Manchete-Apollo 11
Manchete-Apollo 11
Manchete-Apollo 11
CONVERSA COM 0 LEITOR — Com movimentos lentos e cuidadosos, o astronauta Edwin Aldrin
percorre a superfície da Lua. Na Terra, êle estaria avançando de cem a cento e vinte passo* por
minuto. No satélite, bastam-lhe vinte passadas. Os instrumentos que êle carrega com facilidade, pesariam
aqui mais de cem quilos. Na Terra, Aldrin precisaria, no mínimo, da ajuda de outra pessoa. Êsses são
apenas dois pequenos pontos dentre as milhares de novas revelações que o ser terrestre colherá, à
medida em que devassar os mistérios do universo. Nesta edição histórica de MANCHETE,
marcando a conquista da Lua, apresentamos tôdas as etapas da astronáutica que conduziram a
êsse extraordinário feito. De Galileu a Einstein, do primeiro telescópio às câmaras espaciais de
televisão, o homem — inventor da máquina — acaba de provar que a sua determinação
e inteligência continuam sendo a mais dinâmica fôrça do universo.
ZEVI GHIVELDER
8L0CM FO<TO»C$ s. A.
PRLSiDCNTE: Aom on
ViCL-PRESlOENTE: Oscar 6»
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ÜIRETOR WESPOWSAVÍL
Ü IR EÍO R ES: A. f é " * * . AJt>*fto D » * * . Ancõ«» < * Paòua
Leopoldo d e ( X n e n a . Í V c * » j T e m « « M w n to .
H W. Berliitf». ISM C E d u » * * *» • > e Murilo M H o F « ic
DEPARTAMENTO OC -O RN AI ISM O
DIRETOR- Arnaldo NhAjct
DIRETOR FtMTOR
/*v. Gh.vektef CH EFE D E R € D * C K >
C H E F l Dfc REPORTAGEM
R. Magalhães iurnor. C * » « Fi
Narceu de Almeida.
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Marques. Alberto
LuU Albuquerque
Acuio. Sertjiü Rovs. Ffcy
Raja Gabaglui.
Mendes. Cresron
Freocrico Vasccnceros,
Joào Antómo e f»m —
Henrique Pongett)
Claudius, Otto Lara Resende,
de Aquino - DIVISÃO OC COM U *dCAÇO€S
dos Santos DIVISÃO 0 £ E O fíO G W R fc D I B E T O *
riicolou Drci — C ^ t ffc
FOTOGRÁFICOS- Gil
Batista. Carlos Abrunnosa.
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Trindade, Nelson
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Carvalho e Huço P A 6 IN A Ç A O
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Nelson Sampaio DEPARTAM ENTO OE EERÇOtS ESPC
CIAIS: DIRETOR: Femaroo FNJAL DE SAO
PAULO: DIRETORES
B.inam - SU C U R S A IS - N O R It
Carvalho — M IN A S G ERA IS
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Freire — CO RRESPO NDEN TES — AM A/ONAS tmrm m
Aleme - PARA O s * » ú o M e n o n ^ARJU&A Jeno MacRodo
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Ca^siano Arruda c i r u r j — ESPWTTO S A N T O m c «
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Carlos Stnnve — ESP AN H A í w n F o t è — TCHfCOS-
LOVAQUIA Jcisef* V o t e * - UBUGUAi Sw a * r^a, _
ARGENTINA: Jorge i <rv*«C 0 * L £ 0 » ANnu PERO
Manuel Ohvan - DEPARTAMENTO
JOR RoOerto vasconceaos — D * A S iO OC
DIRETO RES EXECUTIVOS F r ^ s t » ‘ i ( r t n x> Noso-
mento e l u u F-mando Pw«o FR J R t OC SAO
PAULO - GERENTE GERAL Arnaldo V M M - GCRENTE
M ANCHETE Patxo P O u r r f t - 'u C U P S A IS - N O R T t
NORDESTE: C a » S o u a Leão _ RIO GRAMOC DO SUL-
Edgard Wjllau — A O M IW STIM Ç AO E REOAÇAO Rua
do Russel. 804 - Te*t . Í 5 4 J I4 iw>xsm e PvAS.T
Rio. 6 8 DfVJSAO DC O R C U U Ç M * Rua Fr*» Caneca,
511 — Tc*.: 232 4366 e 2 3 1 - 3 » ««. G8 CAHQUE
IN DUSTRIAL DC L U C A S Rua CcwOamL 520 — T «U 7 V W 6
c CCTEL (to a 910020 — FNjM*. O E SAO P AU LO
Rua 24 rte M a » * • I I * and u « U B / 1 . 1 B - TeH.
