“Prometa-me o que queres, que te prometo o infinito!”
Impressiono-me com a facilidade que temos em fazer promessas. Mais... O que realmente impressiona na humanidade é a falta de compromisso com as promessas que fazemos.
Quantas vezes, ao iniciarmos um novo ano prometemos mudanças radicais de vida, de visão e de enfrentamento. “Este ano vou começar uma dieta!”, “Vou tirar um tempo para exercícios físicos”; para os mais espiritualizados, “a partir de agora, vou ter mais tempo para rezar!”... E assim, sucessivamente.
Quantos decidiram, “é hora de aprender a tocar violão, ou qualquer outro tipo de instrumento musical que impressione!”... “Ah, é hora de formar minha banda de rock!”. Todos, sentimentos que brotam e que de uma hora pra outra decidimos prometer cumprir, como se estivéssemos dizendo: “quando tiver fome, vou comer o que tiver no armário!”
Como aqui, por exemplo, a cada novo texto que eu posto eu prometo, “farei novos posts semanais”... Ora, mais uma coisa que não cumpro! Assim como não cumpro nenhuma das promessas mirabolantes de emagrecimento e de laços afetivos!
Quantas pessoas ficaram pelo caminho... Sou muito insensível, isso sim, prometo visitar os amigos e não apareço, deixo-os só na espera. Pelo menos eu sei que eles me entendem, talvez eles não cumpram com muitas de suas promessas também.
Reclamamos dos políticos que prometem, prometem e não fazem... Mas, sem querer isentar ninguém de culpa nenhuma, o problema é que hoje em dia usamos as palavras erradas em qualquer momento, pois banalizamos o sentido de muitas delas. Quantas ideias transformadas em promessas, sem querer prometer! Quantas promessas de amor eterno, sendo que não estávamos dispostos a nem a amar, quem dirá prometer.
Promessas, promessas! Promessas que ficam, promessas que vão. São promessas de desejos intuitivos que brotam e que, no mínimo, tentam fazer com que a gente corra atrás de muita coisa.
Paulo dos Santos