sexta-feira, 30 de abril de 2010
Riso solto
Tem dia de chorar escondido, mas tem dia de rir adoidado. A vida é assim. Altos e baixos, uma ciranda. A vida, tão instigante, bela e enigmática. Daí que fazemos mil coisas (coisas coisas coisas) e de repente... um buraco, dentro, não se sabe bem onde. É preciso cuidar desse dentro, com o carinho abismal dos que entendem que "a vida não é só isso que se vê, é um pouco mais". Hoje, por conta de coisas boas, estou rolando de rir e o buraco se fecha em sua quietude. Vamos aproveitar o dia. É sexta e amanhã temos feriado. Vamos rir adoidados em ritmo de criança descompromissada. Isso faz um bem!!
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Pós em Cinema do CECC
A Especialização em Cinema do Centro de Ciências da Comunicação da Universidade de Caxias do Sul sai mesmo em agosto. Estão confirmados os professores e o primeiro palestrante, que faz a abertura do curso é Giba Assis Brasil, da Casa de Cinema de Porto Alegre. O corpo docente traz os seguintes nomes:
Drª Ana Mery Sehbe de Carli (UCS/Campus 8)
Ms. André Costantin (Cineasta)
Dr. Carlos Gerbase (PUC/RS)
Ms. Eulália Isabel S. dos S. Coelho (UCS)
Dr. Fernando Mascarello (Unisinos)
Ms. Henriette Cará (UCS/Campus 8)
Ms. Ivana Almeida da Silva (UCS)
Dr. José Reckziegel (Unisinos/UCS)
Ms. Marliva Vanti Gonçalves (UCS)
Ms. Myra Gonçalves (UFRGS/UCS)
Ms. Nivaldo Pereira (Roteirista)
Logo, logo dou mais detalhes. Os interessados podem enviar e-mail para mim!
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Marília
Queria brincar de amarelinha. Correr sem rumo, se perder por aí. Fingia ser criança quando estava crescida, como a Alice do Tim Burton. Gostou do filme e do sorriso do gato. Do Chapeleiro Maluco e das Rainhas Branca e Vermelha. Mas queria cair em um buraco também e descobrir esse mundo paralelo. Nessa idade, as coisas ainda se misturam um pouco: o infantil com o adulto. Menina que quer crescer, mulher desejando a infância. Marília correu os olhos pelo cartaz e imaginou-o no seu quarto. Depois, olhou demoradamente para Jonhny Deep. Cuidou de colocar cada fio de cabelo no lugar antes de sair do saguão do cinema. Agora uma livraria. Marília gosta dos produtos culturais ligados aos filmes que vê. Vai comprar o livro que traz as fotos das filmagens. Vai comprar outros livros referentes ao tema. É como se fosse fazer uma tese! Mas ela só quer entender um pouco mais as coisas. Anda por entre prateleiras e corre os olhos pelos livros de capa dura, seus preferidos. Os mais caros também. Porém, hoje ela está disposta a gastar. Recebeu mesada, ainda não trabalha, só estuda. De seus olhos argutos ela vê o mundo com cores reticentes quando queria tudo em cores quentes, como nos filmes de Almodóvar. Marília adora cinema que para ela é uma extensão da existência, só que mais bonito e audacioso.
Agora vai tomar um sorvete de creme enquanto olha os livros que comprou. Um rapaz ao lado espia os livros esparramados pela mesa. Marília não vê. Não sabe que já desperta curiosidade. Não sabe que ele vai levantar em cinco minutos e sentar ao lado dela para falar sobre o filme. Não sabe que ele será o seu primeiro amor.
Agora vai tomar um sorvete de creme enquanto olha os livros que comprou. Um rapaz ao lado espia os livros esparramados pela mesa. Marília não vê. Não sabe que já desperta curiosidade. Não sabe que ele vai levantar em cinco minutos e sentar ao lado dela para falar sobre o filme. Não sabe que ele será o seu primeiro amor.
sábado, 24 de abril de 2010
Tempo interior
O tempo interfere, difere, profere. Estamos sempre falando nele. Entramos como Alice em um buraco. Dentro dele o tempo invasivo, senhor de todas as coisas. Criação humana! Dependemos dele, nos pautamos por ele. No entanto, insisto que existe um tempo interior e este sim, deveria ser ouvido. É o tempo de cada um. Sou mais lenta ou atilada, depende do meu tempo interior. Por vezes levo tempo demais para entender meu próprio tempo. O importante é estarmos abertos às possibilidades que ele nos oferece. Meu tributo a ele. Minha quase devoção. Meu tempo dentro é o que vale o "perigo dos próximos momentos".
