrão
Nesta alcateia de lobos,
a que chamam sociedade,
não há lugar para todos,
nem para os que falam verdade.
Aqui canta uma letra de autor desconhecido para a música do fado puxavante que grande polémica tem sobre a sua autoria
Quando o lobo desce a serra
na fome que a neve traz
não há nada que resista
à sua fome voraz
Falar-se de honestidade,
é bom para quem muito tem,
mas da serra da verdade
todos são lobos também
É lobo aquele que na gloria
quer um trono requintado
foi lobo aquele que na história
teve um lugar demarcado
Quando a a fome bate à porta,
do honrado cidadão,
não é homem mas é lobo,
se não é lobo é ladrão
Nesta alcateia de lobos,
a que chamam sociedade,
não há lugar para todos,
nem para os que falam verdade.
sábado, 29 de outubro de 2011
Divina do amor
Não há fados mal cantados por Fernando Maurício e muitos são emblemáticos no seu repertório como é o caso desta letra de Mário Raínho para a música do fado Britinho de Frederico de Brito
Ó divina do amor
Amante, mulher, irmã
Senhora amiga do lar
O teu rosto é uma flor
Orvalhada pla manhã
Que a minha voz quis cantar
Ó divina do amor
Minha razão de viver
A ternura em cada instante
Quem te deu esse esplendor
Que me dá gosto de ser
O teu amor teu amante
Minha menina crescida
Que Deus quis pôr a meu lado
Como irmã da minha dor
Por ti é que existe a vida
Por ti eu canto este fado
Ó divina do amor
Amante, mulher, irmã
Senhora amiga do lar
O teu rosto é uma flor
Orvalhada pla manhã
Que a minha voz quis cantar
Ó divina do amor
Minha razão de viver
A ternura em cada instante
Quem te deu esse esplendor
Que me dá gosto de ser
O teu amor teu amante
Minha menina crescida
Que Deus quis pôr a meu lado
Como irmã da minha dor
Por ti é que existe a vida
Por ti eu canto este fado
Ó divina do amor
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Voltei ao cais
O rei Maurício volta aqui com um clássico, que ele muitas vezes cantava, Uma letra de António Rocha para o Fado Porto de António Barbeirinho.
Voltei ao cais da partida,
Voltei, sim porque sonhei,
Que voltavas nesse dia
E que trazias a vida,
Que há tempo, ao cais te levei,
Ficando de alma vazia
Meu olhar iluminou-se,
Quando te vi acenando,
Corri para te abraçar
Mas, o sonho dissipou-se
E acordei, mesmo quando,
Ia teus lábios beijar
Vi fugir o doce enleio,
Que envolveu teu regressar
É triste a realidade
Tu não vens e eu receio,
Que me possa habituar,
A viver com a saudade
Entretanto descobri um novo síto de fado muito interessante recomendando uma visita ao Tertúlia do fado.
Voltei ao cais da partida,
Voltei, sim porque sonhei,
Que voltavas nesse dia
E que trazias a vida,
Que há tempo, ao cais te levei,
Ficando de alma vazia
Meu olhar iluminou-se,
Quando te vi acenando,
Corri para te abraçar
Mas, o sonho dissipou-se
E acordei, mesmo quando,
Ia teus lábios beijar
Vi fugir o doce enleio,
Que envolveu teu regressar
É triste a realidade
Tu não vens e eu receio,
Que me possa habituar,
A viver com a saudade
Entretanto descobri um novo síto de fado muito interessante recomendando uma visita ao Tertúlia do fado.
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Cantar é desabafar
Jaime Dias volta aqui, para cantar Mário Raínho um dos actuais poetas de fado, mais cantado significativo da sua superior qualidade como poeta, a música é de Paco Gonzalez, cuja obra repleta de êxitos merece os maiores elogios
A minha voz cantou p'ra não chorar
Porque a saudade dói, quando acontece
Ás vezes, cantar é desabafar
E o frio que há em nós, quase arrefece
A minha voz cantou dum jeito terno
Numa oração sentida onde se espera
Alcançar o final dum longo inverno
Florir um novo fado em primavera
A minha voz cantou a noite inteira
Para afastar de mim, a solidão
Que teimou em ficar á minha beira
A envelhecer meu tonto coração
A minha voz cantou um novo fado
Marcado pelo tom da despedida
E mal se despedia do passado
Voltaste tu de novo á minha vida
(letra recolhida do magnífico Fados do fado )
A minha voz cantou p'ra não chorar
Porque a saudade dói, quando acontece
Ás vezes, cantar é desabafar
E o frio que há em nós, quase arrefece
A minha voz cantou dum jeito terno
Numa oração sentida onde se espera
Alcançar o final dum longo inverno
Florir um novo fado em primavera
A minha voz cantou a noite inteira
Para afastar de mim, a solidão
Que teimou em ficar á minha beira
A envelhecer meu tonto coração
A minha voz cantou um novo fado
Marcado pelo tom da despedida
E mal se despedia do passado
Voltaste tu de novo á minha vida
(letra recolhida do magnífico Fados do fado )
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Valsa vienense
Dum trabalho de 2003 de Paulo Penim Os nomes do amor, que trago de novo este fadista
amador mas que gostaria de ouvir mais vezes, ele reúne ao seu talento de fadista a qualidade comprovada de grande letristas como é o caso
Letra de António Lobo Antunes e música do Fado Varela
Porque és o retrato dos meus olhos
onde as fontes do sol vêm beber,
este mar de Setembro azul perfeito
que nas pedras acaba de morrer.
Porque na noite clara do teu peito,
a lua é só um pássaro ferido,
e as palavras nascem dos meus dedos,
carregadas de sonho e de sentido.
Porque és a cor dos rios em cada fonte,
no silêncio da terra revelada
lágrima, orvalho, pétala horizonte,
onde se abre verde a madrugada.
amador mas que gostaria de ouvir mais vezes, ele reúne ao seu talento de fadista a qualidade comprovada de grande letristas como é o caso
Letra de António Lobo Antunes e música do Fado Varela
Porque és o retrato dos meus olhos
onde as fontes do sol vêm beber,
este mar de Setembro azul perfeito
que nas pedras acaba de morrer.
Porque na noite clara do teu peito,
a lua é só um pássaro ferido,
e as palavras nascem dos meus dedos,
carregadas de sonho e de sentido.
Porque és a cor dos rios em cada fonte,
no silêncio da terra revelada
lágrima, orvalho, pétala horizonte,
onde se abre verde a madrugada.
sábado, 24 de setembro de 2011
Teus olhos pretos
Diogo Rocha volta aqui a cantar este fado de João Inácio com música de Joaquim Campos para o fado Rosita, música que ainda não tinha aqui trazido.
Agradeço a correcção do amigo e fadista Joaquim Silva a nome e autoria da música deste fado, que como digo em comentário advém do próprio CD, confirmarei em breve
Teus olhos pretos correram
tanto tanto atrás dos meus,
que meus olhos aprenderam,
a correr atrás dos teus.
Teu olhar é um desejo
que me traz em sobressalto
tem a caricia dum beijo
e a perfilha do mar alto
Teus olhos são mil venturas
mil passos do meu calvário,
são duas contas escuras,
caídas do teu rosário.
Existem nos olhos teus
dois mundo dois infinitos,
foi uma graça de Deus
que os tornou assim bonitos.
