quinta-feira, janeiro 31, 2008

A POLITICA DA RUÍNA


Antes...

Parece indiscutível que há no Seixal uma politica da ruína e do abandono rumo a um horizonte a caminho do descalabro.

A opção da autarquia ao abandonar o Parque Auto do Fogueteiro para se tornar inquilina do Grupo A.Silva & Silva é não só imoral e turva - não houve concurso público nem o estudo de outras propostas - não só empenha as futuras gerações, como estabelece um padrão de abandono em relação ao que existia, padrão esse que como aqui foi visto e divulgado nacionalmente é escandaloso.

Como se tal não bastasse a autarquia fez novo negócio, nos mesmos moldes, para a construção dos novos e faustosos Paços do Concelho, de novo vai ser abandonado o edifício actual e muitos outros no centro histórico do Seixal, para - mais uma vez, sem concurso público - a Câmara se tornar inquilina do Grupo A.Silva & Silva.

Na Europa para além possivelmente da Roménia ... não estou a ver semelhante prática de favorecimento de um grupo económico e desfavorecimento do património de todos... criando um peso possivelmente insustentável para as proóximas gerações. Não vislumbro nenhum outro país civilizado e transparente em que isso fosse aceite tão pacificamente por outros...

Resta agora saber se o padrão de abandono registado nas imagens que se seguem nas instalações do Fogueteiro, se vai repetir no centro do Seixal, dos actuais Paços do Concelho às várias dependências que a autarquia ocupa...

Resta saber se com a responsabilidade dos actuais autarcas, tal como no caso das oficinas, o centro histórico do Seixal se vai tornar numa enorme e sem portas e janelas, sala de chuto e de tráfico de droga e albergue de marginais...resta saber també
m, qual o construtor civil que vai ser o Salvador e aproveitar para reconstruír...

Nota- Na passada terça feira até uma perseguição policial entre uma viatura da PSP e uma outra Mercedes ao melhor estilo de Hollywood ali aconteceu!!! A policia levou a melhor com a abordagem dos figitivos nas bombas de combustível da GALP.

AGORA! (Clique sobre as imagens para aumentar)













quarta-feira, janeiro 30, 2008

PORTUGAL E A ILUSÃO DA CIDADANIA PARTICIPATIVA (3)


O poder politico ainda enferma de tiques que não se coadunam com a Democracia ou a transparência de procedimentos .
A administração ainda agenda consultas públicas para épocas de Férias, omite pormenores, altera documentação de processos em consulta permite-se gerir o património de todos como um loteamento privado, mentem com o à vontade de quem governa ignorantes.
Intimidam sobretudo os mais fracos, desprotegidos e mal informados.

Na imagem um vereador da Câmara do Seixal "explica" uma alteração de uso do solo contestada pela população.
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« Se um cidadão quer investigar, ou pelo menos sindicar a actuação de uma Câmara num determinado aspecto ou processo, tem que retirar verbas do seu orçamento familiar para adquirir provas documentais que possam alicerçar convenientemente uma eventual acção judicial ou pedido de instauração de inquérito, sindicância ou auditoria, propósito que é ferozmente contrariado pelos detentores do poder discricionário de vender ou não vender tais documentos a quem os pede, contribuindo assim para que se forme na mente do cidadão a certeza de que, de facto, o “crime” existe e os “criminosos” são exactamente aqueles que têm o poder de facultar ou não essas mesmas provas.

Perante este estado de “vale-tudo” é ou não aceitável a denúncia anónima ? É feio ? É criticável ? Pode ser !

E a atitude dos representantes, ainda por cima legítimos, dos cidadãos, não o é ? É bonita ? É louvável ?

Tudo na vida são opções por determinados valores em detrimento doutros. Umas vezes o futuro abençoa as nossas opções outras vezes não…

Parece haver quem disponha de tempo e de meios e de falta de melhor ocupação para encetar investigações que podem garantir o louvor ou a rápida promoção não se furtando ao uso de metodologia digna duma qualquer policia política embora me pareça que a competência para esse tipo de investigação pertence a um certo órgão do Estado coadjuvado pelos órgãos de polícia criminal e é feita a pedido e não a qualquer Prokuratura paralela de cariz partidário, de legalidade mais do que duvidosa e atentatória dos mais básicos princípios do estado de direito democrático.»

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Este texto enviado por um leitor e publicado nos últimos dias, volta a tocar em várias questões recorrentes e não resolvidas para além do tema sempre presente das suspeitas de corrupção, do tráfico de influências e do financiamento partidário. Em resumo, na transparência da nossa democracia.

Uma democracia onde se continua a impedir os cidadãos o acesso à informação e se desmotiva o interesse pela gestão do bem comum com consultas públicas obrigatórias agendadas para épocas de férias e preferencialmente Agosto ou o período natalício, isto quando não há subversão total da documentação que suporta a consulta pública com retirada, entrada , alteração de documentos parte integrante da consulta, falsificando a consulta, como muito recentemente aconteceu no Seixal a propósito do Plano de Pormenor da Flôr-da-Mata .

Isto num país que recebe de mão beijada os financiamentos comunitários , mas que depois não pretende seguir as regras europeias , lembro que ao nível local toda esta prática é contrária à Agenda 21 local , que desde 1991 há uma Lei de Acesso aos Documentos Administrativos com uma Comissão nomeada para a mesma finalidade e que Portugal é signatário de Convenção de Ahrus que determina que o cidadão tem direito de aceder à informação, tem direito à participação pública na tomada de decisões e tem direito ao acesso à justiça em questões ambientais.

Infelizmente toda a prática vai no sentido oposto, a participação publica (na margem sul, devidamente manipulada com a criação de grupos de utentes e comissões de moradores fantoche) é nas cidades europeias e americanas parte fundamental da governança, faz parte das regras democráticas essenciais embora a quem governe a orientação seja notóriamente de cultivar a indiferença ou intimidar o cidadão que se atreve em sessão de câmara a levantar uma questão ou criticar uma decisão como no texto ficou documentado.

Agradecimentos ao autor.

terça-feira, janeiro 29, 2008

PORTUGAL E A ILUSÃO DA CIDADANIA PARTICIPATIVA (2)



Continuando a reprodução do texto de ontem enviado por um leitor, em causa a participação dos cidadãos na vida autárquica e os entraves que aí encontra :


« Fará sentido tanta burocracia e tanta discricionariedade numa era em que todas as Câmaras municipais dispõem de sítios na Internet onde, a custo reduzido, podem publicar toda a informação que produzem e que se destina aos cidadãos que os elegeram para, em seu nome, MELHOR administrarem os interesses de todos ?

