quinta-feira, 21 de outubro de 2010

REGRESSO

REGRESSO Sonhei, fui para trás no tempo
vi-me sentada
num banco de escola,
à minha frente uma folha
de papel branco, muito branco.

Peguei nos lápis de cor
para fazer um desenho
e fiz uma janela,
lá fora um sol amarelo
com grandes raios
que brilhavam
e inundavam toda a sala,
as crianças brincavam na rua
aquelas brincadeiras ingénuas,
infantis, de que tanto nós gostávamos,
o amarelo era forte, muito forte
entrava por mim adentro
e enchia-me de luz
de sorrisos, calor
dava-me vontade de pular, sorrir,
abraçar alguém, até gritar.

Mas, de repente apeteceu-me
agarrar numa borracha
e apagar aquela janela
aquele sol radioso.

Acordei, a sala era a minha cama,
a janela estava fechada
a folha tinha desaparecido
com ela o sol, as crianças,
as brincadeiras,
a magia daquele desenho
que me fez regressar
a outros tempos
e eu vi-me numa imensa escuridão
era apenas a minha cama,
tinha regressado de novo ao presente.

Isabel Cabral

sábado, 16 de outubro de 2010

ISABEL LASSUTA MONTEVERDE


Esta imagem que me ofereceste ficará sempre comigo.
OBRIGADA.
Era suposto neste dia ser eu a dar-te uma flor, mas esta é a tua flor para mim, por isso tem, e terá sempre um significado especial amiga, por isso neste dia para mim faz sentido pô-la aqui!!!
ADEUS E UM ATÉ JÁ SIMPLESMENTE!!!

domingo, 3 de outubro de 2010

MÚSICA


Com a música me envolvo
com ela me cubro
no meu corpo nu
vaguearam acordes
de músicas, palavras
transformadas, sentimentos
ora moribundos, ora acordados.

E com as notas feitas
sinfonias
dancei angústias e dores,
deslizaram sentimentos
a preto e branco,
como no cinema mudo
onde só o movimento fala,
mas a música ecoa,
desliza nos ouvidos
e flui nas entranhas
e antevemos sonhos
coloridos
que percorrem num arrepio
da cabeça aos pés
um corpo
que música já era
sem pautas, sem acordes
estudados,
era apenas um corpo
que por si
tinha dentro de si
a própria música.

Isabel Cabral
Como é do conhecimento de alguns de vós tenho andado a escrever muito pouco, só alguns pensamentos aqui e ali esporadicamente, nada mais do que isso, tem-me faltado a vontade, e a inspiração falha.
Esta semana um dos meus irmãos (João) enviou-me esta imagem dizendo-me que queria que ela me inspirasse para escrever um poema, como ele dizia: "que eu tanto admiro mana".
A primeira reacção foi logo um não, mas depois prometi que ía tentar, e aqui está ele bom ou mau saíu assim para quem fizer o favor de ler.