Teus olhos pretos correram
tanto tanto atrás dos meus,
que meus olhos aprenderam,
a correr atrás dos teus.
Teu olhar é um desejo
que me traz em sobressalto
tem a caricia dum beijo
e a perfilha do mar alto
Teus olhos são mil venturas
mil passos do meu calvário,
são duas contas escuras,
caídas do teu rosário.
Existem nos olhos teus
dois mundo dois infinitos,
foi uma graça de Deus
que os tornou assim bonitos.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Sombra fugidia
Pronto para corrigir um lapso, pelo facto de não ter neste blog um fado menor cantado por António Rocha.
Embora não goste de adjectivar artistas, para muitos António Rocha, é o rei do fado menor, eu concordo é magistral e por certo um dos maiores
Esta letra é de sua autoria
Vem ó sombra fugidia
folha verde em meu Outono
gota cristalina e fria
nesta sede de abandono
Vem ó sombra fugidia
folha verde em meu Outono
Verde esperança sem sentido
onda revolta de mar
onde navego perdido
em busca do teu olhar
Verde esperança sem sentido
sentido de te alcançar
Vem enquanto a lua espreita
dorme o Sol em meu passado
E a saudade se deita
no meu leito abandonado
vem enquanto a lua espreita
o teu corpo imaginado
Trás uma nova alvorada
ao escurecer da minha idade
que já se sente cansada
de esperar tua verdade
Trás uma nova alvorada
pra matar essa saudade
Embora não goste de adjectivar artistas, para muitos António Rocha, é o rei do fado menor, eu concordo é magistral e por certo um dos maiores
Esta letra é de sua autoria
Vem ó sombra fugidia
folha verde em meu Outono
gota cristalina e fria
nesta sede de abandono
Vem ó sombra fugidia
folha verde em meu Outono
Verde esperança sem sentido
onda revolta de mar
onde navego perdido
em busca do teu olhar
Verde esperança sem sentido
sentido de te alcançar
Vem enquanto a lua espreita
dorme o Sol em meu passado
E a saudade se deita
no meu leito abandonado
vem enquanto a lua espreita
o teu corpo imaginado
Trás uma nova alvorada
ao escurecer da minha idade
que já se sente cansada
de esperar tua verdade
Trás uma nova alvorada
pra matar essa saudade
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Oração
Nasceu em Cascais há 67 anos, mas nunca envelheceu.
A morte levou-o, poucos dias depois de fazer 22 anos.
Para ler mais um pouco
Canta sobre o fado cravo de Alfredo Marceneiro esta linda letra de Jorge Empis
Quero-te mais do que á vida
Como quem com a morte lida
Quero a Deus Nosso Senhor
Quero-te com toda a alma
E ninguém me leva a palma
A querer-te com tanto ardor
Como fadista á guitarra
Preso está na mesma garra
Assim preso por ti estou
Como a tristeza á saudade
Como a morte á eternidade
Como a dor a quem chorou
Por isso confio ao fado
Que é amigo dedicado
As penas do coração
Pego na guitarra e canto
E ás vezes este meu pranto
Faz lembrar uma oração
A morte levou-o, poucos dias depois de fazer 22 anos.
Para ler mais um pouco
Canta sobre o fado cravo de Alfredo Marceneiro esta linda letra de Jorge Empis
Quero-te mais do que á vida
Como quem com a morte lida
Quero a Deus Nosso Senhor
Quero-te com toda a alma
E ninguém me leva a palma
A querer-te com tanto ardor
Como fadista á guitarra
Preso está na mesma garra
Assim preso por ti estou
Como a tristeza á saudade
Como a morte á eternidade
Como a dor a quem chorou
Por isso confio ao fado
Que é amigo dedicado
As penas do coração
Pego na guitarra e canto
E ás vezes este meu pranto
Faz lembrar uma oração
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Eu quero
O grande fadista Vítor Miranda lançou recentemente mais um trabalho, no qual se inclui este fado de autoria de Júlio Vieitas
O trabalho chama-se Noite cerrada e ao Vítor com um abraço, endereço os votos de muito êxito aproveito para incluir o seu contacto para espectáculos 965757598
Eu quero, eu sei o que quero
A vida pra mim é assim
Eu quero, eu sei aonde vou, eu quero
Mas não quero nem tolero
Que possas julgar de mim
Tudo aquilo que não sou, não quero
Quero seguir o caminho da verdade
Deus queira que este amor seja sincero
Se for caminho errado, será mais um pecado
Amor por caridade, não quero
Escuta, medita, tem calma
Eu quero chamar-te á razão
Não quero desdém nem ciúme, não quero
O fogo que tens na alma
Faz queimar meu coração
Quero apagar esse lume, eu quero
O trabalho chama-se Noite cerrada e ao Vítor com um abraço, endereço os votos de muito êxito aproveito para incluir o seu contacto para espectáculos 965757598
Eu quero, eu sei o que quero
A vida pra mim é assim
Eu quero, eu sei aonde vou, eu quero
Mas não quero nem tolero
Que possas julgar de mim
Tudo aquilo que não sou, não quero
Quero seguir o caminho da verdade
Deus queira que este amor seja sincero
Se for caminho errado, será mais um pecado
Amor por caridade, não quero
Escuta, medita, tem calma
Eu quero chamar-te á razão
Não quero desdém nem ciúme, não quero
O fogo que tens na alma
Faz queimar meu coração
Quero apagar esse lume, eu quero
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Como a vida passa
Para cantar uma letra de Germano Sousa para a música do fado Camélia de Júlio Proença volto a trazer aqui o muito castiço Manuel Cardoso de Menezes
A vida passa tão breve,
tão vertiginosa e leve,
deixando apenas saudades,
eu sinto um grande desgosto
de já ter rugas no rosto,
da perdida mocidade.
Os anos correm a esmo,
sinto que não sou o mesmo,
neste mundo de ilusão,
quando o espelho consultei,
tremi, depois chorei
magoei o meu coração
Quem me dera não amar
não ter alma não sentir,
os tormentos do amor,
pra não carpir não chorar,
pra não saber definir,
as amarguras da dor.
Eu sinto um grande desgosto
de já ter rugas no rosto
da perdida mocidade,
a vida passa tão breve,
tão vertiginosa e leve,
deixando apenas saudades
A vida passa tão breve,
tão vertiginosa e leve,
deixando apenas saudades,
eu sinto um grande desgosto
de já ter rugas no rosto,
da perdida mocidade.
Os anos correm a esmo,
sinto que não sou o mesmo,
neste mundo de ilusão,
quando o espelho consultei,
tremi, depois chorei
magoei o meu coração
Quem me dera não amar
não ter alma não sentir,
os tormentos do amor,
pra não carpir não chorar,
pra não saber definir,
as amarguras da dor.
Eu sinto um grande desgosto
de já ter rugas no rosto
da perdida mocidade,
a vida passa tão breve,
tão vertiginosa e leve,
deixando apenas saudades
domingo, 17 de julho de 2011
És tu
António Mendes é o fadista proprietário da casa Guitarras de Lisboa em Alfama no Beco do Meio, 1 para quem quiser tem o telefone 21 880 99 28 (não tenho qualquer tipo de interesse pessoal Só informo para quem estiver interessado)
Mendes é um veterano que por acaso já ouvia cantar muito antes dele abrir este espaço
Ei-lo num fado de Zeca Maneca para o fado marcha de Raúl Pinto
O meu despertar risonho
teve aleluia de cores
quando viu os olhos teus
sentiu magia dum sonho
no arco-íris de amores,
que os teus olhos dão aos meus
És tu que neste momento
cala a voz da solidão
no amor que existe em mim,
corrente dum sentimento
de dois corpos que se dão
num fogo ardente sem fim.