J6-2W8. i d - M ia W S Ü Í3 -R 3 Ü * J7-74» - SE C U R S A IS
NORTE NORDESTE A* Ccnor » Boa rota. 86 1 2 ’ and.
lei. 26-807 - Reote (PE) - « N A S G ER A IS Au A K kso
Pcnno. 726 -14.^ and. — T ri L W - B h o M e r o » M Gl _
RIO GRAN DE DO SU L Roa SooRar d « N m Z35 - o » 5
— 'Tnl 44-744 - Parto A * * » * (RSl
Costa. 1 - saia SQ2 - T«i 3-25»
Rua Marechal Oeodoro. 211 c a r* 805 - TéL *-3064
Curitiba (PR) — B R A S iU A Setor de -xfcsfrws GraNcac
lotes 905/975 - T«i Z & M - , 0 f i - W A O B Q U E
680 fittí) Avwjc PwmZ» ^ - v* .X» -
Tel; ?46-8870 - 246-W71 - T e * . - 471 9» _ « W S 12 A *
niw Montaigne, ?**ne H j* t — Te*_ SALxac 6 * 6 6 A tM a 3273
e Al M a .3243 - Itfefc M ia rR H e N s 2B2M - 0»STRI
OUIÇAO.
M anchete
E xcepcio nais fotografias em cores e
transm issões diretas de televisão tornaram o feito
destes homens a mais documentada das
gr andes aventuras de todos os tempos
A missão da Apoio* 1 1 — coroamento de um programa iniciado em maio de 1961 c ponto
culminante de um processo dc acumulação de conhecimentos que data da história mais
remota do homem — utilizou o maior avanço tecnológico possível em nosso tempo.
deslumbrante Mesmo assim, encerrava graves riscos: segundos antes do pouso do módulo lunãr. o
computador dc bordo esgotou sua capacidade de acumulação dc dados e os astronautas
desolação/ as marcas tiveram que deslocar em seis quilômetros o ponto de descida, para escapar da desconhecida
profundidade de uma cratera. Os primeiros passos do homem na Lua foram cuidadosos. Não
dos pés dos se conhecia a conformação do solo. onde a poeira se aglomera em cascalho mole por efeito do
vácuo. Mas logo a caminhada tornou-se mais ágil. Ao fim de alguns minutos Armstrong des-
primeiros visitantes locava-se rápido. a<^s saltos, com movimentos largos facilitados |>ela pequena gravidade.
terrestres ficarão
até que o impacto
de um meteorito
venha destruí-las
TV Apolo-11 trouxe
u Terra conhecimentos
fundamentais para
novas e mais
ousadas aventuras
no espaco
Resultado de uma conjugação de
ciência e técnica, a missão da
Apolo- 1 1 transformou-se num instru
mento valioso para a coleta de novas
informações cientificas. Os astronau
tas instalaram na superfície lunar
aparelhos para medir a intensidade e
freqüência do impacto de partículas
cósmicas, para registrar e transmitir
à Terra os abalos sísmicos e para re
fletir raios laser emitidos de esta
ções terrestres, permitindo a avalia-
çao exata das distâncias Terra— Lua
nas diferentes posições desses astros.
! i
***£
Os primeiros resultados
desta missão indicam que a Lua
pode conter um tesouro em minérios
bastante raros na Terra
jSjrt& Z >
O stsinógrafo, çvm suas duas placas laia ruis para recolher energia solar e a an
tena de onde partem informações para a Terra, é o mais tyluiuoso dos instru
mentos deixadirs na Lua. Mais adiante, ficou o refletor de raitts laser (uhaixo).
sm
acompanhavam os
astronautas no retorno à
nave, onde dormiriam
um sono agitado
e breve
* vi. fi
**9 n S k T &
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* * w >*^
O vlsvr do dvtutroHauta AUrin refletia um estranho mundo, sem ar, sem a^na, aquecido tf mais de 1W)'\>: um astro mospiio que, ]>aru nus, c u fumcinr.
‘ í<‘;Qys+’J.'
N chamado de bird — pássaro. O Saturno-5,
o maior pássaro de sua família, tinha necessidade de
um ninho correspondente à sua grandeza. Por esta razão, a NAS
comprou, em 1962,32 mil hectares de estepes e
plantações tropicais na ilha Merrit, adjacente ao Cabo
Kennedy. Foram necessários quatro anos e um milhão de dólares
para a construção do ninho gigantesco — o complexo 39 do
Centro Espacial John Kennedy. O foguete, montado num
recinto fechado, é transportado em posição vertical, já pronto
para o lançamento, até a plataforma de disparo. De lá
partiram, na manhã do dia 16 de julho, Neil Armstrong, Edwin
Aldrin e Michael Collins. Seu destino: a Lua.
