Manchete-Apollo 11

Download as pdf or txt
Download as pdf or txt
You are on page 1of 34

d E Q P A Q f l

CONVERSA COM 0 LEITOR — Com movimentos lentos e cuidadosos, o astronauta Edwin Aldrin
percorre a superfície da Lua. Na Terra, êle estaria avançando de cem a cento e vinte passo* por
minuto. No satélite, bastam-lhe vinte passadas. Os instrumentos que êle carrega com facilidade, pesariam
aqui mais de cem quilos. Na Terra, Aldrin precisaria, no mínimo, da ajuda de outra pessoa. Êsses são
apenas dois pequenos pontos dentre as milhares de novas revelações que o ser terrestre colherá, à
medida em que devassar os mistérios do universo. Nesta edição histórica de MANCHETE,
marcando a conquista da Lua, apresentamos tôdas as etapas da astronáutica que conduziram a
êsse extraordinário feito. De Galileu a Einstein, do primeiro telescópio às câmaras espaciais de
televisão, o homem — inventor da máquina — acaba de provar que a sua determinação
e inteligência continuam sendo a mais dinâmica fôrça do universo.
ZEVI GHIVELDER

8L0CM FO<TO»C$ s. A.

PRLSiDCNTE: Aom on
ViCL-PRESlOENTE: Oscar 6»
OIRFTORSUPEBINTtNOWt P
ÜIRETOR WESPOWSAVÍL
Ü IR EÍO R ES: A. f é " * * . AJt>*fto D » * * . Ancõ«» < * Paòua
Leopoldo d e ( X n e n a . Í V c * » j T e m « « M w n to .
H W. Berliitf». ISM C E d u » * * *» • > e Murilo M H o F « ic
DEPARTAMENTO OC -O RN AI ISM O
DIRETOR- Arnaldo NhAjct