És verão que quer ficar,
no meu inferno descrente
batido pela neve fria,
és tu a quem quero amar
sendo a raiz a semente
do raiar dum novo dia
Mendes é um veterano que por acaso já ouvia cantar muito antes dele abrir este espaço
Ei-lo num fado de Zeca Maneca para o fado marcha de Raúl Pinto
O meu despertar risonho
teve aleluia de cores
quando viu os olhos teus
sentiu magia dum sonho
no arco-íris de amores,
que os teus olhos dão aos meus
És tu que neste momento
cala a voz da solidão
no amor que existe em mim,
corrente dum sentimento
de dois corpos que se dão
num fogo ardente sem fim.
És verão que quer ficar,
no meu inferno descrente
batido pela neve fria,
és tu a quem quero amar
sendo a raiz a semente
do raiar dum novo dia
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Deixa-me só
Maria da Saudade é uma fadista do Algarve que por lá vai fazendo a sua carreira, com a dignidade de muita gente que ama o fado em Portugal pois ao contrário do que se pensa isso não acontece só em Lisboa
Este fado tem letra de Carlos Conde para o fado cigana de Armando Machado
Deixa-me só por favor
não venhas amargurar
outra vez meu coração
as tuas juras de amor
já não as quero lembrar
são coisas que já lá vão
Por favor deixa-me só
porque sei quanto sofri
hora a hora dia a dia.
ilusão desfez-se em pó,
pois a sofrer aprendi,
coisas que não conhecia.
Deixa-me só por favor,
deve ser melhor assim,
eu não tornar a falar-te.
não quero mais teu amor
deixa de pensar em mim
para eu poder perdoar-te
Não venhas faz-me a vontade
o teu viver não me interessa
chegas a meter-me dó
de ti só resta a saudade
e agora apenas te peço
por favor deixa-me só.
terça-feira, 5 de julho de 2011
Cuidei que tinha morrido
Margarida Guerreiro, um regresso aqui para cantar este fado de Pedro Homem de Melo e musica de Alain Oulman
Ao passar pelo ribeiro, onde às vezes me debruço
Fitou-me alguém corpo inteiro, dobrado como um soluço
Pupilas negras, tão laças, raízes iguais às minhas
Meu amor, quando me enlaças, porventura as adivinhas
Que palidez nesse rosto sob o lençol do luar
Tal e qual quem alça o posto estivera agonizar
Deram-me então por conselho tirar de mim o sentido
Mas depois vendo-me ao espelho cuidei que tinha morrido
Ao passar pelo ribeiro, onde às vezes me debruço
Fitou-me alguém corpo inteiro, dobrado como um soluço
Pupilas negras, tão laças, raízes iguais às minhas
Meu amor, quando me enlaças, porventura as adivinhas
Que palidez nesse rosto sob o lençol do luar
Tal e qual quem alça o posto estivera agonizar
Deram-me então por conselho tirar de mim o sentido
Mas depois vendo-me ao espelho cuidei que tinha morrido
sexta-feira, 1 de julho de 2011
A saudade que me dói
Florência é uma fadista nascida no Porto em 1943, uma veterana, que dispenso de relatar passagens do seu curriculum socorrendo-me do que foi escrito no blog Lisboa no guiness
Aqui canta um lindo fado (como todos) de Vasco de Lima Couto para o fado marcha de Alfredo Marceneiro
Rasga o passado em que vida
deixou os meus olhos presos
às janela imperfeitas
rasga a penumbra em que a vida
guarda os meus sonhos acessos
nessa cama em que te deitas
Rasga tudo o que te dei
quando deixei de ser eu
por te sentir a meu lado
e o perdão, que eu inventei,
porque tu fechaste o céu
ao limite do pecado
E na minha voz tão nua
rasga se puderes rasgar
o tempo da violência,
e as aves, daquela rua,
onde eu vivi para te amar,
num fado vestido ausência
Aqui canta um lindo fado (como todos) de Vasco de Lima Couto para o fado marcha de Alfredo Marceneiro
Rasga o passado em que vida
deixou os meus olhos presos
às janela imperfeitas
rasga a penumbra em que a vida
guarda os meus sonhos acessos
nessa cama em que te deitas
Rasga tudo o que te dei
quando deixei de ser eu
por te sentir a meu lado
e o perdão, que eu inventei,
porque tu fechaste o céu
ao limite do pecado
E na minha voz tão nua
rasga se puderes rasgar
o tempo da violência,
e as aves, daquela rua,
onde eu vivi para te amar,
num fado vestido ausência
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Não venhas tarde
Carlos Ramos aqui neste fado por si popularizado com letra de Aníbal Nazaré e música de João Nobre
não venhas tarde!
Dizes-me tu com carinho,
Sem nunca fazer alarde
Do que me pedes, baixinho
"não venhas tarde!",
E eu peço a Deus que no fim
Teu coração ainda guarde
Um pouco de amor por mim.
Tu sabes bem
Que eu vou p'ra outra mulher,
Que ela me prende também,
Que eu só faço o que ela quer,
Tu estás sentindo
Que te minto e sou cobarde,
Mas sabes dizer, sorrindo,
meu amor, não venhas tarde
não venhas tarde
Dizes-me sem azedume,
Quando o teu coração arde
Na fogueira do ciúme.
não venhas tarde
Dizes-me tu da janela,
E eu venho sempre mais tarde,
Porque não sei fugir dela
Tu sabes bem
Que eu vou p'ra outra mulher,
Que ela me prende também,
Que eu só faço o que ela quer,
Sem alegria,
Eu confesso, tenho medo,
Que tu me digas um dia,
"meu amor, não venhas cedo
Por ironia,
Pois nunca sei onde vais,
Que eu chegue cedo algum dia,
E seja tarde demais!
não venhas tarde!
Dizes-me tu com carinho,
Sem nunca fazer alarde
Do que me pedes, baixinho
"não venhas tarde!",
E eu peço a Deus que no fim
Teu coração ainda guarde
Um pouco de amor por mim.
Tu sabes bem
Que eu vou p'ra outra mulher,
Que ela me prende também,
Que eu só faço o que ela quer,
Tu estás sentindo
Que te minto e sou cobarde,
Mas sabes dizer, sorrindo,
meu amor, não venhas tarde
não venhas tarde
Dizes-me sem azedume,
Quando o teu coração arde
Na fogueira do ciúme.
não venhas tarde
Dizes-me tu da janela,
E eu venho sempre mais tarde,
Porque não sei fugir dela
Tu sabes bem
Que eu vou p'ra outra mulher,
Que ela me prende também,
Que eu só faço o que ela quer,
Sem alegria,
Eu confesso, tenho medo,
Que tu me digas um dia,
"meu amor, não venhas cedo
Por ironia,
Pois nunca sei onde vais,
Que eu chegue cedo algum dia,
E seja tarde demais!
sábado, 18 de junho de 2011
Fado do amor e pecado
Ana Sofia Varela é uma fadista portuguesa, nascida em 1979, em Lisboa. Cresceu em Serpa, no Alentejo, regressando depois à sua terra natal
O seu primeiro contacto com o fado aconteceu aos dez anos através da obra de Amália Rodrigues, influenciando-a também a música tradicional Alentejana. Em 1997 surge o convite para cantar em casas de fado em Lisboa, por Carlos Zel.
