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Sexo pré-matrimonial
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Era uma vez...seria a forma com a qual poderia iniciar este texto, a forma linguística de um conto para evitar ter de admitir que a personagem não é produto da minha imaginação, que existe, que é de carne e osso e se encontra entre nós. Para evitar a curiosidade dos humanos sobre a identidade da heroína. Mas não. Não vou escrever um conto. Não o vou fazer.
Através de portas e travessas conheci uma rapariga que inspirou este texto. E que tem toda a minha admiração, escolhas são escolhas e ninguém tem o direito de interferir sobre as escolhas de outros, nem sequer de se achar superior a essas mesmas escolhas.
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Temos o direito de ficar surpreendidos, de tentar entender, nem que seja porque a raça humana - os aliens também - sofrem do que não me canso de chamar " Curiosity Killed the Cat Sindrome", agora, criticar, isso meus amigos é outra história, que me leva à história desta rapariga. Com 27 anos decidiu à muito permanecer virgem até ao dia do seu casamento. E mais, disse-me que não se pretende envolver romanticamente com nenhum homem antes dos 30, porque tem outras prioridades. Teve 3 namorados, mas coisas de miúda, porque nem um beijo em condições ela deu, nem está interessada em dar porque não quer que esse beijo possa levar a algo mais sério: cama.
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Claro que seria hipócrita se não admitisse que fiquei surpreendida. Fiquei. Vivemos numa época em que as miúdas chegam a perder a virgindade aos 13 e aos 14 anos, claro que fiquei surpreendida.
Após a conversa, que os detalhes não vou desvendar, fiquei a pensar, quantas raparigas como esta andam por aí? Será este um caso assim tão insólito?
Estamos tão habituados a ver miúdas com 15 anos que parecem ter 20, que nos esquecemos que existem mulheres com 20 e tais que tem outra postura perante a vida. E quando nos deparamos com uma delas, ficamos embasbacados como se estivessemos a olhar para uma ave rara. Mas será que não andarão por aí muitas outras aves raras?, que optaram por outro caminho, apenas isto; optaram por outro caminho. Será que já estamos tão habitudos a pensar dentro da caixa que algo que saia fora nos surpreende fortemente?
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Andei pela Net. Desde já, se estão com essa predisposição, desistam! Os disparates que li foram tão avassaladores, que fiquei com urticária. Não vou escrever sobre os sites religiosos porque esses são uma desgraça, não vou entrar por aí.
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Houve no entanto algo que me chocou e assustou deveras enquanto pesquisava. O uso da SIDA, como arma contra as relações pré-matrimoniais. Assustou-me a sério. Quando descobri que existem escolas nos USA, que se recusam a distribuir preservativos porque acreditam que os alunos se devem abster de ter relações sexuais, pensei de imediato que estamos a entrar por um caminho muito perigoso.
Houve no entanto algo que me chocou e assustou deveras enquanto pesquisava. O uso da SIDA, como arma contra as relações pré-matrimoniais. Assustou-me a sério. Quando descobri que existem escolas nos USA, que se recusam a distribuir preservativos porque acreditam que os alunos se devem abster de ter relações sexuais, pensei de imediato que estamos a entrar por um caminho muito perigoso.
A) Os alunos não vão deixar de ter relações sexuais. É fisica e fisico.
B) Vão fazê-lo desprotegidos.
Não me parecer que estas pessoas tenham os neurónios activos. Métodos como estes não vão baixar o número de jovens infectados pelo HIV simplesmente porque a abstinência é um mito para muitos jovens. Estes têm de estar informados e usar sempre protecção. Abstinência? É uma escolha, nunca uma imposição. Não facultar preservativos? Mais uma vez tenho de citar o Quino: " Parem o mundo que eu quero sair".
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Fazendo agora uma ligação ao inicio do texto. Há quem encare o sexo como uma brincadeira - um à parte, até o pode ser quando sabemos o que fazemos - mas será que o facto de eu ter ficado surpreendida com aquela revelação, não se deveu apenas porque estou inserida numa sociedade em que as miúdas perdem a virgindade como quem vai ali à esquina beber um copo de água. Estará o sexo banalizado? Aquela rapariga de 27 anos escolheu dar outro rumo à sua vida, um que muitos de nós podemos estranhar, mas, provavelmente muitos de vós que estão a ler este texto e que não se vão identificar, não o estranham.
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Não acredito em aves raras. É intuição.
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Mas isto sou só eu