DIRETOR FtMTOR
/*v. Gh.vektef CH EFE D E R € D * C K >
C H E F l Dfc REPORTAGEM
R. Magalhães iurnor. C * » « Fi
Narceu de Almeida.
RFPDRT FRFS lèòo
Marques. Alberto
LuU Albuquerque
Acuio. Sertjiü Rovs. Ffcy
Raja Gabaglui.
Mendes. Cresron
Freocrico Vasccnceros,
Joào Antómo e f»m —
Henrique Pongett)
Claudius, Otto Lara Resende,
de Aquino - DIVISÃO OC COM U *dCAÇO€S
dos Santos DIVISÃO 0 £ E O fíO G W R fc D I B E T O *
riicolou Drci — C ^ t ffc
FOTOGRÁFICOS- Gil
Batista. Carlos Abrunnosa.
tvelme Musfcat. rv»«r» Fm
Trindade, Nelson
cnstuhl, Hélio
Wituo Sh ig m lu d
Laslru, K.umuralo
Pnlwilo SlucJ«~»t.
Carvalho e Huço P A 6 IN A Ç A O
Wilson Passos. Ne
PESQ U ISA Pau » SETOR 0€ PROO JORN.
Nelson Sampaio DEPARTAM ENTO OE EERÇOtS ESPC
CIAIS: DIRETOR: Femaroo FNJAL DE SAO
PAULO: DIRETORES
B.inam - SU C U R S A IS - N O R It
Carvalho — M IN A S G ERA IS
Rucha SANTA C ATARINA
G RANDE DO SUL:
LlHASH IA- AiNOMO _________
s <? Samuel G u m b o b a Casa - L M E t t Ü * -
IORQUE: SArgiO
AlectU ik* Arvjrad
Freire — CO RRESPO NDEN TES — AM A/ONAS tmrm m
Aleme - PARA O s * » ú o M e n o n ^ARJU&A Jeno MacRodo
(S AMA- f w r u m ) I j u m o r OO V » T r
Ca^siano Arruda c i r u r j — ESPWTTO S A N T O m c «
de Abreu ^ANTA C ATARINA C a t tK e * o
EXTERIOR *Ú « A . Se rp o S p # e * - «OM ANHA
Carlos Stnnve — ESP AN H A í w n F o t è — TCHfCOS-
LOVAQUIA Jcisef* V o t e * - UBUGUAi Sw a * r^a, _
ARGENTINA: Jorge i <rv*«C 0 * L £ 0 » ANnu PERO
Manuel Ohvan - DEPARTAMENTO
JOR RoOerto vasconceaos — D * A S iO OC
DIRETO RES EXECUTIVOS F r ^ s t » ‘ i ( r t n x> Noso-
mento e l u u F-mando Pw«o FR J R t OC SAO
PAULO - GERENTE GERAL Arnaldo V M M - GCRENTE
M ANCHETE Patxo P O u r r f t - 'u C U P S A IS - N O R T t
NORDESTE: C a » S o u a Leão _ RIO GRAMOC DO SUL-
Edgard Wjllau — A O M IW STIM Ç AO E REOAÇAO Rua
do Russel. 804 - Te*t . Í 5 4 J I4 iw>xsm e PvAS.T
Rio. 6 8 DfVJSAO DC O R C U U Ç M * Rua Fr*» Caneca,
511 — Tc*.: 232 4366 e 2 3 1 - 3 » ««. G8 CAHQUE
IN DUSTRIAL DC L U C A S Rua CcwOamL 520 — T «U 7 V W 6
c CCTEL (to a 910020 — FNjM*. O E SAO P AU LO
Rua 24 rte M a » * • I I * and u « U B / 1 . 1 B - TeH.
J6-2W8. i d - M ia W S Ü Í3 -R 3 Ü * J7-74» - SE C U R S A IS
NORTE NORDESTE A* Ccnor » Boa rota. 86 1 2 ’ and.
lei. 26-807 - Reote (PE) - « N A S G ER A IS Au A K kso
Pcnno. 726 -14.^ and. — T ri L W - B h o M e r o » M Gl _
RIO GRAN DE DO SU L Roa SooRar d « N m Z35 - o » 5
— 'Tnl 44-744 - Parto A * * » * (RSl
Costa. 1 - saia SQ2 - T«i 3-25»
Rua Marechal Oeodoro. 211 c a r* 805 - TéL *-3064
Curitiba (PR) — B R A S iU A Setor de -xfcsfrws GraNcac
lotes 905/975 - T«i Z & M - , 0 f i - W A O B Q U E
680 fittí) Avwjc PwmZ» ^ - v* .X» -
Tel; ?46-8870 - 246-W71 - T e * . - 471 9» _ « W S 12 A *
niw Montaigne, ?**ne H j* t — Te*_ SALxac 6 * 6 6 A tM a 3273
e Al M a .3243 - Itfefc M ia rR H e N s 2B2M - 0»STRI
OUIÇAO.

M anchete
E xcepcio nais fotografias em cores e
transm issões diretas de televisão tornaram o feito
destes homens a mais documentada das
gr andes aventuras de todos os tempos
A missão da Apoio* 1 1 — coroamento de um programa iniciado em maio de 1961 c ponto
culminante de um processo dc acumulação de conhecimentos que data da história mais
remota do homem — utilizou o maior avanço tecnológico possível em nosso tempo.
deslumbrante Mesmo assim, encerrava graves riscos: segundos antes do pouso do módulo lunãr. o
computador dc bordo esgotou sua capacidade de acumulação dc dados e os astronautas
desolação/ as marcas tiveram que deslocar em seis quilômetros o ponto de descida, para escapar da desconhecida
profundidade de uma cratera. Os primeiros passos do homem na Lua foram cuidadosos. Não
dos pés dos se conhecia a conformação do solo. onde a poeira se aglomera em cascalho mole por efeito do
vácuo. Mas logo a caminhada tornou-se mais ágil. Ao fim de alguns minutos Armstrong des-
primeiros visitantes locava-se rápido. a<^s saltos, com movimentos largos facilitados |>ela pequena gravidade.
terrestres ficarão
até que o impacto
de um meteorito
venha destruí-las
TV Apolo-11 trouxe
u Terra conhecimentos
fundamentais para
novas e mais
ousadas aventuras
no espaco
Resultado de uma conjugação de
ciência e técnica, a missão da
Apolo- 1 1 transformou-se num instru­
mento valioso para a coleta de novas
informações cientificas. Os astronau­
tas instalaram na superfície lunar
aparelhos para medir a intensidade e
freqüência do impacto de partículas
cósmicas, para registrar e transmitir
à Terra os abalos sísmicos e para re­
fletir raios laser emitidos de esta­
ções terrestres, permitindo a avalia-
çao exata das distâncias Terra— Lua
nas diferentes posições desses astros.