Ela faz parte duma geração de jovens que tratam o fado muito bem não só pela qualidade interpretativa como também pelo cuidado na escolha do repertório.
Ei-la cantando este lido fado com letra de João Monge e música de João Gil
Parti andorinhas,
parti longe do meu telhado
Os barcos que jazem aqui
foram de outro lugar
Quem sabe, amor
Onde vai
Quem sabe
A dor que nos cai
O vento passa por nós
e o resto é o mar
Matei a rosa vermelha
que usava ao decote
Tingi os lençóis
com a raiva de amor e pecado
Olhai as mãos, meu amor
Olhai meus olhos,
Senhor Cantai guitarras,
cantai a tristeza do fado
Fui carne de amor e ciúme
Fui vinho e loucura
Um cravo em botão,
Meu amor,
Preso à tua lapela
Chorei, amor, este fim
Sequei por dentro de mim
Deixei uma rosa vermelha
à tua janela
Tracei o meu xaile no rosto
É de luto este fado
Lavei o teu sangue
na chuva que leva a saudade
Olhai as mãos,
meu amor
Olhai meus olhos,
Senhor Cantai guitarras,
cantai a minha liberdade
Adeus amor que matei
O mar há-de encontrar
o nosso coração
Adeus amor que jurei
Minha rosa de fogo e de paixão
O seu primeiro contacto com o fado aconteceu aos dez anos através da obra de Amália Rodrigues, influenciando-a também a música tradicional Alentejana. Em 1997 surge o convite para cantar em casas de fado em Lisboa, por Carlos Zel.
Ela faz parte duma geração de jovens que tratam o fado muito bem não só pela qualidade interpretativa como também pelo cuidado na escolha do repertório.
Ei-la cantando este lido fado com letra de João Monge e música de João Gil
Parti andorinhas,
parti longe do meu telhado
Os barcos que jazem aqui
foram de outro lugar
Quem sabe, amor
Onde vai
Quem sabe
A dor que nos cai
O vento passa por nós
e o resto é o mar
Matei a rosa vermelha
que usava ao decote
Tingi os lençóis
com a raiva de amor e pecado
Olhai as mãos, meu amor
Olhai meus olhos,
Senhor Cantai guitarras,
cantai a tristeza do fado
Fui carne de amor e ciúme
Fui vinho e loucura
Um cravo em botão,
Meu amor,
Preso à tua lapela
Chorei, amor, este fim
Sequei por dentro de mim
Deixei uma rosa vermelha
à tua janela
Tracei o meu xaile no rosto
É de luto este fado
Lavei o teu sangue
na chuva que leva a saudade
Olhai as mãos,
meu amor
Olhai meus olhos,
Senhor Cantai guitarras,
cantai a minha liberdade
Adeus amor que matei
O mar há-de encontrar
o nosso coração
Adeus amor que jurei
Minha rosa de fogo e de paixão
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Não Voltes
O grande Max o fadista que sempre ficará nas minhas recordações, canta esta sua letra para a música do fado varela
Não voltes porque não quero mais sofrer
saudades e tristezas que causastes
não voltes pois não quero reviver
tantas falsas promessa que juraste
Não penses em voltar porque não quero,
sentir arfar teu peito junto ao meu,
e agora só em sonho eu venero
o nosso grande amor que já morreu
E deixa que o perfume da saudade
me embalo o castelo onde estou preso
e guarda para castigo da maldade
o meu ódio profundo o meu desprezo
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Dei-te um nome em minha cama
Beatriz da Conceição nasceu no Porto mas uma vez descoberta em Lisboa para o fado, foi adoptada como sua filha estreando-se na Márcia Condessa.
Muito rigorosa na escolha do seu reportório bem como na sua preocupação interpretativa, faz com que para a Beatriz cantar o fado seja sempre um acto sofrido de amor
Letra de Vasco de Lima Couto para as Quadras de José António Sabrosa
Dei-te um nome em minha cama
Aberta no meu outono
Depois amei-te em silêncio
Que é uma forma de abandono
Dei-te um nome em minha cama
Rasgada em lençóis de sono
Tentei ser tudo o que era
Nas horas da mão parada
Corpo e campo aberto ao vento
Que encaminha a madrugada
Tentei ser a primavera
E cantei meu triste nada
Vi-te ao canto da memória
Por te viver e sonhar
Amor d'amor sem glória
Como um rio ao começar
Que te vai contando a história
Onde eu não posso morar
Dei-te um nome em minha cama
Aberta no meu outono
Depois, amei-te em silêncio
Que é uma forma de abandono
Dei-te um nome em minha cama
Rasgada em lençóis de sono
Muito rigorosa na escolha do seu reportório bem como na sua preocupação interpretativa, faz com que para a Beatriz cantar o fado seja sempre um acto sofrido de amor
Letra de Vasco de Lima Couto para as Quadras de José António Sabrosa
Dei-te um nome em minha cama
Aberta no meu outono
Depois amei-te em silêncio
Que é uma forma de abandono
Dei-te um nome em minha cama
Rasgada em lençóis de sono
Tentei ser tudo o que era
Nas horas da mão parada
Corpo e campo aberto ao vento
Que encaminha a madrugada
Tentei ser a primavera
E cantei meu triste nada
Vi-te ao canto da memória
Por te viver e sonhar
Amor d'amor sem glória
Como um rio ao começar
Que te vai contando a história
Onde eu não posso morar
Dei-te um nome em minha cama
Aberta no meu outono
Depois, amei-te em silêncio
Que é uma forma de abandono
Dei-te um nome em minha cama
Rasgada em lençóis de sono
terça-feira, 24 de maio de 2011
Carmencita
Não nego a minha simpatia pela voz de António Pelarigo, bastas vezes aqui apresentado. Agora um fado fado muito antigo uma criação de Amália Rodrigues com letra de Frederico de Brito e música de Pedro Rodrigues
Chamava-se Carmencita
A cigana mais bonita
Do que um sonho, uma visão
Diziam que era a cigana,
Mais linda da caravana,
Mas não tinha coração
Os afagos, os carinhos
Perdeu- os pelos caminhos
Sem nunca os ter conhecido
Anda buscando a aventura
Como quem anda a procura
De um grão de areia perdido
Numa noite , de luar,
Ouviram o galopar
De dois cavalos fugindo
Carmencita, linda graça
Renegando a sua raça,
Foi atrás de um sonho lindo
Com esta canção magoada
Se envolve no pó da estrada
Quando passa a caravana
Carmencita, carmencita
Se não fosses tão bonita,
Serias sempre cigana
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Jogo de sedução
De António Zambujo e do seu trabalho de 2002 chamado O mesmo fado, este fado como letra de Mário Raínho para o fado Maria Rita de Armando Machado
Naquele tempo, nós dois
Tínhamos manhãs de sóis
Dias tristes eram poucos,
Nessa era adolescente,
Éramos dez reis de gente
Mas completamente loucos.