Infelizmente, aquilo a que se tem assistido é à utilização desses espaços para o desenvolvimento do culto da personalidade dos astutos autarcas que, talvez cientes da quase irrevogabilidade da procuração passada pelo povo no acto eleitoral ( bem patentes nos recentes casos de Setúbal e Lisboa onde creio não haver maiorias absolutas ), neles procuram desenvolver mais que tudo as suas manobras de propaganda tendentes à recondução nos cargos que ocupam.

Há quem afirme que este é um conceito de democracia avançada no limiar do séc XXI e que estas são as consequências duma das grandes conquistas de Abril: o poder local democrático.


É mais o pragmatismo revolucionário que, consciente do estádio actual do processo social, obriga à concentração de esforços na acumulação de meios que garantam a sobrevivência das suas próximas gerações. Admissível se feito à custa de bens próprios e inadmissível se feito à custa de bens do Estado e dos de outros cidadãos.


Há, de facto:
- uma actividade intensa levada a cabo pelos serviços municipais para “taparem” aquilo que os cidadãos “destaparam” ; - os mesmos serviços sabem quem são os vários protagonistas e a que episódios estão relacionados. Um ponto de partida lógico para isolar essas pessoas incómodas será pois o de tentar associar este ou aquele comment anónimo feito sobre determinado assunto aos protagonistas vários de episódios concretos e agir directa ou indirectamente sobre elas.

Podem até aproveitar-se os episódios das reestruturações dos serviços para criar estruturas de controlo dessas actividades altamente lesivas do bom nome dos autarcas lugares e que muitos não desdenham ocupar ( em certos casos o direito ao bom nome pode ou não ceder perante a lesão ou erosão de outro direito qualquer de outra pessoa ou conjunto delas ?

E em caso de existência de sinais de irregularidades que as regras do senso comum levem o cidadão a concluir que se está na presença de um crime ?


E quando tudo parece indicar que “eles sabem que nós sabemos” e tudo fazem para nos dificultar o contacto com documentação comprometedora que pode atestar a existência de algo “errado” neste ou naquele processo ? ( De que protecção goza, por exemplo, o funcionário que, no âmbito da execução das suas tarefas, toma contacto com uma irregularidade grave cometida por um seu superior hierárquico ? )


E podia ficar aqui a levantar questões deste tipo o dia todo mas para a aplicação do Direito a cada caso em concreto foram já criados os Tribunais…


Os mesmos Tribunais com que alguns nos ameaçam sem nunca a eles recorrer bem cientes certamente dos riscos que tal atitude poderia ter caso se não verifique a correspondência do seu discurso público com aquilo que se pode neles provar …) ou recorrer a assessorias especializadas que é o mais comum. Quer numa quer noutra destas hipóteses tratam-se de pessoas que são pagas com o dinheiro de todos para satisfazer “necessidades” pontuais de muito poucos e de mérito mais que duvidoso.»

(continua)

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ULTIMA HORA

Tomada de posição do PSD Seixal sobre o abandono, pela autarquia , do Parque Oficinal da Câmara Municipal do Seixal localizado no Fogueteiro. A ler aqui em Revolta das laranjas (clique)

segunda-feira, janeiro 28, 2008

PORTUGAL E A ILUSÃO DA CIDADANIA PARTICIPATIVA



Por considerar de grande interesse um comentário aqui deixado por um leitor passo à sua divulgação que pela sua extensão e questões levantadas será repartido em mais do que um post.

Com o agradecimento ao autor passo a citar:


"Como todos sabemos, a contestação às práticas autárquicas no domínio do ordenamento do território nasce do contacto deste ou daquele cidadão, ou deste ou daquele conjunto de cidadãos, (protagonistas vários ) com decisões dos municípios que, na sua óptica, serão ilegais ou, pelo menos, incorrectas (episódios diversos ).


Esse contacto é, muitas vezes, estabelecido através de diversa documentação elaborada nos serviços municipais e que serve de base às deliberações dos órgãos autárquicos. Ao tomar conhecimento da sua existência o interessado (protagonistas vários ) dirige-se aos serviços e requer a consulta ou a entrega de cópias ou certidões que atestem a autenticidade da informação neles contida.

NESSES REQUERIMENTOS, OS INTERESSADOS NA OBTENÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO SÃO NECESSARIAMENTE OBRIGADOS A FORNECER AOS SERVIÇOS A SUA IDENTIFICAÇÃO (nome, morada, etc. ), portanto os serviços municipais SABEM PERFEITAMENTE QUEM ELES SÃO, logo, não são feitos por cobardes anónimos mas sim por autêntica tropa de infantaria que anda por esse País fora literalmente a oferecer o peito às balas da arrogância e da prepotência de autarcas e funcionários mal preparados numa (intensa actividade ) que é digna dos maiores louvores pois, na maior parte dos casos, actuam na protecção de interesses difusos. Em bom rigor, trata-se de informação que, exceptuando a consulta, É COMPRADA aos serviços que a detêm. A preços quase simbólicos, no caso das fotocópias, e absolutamente proibitivos, no caso das certidões que são as que têm maior valor probatório .

E o que faz o cidadão (protagonistas vários ) com essa documentação que, na maior parte dos casos, é de acesso livre e irrestrito ? Se estiver com alguma sorte, é pura e simplesmente ignorado pelos serviços que nem se dignam a responder aos requerimentos. Se estiver em maré de azar, vê-se envolvido na ( intensa actividade ) dos serviços para dificultar ao máximo o acesso do cidadão à documentação que requereu em vez de procurar o esclarecimento cabal das questões suscitadas ( que uma eficaz teia de delegação de competências se encarrega também de perpetuar ).

Se houver uma conjuntura absolutamente extraordinária e o requerimento tenha sido excepcionalmente bem fundamentado, mesmo não sendo necessário, dificultando manobras dilatórias, é provável que lhe seja VENDIDA a informação que pediu e pode prosseguir com as iniciativas que bem entender e que a legislação permite e a boa ética impõe.


Pode, aí, então, o cidadão juntar toda a documentação de que dispõe e fazer valer os seus direitos junto dos organismos competentes, isto se ainda não houver ocorrido nenhuma prescrição ou algum facto estar já irremediavelmente consumado…(continua)

domingo, janeiro 27, 2008

BLOGOESFERA E COMUNICAÇÃO - CIDADANIA E A SUA NEGAÇÃO












Respondendo a várias sugestões lisonjeiras de participar em Forums de discussão sobre temas focados no a-sul , ou sobre o proprio a-sul , gostava de informar que não é essa a nossa vocação e agradecendo, informamos que continuaremos fiéis à linha e à formula de até aqui e não q
ualquer outra.

