domingo, 31 de janeiro de 2010
«KORMORAN»
Navio mercante alemão transformado em cruzador-auxiliar, o «Kormoran» era, inicialmente, o «Steirmark», um cargueiro de 8 700 toneladas (construído nos estaleiros Krupp, de Kiel) para a companhia Hamburg-Amerika Line. Media 164 m de comprimento por 20,20 m de boca e a sua tripulação, enquanto navio de guerra, ascendia aos 400 homens. Depois da sua transformação, foi dotado com 6 canhões de 155 mm e com 2 outras peças de 37 mm, além de ter sido apetrechado com 5 tubos lança-torpedos. Dispunha de 2 hidroaviões e de um ‘stock’ de 360 minas. A maquinaria do «Kormoran» tinha uma potência de 16 000 cv, que lhe conferia uma velocidade máxima de 19 nós. A sua autonomia era da ordem da 84 500 milhas náuticas. Sob o comando do capitão de corveta Theodore Detmers, o navio (devidamente camuflado e arvorando bandeiras de conveniência) foi enviado para a zona Índico/Pacífico, onde causou prejuízos enormes nas frotas mercantes dos países Aliados. É-lhe atribuída, ao cabo de 351 dias de cruzeiro, a destruição de uma dúzia de navios inimigos (totalizando 75 374 toneladas), essencialmente de bandeira britânica. No dia 19 de Novembro de 1941, o corsário alemão encontrou na sua rota o cruzador australiano «Sydney», travando com ele um combate decisivo : afundou o adversário, graças ao disparo de vários torpedos, mas acabou, também ele, por sucumbir ao fogo do seu rival. Mais de uma centena de tripulantes sobreviveu ao soçobro do «Kormoran». O que não aconteceu com o «Sydney», que foi para o fundo com toda a sua guarnição.
«MARQUESA»
Galé do tipo ‘sottil’ pertencente à frota de Nápoles. A sua propulsão era assegurada por 165 remeiros e por dois panos latinos. Fez parte do corpo de esquadra, que -sob o superior comando de D. Álvaro de Bazán- defrontou os turcos na batalha de Lepanto, ocorrida ao largo das costas gregas em 7 de Outubro de 1571. Investida pelos otomanos durante esse mortífero confronto vencido pela Santa Liga, a «Marquesa» sofreu danos e numerosas baixas, já que da sua guarnição só escaparam 12 homens com vida. Entre esses bravos combatentes encontrava-se Miguel de Cervantes, soldado raso de 24 anos de idade, que apresentava dois graves ferimentos : um no peito e outro na mão esquerda; que, como disse o ilustre escritor «perdeu o seu movimento, para grande glória da direita». Pouco mais se sabe sobre o navio em questão, mas o facto de ter acolhido o futuro autor de «Dom Quixote», bastou para que o nome da «Marquesa» perdurasse na memória dos homens. Até ao fim dos tempos.
«GIOVANNI DELLE BANDE NERE»
Cruzador ligeiro da armada italiana pertencente à classe ‘Condottieri’ e ao tipo (ou subclasse) ‘Alberto di Giussano’. O nome que foi dado a este navio é o de um chefe de guerra do século XVI que serviu a rica e influente família Medicis. Foi construído em 1930 pelos estaleiros da firma Navalmeccanica (em Castellammare di Stabia). Media 169,30 m de comprimento por 15,50 m de boca e deslocava 7 000 toneladas em plena carga. O seu sistema de propulsão, assente em 6 caldeiras e 2 turbinas, desenvolvendo 95 000 cv, imprimiam ao navio a velocidade máxima de 37 nós, o que fazia dele um dos vasos de guerra mais rápidos do seu tempo. Do armamento principal do «Giovanni delle Bande Nere» sobressaiam 8 peças de artilharia de 152 mm e 6 de 100 mm, além de 4 tubos lança-torpedos. Dispunha de uma catapulta que lhe permitia utilizar um hidro de reconhecimento e de correcção de tiro. A sua couraça era modestíssima e fora sacrificada em proveito da velocidade pura. O «Giovanni delle Bande Nere» participou em várias operações de guerra, nomeadamente no apoio à invasão da Albânia e nas batalhas navais do cabo Spada e do golfo de Sirta. No dia 1º de Abril de 1942, quando se dirigia (com a respectiva escolta) de Messina para La Spezia, foi interceptado nas proximidades da ilha Stromboli pelo submarino inglês HMS «Urge», torpedeado e afundado.