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*)<-v
Até a etapa fiaal
da viagem de ida,
os astronautas
seguiram o
caminho aberto
pelas outras
naves Apoio
{ /? ' ■
H
N I E S d j in v e n ç ã o d o te lc sc o p io ,
a L u a c ia p o e sia . a o lh o nu.
d is t in g u e m - s e na s u a su p e rfíc ie
a p e n a s m a n c h a s , o s f ilo s o f o s procurav
in te rp re tá -la s d e to d a s a s m a n e ir a s m a is
d is p a r a t a d a s e a im a g m a ç a o p o p u la r
a s in te rp re ta v a a tra v é s (le fe n d a s, c o m o , no B ra s il. a de
S a o Jorge m o n ta d o e m seu c a v a lo e c o m b a t e n d o
o d ra g a o . D e p o is, e até a v ia g e m da à p o lo -1 1 , t o d o s os
n o s s o s c o n h e c im e n t o s sò ljre o saté lite
p a s s a r a m a ser c o n s e g u i d o s a d is t a n c ia , n u s co m
um a p r c c is a o ra z o á v e l: c a lc n lu u se s u a
m a s s a e s e u diâm etro, d e s c r e v e r a m - s e t o d o s o s s e u s
m o v im e n t o s , e la b o r o u - s e u m m a p a de
s e u s m a re s, c r a t e r a s e m o n t a n h a s . M e s m o
S u a face o c u lt a foj d e s v e n d a d a
p e lo s p rim e iro s r o b o s e s p a c ia is . H o je è p o s s ív e l
p re ve r que, n u m dia re la tiv a m e n te
pro xim o , o h o m e m s a b e r á ta nto da L u a
q u a n t o s a b e da Terra.
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Na evolução dos tir.i so p o d e . ic irs c c n l.!! •* .istio n o
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conhecimentos sòbre sc s.itn.* .uitcs ate o te m p o ex.itn
q u e v .ii de uin.i 1 • N .n .i ,i onti.i.
p i s u n d o p e lo Q
a Lua, a astronomia , . :'íi «lias.
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1? tior.is, 44 m in u t o s e 2.8 sefinnrtos.
acabou cedendo lugar A c o n ln b n iç ã o d.* nov.i c iê n c ia . po
tem . c o m e ç o u .i se ta re i s r n t n
V '
Michael Collins queria ser o primeiro na Lua, mus a honra coube a I Neil Armstrong, que brinca de voar desde o tempo de crianca
Pat Collins, )an Armstrong e joan Aldrin foram receber seus maridos no Centro de Hous-
tvn. Nas semanas seguintes êles se veriam e se falariam muitas vézes, ma* sem se tocarem.
lido dc hospital lunar, pode ser comparado, rigorosos exames. Compartilhando com êle*
EDWIN E. Aldrin é um dos mais com antes, a um hotel confortável. Dispõe de a quarentena está pelo menos uma dúzia de
petentes e dedicados astronautas da equi
bonitos móvds e salas-dc-estar, espaçosos médicos, microbiologistas, físicos, engenhei-
pe da NASA, tendo conquistado o direito
de ser o segundo homem na Lua graças à quartos e até de uma área para ginástica. ros, e técnicos, além do zelador e do cozi-
sua atuação, em particular, no vôo da Há também eSCrítÓriOS para OS hóspctks, llhciro. Cientistas podem entrar no labora-
Gemini-12. Embora fòssc um novato cozinhfl com comida congelada e uma cn- tório mediante uma engenhosa solução que
em viagens espaciais, êle foi eficientíssi- fermaria, inclusive com mesa de operação. os preserva de qualquer contato direto com
mo nas manobras de aproximação e aco E, o mais importante, a sala dc entrevistas. os astronautas. É, em substância, o mesmo
plamento de sua nave com um veículo onde são recebidos os familiares e amigos. artificio que lhes permite examinar as
Agena (feitas sem qualquer assistência Quando as portas de metal se fecham, amostras lunares sem tocar efetivamente
das estações terrestres). Além disso. Al os habitantes dêsse pequeno mundo ficam nelas,
drin inovou a técnica dc caminhar no completamente separados dc tòda a vida na
EPOIS que as altas autoridades da NA
vácuo: notando que os astronautas, nas
experiências anteriores, moviam-se com
Terra. Ninguém entra ou sai. Nada trans
põe a barreira biológica sem ser previamen D SA estiverem convencidas de que os três
homens não voltaram com nenhum mal es
grande dificuldade c cansavam-sc muito, te esterilizado — os detritos, por exemplo,
êle treinou longos mergulhos numa pis que são removidos. O ar viciado pela res tranho, darão a permissão para terminar a
cina e utilizou equipamento especial, piração dos prisioneiros é filtrado e purifi quarentena. Esta só teòricamentc dura três
conseguindo mover-se no espaço c reali cado por aparelhos de climatização. Dentro semanas, tempo suficiente para detectar a
zar tarefas fora da nave com relativa fa do laboratório a pressão atmosférica é infe maior parte das doenças e epidemias terres
rior à normal. F.xplica-se: se uma janela fòr tres, porque pode ser mais longa: dois, três
cilidade.
