R e P, ela mulher, magoada, ele homem, magoado. Ela, R, sem fé, ele, P, renovado. Em comum um trajecto de desilusão. De dor. Individual. A dois. Caminho traçado nas linhas de dedos inspirados; olhos sedentos, almas insaciáveis. Um caminho que culmina num beijo, um beijo que culmina numa conversa. R - Não sei bem que dizer-te! Eu, bom... eu não sinto que este beijo nos leve a algum lado. P - Mas como pode levar se nunca estamos juntos? Se não nos damos a oportunidade de o sabermos... R - Pois, é isso. Esperava que o beijo fizesse crescer algo que não cresce. P - Mas, dizes que gostas de mim... R - E gosto. Gosto um bocado de ti. P - Mas há 15 dias não gostavas. R - Não sei, se calhar gostava o mesmo e não cresceu. P - Mas há 15 dias não me beijavas... R - Não sou de cliques... P - OK. se não cresceu vai crescer? R - Não sei. Duvido. P - É mais fácil se disseres que não gostas de mim. Assim entendo que não queiras ir a lado nenhum. R - Pois, temo que seja isso. P - Então não gostas. OK! ...