terça-feira, dezembro 18, 2007

UM SÉCULO DE HIPOCRISIA.

UM SÉCULO DE HIPOCRISIA.



Curtindo o simbolo do Capitalismo, já que ninguém é de ferro


por Rodrigo Constantino


"É divertidíssima a esquizofrenia de nossos artistas e intelectuais de esquerda: admiram o socialismo de Fidel Castro, mas adoram também três coisas que só o capitalismo sabe dar - bons cachês em moeda forte; ausência de censura e consumismo burguês. Trata-se de filhos de Marx numa transa adúltera com a Coca-Cola..." (Roberto Campos)

O arquiteto Oscar Niemeyer completou um século de vida sob grande reverência da mídia. Ele foi tratado como "gênio" e um "orgulho nacional", respeitado no mundo todo. Não vem ao caso julgar suas obras em si, em primeiro lugar porque não sou arquiteto e não seria capaz de fazer uma análise técnica, e em segundo lugar porque isso é irrelevante para o que pretendo aqui tratar. Entendo perfeitamente que podemos separar as obras do seu autor, e julgá-los independentemente. Alguém pode detestar a pessoa em si, mas respeitar seu trabalho. O problema é que vejo justamente uma grande confusão no caso de Niemeyer e tantos outros "artistas e intelectuais". O que acaba sendo admirado, quando não idolatrado, é a própria pessoa. E, enquanto figura humana, não há nada admirável num sujeito que defendeu o comunismo a vida inteira.

Niemeyer, sejamos bem francos, não passa de um hipócrita. Seus inúmeros trabalhos realizados para governos, principalmente o de JK, lhe renderam uma bela fortuna. O arquiteto mamou e muito nas tetas estatais, tornando-se um homem bem rico. No entanto, ele insiste em pregar, da boca para fora, o regime comunista, a "igualdade" material entre todos. Não consta nas minhas informações que ele tenha doado sua fortuna para os pobres. Enquanto isso, o capitalista "egoísta" Bill Gates já doou vários bilhões à caridade. Além disso, a "igualdade" pregada por Niemeyer é aquela existente em Cuba, cuja ditadura cruel o arquiteto até hoje defende. Gostaria de entender como alguém que defende Fidel Castro, o maior genocida da América Latina, pode ser uma figura respeitável enquanto ser humano. São coisas completamente contraditórias e impossíveis de se conciliar. Mostre-me alguém que admira Fidel Castro e eu lhe garanto se tratar ou de um perfeito idiota ou de um grande safado. E vamos combinar que a ignorância é cada vez menos possível como desculpa para defender algo tão nefasto como o regime cubano, restando apenas a opção da falta de caráter mesmo. Ainda mais no caso de Niemeyer.

Na prática, Niemeyer é um capitalista, não um comunista. Mas um capitalista da pior espécie: o que usa a retórica socialista para enganar os otários. Sua festa do centenário ocorreu em São Conrado, bairro de luxo no Rio, para 400 convidados. Bem ao lado, vivem os milhares de favelados da Rocinha. Artistas de esquerda são assim mesmo: adoram os pobres, de preferência bem longe. Outro aclamado artista socialista é Chico Buarque, mais um que admira Cuba bem de longe, de sua mansão. E cobra caro em seus shows, mantendo os pobres bem afastados de seus eventos. A definição de socialista feita por Roberto Campos nos remete diretamente a estes artistas: "No meu dicionário, ‘socialista’ é o cara que alardeia intenções e dispensa resultados, adora ser generoso com o dinheiro alheio, e prega igualdade social, mas se considera mais igual que os outros".