quebrada, o ar se dirigiria, primeiro, do ex meses. Se tudo correr bem, como se espera,
Nascido a 20 de janeiro de 1930 terior para o interior, impedindo os possí terá sido para os astronautas apenas um
em Montclair, Nova Jérsei, Aldrin di- veis germes de sair e dando tempo a que se descanso um pouco exagerado: o tempo de
plomou-se em Ciência pela Academia tomasse uma providência. Como uma pre três viagens de ida c volta à Lua. Umas fé
Militar dc West Point c obteve o titulo caução a mais, tôdas as paredes são reco rias confortáveis e sadias, com alguns mo
dc doutor em Gcncia no Instituto Tec bertas por uma pintura especial, tipo mata- mento* penosos. No dia 5 de agòsto, Arms-
nológico dc Massachuselts. Durante a môscas, que retém as impurezas que por trong comemorou seu aniversário ali dentro.
guerra da Coréia, participou de 66 mis ventura escapem das diversas barreiras. Fèz 39 anos separado da mulher e dos fi
sões dc combate como pilõto e ganhou Durante sua permanência no LRL, os lhos por uns simples — mas terriv •'ment-'
duas medalhas e uma condecoração, re três lunautas sio submetidos a constantes e incômcdos — 25 centímetros de vidro.
cebendo o crédito pela derrubada dc dois
Mig-15. Selecionado no terceiro..grupo
de astronautas da NASA, em outubro de
1963, êle quase foi eliminado dois anos
depois, cm conseqüência dc um ferimen
to no joelho. Submetido a uma operação
para a remoção de cartilagem destruída,
Aldrin conseguiu rccupow-se e foi pl-
lôto-rcscrvn da Geminl-9 e pilôto efetivo
da Gemini-12.
Sm katms f v âmu&dem um
IffjtçacM D . m k a cm Cabo Kcnncdy
dòo mimo caian d o m céu. A n U í que os
axtrvnmwtm m u a e aa urtts lu^ar**, um
exército de ÈÍcaetoos fc e fe r a c gtpznu,
com é r r t p rec isJo .
h estágios abandonados reentram na atmosfera e se destroem. Se isso não ocorresse, haveria incontáveis foguetes girando em tò rn o d a T err,
í funcionamento do foguete baseia-se no do combustível que é necessário consumir tarefa e é desligado ao esgotar-se, começai
)rincípio da reação, formulado pelo cien- para alcançar uma determinada velocidade, do então o trabalho do terceiro. Teòricamci
ista inglês Isac Newtnn ( 1 6 4 2 - 1 7 2 7 ) cm dentro de um determinado espaço de tempo. te, um foguete de dez ou vinte estágii
•ua famosa lei: T ôda fôrça gera uma força Noutras palavras, o pêso do combustível ne permitiria a obtenção de velocidades espai
cessário para obter um quilo de empuxo por tosas. Mas há dificuldades práticas para
ie reação igual à sua e na direção oposta.
segundo. Os engenheiros falam também do sua construção. A maior delas seria o ai
?ara melhor compreender essa lei física,
impulso específico: o tempo necessário para mento do pêso na partida: o motor do pt
maginemos um recipiente cilíndrico cheio
que um quilo de combustível produza um meiro estágio teria de ser enorme e dotac
le gás sob pressão. Esta pressão se exerce
quilo de empuxo. dc um poder de empuxo fabuloso.