! i

***£
Os primeiros resultados
desta missão indicam que a Lua
pode conter um tesouro em minérios
bastante raros na Terra

jSjrt& Z >

O stsinógrafo, çvm suas duas placas laia ruis para recolher energia solar e a an­
tena de onde partem informações para a Terra, é o mais tyluiuoso dos instru­
mentos deixadirs na Lua. Mais adiante, ficou o refletor de raitts laser (uhaixo).

sm

o tato th.- os astronautas nfio terem localizado qualquer sinal de


vida durante seu passeio lunar de pouco mais de duas horas deixou
a impressão de que a missão da Apoio-11 estêve isenta de surpresas.
Isto.y falso: muita eoisa na Lua ó bem diferente do que se pensava,
a começar pelos minerais do solo — titânio, urAnio, silicatos. cristais
transparentes como vidro lorram a superfície do mar da T ra n ­
qüilidade, soh uma fina camada de poeira negra. A Lua
será um tesouro, provavelmente, quando pudermos explora-la. ..
0 instante mais solene O hasteamento da bandeira dos Estados
Unidos, suspensa por um fio de nylon rígi­
da missão transcorreu do t que jam ais trem ulará no astro sem
atmosfera, foi o instante mais solene da
a pequena distância conquista. Ela ficou a poucos metros do

da cratera que poderia trem de pouso do módulo lunar, também


abandonado no retorno. O ponto geo­
ter encerrado com uma gráfico de referência para localizá-la
a grande cratera que poderia ter tra­
c

tragédia a aventura gado os astronautas, se eles não assu­


missem, nas últimos instantes antes do
dos astronautas pouso, o contróle manual dc sua nave.
Emoção
s e cansaco
»

acompanhavam os
astronautas no retorno à
nave, onde dormiriam
um sono agitado
e breve

* vi. fi

**9 n S k T &
■ • / £•

* * w >*^
O vlsvr do dvtutroHauta AUrin refletia um estranho mundo, sem ar, sem a^na, aquecido tf mais de 1W)'\>: um astro mospiio que, ]>aru nus, c u fumcinr.

PromeM de paz acompanhou o homem na sua caminhada para o universo


"Aqui homens do planéta T erra pela primeira vez pisaram solo da Lua. Julho, 1969 A.D.
Viemos em paz por tckla a humanidade.” Uma placa em formato cilíndrico, com o de­
senho cm relevo da Terra, assinala o instante em que o homem se libertou para sempre de
seu plantha natal. Antes, êlc habitava um mundo i/imitado, porém finito, c temores
ancestrais o prendiam à superfície. Agora, ele poderá ir tão longe quanto queira e possa,
sem jamais encontrar um fim . Nenhuma fôrça de gravidade o contem no espaço e as
nrèsas uue o futuro lhe reserva vão além do que sua imaginação é capaz de conceber.
Com suas estranhas roupas, um
Na Lua, o homem astronauta pode transportar, na Lua.
cargas que. na Tetra, exigiriam a
pode transportar e foiça de vários homens. Esse dado
positivo, no conjunto de elementos
sem grande esforço desfavoráveis ã sobrevivência huma­
na. foi amplamente utilizado na
centenas de quilos missão Apoio. Mesmo a escada rio
modulo não suportaria. 11a Terra. 0
de equipamentos péso de uma criança robusta. E 0
proptio escafandro. com os tan­
científicos ques de ar e 0 equipamento de rá­
dio. impediriam a caminhada num
astro de maior fòrça de gravidade.
A gíria dos astronautas, um foguete é

‘ í<‘;Qys+’J.'
N chamado de bird — pássaro. O Saturno-5,
o maior pássaro de sua família, tinha necessidade de
um ninho correspondente à sua grandeza. Por esta razão, a NAS
comprou, em 1962,32 mil hectares de estepes e
plantações tropicais na ilha Merrit, adjacente ao Cabo
Kennedy. Foram necessários quatro anos e um milhão de dólares
para a construção do ninho gigantesco — o complexo 39 do
Centro Espacial John Kennedy. O foguete, montado num
recinto fechado, é transportado em posição vertical, já pronto
para o lançamento, até a plataforma de disparo. De lá
partiram, na manhã do dia 16 de julho, Neil Armstrong, Edwin
Aldrin e Michael Collins. Seu destino: a Lua.

