Augusto Alberto
E seguindo o princípio, contumaz, rejeitei o conselho dado pelo “Barão de
Cascais”, numa das rádios do regime, (e da igreja), de que no 25 de Maio, o
povo deverá votar em branco.
O “barão”, é homem delicado e de verbo fino, com certeza. Mas
acontece, que o “Barão”, sempre que pôde colocar a mão na nora, fê-la andar
para trás. Foi deputado pelo PSD/PPD. Foi secretário-geral adjunto no seu
partido. Foi coordenador do grupo parlamentar europeu do seu partido. Foi
ministro da qualidade de vida. Foi ministro dos assuntos parlamentares. Foi,
inclusive, fundador do seu partido. E foi Conselheiro do Estado. Bem sei que o
“Barão” se agastou com os seus, porque pediu mais guita para voar mais alto,
como os papagaios lançados ao vento, “Tenho perfil para o lugar de Presidente da República”,
mas mais guita foi-lhe negada e por isso, amofinou-se, barafustou e acabou defenestrado.
Todavia, o “barão”, como toda a elite, tem um carácter
adjacente. Toma o povo por desajeitado, enquanto tem a torpeza de reclamar boas
virtudes de classe. E desse modo, o “barão”, porque tem medo dos sustos,
desenha a hipérbole, de que povo do ordenado mínimo e do pouco pão, deve
manter-se quietinho. Difícil de perceber?
António Capucho, que é o nosso serôdio “barão”, tome
atenção, não é tolo e tem muita arte. Na verdade, só com bastante arte, é que
tipos como o “barão”, conseguiram colocar, hoje, o ordenado mínimo nacional,
abaixo 50 euros, dos 3.300$00, atribuídos no ano de 1975, pela “desequilibrada
abrilada”, do camarada Vasco Gonçalves.
Mas saiba o “barão”, que neste tempo medonho, não se admitem
pesporrências e passa-culpas. Por isso, diga lá, quantos votos foram precisos
para o eleger e para concomitantemente, se construir um pobre?