Porquê ?

Sob o título BLOGOESFERA poderão encontrar os textos em que anteriormente ficaram definidos os princípios que determinamos como funcionais e perenes neste meio e a forma de com ele atingirmos os principios de discussão, sobre o ambiente, o ordenamento do território e a qualidade de vida dos cidadãos da Margem Sul.



Estamos conscientes de que uma maior qualidade cívica ou ambiental só acontecerá , com alterações profundas na estrutura que hoje e de há trinta anos para cá , nos governa, condiciona , limita e vai fomentando o degradar do território e do património tanto ambiental como construído , criando a fantasia demagógica de que é o oposto que acontece.


Em reposição deixamos este texto já aqui publicado:

Não vamos voltar à velha questão do anonimato na blogosfera, os prós e contras, a credibilidade... são questões que agora não vêm à discussão.

Pelo nosso lado sempre dissemos que numa região onde o défice democrático é acentuado, sublinhado com os vicios de um partido único e pequenos grandes poderes autoritários, lamentávamos o facto, mas a única forma de abordar temas que fugiam à propaganda local e ao controlo dos meios locais de informação, seria pela forma e com a fórmula que temos utilizado.

Assumir o não "anonimato" seria só vantajoso para quem a todo o custo se quer perpetuar no poder (alternância democrática o que será?) e é sustentado no poder pelos grandes grupos económicos da região, nomeadamente aqueles ligados à destruição do espaço natural e que vivem do avanço cego da construção.

Sabíamos das dificuldades sentidas por quem faz oposição a sério,e nas várias sedes do poder eleito, das coacções fisicas e dos danos materiais e também da máquina logo se poria em marcha para eliminar o cidadão e a sua opinião...infelizmente, dia a dia se prova que estamos certos,observando o que foi cerceado em torno dos movimentos cívicos que espontâneamente têm surgido, dos desmandos que têm sido aplicados na gestão descricionária do território...

Exemplos disso tivemo-los em Pinhal dos Frades e na Várzea da Moita, mas não basta a estes pequenos ditadores a calúnia contra quem simplesmante quer ver os seus direitos como cidadãos defendidos, a última está neste blogue-clique criado com a única finalidade de denegrir e atingir um cidadão identificado com nome próprio e que tem assumido corajosamente e exemplarmente as suas posições.

É o jogo sujo e a prepotência de quem tem uma visão muito própria da democracia e do bem público , uma nova forma de cacíquismo e de negação do que é a blogosfera, curioso é recorrerem ao anonimato que tanto contestam.

Só reconhecem publicamente a força que tem este meio e o medo que dele têm , e de com ele verem desmascarada a estrutura mafiosa que se tem instalado no seio de um poder imutável há mais de trinta anos, o esterco ideal para o enraizamento da corrupção!
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Um destaque para o livro de Pedro Fonseca (na imagem) sobre outras questões levantadas pela blogosfera

sábado, janeiro 26, 2008

BLOGOESFERA E COMUNICAÇÃO



A blogoesfera em particular e a Internet em geral potenciaram que a informação circule de uma forma como nunca antes tinha circulado, mas mais que isso, que a voz dos que não eram ouvidos ficasse (descontroladamente) em "par de igualdade" com os donos dos media , os construtores (da agenda mediática), e sobretudo, os controladores das notícias .

Sei, num tempo embrionário da Internet, e ainda agora, da dificuldade que certas Notícias, apesar de serem Notícia , têm em germinar e a serem divulgadas.

Sei das agências de comunicação às quais se paga para ter a noticia certa no local ideal,naquele timing exacto.

Sei, sobretudo de noticias que acontecendo a nível local teriam em condições de verdadeira liberdade de imprensa , destaque a nível nacional , mas que morreram antes de ver a luz do Sol-

Depois entendi o porquê , quando me fui confrontando , para além da imprensa local , com os donos da imprensa local , e na Margem Sul (e não só) , para além dos construtores civis proprietários de meios de comunicação, com a subsidiocracia ou a publicidade municipal, cuja receita, fundamental , condiciona as notícias e a agenda mediática ausente de contraditório e que assim não tem possibilidade sequer de existir.

Entendi o porquê da linha que não permitia que excelentes jornalistas a trabalhar nesta banda não fossem muito longe nas matérias, entendi porque alguns excelentes profissionais abandonaram a profissão!

Compreendi porque razão não tomavam (e não tomam ainda) dimensão casos relacionados com a corrupção autárquica, o tráfico de influências, casos relacionados com especulação imobiliária, alterações de uso do solo , permutas...habitação dita social e outros casos...

Há depois a máquina da propaganda, controladora desses meios para elém dos meios próprios, os chamados Boletins Municipais.

Tudo se mediatizou , tudo funciona em função das noticias e do seu controle e gestão, pelo que as noticias incontroláveis que aqui se vão publicando se arrisquem a não agradar a "ninguém", apesar do numero crescente de leitores, de participações , de páginas consultadas, claro que "ninguém" sao aqueles... que ou não gostam do tom, da forma, do timing...ou dos temas...
Finalmente já desistiram de chamar mentira ou desacreditar o que aqui é escrito.

Também, conhecedores deste fenómeno , os autarcas adaptaram-se ao efeito mediático e os que melhor cingraram foram os que sabiam usar os media a seu favor,pela fotogenia, pelo tom de voz, mesmo mentindo vergonhosamente em directo como ontem fazia Alfredo Monteiro na Antena 1 .


Vem isto a propósito, não da divulgação feita por Pedro Rolo Duarte de um texto do A-Sul, mas do que nas entrelinhas ele contém e sobretudo o que PRD publicou no mesmo dia no seu blogue pessoal, deixo aqui parte do texto , brilhante e feito a partir de outro de autor anónimo quanto o meu, o que incomoda tantos mas que torna fascinante não quem emite as ideias, não o seu protagonismo, mas as ideias elas mesmas e as fundamentadas denúncias ... que na maioria das vezes por razões que outras razões conhecerão, nunca chegarão a ser Notícia...fica o texto sem mais comentários:


"
Talvez seja infeliz da minha parte ter a coragem de escrever o que penso.


Faço-o porque me confronto, como qualquer cidadão, todos os dias, com a ineficácia, o deixa andar, o abuso de poder, a incompetência, a negligência, a prepotência.

Acima de tudo, confronto-me com a inimputabilidade de uma máquina que come o dinheiro que lhe dou e dá nada em troca.

E não me conformo com a injustiça que representa uma classe pública inimputável (de que faz parte a classe politica, não o esqueçamos), à solta, negligente e irresponsável (porque irresponsabilizável, claro...) – enquanto do outro lado me sinto emparedado entre quem nunca se esquece de cobrar a responsabilidade e quem faz questão de me fazer pagar cada migalha que me esmifro para ganhar.