Enquanto no céu bailavam
Andorinhas que chegavam
Antecedendo o verão
Nós descuidados, brincando
Sem querer íamos jogando
Um jogo de sedução
Entre beijos escondidos
E desejos proibídos
Como fosse fogo posto
P’las minhas graças mais tolas,
Ramalhetes de papoilas
Vinham poisar em teu rosto
Que memória, que loucura
Me transporta hoje à lonjura
De verdes campos, lençóis
Deixai-me sombras de infância
Contar a esta distância
Naquele tempo nós dois.
Naquele tempo, nós dois
Tínhamos manhãs de sóis
Dias tristes eram poucos,
Nessa era adolescente,
Éramos dez reis de gente
Mas completamente loucos.
Enquanto no céu bailavam
Andorinhas que chegavam
Antecedendo o verão
Nós descuidados, brincando
Sem querer íamos jogando
Um jogo de sedução
Entre beijos escondidos
E desejos proibídos
Como fosse fogo posto
P’las minhas graças mais tolas,
Ramalhetes de papoilas
Vinham poisar em teu rosto
Que memória, que loucura
Me transporta hoje à lonjura
De verdes campos, lençóis
Deixai-me sombras de infância
Contar a esta distância
Naquele tempo nós dois.
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Recorda-te de mim
Saudades de António Morão que afirmo é um dos maiores fadistas portugueses de SEMPRE, hoje retirado continua a ser credor da homenagem de toda a gente que ama o fado.
Recorda-te de mim, já não sou a criança
Que envolto em ilusões, em ti acreditou
Hoje sou um qualquer a quem roubaste a esperança
De ver realizado, um sonho que sonhou
Recorda-te de mim e lê nos olhos meus,
A tristeza sem par, que deste olhar se solta,
Que tu dizias ser a luz dos olhos teus,
E tudo suportou sem gritos de revolta.
Recorda-te de mim, que à tua despedida
Nem um adeus sequer, da tua boca ouvi,
E perdido de amor, quase perdi a vida
De ter, por meu castigo, acreditado em ti
Agora, desfeitas já, minhas esperanças fagueiras
Vivo sem ter amor e sou feliz assim
Não te quero jamais, nem peço que me queiras,
Mas ao mentires a alguém, recorda-te de mim
Recorda-te de mim, já não sou a criança
Que envolto em ilusões, em ti acreditou
Hoje sou um qualquer a quem roubaste a esperança
De ver realizado, um sonho que sonhou
Recorda-te de mim e lê nos olhos meus,
A tristeza sem par, que deste olhar se solta,
Que tu dizias ser a luz dos olhos teus,
E tudo suportou sem gritos de revolta.
Recorda-te de mim, que à tua despedida
Nem um adeus sequer, da tua boca ouvi,
E perdido de amor, quase perdi a vida
De ter, por meu castigo, acreditado em ti
Agora, desfeitas já, minhas esperanças fagueiras
Vivo sem ter amor e sou feliz assim
Não te quero jamais, nem peço que me queiras,
Mas ao mentires a alguém, recorda-te de mim
segunda-feira, 2 de maio de 2011
Dona do meu pensamento
Rodrigo nasceu a 29 de Junho de 1941,na freguesia da Graça, em Lisboa, foi baptizado com o nome de Rodrigo Ferreira Inácio.
Para saber mais deste nosso grande nome do fado, nad melhor que acompanhar o que está escrito neste espaço, que julgo pertença ao próprio fadista
Este fado tem letra de José Correia Tavares e música da marcha de João Maria dos Anjos
Ramo batido plo vento
com folhas flores e ninhos
num jardim a tua espera,
dona do meu pensamento
sou escravo dos teus carinhos
és a minha primavera
Quando não vens, fico triste
qualquer coisa me atormenta,
sem ti sou tão infeliz,
é nos teus lábios que existe,
a seiva que me alimenta,
tu és a minha raiz.
Folhas, flores ninhos e luas,
quando tenho as mãos nas tuas
não há ventos nem procelas,
quero lá saber do Mundo,
se no teu olhar profundo,
há milhões de coisas belas,
Para saber mais deste nosso grande nome do fado, nad melhor que acompanhar o que está escrito neste espaço, que julgo pertença ao próprio fadista
Este fado tem letra de José Correia Tavares e música da marcha de João Maria dos Anjos
Ramo batido plo vento
com folhas flores e ninhos
num jardim a tua espera,
dona do meu pensamento
sou escravo dos teus carinhos
és a minha primavera
Quando não vens, fico triste
qualquer coisa me atormenta,
sem ti sou tão infeliz,
é nos teus lábios que existe,
a seiva que me alimenta,
tu és a minha raiz.
Folhas, flores ninhos e luas,
quando tenho as mãos nas tuas
não há ventos nem procelas,
quero lá saber do Mundo,
se no teu olhar profundo,
há milhões de coisas belas,
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Fado Mayer
Que ninguém falhe a um espectáculo de sonho, para os amantes de fado e quem ainda não gosta, vá também porque passa a gostar.
No S.Jorge em Lisboa sexta feira 22 de Abril pelas 21 e 30 horas.
Quanto aos participantes, todos aqui representados, podem ser por isso relembrados antes de os ouvir ao vivo.
Trago agora um deles, Filipe Duarte, a cantar o Fado Mayer com música de Armando Augusto Freire (Armandinho) para uma letra de Linhares Barbosa
Foi má não minto, falsa ruim vil cruel
Mas não consinto que ao pé de mim, digas mal dela
Foste banal, não se perdoa, não é decente
Dizer-se mal, duma pessoa, que está ausente
Não, não tolero
Nem espero trazer de novo á cena
Dor, que ainda me dói, não foi nada contigo
Não, não tolero
A não ser que tenhas pena
De não seres como ela foi, para meu maior castigo
Tudo ruiu como um castelo feito de areia
Deves ter brio e não trazê-la á minha ideia
Agora é tarde para censuras, sabe-lo bem
Que Deus a guarde de desventuras e a nós também
domingo, 17 de abril de 2011
Meu amor na despedida
Nesta nova aparição de Pedro Moutinho canta um fado de António Botto para uma música de Manuel de Almeida a que chamou fado antigo
Meu amor na despedida
Nem uma fala me deu
Deitou os olhos ao chão
Ficou a chorar mais eu
Demos as mãos, na certeza
De que as dávamos amando
Mas, ai aquela tristeza
Que há sempre, neste até quando
Uma lágrima surgiu
E pela face correu
Nada podemos dizer
Ficou a chorar mais eu
Meu amor na despedida
Nem uma fala me deu
Deitou os olhos ao chão
Ficou a chorar mais eu
Demos as mãos, na certeza
De que as dávamos amando
Mas, ai aquela tristeza
Que há sempre, neste até quando
Uma lágrima surgiu
E pela face correu
Nada podemos dizer
Ficou a chorar mais eu
domingo, 10 de abril de 2011
Julguei endoidecer
Tomei hoje conhecimento da morte de Alcindo de Carvalho, vitimado pela doença de Alzheimer aos 78 anos, no passado dia 6 de Dezembro de 2010.