:om fôrça igual sôbre tôdas as paredes do
Dentre os inúmeros problemas tccnicos
/aso, que assim permanece imóvel. Porém, com que se defrontam os construtores de
e fizermos uma abertura no fundo do recipi A energia produzida pelo motor do fogue
foguetes, o maior ainda é o ,do propelente,
ente, o gás começará imediatamente a esca um a dupla tarefa de erguer o seu pêso
isto é, a mistura inflamável que aciona o
lar, ao mesmo tempo que pressionará tam aumentar a velocidade até o nível desejadi
motor. Notáveis progressos foram alcança
bém na direção oposta. O vaso se porá em Três fatores contribuem para que o de.;er
dos na redução do pêso da estrutura, dos
novimento, e tanto mais ràpidamente quan- penho do foguete melhore a cada segund
motores e dos reservatórios. Mas muito pou
o mais rápida fôr a saída do gás. Compre- de ascensão: a ) a fôrça da gravidade terre
co pôde ser feito até agora em relação aos
mde-se, assim, que o foguete não tem ne tre diminui à medida que a Terra se di
propelentes, que ainda constituem a maior
cessidade de apoio, podendo voar perfeita- Lancia; b ) o pêso se reduz gradativamem
parte do pêso dos foguetes. Apesar de todos
nente no vácuo. Um parente próximo do com o esvaziamento dos reservatórios c
os avanços; a carga útil de um desses gi
oguete é o motor a jato, baseado, também, combustíveis e, no caso dos foguetes de v.
gantescos engenhos lançados em Cabo Ken
10 princípio da reação. A diferença está no rios estágios, com o abandono das seçõ«
nedy não vai além de 2 % do seu pêso total.
ato de o motor consumir oxigênio do meio inúteis; c ) a atmosfera se toma rarefeit
£ como um caminhão de 1 5 toneladas que
imbiente, ao passo que o foguete tem de oferecendo cada vez menos resistência s
não pudesse transportar mais do que o mo
itiiizar as suas próprias reservas de com- avanço. Quanto maior a aceleração, ma
torista.
mstível e comburente. rápida, a chegada do foguete às altitud<
O meio encontrado para permitir a as
À fôrça de propulsão do foguete chama- onde a resistência é mínima e pequeno tan
censão dos foguetes às grandes altitudes e
e empuxo, e é o resultado da multiplicação velocidades necessárias à colocação de ob
bém o consumo de combustível. Mas a ac<
a massa de gás expelida em um segundo leração tem que ser condicionada à tol<
jetos em órbita, foi a sua construção em
cia velocidade de ejeção. Se um foguete ráncia des instrumentos e da carga human
estágios.
ueima 2 0 quilos de combustível por se- do foguete.
undo e expele os gases dessa combustão à A trajetória inicial do foguete lançado
elocidade de 2 . 5 0 0 km por segundo, a sua T RA TA-SE da junção de vários foguetes, de satélites e naves espaciais é sempre ver
jrça de empuxo será de aproximadamente acionados sucessivamente. O primeiro serve tical, a fim de que possa vencer mais ràpi
inco toneladas. Para que o foguete possa para dar a partida e elevar o engenho até damente a resistência atmosférica. A parti
ecolar, a fôrça dc empuxo deve ser sem- certa altura. Terminado o combustível êle de certa altura, vai sendo pouco a' pouc<
re superior ao seu próprio pêso. O dc- se desprende do resto do conjunto, aliviando- encurvada, quase sempre na direção do les
ímpenho de um foguete é definido prin- o de um grande pêso e possibilitando um te, nordeste ou sudoeste, pois desta formi
ipalmente por aquilo que os técnicos cha- considerável aumento de velocidade. O se- o engenho se beneficia da velocidade d'
de leitores acompanhavam com apaixonado
Júlio Veme possuía, na verdade, noções corre
interôsae o fantástico empreendimento. Cada se
mana. ôsses leitores esperavam com crescente D ARBJCANE e Nlcholl a io tecnocretavant tas de física, de Oalletiea e de astronomia. Além
disso, consultava 'frequentemente um cientista,
Ia tettre. que representam o progresso otífleo
ansiedade as novas peripécias, imaginando co seu primo Garcet, professor de matemática su
jé alcançado pelos Estados Unidos na junda
mo aquilo poderia terminar. Hof» em dia. len- perior em Paris. Ê íle é o responsável 0elos cál-
metade do sácutò passado. O divórcio teológi
do-se as p&ginaa de Júlio Verno, ficamos Sur cutos para o lançamento do projétil rumo à Lua.