Aquelas pessoas que realmente são admiráveis, como tantos empresários que criam riqueza através de inovações que beneficiam as massas, acabam vítima da inveja esquerdista. O sujeito que ficou rico porque montou um negócio, gerou empregos e criou valor para o mercado, reconhecido através de trocas voluntárias, é tachado de "egoísta", "insensível" ou mesmo "explorador" por aqueles mordidos pela mosca marxista. Mas quando o ricaço é algum hipócrita que prega aos quatro ventos as "maravilhas" do socialismo, vivendo no maior luxo que apenas o capitalismo pode propiciar, então ele é ovacionado por uma legião de perfeitos idiotas, de preferência se boa parte de sua fortuna for fruto de relações simbióticas com o governo. Em resumo, os esquerdistas costumam invejar aquele que deveria ser admirado, e admirar aquele que deveria ser execrado. É muita inversão de valores!

Recentemente, mais três cubanos fugiram da ilha-presídio de Fidel Castro. Eles eram artistas, como o cantor Chico Buarque, por exemplo. Aproveitaram a oportunidade e abandonaram o "paraíso" comunista, que faz até o Brasil parecer um lugar decente. Eu gostaria de aproveitar a ocasião para fazer uma proposta: trocar esses três "fugitivos" que buscam a liberdade por Oscar Niemeyer, Chico Buarque e Luiz Fernando Verissimo, três adorados artistas brasileiros, defensores do modelo cubano. Claro que não seria uma troca compulsória, pois estas coisas autoritárias eu deixo com os comunistas, que abominam a liberdade individual. A proposta é uma sugestão, na verdade. Acho que esses três comunistas mostrariam ao mundo que colocam suas ações onde estão suas palavras, provando que realmente admiram Cuba. Verissimo recentemente chegou a escrever um artigo defendendo Zapata e Che Guevara. Não seria maravilhoso ele demonstrar a todos como de fato adora o resultado dos ideais dessas pitorescas figuras?

Enfim, Niemeyer completa cem anos de vida. Um centenário defendendo atrocidades, com incrível incapacidade de mudar as crenças diante dos fatos. O que alguém como Niemeyer tem para ser admirado, enquanto pessoa? Os "heróis" dos brasileiros me dão calafrios! Eu só lamento, nessas horas, não acreditar em inferno. Creio que nada seria mais justo para um Niemeyer quando batesse as botas do que ter de viver eternamente num lugar como Cuba, a visão perfeita de um inferno, muito mais que a de Dante. E claro, sem ser amigo do diabo, pois uma coisa é viver em Cuba fazendo parte da nomenklatura de Fidel, com direito a casas luxuosas e Mercedes na garagem, e outra completamente diferente é ser um pobre coitado qualquer lá. Acredito que esse seria um castigo merecido para este defensor de Cuba, que completa um século de hipocrisia sendo idolatrado pelos idiotas.



segunda-feira, dezembro 03, 2007

UMA NAÇÃO DE APERTADORES DE PARAFUSO






UMA NAÇÃO DE APERTADORES DE PARAFUSO

por Rececca Santoro
Está lá no Blog do Diego do dia 29/11 : "Metade das empresas quebram no Brasil em apenas 8 anos". Os dados revelados na coluna são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Mas, no Jornal Nacional, no Jornal da Band e em todos os outros que fazem parte da mídia de grande alcance (no caso do Brasil, rádio e TV) as "chamadas" diárias revelam um outro Brasil:

- Há crescimento de emprego (mesmo que seja o do de catador de lata),


- Há crescimento da produção industrial (mesmo que seja o do da indústria de bens primários),


- O IDH (índice de desenvolvimento humano) é o melhor de nossa História (mesmo que este índice só tenha sido criado depois dos governos militares, no caso do Brasil, e que quando, certamente, os índices seriam infinitamente superiores, pois o Brasil simplesmente saiu da posição de 46 economa mundial para a 8),


- A produção e a venda de automáveis cresceu e bate récordes (mesmo que a razão disso sejam os financiamentos em 3 anos com taxas de juros que fazem o sujeito pagar quatro vezes o valor real do veículo que comprou, mas que ele acaba optando por pagar assim mesmo porque os sistemas de transporte urbanos são péssimos - fora os riscos de assalto),


- As vendas de bens de consumo duráveis crescem (mas, pelos mesmos motivos que crescem as dos automóveis - prazo e crédito), assim como também crescem as vendas nos supermercados (mesmo que seja simplesmente porque até comida esteja sendo comprada com crédito....)