Embora tardiamente deixo a minha homenagem a mais um grande nome, que ficará para sempre na história do fado
Aqui o trago de novo cantando uma letra de Tristão da Silva para o Fado Esmeraldinha de Júlio Proença
Para ler mais sobre Alcindo de Carvalho ver a sua biografia no portal do Museu do Fado
Julguei endoidecer quando partiste
Deixando entre nós dois, funda barreira
Caiu dentro de mim, a noite triste,
Feita de sombras negras, sem clareira
Durante dias, fui folha caída
Que o tampo vai levando por aí
Fumei, chorei, bebi, mal disse a vida
E desejei morrer, morrer por ti
Perdido sim eu fui, porque a saudade
Falou em mim, mais alto que a razão
Não me deixando ver esta verdade
Não és mulher que valha esta paixão
Quero voltar á vida, á vida que vivi
Quero voltar a ser, tal como outrora
Maldito seja o dia em que te vi
Bendita sejas tu, p'la vida fora
Embora tardiamente deixo a minha homenagem a mais um grande nome, que ficará para sempre na história do fado
Aqui o trago de novo cantando uma letra de Tristão da Silva para o Fado Esmeraldinha de Júlio Proença
Para ler mais sobre Alcindo de Carvalho ver a sua biografia no portal do Museu do Fado
Julguei endoidecer quando partiste
Deixando entre nós dois, funda barreira
Caiu dentro de mim, a noite triste,
Feita de sombras negras, sem clareira
Durante dias, fui folha caída
Que o tampo vai levando por aí
Fumei, chorei, bebi, mal disse a vida
E desejei morrer, morrer por ti
Perdido sim eu fui, porque a saudade
Falou em mim, mais alto que a razão
Não me deixando ver esta verdade
Não és mulher que valha esta paixão
Quero voltar á vida, á vida que vivi
Quero voltar a ser, tal como outrora
Maldito seja o dia em que te vi
Bendita sejas tu, p'la vida fora
terça-feira, 5 de abril de 2011
Maldito fado
Esta letra de Pedro Bandeira e Álvaro Leal com música de Raúl Ferrão também atribuída a Ayres Pinto Ribeir é de qualquer forma um fado muito antigo, cantado pelo António de Mello Correia
Ele era um bom rapaz trabalhador
Um operário leal cumprindo bem
Vinte anos de ilusão brotando em flor
Numa eterna afeição por sua mãe
Mas um dia fatal os companheiros
Levaram-no a taberna onde parava
A malta de vadios desordeiros
Dos quais um à guitarra assim cantava
Um fadinho a soluçar
Faz de nós afugentar
A ideia da própria morte
Mata a dor mata a tristeza
O fado é bendita reza
Dos desgraçados sem sorte
Tem tal dor e mágoa tanta
Quando canta na garganta
De quem vive amargurado
Que o refúgio preferido
Para quem viver dolorido
Está na doçura do fado
Esta triste canção foi mau agoiro
Que a vida lhe viesse transtornar
Tomou gosto à taberna um matadouro
E em breve até deixou de trabalhar
Uma ideia tenaz e doentia
Trazia-lhe a cabeça transtornada
Chorar fazia a mãe quando o ouvia
Já ébrio ao regressar de madrugada
Ele era um bom rapaz trabalhador
Um operário leal cumprindo bem
Vinte anos de ilusão brotando em flor
Numa eterna afeição por sua mãe
Mas um dia fatal os companheiros
Levaram-no a taberna onde parava
A malta de vadios desordeiros
Dos quais um à guitarra assim cantava
Um fadinho a soluçar
Faz de nós afugentar
A ideia da própria morte
Mata a dor mata a tristeza
O fado é bendita reza
Dos desgraçados sem sorte
Tem tal dor e mágoa tanta
Quando canta na garganta
De quem vive amargurado
Que o refúgio preferido
Para quem viver dolorido
Está na doçura do fado
Esta triste canção foi mau agoiro
Que a vida lhe viesse transtornar
Tomou gosto à taberna um matadouro
E em breve até deixou de trabalhar
Uma ideia tenaz e doentia
Trazia-lhe a cabeça transtornada
Chorar fazia a mãe quando o ouvia
Já ébrio ao regressar de madrugada
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Peito sofredor
Fernando Jorge volta aqui para cantar esta letra de José Venâncio Ferreira para o fado Varela
Deixem-me andar à deriva, pla cidade
deixem-se só entregue, à minha dor
aos poucos vou morrendo, de saudade
só porque não te vejo, meu amor.
Os beijos que trocámos, sem ter fim,
guardei-os no meu peito sofredor,
saudades de não estares, junto a mim,
de sentir, novamente o teu calor.
Ai Como o tempo passa, santo Deus
como a vida é tão curta, tão pequena
se os erros foram dela, ou foram meus
sei apenas, dizer valeu a pena
E vou vivendo assim, nesta canseira,
sem encontrar a guia, dos meus passos,
e agora amor eu dava, a vida inteira,
para ter-te, novamente nos meus braços
Deixem-me andar à deriva, pla cidade
deixem-se só entregue, à minha dor
aos poucos vou morrendo, de saudade
só porque não te vejo, meu amor.
Os beijos que trocámos, sem ter fim,
guardei-os no meu peito sofredor,
saudades de não estares, junto a mim,
de sentir, novamente o teu calor.
Ai Como o tempo passa, santo Deus
como a vida é tão curta, tão pequena
se os erros foram dela, ou foram meus
sei apenas, dizer valeu a pena
E vou vivendo assim, nesta canseira,
sem encontrar a guia, dos meus passos,
e agora amor eu dava, a vida inteira,
para ter-te, novamente nos meus braços
sexta-feira, 25 de março de 2011
Olhos da cor do mar
Aqui canta uma letra de João Ferreira Rosa sobre música do fado amora de Joaquim Campos
Teus olhos verdes são mares
Que a lua vem namorando
São saudades,são cantares
São olhos tristes chorando
São as ondas pensamentos
Que o teu olhar me deixou
São estrelas mortas lamentos
Que o teu mar despedaçou
Meu barco quero levar
Ao final do horizonte
Ver teus olhos ao luar
E neles morar de fronte
Passa o vento nos escolhos
Como o teu triste cantar
No verde mar dos teus olhos
Ando sempre a naufragar
Teus olhos verdes são mares
Que a lua vem namorando
São saudades,são cantares
São olhos tristes chorando
São as ondas pensamentos
Que o teu olhar me deixou
São estrelas mortas lamentos
Que o teu mar despedaçou
Meu barco quero levar
Ao final do horizonte
Ver teus olhos ao luar
E neles morar de fronte
Passa o vento nos escolhos
Como o teu triste cantar
No verde mar dos teus olhos
Ando sempre a naufragar
terça-feira, 15 de março de 2011
Olhos marotos
Raquel Tavares fez à pouco 25 anos. Nasceu em Lisboa. Venceu o maior concurso de música dedicado ao fado em Portugal Grande Noite do Fado em 1997 em juvenis.
Ela canta regularmente no "Bacalhau de molho", uma das casas de fado mais famosas em Lisboa , e fez shows por todo a Europa , em cidades como Paris , Roma ou Madrid .
