Primavera,
era a estação vestida de pétalas.
E amar,
O verbo que morreu na tua boca
e se metamorfoseou na andorinha viajante.
Rememoro.
Na manhã mais fria do meu tempo de apatia
Cedi-te os lábios.
Cravei-te os dentes.
O macio da minha pele tocou-te no rosto.
O meu corpo recebeu-te.
Doce. Tão doce como açúcar em caramelo,
Que se desfez.
Construí-te um lugar na proa do meu coração
E desamarrei o barco para que te perdesses.
Em mim.
No que fomos e somos.
Em tudo aquilo que vamos ser.
Os nadas e os tudos numa rosa-dos-ventos entorpecida
Pelas histórias traçadas a tinta-da-china e
pelos versos que nunca te escrevo.
Finais,
Os pontos que não conheço.
Soprei-te a minha existência...
E agora a chuva cai no meu jardim.
Sem comentários:
Enviar um comentário