preendidos com a espantosa semelhança entro co enire o nôvo e o velho continente jawsHa
há cem anos e Júlio Veme se deu contidlsso, O gigantesco canhão Columòiad foi Instala
a obra e a realidade doa nossos dias, em ma do peta imaginação de Veme na peninsulá da
escolhendo os norte-americanos como a pri
téria de exploração do cosmo. Vem » antecipou meiros conquistadores do espaço. Tovia, a Plórida, nos Estado» Unido*, exatamente na ci
O vôo da Apoio-11, descrovondo com miraculosa intuição do- escritor nSo desprezou o s ogrea- dade de Tampa, que está localizada a apenas
intuição a viagem do homem à Lua. ê algo de com quilômetros da base da N A S A em Cabo
sos técnicos realizados do out/o lodo diAtlán-
quase Incrível. tão grandes séo as analogias o tico: por Iseo. féz representar a Europineesa Kennedy.
MODULO
LI IR
A CHAVE DA CONQUISTA
nu
v :* 1 ? - lv r> '•
Os ciroftaos
do módulo lunar
-’V? v
prm r/jm com
notàrel precisão a conseguiu aprovar
performance do %
*Ódüio, tto instante da
chegada e da saida
0 seu projeto
v r
dos asfro«f4tU4s
da sm ver fic ie do
satélite natural
da Terra.
d/tahrilàla 19 6 1 . a h erd o d o V astok-1. lúri Ga&árin em ocionem O m undo, a o transform ar-** no v rim n ro r**r*e*n tan t* hum ano
O primeiro feito dos. Estados Unklos, na cra espoeu), foi
o lançamento do Explorer-1, em 31 de janeiro de 195S.
Depois, vieram os Mitos suborbíUts dc Allan Shcpnrd Jr.
c VirgU Grh&oin, antecedendo ao vôo dc John Glcnn, que
foi o primeiro americano o ser colocado cm rábit.i, cm 2 0
lançamento # de fevereiro de 1962. Os EUA colocaram em cxecuçJfo
quatro projetos espneinh. 0 projeto Apoio prossegui ri,
norte-americano com oito outros lançamentos. Enquanto isso. os técnicos
preparam um nôvo programa. chamado Projeto Viking.
correspondeu a um cuja meta é colocar o homem em Marte. A rigor, os Esta
dos Unidos n3o pararam um minuto cm seu grande csfÔTço
passo certo em ^ccnoiógico dvsdc «jue o PrcsSdíntc John F. \ cn n d jf deci
d iu que va*u pofe chegaria A Lua ainda na década d e 6 0 .
direção à Lua
famry MeQMtt crjmaudou a Apoio* y, provando a capa Tripulação da Apoio-7: Waltcr Schirra, Don Fisclc e Walter
cidade operoctonal do módulo fora do campo g/ari (acionai. CunnlNgham, Primeira nave com 3 homens em órbita terrestre.
Schwckkart (oto^rafon flutuando uo vácuo (Apofo-9) o* instante* fluais fio acoplamento do
módulo lunar. H ensaiou o re.tóruo oo módulo de comando peáo lado de fora de ambos. A
O VrcàtUntc JaJtit F. FCrwwetfy condecorou o aUtonauta Gordou Cooper, em 15 dc maio de 1 963, após o wltimo vôo do Projeto
Mcrcury. A raixh-7 cnmprin 22 órbitas em tórno da Terra, Kennedy 2 ano* ante* firmara a drtermiuaçdo de conqttlsutr a Imo.
wmmm
A* rrtimas da corrida d o es poço foram sepultadas com o heróis nacionai*. tanto nos F-tfrfehi* V*rdf>f com o na União Soviética.
A arrancada
.