•v3
*)<-v
Até a etapa fiaal
da viagem de ida,
os astronautas
seguiram o
caminho aberto
pelas outras
naves Apoio

A separação do ultimo estágio


do foguete e o acoplamento com o
iuio lunar ( i esquerda, cm cima) foi um
doa lances mars delicadas da ida. Ao
SC separar do módulo dc comando,
j i em órbita da Lua (i esquerda,
em baixo). A ldnn e Armstromg partiam
pma a fase p d w r s de sua aventura.
A U rda do m idado de comando,
fk m M kU ei Co&ns
(à doem a).

Nos primeiros quatro dias de sua


missão, os astronautas seguiram pra­
ticamente o mesmo roceiro da Apo-
lo 10, Lançada em maio. Até o ins­
tante em que o módulo lunar se
aproximou a 15 quilômetros da su­
perfície da Laia, os riscos eram to-
dos conhecidos: primeiro, a entrada
em órbita da T erra; depois, a dcci-
s3o de seguir para a Lua; os com­
plicados lances do desengate e nôvo
acoplamento com o módulo lunar;
as correções de curso no trajeto T e r­
ra— Lua; a entrada em órbita c, fi­
nalmente, a separação entre a nave-
mãe — apelidada por èlcs de Co­
lômbia — e a águia metálica na
qual Armstrong e Aldrin partiram
D a ra^ ^ tan jW T Ío n p ira d í^ iu ^ ia ^ t«
Uma tormenta no Pacifico foi a última ameaça na rota de rctôrno
0 temor de contágio da A{X>lo-Il. O local de pouso sofreu um deslocamento de algu­
mas dezenas de quilômetros; tão logo tocou o mar a cápsula cha­
por micróbios lunares cercou muscada durante a travessia da atmosfera — quando a tempe­
ratura externa superou os dois mil graus — iniciou-Se uma opera­
de cuidados especiais o resgate doS ção de recuperação cercada de cuidados suplementares. Temia-se
que os viajantes do espaço trouxessem micróbios capazes de afetar
astronautas. Todos os que tiveram» a vida terrestre. Por isso, foram mantidos em isolamento por todo
o tempo: usando trajes especiais c filtros de ar, deixaram o heli­
contato direto com êles ficaram cóptero da Marinha diretamente para o vagão de quarentena, her-
mèlicamente fechado. Neste vagão seguiriam, por mar e pelo ar,
também em quarentena até o também isolado laboratório de isolamento, em Houston.

<j> 4 rJa {fa x x * m c v iO f, rtO e à lt o )

oí astronauta* a vestir os trajes de isolamento. Em s^gaicia,


é k s viajaram em helicóptero ate o cottvés do porta-aviões Hornet, onde os
^ 25
I

{ /? ' ■

H
N I E S d j in v e n ç ã o d o te lc sc o p io ,
a L u a c ia p o e sia . a o lh o nu.
d is t in g u e m - s e na s u a su p e rfíc ie
a p e n a s m a n c h a s , o s f ilo s o f o s procurav
in te rp re tá -la s d e to d a s a s m a n e ir a s m a is
d is p a r a t a d a s e a im a g m a ç a o p o p u la r
a s in te rp re ta v a a tra v é s (le fe n d a s, c o m o , no B ra s il. a de
S a o Jorge m o n ta d o e m seu c a v a lo e c o m b a t e n d o
o d ra g a o . D e p o is, e até a v ia g e m da à p o lo -1 1 , t o d o s os
n o s s o s c o n h e c im e n t o s sò ljre o saté lite
p a s s a r a m a ser c o n s e g u i d o s a d is t a n c ia , n u s co m
um a p r c c is a o ra z o á v e l: c a lc n lu u se s u a
m a s s a e s e u diâm etro, d e s c r e v e r a m - s e t o d o s o s s e u s
m o v im e n t o s , e la b o r o u - s e u m m a p a de
s e u s m a re s, c r a t e r a s e m o n t a n h a s . M e s m o
S u a face o c u lt a foj d e s v e n d a d a
p e lo s p rim e iro s r o b o s e s p a c ia is . H o je è p o s s ív e l
p re ve r que, n u m dia re la tiv a m e n te
pro xim o , o h o m e m s a b e r á ta nto da L u a
q u a n t o s a b e da Terra.
É
3
I