Na verdade, infelizes são as vítimas de um país que não funciona e faz tudo para que não se note. Ou seja: muda muito, para ter a certeza de que tudo fica na mesma. (Pedro Rolo Duarte) "

sexta-feira, janeiro 25, 2008

CEM DIAS DE BICICLETA EM LISBOA



Um jovem engenheiro civíl está a desenvolver em Lisboa um trabalho de campo sob o título esclarecedor "Cem dias de bicicleta em Lisboa" , esse trabalho implica utilizar somente a bicicleta durante cem dias nas suas deslocações em Lisboa.


O projecto iniciou-se dia 1 de Janeiro tendo sido acompanhado pela SIC , o autor pretende com este trabalho desenvolver uma tese de mestrado na área dos transportes fazendo um amplo levantamento da situação na cidade de Lisboa e ao mesmo tempo contribuír para a divulgação da bicicleta como meio alternativo moderno de mobilidade dentro das nossas cidades e nomeadamente na capital.

Serão três meses in loco a avaliar a cidade que pode acompanhar passo a passo, ou melhor, pedalada a pedalada no blogue criado para o efeito 100diasdebicicletaemlisboa.blogspot.com onde estão todos os pormenores do projecto que pretende também ser um meio de divulgação da bicicleta como meio de transporte com informação de suporte e ajuda para quem se pretende iniciar ou optar por este meio de transporte.
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HOJE É DIA DE BICICLETADA - MASSA CRÍTICA


Aparece e traz amigas/os

* Aveiro - Início de encontro na Praça Melo Freitas (perto do Rossio) a partir das 18h, saída às 18h30.
* Coimbra - Concentração no Largo da Portagem, junto à estátua do Mata Frades.
* Lisboa - Concentração na Marquês Pombal, no início do Parque Eduardo VII.
* Portimão - Concentração no Tribunal às 18:30.
* Porto - Concentração na Praça dos Leões.

Nesta Bicicletada / MC de Inverno, poderá estar frio, chuva e escuro,
aconselha-se que levem as bicicletas equipadas com luzes e reflectores.
Levem também casacos quentinhos e impermeáveis, gorro, luvas, etc... mais informação: http://massacriticapt.net



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ULTIMA HORA 1











Responsáveis autárquicos perante as denúncias aqui feitas ontem
.

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ULTIMA HORA 2





Não compreendia o desconforto aqui sentido desde ontem e a agressividade de alguns comentários , até que consegui saber que o texto sobre o abandono de património municipal pela autarquia do Seixal, foi lido na Antena 1 no Programa de Pedro Rolo Duarte pelo próprio, e cujo texto encontra aqui .

Para além de agradecer a Pedro Rolo Duarte , recomendo a outros, talvez um Kompensan para quem anda por aí a libertar tanta bílis.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

CRIMINOSO ABANDONO



Há cerca de três anos a autarquia do Seixal deixou o seu parque técnico situado no Fogueteiro para ocupar uma construção propriedade do Construtor A.Silva & Silva e a este grupo arrendada por uma quantia milionária que se arrastará às futuras gerações.

A autarquia elabora actualmente para o local , contráriamente ao expectável (um espaço-corredor verde que ligue a Baía aos Pinhais com eixo no Rio Judeu) mais betão e entre esse betão uma Torre megalómana da autoria do arquitecto Manuel Salgado projecto denominado Plano de Pormenor da Torre da Marinha.

As instalações do Fogueteiro estiveram até há algumas semanas atrás,vazias mas fechadas e vedadas.

Durante cerca de três anos o espaço apesar de desocupado mantinha as suas caracteristicas, com construções que num país e num concelho pobre como o Seixal, sendo propriedade da autarquia podiam ter sido utilizadas para outros fins a bem da população pois são da população património (não dos eleitos) , e podiam assim servir actividades culturais, desportivas, educativas, de lazer...o corpo de Bombeiros...foram simplesmente abandonadas.

De há algumas semanas para cá , alguém tomou uma decisão incompreensível, foi retirada a vedação que envolvia aquela área, e abandonadas as estruturas á sorte de vândalos , desapareceram portas, e janelas, os vidros restantes apareceram partidos ... sem que ninguém vigiasse ou protegesse um património que é do município, que é de TODOS NÓS !

Traficantes e consumidores de droga e outro tipo de criminosos assentaram arraiais ,ocupado aquele espaço , mantendo agora os residentes naquela área preocupados e inseguros, para além de terem perdido por completo o sossego.


Tudo isto responsabilidade e obra total dos responsáveis autarquicos que potenciou, certamente conscientemente aquela situação possivelmente para acelerar criminosamente a degradação do espaço e a vontade de população em aceitar todas as imposições da autarquia.

Culpo da mesma forma os eleitos da oposição ao nada fazerem e ao não denunciarem esta situação.


Isto é um verdadeiro acto criminoso perpretado por autarcas, eleitos, que deveriam por obrigação zelar por aquele património de todos e pela segurança e bem estar das populações.
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Nota de Rodapé

O Museu de Arte Moderna de Estocolmo situado num extremo da cidade e num espaço corredor verde possui instalações bem mais modestas que as que agora se degradam no Seixal...pois é "eles é que são os parvos..."...eles é que são os pobres , mas para nosso pesar, nem de espirito...

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Ouça aqui este texto lido por Pedro Rolo Duarte no programa Janela Indiscreta - RDP1


quarta-feira, janeiro 23, 2008

ACESSIBILIDADES.


Parece que vão ser reveladas hoje algumas novidades sobre a rede de acessibilidades do Seixal.

Esse plano é pela posição geográfica do Seixal, também de extrema importância para toda a região , incluindo destinos verdadeiramente turisticos e densamente povoados como Sesimbra.


Será que nesse pacote de anuncio de obra, certamente já a pensar nas próximas eleições , finalmente vão haver revelações sobre qual a posição da autarquia , ao já divulgado, de que algumas das vias serão portajadas ?

Mais curiosos ainda estamos, para saber quando , como e com que financiamento vai ser concluído o viaduto de Corroios parado vai para mais de dois anos bem como a via alternativa à EN 10.


Relembro que esta obra anunciada como "do Município" era afinal consequência de contrapartidas dadas pelo Grupo Carrefour para construír um Hipermercado na Quinta da Princesa, obra exemplarmente suspensa pelo corte ilegal de sobreiros existentes no local.