sábado, 30 de janeiro de 2010
«LOBO MARINHO»
Navio mercante português (do tipo RO-RO passageiros) construído nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo em 2002/2003. Com 112 m de comprimento fora a fora e 20 m de boca, o «Lobo Marinho» é um navio de linhas modernas, capaz de transportar (em excelentes condições de conforto e de segurança) 1 150 passageiros, além de 145 veículos. Propriedade da sociedade Porto Santo Line, o navio (que pode deslocar-se a uma velocidade máxima que supera os 21 nós) assegura desde Junho de 2003 a ligação regular entre as duas maiores ilhas do arquipélago da Madeira. Está equipado com moderníssima aparelhagem de navegação e de comunicações. Possui vários restaurantes e áreas de lazer.
«SYDNEY»
O cruzador «Sydney» -um dos três navios da classe ‘Amphion’- foi construído em 1934 nos estaleiros ingleses da casa Swan Hunter & Wigham Richardson (localizados em Wallsend) e cedido à marinha de guerra australiana. Era um navio com 171,30 m de comprimento por 17,10 m de boca, deslocando 6 830 toneladas e capaz de navegar a uma velocidade superior a 32 nós. Da sua artilharia principal constavam 8 peças de 6 polegadas, 4 peças AA de 4 polegadas, além de três grupos de metralhadoras pesadas de 0,5 polegadas. Dispunha também de 8 tubos lança-torpedos de 21 polegadas e de uma catapulta capaz de lançar um hidroavião ‘Seagull’ ou ‘Walrus’. Foi destacado para o Mediterrâneo, na sequência da invasão mussouliniana da Abissínia, participando, assim, no bloqueio dos portos italianos decretado pela Sociedade das Nações, organismo precursor da O.N.U.. Depois da eclosão da 2ª Guerra Mundial o «Sydney» participou, com sucesso, em vários combates contra as forças navais do ‘Duce’. Mas, quando em 1941 se detectou a presença de navios-corsários alemães no Pacífico sul e se começaram a contabilizar as perdas de navios mercantes Aliados nessa zona do globo, o «Sydney» rumou à Austrália para dar caça aos intrusos. No dia 19 de Novembro de 1941, o vaso de guerra australiano localizou um deles -o cruzador-auxiliar «Kormoran»- e travou com ele um violento duelo de artilharia. Ao qual nenhum dos navios rivais logrou sobreviver. Atingido por vários torpedos do adversário, o «Sydney» afundou-se com 645 homens a bordo. Nenhum deles se salvou. Envolvido numa nuvem de mistério, o dramátrico naufrágio deste navio só começou a ser desvendado depois dos seus restos terem sido localizados (em Março de 2008, a 150 km ao largo da baía Shark) e estudados por uma equipa de arqueólogos submarinos.