para a lua
nasceu de um
compromisso
de Kennedy,
em 1961
O M arwer-ò —
COM $tuti hater
Quem vencerá a nova etapa da corrida espacial
— ainda mais longa e emocionante do que a aukro ulenas
se assemelha a i
conquista da Lua — que acaba de ter inicio com o moinho de reut
vôo espetacular dos Marmer-6 e 7? 0$ cientistas COUU'%tílli obter
soviéticos cercam de intenso segredo seus fotografia* de a
preparativos para a invasão do planeta vermelho, "irei Ucntco,
m ostran d o
embora se saiba, no Ocidente, que nas instalações
acidentes de ia,
de Bochum estão sendo treinados cosmonautas russos
va/iedade ync <
para viagens espaciais de mais de um ano. ctentiaâ,s fiçarai
E os Estados Unidos prosseguem nos preparativos perplexos, A
para desencadear a Operação Viking, que começará cujnerda, u ès \
com a descida suave de uma cápsula não tripulada d a aproxim ação,
em Marte em outubro de 1973, culminando em 1982. obsrn vu do-u '
nitidam ente a
Um veterano astronauta norte-americano — calota polar d c
pOSSlvelmcntc um dOO pionoircw do atu»l Prt>jM«o
M arte. A o alto,
Apoio — cravará entào na superfície marciana d eta lh e da graru
intriga
Marfe parece um
mundo morto, mas
a experiência terrestre
Depois da descida
do homem em Marfe,
talvez não encerre
tôdas as formas
da vida internacional i
" o c*trr a s g r a n Jo » n a v es
espaciais tom arão o
rum o do in fin ito plaza hotel de
A Sà sondas espacial* automáticos M ariner-6 e M anncr-7 cnviaiam
Terra dezenas dc fotografi» que serio agora w b m e tífo i
a n illtr dos computadores. e n c a rre g o * de
ciai c apresentar as tirnucm com a máxima niodez.Ju lg a d a s em
porto alegre?
rv.n , _ N i o > N o Ptazo, o melhor agente a
conjunto, as fotos recebidas agora sáo cem vfttcs melhores e mais 5 T Í ^ p T í ^ P ? ' J W » ^ o m u X intei
nítuLii do que * obõdas p d o M ariner-4 há cêrea de ires anos c bem. E o responsavd por isso, vôcé sa b e r ^
meto. Todavia, nenhum a das cápsulas tem condiçOes para examinar humano do reu awndimcnto - todo individual
o solo marciano: n io sc pode avaDçar, portanto, dados conclusivos
sobre a existência ou não dc sida. Sabe-se apenas que. tendo sido
constatada a ausência de nitrogênio, n io poderá haver vida qui- 'jipiazai
niicaiucntc igual à da Terra.
À viagem dos irmias Marincr-6 c 7 nSo t a primeira apro
ximação científica que sc faz com Marte. Muito antes, matemá
•Hotel}
ticos, fisioos, bioquimkos, astrônomos c radioaNtrônomos já haviam PÔ R TO ALEGRE
b.*4<i foto , toma Aa peio Martttrr-7, moura uma zoua de
?>tabek*cido ccm preriUo uma série de dados sòòre o planéta ver Marte bastante parecida com certas regiões da Jjta. \ o fundo da*
melho. No dia 26 dc março d ta r ano, o Dr. Ronald Shorn, do crltetas murctana* porém, poderé htner vtgrtaçãv.
Laboratório dc Propulsão a Jato dç Pasadenu, depois dc estudar
durante 1 . 600 dias a luz refletida por Marte, íéz uma afirmação
hHtócica: a 4c que existe água na acmotfera do planêtn, o que A $ explosões m aaiarus São aorro misièno que crvscr cm mten-
confirma a jicrssibilidade da existência de rida o Dr. sidade d c p ls que o Manoer-T detectou um^ cs|»ral bnlhantc.
Shom: "Sc alguém pudesse recolher essa água e distribui-la pov denominada Grande Cordão de Sapato cm turno da qual foram
tiída íujterfíctc d c Mane. cJu fuitiuuU uxtoíi <v*p* <fc um mliniwtf i> ch%rrvado> i c k i o r t o ç r ^ r a f K C i . N*o d ia ottu dc dc/íi*i-
dc espessura.'* bro dc* 1951 o cftcn tixt* j vpoa r i, T-tmro S a l c h i rcv clm i a Von
B r a u n ter observado um ponta cvamaanirntc brilhanit*, "semt-
Há dez ante, o Dr. Wilham M. Sinton, um dos mais em i
lhai.*C ü um explosikT, apanstrr ao L ie i» Titomux. A Litensa
nentes astrônomos norte-americano*, localizou em Marte moléculas rintilação durou exalamcntr
Ofpânicas contendo oxigênio, hldiogénio c carbono. E o l>r, Frank IXpoix, surgiu cm
seu lugar uma enorme nuvrtii
Em breve, axtrvvaves dc 03preto fanuhiicv — movidas SnlisUixy. professor de Fitofisiología da Universidade dc Colorado, desjpunteu cm 4 3 mi-
a cnctyia atôm ico c tripulada* por dezena* de hom ens — farúo nutos. Várias hi|xxe5es foram para çxpbcur o fato.