Entretanto a cenário montado pela Câmara do Seixal para se desculpar da autorização de construção de mais uma Grande Superfície , "a concorrência ao Continente" , gorou-se , uma vez que o Carrefour foi recentemente adquirido pela SONAE.

Sobre este passo , a decisão da Autoridade da Concorrência decretou como consequências:


"Em comunicado entretanto enviado ao mercado, a Sonae descreve aquilo que são os remédios, que envolvem a alienação de um projecto seu para hipermercado em Viana do Castelo, um hipermercado seu ou do Carrefour em Portimão, e um hipermercado ou supermercado seu ou um hiper do Carrefour ou em Coimbra.

Compromete-se ainda a congelar novos pedidos de licenças nos mercados da Margem Sul do Tejo, Paços de Ferreira/Penafiel, Viana do Castelo, Coimbra e Portimão.
Os "remédios" A "decisão provável" de "não oposição" à concentração com o Carrefour – negócio de 662 milhões de euros que envolve 12 hipermercados da marca francesa e outros 13 projectos – está dependente de vários remédios naqueles mercados locais.

Assim, na Margem Sul do Tejo – Montijo, Barreiro e Seixal – a Sonae Distribuição compromete-se, nos próximos três anos, a "limitar o crescimento projectado para a área". Fica assim "impedida de aumentar a área de vendas" da base alimentar, em mais de 14.000 metros quadrados. A companhia vincula-se, durante o mesmo espaço de tempo, "a manter a totalidade da área de vendas, sob o seu controlo, em valor inferior a 50.000 metros quadrados. "

Como será também resolvido o pagamento da obra executada como antecipação deste negócio , o nó desnivelado da Cruz de Pau ?

terça-feira, janeiro 22, 2008

NÃO! O SEIXAL NÃO É DESTINO TURISTICO!



Na linha propagandistica do "lado certo" ou de outras frases feitas ou ideias não inocentemente construídas do nosso imaginário, ou melhor, no nosso imaginário, a autarquia do Seixal pretende agora , depois de ter desbaratado território para a construção civíl e especulação imobiliária, degradando ambiente, paisagem e património histórico e ecológico ,e vender o Seixal como destino turistico.

Claro que esse "destino" ou esse "turismo" não pressupõe para os autarcas alterar politicas até aqui ausentes de conservação da natureza, de protecção da biodiversidade, da renovação e requalificação urbanas , da qualidade de vida das populações, os iluminados autarcas acham antes que quem por cá reside é ignorante e basta-lhes declarar por decreto o Seixal como Destino Turistico e depois oficializar o acto e trazê-lo para a "realidade" na primeira página do Boletim Municipal.


Parece que há por aí , ou muita ignorância , ou propaganda enganosa dos nossos cacíques em relação ao que é o Turismo. Nesse sentido gostaríamos de deixar aqui a definição das Nações Unidas transposta da wikipédia , passo a citar:

«Embora não haja uma definição única do que seja Turismo, as Recomendações da Organização Mundial de Turismo/Nações Unidas sobre Estatísticas de Turismo[1], o definem como "as atividades que as pessoas realizam durante suas viagens e permanência em lugares distintos dos que vivem, por um período de tempo inferior a um ano consecutivo, com fins de lazer, negócios e outros."

Turista é um visitante que desloca-se voluntáriamente por período de tempo igual ou superior a vinte e quatro horas para local diferente da sua residência e do seu trabalho sem, este ter por motivação, a obtenção de lucro.»

Logo, considero que tentar definir Seixal , como "Destino Turistico" dadas as condicionantes actualmente existentes nomeadamente ao nível da hotelaria e da oferta ambiental, histórica, artistica ou de lazer é tão propagandística como a publicidade negativa dos cartazes anónimos entretanto surgidos que reduz o tal "Destino Seixal" a um esgoto onde se vêem em fundo um grupo de resignadas aves migratórias.

Entre os dois extremos, há de facto potencialidades como referi na passada semana de atraír ao Seixal , "Turistas" na verdadeira definição da palavra, mas há muito trabalho para fazer.


Aliás , as envolventes dos cartazes dão a resposta no presente à implícita pergunta!
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ULTIMA HORA

Não deixe de ver sobre este mesmo tema a opinião do Vereador Samuel Cruz (PS) e da JSD Seixal.

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Continuamos sem saber quem é o autor e quem pagou aqueles outdoors, uma dica ; os suportes são dos Mestres Publicidade.

Será que a fotografia (fraquinha) foi de algum eco-turista que ali passou de Prius ?

segunda-feira, janeiro 21, 2008

ANONIMATO INSTITUCIONAL NO SEIXAL ( ? )



O Seixal e a Margem Sul são muito dados a originalidades, uma delas é ser um dos únicos e penso que a mais extensa área geográfica da Europa Ocidental governada por um tacanho e obscurantista Partido Comunista.

Isto diz já muito da originalidade desta região , ainda mais se esse Partido Comunista se distanciar da teoria à prática como a critica do criticado, pois num verdadeiro exercicio de hipocrisia no reino da contradição, executa na prática nesta região, exactamente o oposto do que consta dos manifestos do Comité Central do tal partido...
e exactamente o que em outros criticam!

No reino da propaganda e do marketing tudo é possível, mas já nada tem a ver com ideologia ou com realidade, mas com a construção de um produto virtual , chamado de
COMUNISMO , embora sem nehum ponto de contacto com o COMUNISMO IDEOLÓGICO, mas apropriando-se através deste, do nicho de votos que históricamente garante como se de um nicho de mercado se tratasse.

O resultado todos sabemos qual é , uma realidade criada tão longe do real que é necessário alimentar diáriamente com blogues, com jornais locais, com despachos e campanhas montadas em contínuo na imprensa de expressão nacional utilizando até a LUSA como câmara de ressonância.

E temos também os meios clássicos de abordagem directa e de propaganda directa, os chamados "Boletins Municipais", os outdoors, os cartazes com ideias básicas e palavras de ordem contra um inimigo exterior, o Estado, o Governo sempre em contínuo, dia após dia, semana após semana, mês após mês, ano após ano com picos em altura de campanha eleitoral. Pensava no entanto que tudo estava estudado e catalogado ao nível da comunicação , até deste meio novo e de largo impacto que é a blogoesfera , pensava que a velha questão do anonimato apesar de recorrente se limitaria a este meio...

Pensava...esquecendo-me da originalidade desta Banda... este fim-de-semana os residentes no Seixal encontraram um novo meio de propaganda, depois de outdoors assinados por associações fantasmas (ou fantoches como a "ambientalista" AEERPAS que é sim uma associação de areeiros)...temos agora no Seixal , até que a autarquia esclareça quem é o autor, nada mais nada menos do que dispediosos e ANÓNIMOS... OUTDOORS ...