Seu primeiro álbum foi lançado em 2006 e este foi também o ano em que ela foi a vencedora do Prémio Revelação Amália Rodrigues é desse albúm este fado com letra de Linhares Barbosa e música de Jaime Santos e que foi uma criação de grande êxito de Lucília do Carmo
Diz aos teus olhos garotos / Vivos marotos / Pretos, rasgados
Que não andem p'las esquinas / Feitos traquinas / E malcriados
Que não sigam as meninas / Simples, ladinas / Dos olhos meus
De tudo acho capazes / Os maus rapazes / Dos olhos teus
Teus olhos amendoados / São comparados / A dois cachopos
Que quando topam meninas / Pelas esquinas / Dizem piropos
É preciso que lhes digas / Que as raparigas / Nem todas são
Como as pedras que há nas ruas / Gastas e nuas / Sem coração
Diz-lhes tudo sem ralhares / Sem te te zangares / Tem mil cuidados
Sim, que para entristecê-los / Prefiro vê-los / Nos seus pecados
Não quero os teus lindos olhos / Correndo abrolhos / Livre-nos Deus
Que causassem tais ruínas / Estas meninas / Dos olhos meus
A letra foi retirada desse magnífico blog de fado Fados no fado
Ela canta regularmente no "Bacalhau de molho", uma das casas de fado mais famosas em Lisboa , e fez shows por todo a Europa , em cidades como Paris , Roma ou Madrid .
Seu primeiro álbum foi lançado em 2006 e este foi também o ano em que ela foi a vencedora do Prémio Revelação Amália Rodrigues é desse albúm este fado com letra de Linhares Barbosa e música de Jaime Santos e que foi uma criação de grande êxito de Lucília do Carmo
Diz aos teus olhos garotos / Vivos marotos / Pretos, rasgados
Que não andem p'las esquinas / Feitos traquinas / E malcriados
Que não sigam as meninas / Simples, ladinas / Dos olhos meus
De tudo acho capazes / Os maus rapazes / Dos olhos teus
Teus olhos amendoados / São comparados / A dois cachopos
Que quando topam meninas / Pelas esquinas / Dizem piropos
É preciso que lhes digas / Que as raparigas / Nem todas são
Como as pedras que há nas ruas / Gastas e nuas / Sem coração
Diz-lhes tudo sem ralhares / Sem te te zangares / Tem mil cuidados
Sim, que para entristecê-los / Prefiro vê-los / Nos seus pecados
Não quero os teus lindos olhos / Correndo abrolhos / Livre-nos Deus
Que causassem tais ruínas / Estas meninas / Dos olhos meus
A letra foi retirada desse magnífico blog de fado Fados no fado
quinta-feira, 10 de março de 2011
Bons tempos
Natália dos Anjos nasceu em Lisboa.
O percurso artístico de Natália dos Anjos cruzou-se com o do poeta João da Mata.
Conhece também o poeta Gabriel de Oliveira, que mais tarde vem a ser seu companheiro.
João da Mata e Gabriel de Oliveira, dois grandes nomes na composição de Fados, que escreveram para ela, o que lhe proporcionou um notável repertório.
ler mais sobre ela no Lisboa no Guiness
Aqui canta uma letra de José Galhardo para uma música do Arnaldo de Brito
Tempos antigos, tempos passados
Tempos de artistas, tempos mortos que vivi
Velhos amigos, velhos pecados
Velhas fadistas que eu não vejo agora aqui
Já lá estão todos, já lá estão todas
Já lá não falta senão eu que espera a vez
Foram-se as modos, foram-se os modas
Foi toda a malta do meu tempo com vocês
Chorai, chorai
Por mim, por mim
Que eu sou dum tempo que lá vai, eu vi no fim
Passou, passou
Morreu, morreu
E desse mundo que acabou, fiquei só eu
Vi as esperas, vi as toiradas
Pegas e tudo no bom estilo português
Vi as galeras, vi as cegadas
O velho entrudo com bisnagas e chéchés
Vi a avenida com luminárias
Toda empredada a preto e branco sem métro
Coisas da vida, extraordinárias
O agora é nada ao pé de tudo o que findou
O percurso artístico de Natália dos Anjos cruzou-se com o do poeta João da Mata.
Conhece também o poeta Gabriel de Oliveira, que mais tarde vem a ser seu companheiro.
João da Mata e Gabriel de Oliveira, dois grandes nomes na composição de Fados, que escreveram para ela, o que lhe proporcionou um notável repertório.
ler mais sobre ela no Lisboa no Guiness
Aqui canta uma letra de José Galhardo para uma música do Arnaldo de Brito
Tempos antigos, tempos passados
Tempos de artistas, tempos mortos que vivi
Velhos amigos, velhos pecados
Velhas fadistas que eu não vejo agora aqui
Já lá estão todos, já lá estão todas
Já lá não falta senão eu que espera a vez
Foram-se as modos, foram-se os modas
Foi toda a malta do meu tempo com vocês
Chorai, chorai
Por mim, por mim
Que eu sou dum tempo que lá vai, eu vi no fim
Passou, passou
Morreu, morreu
E desse mundo que acabou, fiquei só eu
Vi as esperas, vi as toiradas
Pegas e tudo no bom estilo português
Vi as galeras, vi as cegadas
O velho entrudo com bisnagas e chéchés
Vi a avenida com luminárias
Toda empredada a preto e branco sem métro
Coisas da vida, extraordinárias
O agora é nada ao pé de tudo o que findou
sexta-feira, 4 de março de 2011
Dádiva
O último trabalho discográfico dele “Fado Santa Luzia” é o resumo de muitos anos a dar alma e sentido ao Fado e nele José Manuel Barreto reuniu músicos de peso.
Este fadista do Barreiro, já com uma carreira longa é um nome de referência no fado em Portugal
Este lindo fado tem letra de Teresa Tarouca para o fado Santa Luzia de Armando Machado, é exactamente o fado de "abertura" daquele trabalho
Se morrer a descansar
Eu peço a Deus, a cantar
Que me deixe adormecer,
Mas se vir o teu olhar
Eu peço a Deus p'ra esperar,
E não me deixar morrer.
Põe a tua mão na minha
Olha p'ra mim e caminha
Quero ser a tua luz.
Quero seguir os teus passos,
Dar-te o meu corpo em abraços
E levar a tua cruz
Põe no teu olhar a esperança
Faz de mim, nova criança,
Acende o luar no céu.
Põe a tua mão na minha
Sorri p'ra mim e caminha,
Que o teu caminho é o meu
Este fadista do Barreiro, já com uma carreira longa é um nome de referência no fado em Portugal
Este lindo fado tem letra de Teresa Tarouca para o fado Santa Luzia de Armando Machado, é exactamente o fado de "abertura" daquele trabalho
Se morrer a descansar
Eu peço a Deus, a cantar
Que me deixe adormecer,
Mas se vir o teu olhar
Eu peço a Deus p'ra esperar,
E não me deixar morrer.
Põe a tua mão na minha
Olha p'ra mim e caminha
Quero ser a tua luz.
Quero seguir os teus passos,
Dar-te o meu corpo em abraços
E levar a tua cruz
Põe no teu olhar a esperança
Faz de mim, nova criança,
Acende o luar no céu.