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Escrevo para quem. E isso basta. Encontro um ângulo de onde posso perceber as coisas de um modo diferente. Já experimentou isso? Estou em pleno gozo de minha descoberta. Olho as coisas e o que vejo vai além. Penso em parar mas a sensação é prazerosa, então me delicio vendo o mundo nesse novo formato. Tudo por causa de um ângulo diferente! Escrevo para quem? Meus cem seguidores virtuais e isso é bonito, mas escrevo acima de tudo para quem tem um coração e me lê às vésperas da meia-noite. Ou quem sabe depois do almoço ou no jejum da manhã iluminada? O que importa são esses corações que batem e pulsam e me embalam. Juntos, eles dizem, vamos!! Então, eu sigo.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Um anjo ao longe
Você escreveu e isso mudou tudo em mim. Meu exílio a demorar dias sem conta, torna-se resguardo apenas. Você me fez olhar para qualquer coisa que chamamos: amizade. Virtual, real, em 3D, pouco importa. Quando alguém diz eu te entendo. E, mais que isso: "Eu entendo teu silêncio", não há mais como esconder-se porque fomos encontrados. Ali, encostadinhos em um canto. Braços abraçando as pernas. Olhos mareados. Mas você vem e diz isso, me faz pensar que meu silêncio causa mais dor do que se eu tentar falar. Meu silêncio me liquida mortalmente. Sou um ser de palavras. Sempre fui. Da tagarelice infantil ao tablado dos adultos, sempre representando papéis. Como todos. Sim, como todos. Suspiro. Penso que você pode ser meu anjo querido. Longe, resguardado dos embates mais terríveis. Mas lindo e cheio de paz. Tanto que consegue me tirar dessa lacuna de tempo em que me meti em silêncio perscrutador. Obrigada, Letícia.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
A manhã se dissolve. Um livro. Àgua. Tolerância. Meus filmes preferidos. Tudo se elenca porque hoje é quinta e amanhã, bem, amanhã ninguém sabe, diria Drummond. Hoje, então, cinzas de um vulcão sobrevoam a Europa, enquanto por aqui outras cinzas se dissipam. Aquelas das horas, de que fala Adriana Calcanhotto. E vamos respondendo ao tempo que não temos tempo, porém seguimos.
terça-feira, 13 de abril de 2010
segunda-feira, 12 de abril de 2010
terça-feira, 6 de abril de 2010
Um nome
Guardo comigo teu nome escrito numa folhinha de papel. Letra infantil. Lápis colorido. O que é que a gente faz com lembranças que contaminam uma simples caixa de papelão? E que doem um pouco, porque foram boas demais? Você, que guardo no meu coração, já não escreve com canetinhas ou lápis de cor, giz de cêra, essas coisas. Cresceu, casou, mudou de cidade. Nunca mais nos vimos e eu nem sei se você quer lembrar de mim. Mas, sabe, madrinha é coisa pra vida inteira, como pai e mãe, embora queiramos muitas vezes dispensá-los. Eu deixo você me dispensar porque acredito nos direitos humanos. Esse é um deles. Agora vou fechar a caixa griz e permitir a cor do seu nome lá dentro de volta. Deixa lá. Deixa ficar. Também esse é meu direito muito humano.
domingo, 4 de abril de 2010
Aura de magnólia
Coça a nuca, repôe os óculos. Recompõe-se. Segunda-feira. Terça, quarta... os dias se misturam porque há um vazio no tempo que ele não consegue captar. Sua maior ousadia é ser. Ela vai embora. Nele fica uma aura de magnólia, coisa dela. Talvez ela não o visite mais por conta dos lapsos de memória dele. Nunca terá certeza. Mas ele pensa coisas como: "Se a terra se abrisse sob meus pés e eu pudesse me enterrar para que ela não me visse mais eu estaria a salvo de mim mesmo". Dizem que ele enlouqueceu. Não foi na guerra. Não foi na paz. Ele apenas esqueceu como são os dias, quais são ou porquê. Depois foi que ouviu ordens estranhas que obedeceu por ser sempre aquele que fazia tudo certo. Depois ainda, lhe disseram que as vozes estavam erradas e então ele deixou de entender o mundo. Coça a nuca como de costume, enquanto vê que ela se foi. Desta vez para sempre.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
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