Para uma Câmara tão preocupada com o anonimato na blogoesfera, a retirar cartazes e outras formas populares de protesto ou denúncia, é uma originalidade esta permissão!!!


Aguarda-se, para além da explicação sobre os autores ou a quem a Câmara concedeu a autorização. Isto se não se tratar mesmo de um meio da própria Câmara... gostaria então de saber quais os custos e que objectivos pretende com essa mensagem ?

A resposta à questão suscitada pelo cartaz será aqui dada amanhã.

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ULTIMA HORA

Sugestão a-sul ; a instalação dos habitantes da moradia clandestina da imagem em habitação condigna num dos milhares de fogos devolutos do concelho do Seixal e a reconversão em Posto de Turismo daquele monumento arquitectónico miserável, mas tão estimado pela autarquia pela sua visibilidade propagandistica do modelo de miséria que nos pretendem promove
r agora como "Destino Turistico" ou melhor , como « uma espécie de "Destino Turistico"...»

domingo, janeiro 20, 2008

NOVO AEROPORTO DE LISBOA - VISÕES NA BLOGOESFERA 2



Na sequência do texto aqui publicado ontem e remetendo o leitor para o Blogue Praia dos Moinhos onde está a decorrer uma análise e avaliação da instalação do Novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, publicamos hoje mais um texto de Fonseca Bastos.


« No texto precedente reproduzi recomendações e factos evidentes do estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) acerca da localização do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete (CTA).
Com base no estudo tentarei responder, seguidamente, a três dúvidas previsíveis.

1.ª - O aeroporto será mesmo construído no CTA?

Subsistem dúvidas porque a decisão final depende do parecer de Bruxelas. A legislação comunitária é severa e há matérias em que, tradicionalmente, os "eurocratas" são pouco condescendentes. A ambiental é uma delas.
Devido à proximidade e ao sobrevoo da Reserva Natural do Estuário do Tejo (RNET), a Comissão Europeia pode considerar a nova preferência governamental pela localização do aeroporto como violadora dos deveres de protecção dos ecossistemas, dado que o tratado da União Europeia e documentos complementares impõem aos estados imensas responsabilidades de conservação da Natureza.
Muito depende da localização exacta do aeroporto e respectivos acessos rodo e ferroviários (ainda indefinidos), da orientação das pistas (não decidida), do estudo de impacte ambiental (inexistente) e das soluções propostas para minimizar efeitos negativos sobre os ecossistemas (quase nada existe para o CTA, porque a componente ambiental exige mais tempo de trabalho no terreno que o concedido ao LNEC para a realização do estudo).
Quanto ao impacte ambiental, a população das áreas circundantes da nova infra-estrutura terá de ser esclarecida e auscultada.
Duvido que a decisão final de Bruxelas acerca da localização do aeroporto seja conhecida antes do Outono de 2009, após as eleições legislativas e talvez mesmo depois das autárquicas.
Daí em diante a vida dos alcochetanos poderá mudar radicalmente.

2.ª - São de esperar medidas governamentais, a curto prazo, relacionadas com o aeroporto e incidindo em Alcochete?

O estudo do LNEC não faz lei. Condensa a visão de técnicos especializados e agora compete ao parlamento e ao governo produzir as leis necessárias. O legislador pode ou não aceitar todas as recomendações, tal como impor outras não contempladas no estudo.
A criação de sobretaxas especiais sobre a transmissão de propriedades fundiárias e a construção de imóveis, numa área geográfica a definir (20 a 25kms é a recomendada pelo LNEC), parece-me plausível a curto prazo, tal como o retorno de uma lei similar à que vigorou entre 1994 e 2004 por causa da ponte Vasco da Gama: a aprovação imperativa por institutos do Estado de projectos de novas urbanizações e loteamentos e de construções de certa dimensão.
Recordo a proposta do LNEC de que não seja permitida qualquer intervenção urbanística ou construções, excepto as de estrito uso agrícola, além da área do aeroporto num raio de 20-25 km. Outra recomendação dos técnicos preconiza que as actividades empresariais induzidas pelo aeroporto sejam canalizadas para os centros urbanos, numa circunferência de aproximadamente 25 km da infra-estrutura aeroportuária.
Ambas as recomendações abrangem o território de Alcochete.
Hoje (terça-feira, 15 de Janeiro), técnicos dos ministérios do Ambiente e das Obras Públicas vão coordenar as primeiras acções concretas. Os condicionamentos urbanísticos que, há cerca de 20 anos, afectam os municípios de Alenquer e Azambuja, por exemplo, deverão em breve ser extensivos a alguns da margem esquerda: Alcochete, Benavente, Montijo e Palmela, pelo menos.

3.ª - Que influência terá na vida dos alcochetanos um aeroporto situado a 22kms?

Prevejo-a negativa para a esmagadora maioria, nomeadamente em qualidade de vida, segurança, tráfego e ruído. Se, de 1995 até hoje, pouco se cuidou do desenvolvimento sustentado, como poderá havê-lo doravante com a intensificação da pressão urbanística e um movimento pendular diário, a partir de 2017/2018, acrescido de 55.000 pessoas?
Também antevejo aspectos positivos. A curto prazo, recuperação e monitorização de salinas abandonadas e urbanismo mais vigiado. Perto da abertura do aeroporto ao tráfego, novas opções de transporte público a reduzida distância, algumas sedes empresariais e oportunidades de emprego qualificado.
Potencialidades existem. Mas a sua concretização depende de inúmeros factores, nomeadamente visão autárquica e bom entendimento com o governo (nisto tenho fundadas dúvidas, pelo menos em 2008/2009). A próxima década apresenta inúmeros desafios e exige respostas para actuais e futuros problemas: carência de infantários e de escolas, de centros de saúde, de lares de idosos, de espaços de recreio e lazer, etc. Justifica-se repetir o que aqui escrevi algumas vezes: precisamos de autarcas com outra visão e cultura.
Há um aspecto positivo que gostaria de pormenorizar, embora seja ainda mera hipótese. Requisitos comunitários permitem antever que certas medidas ambientais compensatórias serão executadas muito antes do início da construção do aeroporto, de modo a permitir uma avaliação prévia da sua eficácia ecológica.
Para evitar riscos de colisão de aviões com aves, os técnicos do LNEC propõem que nas áreas marginais sejam criadas zonas atractivas para estas. Parte apreciável desses espaços situa-se no concelho de Alcochete: as antigas salinas.

A curto prazo, o Estado poderá decidir recuperar e monitorizar as salinas e áreas confinantes. Esse seria um factor positivo imediato para o nosso concelho, porque as salinas estão ao abandono, algumas foram criminosamente destruídas e, se devolvidas ao seu estado original, serviriam para atrair aves e não só.»