confirmou tal descoberta, assegurando ainda qur "dada a impossi
bttldeaçAo nas plataform as orbitais, cm M ane, na Lua c Luz refletida n ô o prCnxK.aria a da nuvem; queda dc
bilidade da sobrevivência de vegetais dc pequeno porte (m u sgos c
meteoro não b rilh a ria por tanto e tn p ç õ e s vnlcántca»
nos satélite* d e Júpiter. Comparadas a cias, as atuais cápsulas liq u e n s) que seriam imediatamente so tm a d r* j» , t ^ p ^ a J c dc piiivrem n i o rx iv tir cm Maric.
espaciais não passam dc antiquado* aü katábequcs ct^mrooí. poeira, as plantas marcianas deverão ser desenvolvidas, p.m sc* e O mai* fan fistko dos enig^nag
O aparelho da foto no alto u rrírâ, **m futum nr porém <ontlnua
Flpxívciv. nxtn f.VlKu* Inrpa. «.^f-<-< «' Iilpr du.i*.»lv w VtMi * D*r s c jk I o o dc seus dois satélites; Foboi
táxim o, para a reentrada dos astronautas na atm osfera terrestre. fcvlur à noite, quando o fno é uitenso. Sc tais organismos vegetais — Mêdo e Tc/rOí.
Apesar de pequenos, eles são tão qpnr podem ser ohscr
resolveram realmente o problema do cresrimenin, é Km» p otâw l v ík Io s com uma luncla telescópica
N r «atro latki, estão
quo ab ce cncantrcnt futm»» vriuuscrucs, semelhante* aos nossos tio pnrvimos da superfície <U* Marte
animais." 1 quilômetros
c Dcunus a 22 mil quilômetros <lc p :b s lei* da
O lntfihito dc CUoU/*;* da U R ^ S . pox X U J VT7., d e fK H » dc ICÜ* gravitaçfto universal, j.i deveriam
luar experiência» que duraram mab de um ai»0, chegOU ê COncluOft sobr»- êle.
F. mais: Io*o s e lk*ini.r. giran» no w do outro—
dc^quc as plantas marcianas pockm ter criado umn contrariando novamente as leb da
iwl« J k umJ
Depois dc
tlw ia
cálculos exaustivos, que levaram
atmosfera niorcunA. Q Dr. Strughoid, do Observatório <k Chicago, orbital
arrwftt* flrmrmrtwr ni rtKt/nna dr atmosfera "omilundo num relativa à nsassa e ao volume dos C .anos
nível inferior à srgctaçào apenas nos grandes vales, ou até mesmo (xmeiuiram que para Polios pc qur sc cn
cita canuidHS *«ibf cr ránc*s. corrvj unti fantasmagórica maré invisível". centra compkumdo uma volta
a coda sete ’■• -
hor^ e 39 minutos, teria — ncc ser gawiso.
Q S nuvirnos de Marte estão vivendo sua vigésima quinta hora.
CU «leo — tatvcv até artificial. Tal arrojada do
Mas nem por isso tudo o «iuc se conhecr ou desconhece sobre a
sovlctkxi l» o í siKilc.kt.vski <|tic aü « tc íifc mr*
superfície do pUnfai vermelho será para sempre cvclarcodo cotu
tálico. biilh.«uie e *ko. de velíxklade F. o none-
a visita dos irmãos Mariner. Pelo contrário, novos c intrigantes
americano Frttl Singcr acha que está a rrs-
problemas surgirão. Os famosos canais, por exemplo, perderam o
prestígio depois das fotos do M ârii>cr4r mas voJtarum a ser obser |X)Sta para as origens do Sistema Solar, *^ua! í o j o l u d u
vado* pelas câmaras dc televisão do M 3rlner-7, que detectaram scri uma das próximas cta|Xici cki hum ano".
nitidamente a existência de "segmentos lineares escuros, que bem
poderiam ser fraturas do solo, provocadas pelo ímjxlCtO de meteoros Ap ROX1MA-SF. a hora da <onq \ viHgeiu i h t
gigantes, à semelhança de racbadunts num vidro quebrado**. Tal irvoÕcs Marincf. av focogriifáav env a drscfcda <!<• m m i
fato vem confirmar a tese do Professor Prrcival IüwcIJ, do Obser im vl' rv tro $irx ^ et«tir.i «;|I1 áuu uv do pri-
vatório de Flogua/f. Diz èsse cientista que "os canais são duplos, mi-iro Iwiiaf^ ♦ éviíu cio Frojfto \'t. cunmtiilrá
uíim j i n i n t o a « p o s t a tio I lum-rT
ccreadw. em tóda i s u í extensáo. oor u n u tênue faixa de veíetacão". Fxa Esixicinl.