- E o Natal deste ano vai bater récorde no volume de vendas (mesmo que seja pelo fato de que a cada roupa produzida no Brasil que deixará de ser vendida - por causa do preço e da covardia das condições de concorrência - serão vendias 30 blusinhas "made in China" - ou equivalentes - por 1/3 do preço, mas que são fruto de mão-de-obra escrava (escravidão essa que chegará por aqui, mais cedo do que se pensa... justamente por questão de "sobrevivência me engana que eu gosto" do mercado).


Com um detalhe a esclarecer: o pessoal não compra blusa produzida por escravos porque queira "levar vantagem em tudo", não - é porque precisa se vestir - até mesmo para alimentar a indústria da moda, que de supérflua só tem o nome, pois emprega milhões de pessoas no mundo todo - e não tem outra opção. O mesmíssimo raciocínio pode ser usado para explicar a "febre" do consumo de DVDs pirata, que são vendidos a R$ 5,00 cada. Quem é que compra esses DVDs? A nova classe média da informalidade e a nova elite endinheirada do socialismo (ambas pelo mesmo motivo: a cultura da ignorância e da falta de educação) e, mais recentemente, pela velha classe média, em indisfarçável decadência financeira, para a qual, infelizmente, levar a família ao cinema passou a ser "programa de rico". Todos, porém, o fazem por uma simples e óbvia razão: "a gente não quer só dinheiro - a gente quer cultura, diversão e arte".


Voltando às empresas, como diz lá no Blog do Diego, "É dura a realidade para o empreendedor brasileiro: burocracia, carga tributária asfixiante e um governo que só entra para retirar dinheiro, oferecendo quase nada em troca. O resultado não poderia ser outro - mais da metade das empresas quebram no Brasil em apenas 8 anos".


De acordo com o IBGE, das 738 mil criadas no país em 1997, apenas 51,6% continuaram funcionando até 2005, sendo que mais da metade deste percentual veio a fechar as portas depois de 2002. Outro dado grave: os índices revelam que as empresas que mais resistiram foram as que tinham um mínimo de 100 pessoas empregadas - o que, para um país como o nosso, pode significar o mesmo que um negócio de médio porte para cima. Ou seja, o pequeno empresário, que é o maior empregador de mão-de-obra nacional e que também é responsável pela diversificação (e até pela criatividade) de nosso mercado, não está conseguindo prosperar no Brasil.

As conseqüências disso são evidentes: crescimento desproporcional do mercado informal - leia-se "se-virismo" -, aumento exacerbado do número de trabalhadores a espera de um emprego (o que concorre para desvalorizar os salários e para à marginalização cada vez maior dos indivíduos que possuam menos recursos de formação intelectual - é o caso, por exemplo, de homens que falam até duas ou três línguas estrangeiras e que acabam trabalhando como motoristas, ou o de pessoas com nível superior que acabam tomando as vagas oferecidas para gari nos Estados).


Todo esse ciclo de "bons ventos" da economia movida a crédito, com farta redistribuição "robinhoodiana" de terras e de renda (que não é renda, é salário) - DOS OUTROS, é claro - por parte do governo vai transformar o Brasil numa terra de três classes - os milionários da nomenklatura, a classe dos que trabalham (para morar, comer e consumir - tudo mal - e, é óbvio, pagar impostos) e a classe dos miseráveis (o exército dos despossuídos dispostos a tudo para não deixar de receber as esmolas de seus ídolos da nomenklatura). Vai transformar o Brasil na potência da indústria extrativista e de bens primários. Vai transformar os brasileiros num bando de "apertadores de parafuso", incapazes de agregar intelectualidade reflexiva às suas atividades produtivas - vai transformá-los num bando de papagaios obedientes ao governo, conduzidos pela mídia grande irmã.