Põe a tua mão na minha
Sorri p'ra mim e caminha,
Que o teu caminho é o meu
terça-feira, 1 de março de 2011
Um fadista já cansado
Helder Moutinho cantando a faixa de abertura do seu CD Sete Fados E Alguns Canto
Um fadista já cansado
Quando o passado lembrou
Abraçou uma guitarra
Não pôde cantar, chorou
Entrou, sentou-se e bebeu
Um copo de vinho tinto
Enquanto que no recinto
Uma guitarra gemeu
Tantas cantigas sei eu
Tudo se ouviu menos fado
E o cantador desolado
Acabou por me dizer
Só tenho pena de ser
Um fadista já cansado
Criei nome, dei nas vistas
Conquistei fama ovações
Mas não a cantar canções
De envergonhar os fadistas
Ganhei fama nas conquistas
Da boémia, que passou
Sei quem fui, sei que não sou
Um cantador presumido
Disse-me ele entristecido
Quando o passado lembrou
E prosseguiu, quando entrei
Entrei com mil ansiedades
mas se vim matar saudades
Com mais saudades fiquei
Envelheci, mas é lei
Da fadistagem bizarra
Ter fé, ter alma, ter garra
P'ra cantar até á morte,
E falando desta sorte
Abraçou uma guitarra
E cingiu com mão amiga
Ao lado esquerdo do peito
Aquele instrumento eleito
Da fadistagem antiga
Quis cantar uma cantiga
Que outrora o celebrizou
Mas a emoção embargou
Toda a sua voz amena,
E o pobre cheio de pena
Não pôde cantar, chorou
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Quem me dera ser o vento
Marco Rodrigues nascido que nos Arcos de Valdevez vem para Lisboa com a mãe, o fado entrou-lhe pela vida dentro sem pedir licença.
Marco Rodrigues acompanha-se muitas vezes à viola.pois como ele diz Sinto-me muito mais confortável sendo eu a tocar viola porque a minha forma de estar na música, ao vivo, é um pouco irreverente. Gosto de controlar as dinâmicas, os andamentos, de ser eu a segurar o todo. Quando se concentra essa energia só a cantar é fantástica. Mas quando se concentra essa enegria a cantar e a tocar, levando as dinâmicas lá para cima ou cá para baixo, ainda é melhor”.
Ele canta aqui esta letra de Rui Manuel para o fado 3 bairros de Casimiro Ramos
Quem me dera ser o vento
pra levar ao esquecimento
qualquer lembrança de ti,
e as leves folhas do Outono
transportassem sem retorno
tantas mágoas que vivias.
Quem me dera ser a lua,
para espreitar cada rua,
em que passámos os dois
ser uma nuvem teimosa,
que chovesse impiedosa,
para nos apagar depois.
Quem me dera ser o vento
que não passasse tão lento,
dentro de mim a doer,
ser a urgência dum beijo,
que me matasse o desejo,
e esta sede de te ver.
Quem me der ser verdade,
quer matar esta saudade,
tão grande do teu olhar,
quem me dera que quisesses,
o amor que me oferecesses,
todo o amor que quero dar.
Marco Rodrigues acompanha-se muitas vezes à viola.pois como ele diz Sinto-me muito mais confortável sendo eu a tocar viola porque a minha forma de estar na música, ao vivo, é um pouco irreverente. Gosto de controlar as dinâmicas, os andamentos, de ser eu a segurar o todo. Quando se concentra essa energia só a cantar é fantástica. Mas quando se concentra essa enegria a cantar e a tocar, levando as dinâmicas lá para cima ou cá para baixo, ainda é melhor”.
Ele canta aqui esta letra de Rui Manuel para o fado 3 bairros de Casimiro Ramos
Quem me dera ser o vento
pra levar ao esquecimento
qualquer lembrança de ti,
e as leves folhas do Outono
transportassem sem retorno
tantas mágoas que vivias.
Quem me dera ser a lua,
para espreitar cada rua,
em que passámos os dois
ser uma nuvem teimosa,
que chovesse impiedosa,
para nos apagar depois.
Quem me dera ser o vento
que não passasse tão lento,
dentro de mim a doer,
ser a urgência dum beijo,
que me matasse o desejo,
e esta sede de te ver.
Quem me der ser verdade,
quer matar esta saudade,
tão grande do teu olhar,
quem me dera que quisesses,
o amor que me oferecesses,
todo o amor que quero dar.
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Enigma
É comum dizer-se no meio fadista, que existe um estilo mouraria de cantar o fado, por certo inspirado do grande Fernando Maurício o mestre dessa escola, que continua para além do seu desaparecimento físico.
Falo disto a propósito de Vítor Miranda, se há fadistas que merecem ser mencionado quando se fala nesse tema é por certo ele.
Volta aqui com o fado Enigma de Domingos Gonçalves da Costa para a música do Fado Zé Negro de Francisco José Marques
Das horas, perco a noção,
Assim que a noite declina,
P'ra madrugada chegar.
Envolto na escuridão
Procuro sempre uma esquina
Só para te ver passar
Quero dizer que te amo,
Mas qual sombra fugidia,
Passas por mim descuidada.
Quando a tua imagem chamo
Á luz divina do dia,
É tudo sombra e mais nada.
Por isso, sem que me afoite,
Em passar de noite à rua,
Onde em má hora te vi
Procuro as sombras da noite
E então, escondido da lua,
Eu canto, pensando em ti
Quem sou, quem és, não importa
Eu sou mais um que suporta
Esse amor inconfessado
E tu, com esse amor esquivo
Serás o doce motivo
Que me inspirou este fado
Falo disto a propósito de Vítor Miranda, se há fadistas que merecem ser mencionado quando se fala nesse tema é por certo ele.
Volta aqui com o fado Enigma de Domingos Gonçalves da Costa para a música do Fado Zé Negro de Francisco José Marques
Das horas, perco a noção,
Assim que a noite declina,
P'ra madrugada chegar.
Envolto na escuridão
Procuro sempre uma esquina
Só para te ver passar
Quero dizer que te amo,
Mas qual sombra fugidia,
Passas por mim descuidada.
Quando a tua imagem chamo
Á luz divina do dia,
É tudo sombra e mais nada.
Por isso, sem que me afoite,
Em passar de noite à rua,
Onde em má hora te vi
Procuro as sombras da noite
E então, escondido da lua,
Eu canto, pensando em ti
Quem sou, quem és, não importa
Eu sou mais um que suporta
Esse amor inconfessado
E tu, com esse amor esquivo
Serás o doce motivo
Que me inspirou este fado
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Súplica
Um dos meus fados favoritos, incluído no seu album Do amor e dos dias, este fado é de autoria de Frederico de Brito com música de Ferrer Trindade
Já quantas vezes
Te pedi que me esquecesses
Ou que ao menos não viesses
Não voltasses mais aqui
Pois tu não vês
Que o mau viver que tu me dês
Só pode ser por malvadez
E eu não espero mais de ti
Já quantas vezes
Te implorei por caridade
Que encobrisses a maldade
Que há-de ir sempre onde tu vais
Eu poderei ser um traidor
Fugir à lei do que amor
Sofrer bem sei
Mas prender-me nunca mais
Ainda agora
Eu bem sei que tu não gostas
Vou pedir-te de mãos postas
Que me dês o que era meu
Vagas paixões, meus tristes ais
Mil tentações e pouco mais
Do que ilusões
Que o amor…esse morreu
Já quantas vezes
Te pedi que me esquecesses
Ou que ao menos não viesses
Não voltasses mais aqui
Pois tu não vês
Que o mau viver que tu me dês
Só pode ser por malvadez
E eu não espero mais de ti
Já quantas vezes
Te implorei por caridade
Que encobrisses a maldade
Que há-de ir sempre onde tu vais
Eu poderei ser um traidor
Fugir à lei do que amor
Sofrer bem sei
Mas prender-me nunca mais
Ainda agora
Eu bem sei que tu não gostas
Vou pedir-te de mãos postas
Que me dês o que era meu
Vagas paixões, meus tristes ais
Mil tentações e pouco mais
Do que ilusões
Que o amor…esse morreu
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