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posted by Fonseca Bastos

sábado, janeiro 19, 2008

NOVO AEROPORTO DE LISBOA - VISÕES NA BLOGOESFERA


A Blogoesfera portuguesa está a atingir uma assinalável maturidade . Na sua vertente de temática local, tem assentado a poeira , e sobretudo assiste-se a uma virose que tem afectado de morte os "blogues" criados com o fim único de contra-informação em relação aos blogues que faziam análise não favorável ao poder local instituído e protegido por uma imprensa local completamente dependente das autarquias e de alguns "reis do imobiliário".

Gostaria hoje de divulgar um Blogue de Alcochete , Praia dos Moinhos (clique) que nos últimos dias tem feito análises aprofundadas e sustentadas sobre o novo aeroporto e seus impactos na região em geral e em Alcochete em particular:

« Li as 330 páginas do estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) sobre o novo aeroporto e, relativamente à localização no Campo de Tiro de Alcochete (CTA), anotei alguns dados que me parecem importantes.
Apresento-os, seguidamente, tão resumidos quanto possível:

1. As acessibilidades rodoviárias e ferroviárias, incluindo os respectivos impactes ambientais, poderão forçar a que a localização das pistas do aeroporto no CTA seja um pouco distinta da recomendada no estudo (designada H6B), esquematizada no mapa acima apresentado. As pistas terminam, sensivelmente, defronte do Freeport, a cerca de 22kms de distância em linha recta;

2. O CTA situa-se a distância relativamente reduzida de uma zona classificada de interesse ambiental (ZPE do estuário do Tejo) e essa proximidade poder vir a ser considerada, pelas instâncias competentes da União Europeia, como uma violação dos deveres de protecção dos ecossistemas no território dos estados-membros. A implantação do aeroporto no CTA provocará uma redução no valor ecológico do território, devido aos efeitos negativos previsíveis sobre o Sistema Nacional de Áreas Classificadas e sobre as ocupações do solo favoráveis à biodiversidade. Também são prováveis efeitos negativos sobre habitats e espécies protegidos. São particularmente relevantes os impactes potenciais sobre as aves aquáticas, uma vez que o estuário do Tejo assume uma importância muito elevada para a conservação da biodiversidade à escala europeia. Para minimizar este impacte é recomendado no estudo que cerca de 4.000 hectares de terrenos do CTA, que não serão utilizados pelo aeroporto, sejam integrados na ZPE do Estuário do Tejo. Trata-se dos terrenos mais próximos do Tejo e da vila de Alcochete e daí que, embora a actual porta de armas do CTA esteja a cerca de 9kms do centro de Alcochete, o aeroporto poderá situar-se a 22kms de distância em linha recta;

3. Se a implantação do aeroporto no CTA afectar (em medida maior ou menor, consoante a orientação e a localização exacta das pistas), de forma significativa, corredores ecológicos identificados nos instrumentos jurídicos europeus aplicáveis, violará o dever de protecção efectiva que cabe ao Estado português. Se subsistirem dúvidas, como parece ser o caso, relativamente à efectiva utilização, pelas espécies protegidas, dos corredores ecológicos mencionados nos planos de ordenamento do território, não poderão deixar de ser desenvolvidos estudos complementares que confirmem ou que corrijam a localização deste importante elemento da Rede Natura 2000. Daí ser imperativa a realização de estudos detalhados de impacte ambiental, de acordo com a legislação comunitária, os quais demorarão pelo menos um ano;

4. Requisitos comunitários prevêem que algumas medidas ambientais compensatórias tenham de ser aprovadas e executadas antes do início da construção do aeroporto, de forma a permitir uma avaliação prévia da sua eficácia ecológica antes da consumação dos prejuízos no sítio classificado;

5. Está prevista a criação de áreas alternativas de alimentação de aves aquáticas, caso seja necessário limitar que estas utilizem espaços incompatíveis com a segurança aeronáutica, bem como prever a gestão da avifauna nos açudes próximos e nos arrozais, onde há elevado número de aves aquáticas e poderá resultar em risco acrescido de colisão com aeronaves;

6. Em vários pontos do relatório os técnicos recomendam a adopção de medidas de rigoroso controlo do uso do solo, presumindo que, a exemplo do que foi feito na Ota, há uma década, dentro de poucas semanas haja directivas governamentais precisas em relação aos terrenos circundantes do novo aeroporto;

7. Embora não haja uma descrição pormenorizada que permita qualquer interpretação, o relatório fornece uma recomendação surpreendente: "estudar a oportunidade de uma revisão administrativa ao nível de freguesia/concelho";

8. Em face da localização e da orientação das pistas, fica-me a certeza de que descolagens no sentido Noroeste-Sueste, com rotações de rumo de 15 e 45 graus a 2000 pés de altitude (600 metros), implicam o sobrevoo das áreas mais densamente povoadas no concelho de Alcochete (basta olhar para o mapa da imagem acima). Tais rotações estão previstas em períodos de intenso tráfego aéreo. Diz o relatório, textualmente, o seguinte: o aeroporto "no CTA implica o sobrevoo da ZPE do estuário do Tejo a menos de 2000 pés [600 metros], variando a previsão da altitude em função dos detalhes da implantação da pista e dos modelos de circulação aeronáutica que venham a ser adoptados, mas sendo provavelmente respeitado o limite de 1000 pés estipulado pelo Plano de Gestão (Decreto-Lei 280/94, de 5 de Novembro)";

9. O aeroporto no CTA implica as seguintes alterações em instalações e operações da Força Aérea: desactivação do Campo de Tiro de Alcochete, encerramento da pista 08/26 da base de Montijo [já pouco utilizada e a que causa maior ruído em Samouco, São Francisco e Alcochete] e limitações de tráfego nessa base aérea;

10. O acesso principal de passageiros ao aeroporto no CTA poderá efectuar-se a partir de uma nova auto-estrada a construir entre dois nós fechados, um na A12 e outro na A13, com um traçado relativamente semelhante ao previsto pelas Estradas de Portugal para a solução B do IC3/IC13. O IC13/A33 (solução A), previsto na rede nacional de auto-estradas, ligará também as auto-estradas A12 e A13, e poderá proporcionar um segundo acesso complementar ao aeroporto, a partir de Norte, primordialmente para carga e fornecedores. A ligação a Lisboa efectuar-se-ia, assim, por estas duas auto-estradas que dão acesso directo à A12 e através dela à Ponte Vasco da Gama, podendo-se, eventualmente, optar por construir só uma delas;