«AMÉLIA» (I)
Falando-se nos navios adquiridos e utilizados por D. Carlos de Bragança, é habitual referir quatro iates, que (por comodidade) se designam «Amélia» 1, 2, 3 e 4. Quando, em boa verdade, houve uma outra embarcação com esse nome que, jamais, é incluída nessa lista. Talvez pelo facto desse primeiro «Amélia» ser propriedade privada do príncipe real (contrariamente aos outros, que foram integrados na Armada) e apresentar características muito diferentes das dos navios, usados, simultaneamente, como objectos de recreio e como unidades de apoio aos estudos da oceanografia, tão apaixonadamente desenvolvidos por D. Carlos. Este primeiro «Amélia» era um elegante veleiro desportivo (armado em yawl) que terá sido comprado para satisfazer a sede de competição do príncipe herdeiro, que era, nesse tempo, vice-comodoro da Real Associação Naval e alinhava frequentemente nas grandes provas de vela que se disputavam no nosso país e não só. Isso com o referido primeiro «Amélia» (um navio com o casco em madeira, deslocando 66 toneladas) e com outros veleiros seus ou propriedade da casa real. Parece que este iate foi construído na Inglaterra. Pouco se conhece das suas características, além daquelas já mencionadas e das que alguns desenhos e gravuras deixam adivinhar. Como se sabe, o príncipe e depois rei D. Carlos I foi muito criticado no seu tempo, por empregar verbas consideráveis na aquisição de barcos e de mudar de iates como quem muda de camisa. Dizia-se, então, que, nessa matéria, ele não olhava a gastos e que isso ocasionava problemas nas finanças de um país de recursos limitados que, «se não podia ter um rico rei, muito menos podia sustentar um rei rico». Hoje, um século decorrido sobre a trágica morte do soberano, começa a reconhecer-se a utilidade dessas despesas, afinal justificadas pelos frutos recolhidos no campo da oceanografia, ciência na qual o rei D. Carlos foi um dos grandes peritos internacionais do seu tempo.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
«VASILISSA OLGA»
Construído para a marinha de guerra helénica pela casa Yarrow & Co, de Scotstoun, na Escócia, o «Vasilissa Olga» (‘Rainha Olga’, na nossa língua) era um contratorpedeiro do tipo G. O bota-abaixo teve lugar a 2 de Junho de 1938. Este navio, que deslocava 1 414 toneladas, media 97,50 m de comprimento por 9,70 m de boca e o seu calado situava-se nos 2,70 m. Estava armado com 4 peças de 127 mm e com duas outras de 37 mm, além de um dispositivo lança-torpedos, que, a partir de 1941, compreendeu 8 tubos de 533 mm. A propulsão do «Vasilissa Olga» era assegurada por maquinaria diesel que desenvolvia 34 000 cavalos e imprimia ao navio uma velocidade máxima da ordem dos 36 nós. Este contratorpedeiro participou nos primeiros combates contra as forças italianas de invasão da Grécia e, depois da queda do país provocada pela intervenção germânica, juntou-se às forças navais britânicas estacionadas no porto de Alexandria (Egipto). A 'Royal Navy' patrocinou a sua modernização,que ocorreu em 1941, num estaleiro de Calcutá, Índia. Melhor preparado, o «Vasilissa Olga» voltou ao Mediterrâneo e participou, ao lado das forças navais inglesas, na destruição de várias unidades combatentes do Eixo. Esteve implicado nas operações que levaram à conquista da ilha de Pantelleria e no apoio à invasão da Sicília. Em 26 de Setembro de 1943, depois de ter ajudado a transportar tropas britânicas para a ilha de Leros, o navio grego foi atacado por uma formação de 25 bombardeiros 'Stuka' e afundado no golfo de Lakki. O seu comandante e 65 outros membros da sua guarnição morreram no desastre. Mas o povo grego não esqueceu o navio, nem os seus valorosos tripulantes. Um monumento foi erigido à sua memória na costa grega e um selo comemorativo, representando o 'destroyer', foi emitido no ano 2000 pela administração postal helénica.
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
«SINES»
Derivado da classe 'Viana do Castelo', da qual mantém o casco e parte das superestruturas, o «Sines» (mái-lo futuro «Ponta Delgada») foram concebidos como navios especializados na luta contra a poluição dos oceanos por hidrocarboretos. A diferença reside na substituição da área de pouso para helicópteros por um equipamento moderno de recolha de matéria poluente. Como todas as unidades da classe inicial, o «Sines» e o seu congénere serão construídos no Minho, nas instalações industriais dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.
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