11. Para as ferrovias há duas perspectivas distintas: ligações semidirectas, de 20 em 20 minutos (ou menos nas horas de ponta), entre o aeroporto e Entrecampos (Lisboa), em comboios semi-expressos. Ou linha de comboio de alta velocidade, entre Gare do Oriente e o aeroporto no CTA. Em ambos os casos pode implicar o atravessamento de área classificada na zona da Barroca d'Alva. Estima-se que o tempo de percurso entre o CTA e a Gare do Oriente será de cerca de 19 minutos nos comboios de alta velocidade e de 22 minutos nos comboios semi-expressos;

12. Recomendações claras do estudo do LNEC: "não permitir qualquer intervenção urbanística ou construções que não sejam de estrito uso agrícola, além da área do aeroporto num raio de 20-25 km" [vila de Alcochete incluída neste perímetro]; "favorecer a canalização das actividades induzidas para os centros urbanos que se localizam na circunferência de aproximadamente 25 km do centro da infra-estrutura aeroportuária" [Alcochete incluída]; "particular atenção deve ser conferida ao controlo de áreas de pequenas explorações agrícolas (...) de elevado valor produtivo mas muito frágeis face a pressões especulativas. Hoje é já patente o processo destrutivo, com a ocorrência de mini loteamentos (ilegais?) e a implantação de construções para usos não agrícolas"; "numa perspectiva de recuperação de espaços com centralidade física, mas muito desordenados, a obrigar a intervenções temos: cruzamento de Pegões/12 km do CTA, Passil (17 km) e Porto Alto (20 km)"; "deverá ser criada uma vasta área de reserva integral, com múltiplas valências, com enquadramento legal e plano de ordenamento e de gestão adequados, abrangendo nomeadamente: os espaços dedicados à conservação da natureza e biodiversidade"; "reorganização da estrutura ecológica regional da Área Metropolitana de Lisboa e melhoria da sua articulação com a do Alentejo, de forma a fazer face ao previsível aumento da pressão sobre as áreas estruturantes e vitais, bem como ao estrangulamento de corredores ecológicos"; "promoção de medidas de compensação funcionais, tendo em vista a recuperação ou melhoria da qualidade ambiental de núcleos chave de vegetação espontânea, em particular zonas húmidas ou com lagoas temporárias, da zona tampão e da rede de corredores e áreas nucleares na margem Sul da Área Metropolitana de Lisboa"; "constituição de uma rede de corredores ecológicos que minimize o efeito de isolamento da ZPE do Tejo, permitindo ligações ao estuário do Sado, montados de Coruche, etc., onde seja fortemente condicionada a artificialização [entenda-se urbanização] do território"; "perigo de se desvirtuar o sentido de cidade aeroportuária, instalando-se na sombra do aeroporto sobretudo actividades que procuram solos baratos (resultantes da servidão à infra-estrutura aeroportuária) e boa acessibilidade, nomeadamente grandes superfícies e parques temáticos(...). Com consequências muito negativas no ordenamento do território e no aumento do tráfego rodoviário";

13. Se e quando houver aeroporto no CTA, a ponte Vasco da Gama passará a ter quatro faixas de rodagem em cada sentido. Contudo, como a ponte não será alargada, a alteração consta da quase supressão das bermas e faixas de rodagem mais estreitas (duas vias com 3 metros de largura e as outras duas com 3,25 metros, bermas de 0,50 metros). Daí que a velocidade máxima autorizada seja reduzida para 80 km/hora;

14. O estudo estima que o aeroporto no CTA produzirá ganhos de emprego indirecto e induzido na área de influência restrita de 2100 a 3100 postos de trabalho em 2030 e entre 3400 e 5100 em 2050. »

Fonseca Bastos


sexta-feira, janeiro 18, 2008

NOVO AEROPORTO E ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA




Como era expectável , a alteração da localização prevista do Novo Aeroporto de Lisboa, da OTA para Alcochete veio mudar as pedras no xadrez dos interesses imobiliários.

O Governo só não legislará na salvaguarda do interesse público se não quizer, aliás esta seria uma excelente ocasião para alterar o sistema das mais valias sobre terrenos.

Entretanto, em
noticia do Jornal Correio da Manhã :

« Em 24 horas tudo mudou no negócio imobiliário na margem Sul, sobretudo na área em torno do futuro aeroporto de Lisboa. A valorização, entre quinta e ontem, situa-se em torno dos 15 por cento, apurou o Correio da Manhã junto de fontes do mercado, admitindo que, no espaço de ano e meio, os preços possam aumentar até 25 por cento.

A zona envolvente ao Campo de Tiro de Alcochete divide-se entre grandes propriedades do Estado, de onde se destacam as instalações militares (Exército e Força Aérea) e a Companhia das Lezírias, algumas herdades privadas e pequenas zonas urbanas. O peso do Estado, por um lado, e as fortes restrições à construção impostas pelas reservas agrícolas e ecológicas, por outro, limitam as zonas urbanizadas e urbanizáveis, o que aumenta o potencial de valorização.

O interesse nos apartamentos e moradias disponíveis em Benavente já se começou a fazer sentir. “As dez casas mais procuradas na nossa intranet – numa rede de 3500 vendedores – são do concelho de Benavente”, explicou ao Correio da Manhã o proprietário de duas imobiliárias Remax da região.

Esse foi o efeito imediato do anúncio de José Sócrates, mas Rodolfo Sampaio recua até Dezembro, um mês em que o mercado esteve parado “à espera do relatório do LNEC”.

A preços correntes, um apartamento T3 situa-se entre os 115 mil e os 125 mil euros e o de uma vivenda com as mesmas assoalhadas entre os 180 e os 225 mil euros. Quanto poderão custar a partir de agora, “ninguém sabe”, sublinha o agente, recusando fazer previsões. “O que lhe posso dizer é que a zona “está inflacionada”, afirma Rodolfo Sampaio, concretizando: “Quem quer vender está a adiar a transacção na expectativa de poder ganhar mais dinheiro.”

O agente acredita que o número de escrituras no concelho de Benavente – cerca de 1200 por ano – venha a aumentar cerca de 20 por cento no próximo ano.

Na opinião de Rodolfo Sampaio, serão as pequenas zonas urbanas a sentir a maior pressão urbanística. Canha, S. Estêvão, Lavre, Porto Alto, Samora Correia serão algumas das povoações mais interessantes. Há também proprietários à espera de rentabilizar os terrenos rústicos com a alteração do PDM de Benavente. “Há de facto grande expectativa mas corre-se o risco de as pessoas pensarem que isto vai ser uma árvore das patacas”, avisa Rodolfo Sampaio.»