I Â § W <
[ I

\ à d K i, / ■

4 f/i' '

\ ■ 81
V\. ; 4 W
é W à f
. -
% M , ã
K ,

(Q

Jm
as. s^

* »/ iff
;i |
X

M
I •í ' i r <*
S o b ie .is t.SM-.. i.l.> I ii.* .1 .iM io n .n i
Na evolução dos tir.i so p o d e . ic irs c c n l.!! •* .istio n o
im,i ic.is loto?, c o lo ru l.is J.i I
conhecimentos sòbre sc s.itn.* .uitcs ate o te m p o ex.itn
q u e v .ii de uin.i 1 • N .n .i ,i onti.i.
p i s u n d o p e lo Q
a Lua, a astronomia , . :'íi «lias.
r
1? tior.is, 44 m in u t o s e 2.8 sefinnrtos.
acabou cedendo lugar A c o n ln b n iç ã o d.* nov.i c iê n c ia . po
tem . c o m e ç o u .i se ta re i s r n t n
V '

à astronautica c|ii,siido .is fo to fita fia s tii.id.*s d.i p io


x iiiiid.ide do sa te lite lo m a ia m re p e n
tin .tm etitr o b s o le t o s os m .n s pode
/ a r / w t r / r s m / n o s : ( f r s r n O n . r * r ■>
^A REA

0 homem escolheu o faixa O primeiro desenho que pode


ser considerado um mapa da
equatorial da Lua para construir a base Lua data de 1619 e é de auto­
ria do padre jesuíta Scheiner,
de onde conquistará o satélite adversário e opositor de Gali-
ieu. Desde então — e até os
últimos retoques possibilitados
pelas fotografias obtidas pelos
astronautas — não cessou de
ser aperfeiçoado o retrato car­ U m sonho m u l t m h l e r u r se c o n cre tizo u o H o m e m atingiu
tográfico da Lua. O projeto de a Lua.' A tin giu , so não: a/umssou.' D esceu o e x p lo ro u
ocupaçio do satélite pelo ho­ o n o sso satélite. D uas vezes antes a IBM ja b a via ajudado
i< e o io c a r o H om em dn> o rb ita lunar - cm !9 o S . com a
mem coooentrou fortemente as A p o i o S . e c m ma o u ltim o , com a A po io iO . E ag ora
atenções, nos últimos anos, na p a rtic ip o u do n ova façanha ab soluta m ente inédita na
regiio equatorial lunar: foi eia lustoria. A IBM esta m uito o rg u lh o s a disto. P o rq u e ela tom
a escolhida para os desembar­ tido atuaçao relevan te, desde o p rin c ip io , no p ro g ra m a
ques. A Apolo-11 pousou na e sp a c ia l n o rte -a m e ric a n o . N o C e n tro E s p a c ia l da N A S A .
área 2 do mapa acima, a sudo­ co m p u ta d o re s IBM S is te m n / 3 6 0 M odelo 7 5 . c a p a ze s
este do mar da Tranqüilidade do efetuar ate 8 0 bi hoes de c á lc u lo s d iá rio s, fo rn eceram
— e lá ebcontrou a desolada aos c o n tro la d o re s de vô o tòdas as c o m p le x a s in fo rm a ç ò e s
paisagem vista à esquerda. n e c e s sá ria s ao èxito da m issã o .
D a s m ais ro tin e ira s tarefas a d m in istra tiva s aos m a is
avançados problemas de a strona utica. os c o m p u ta d o re s
l IB M são a rnais eloq üen te a firm a ç ã o d o q u a n to po d e
v o n ta d e o a in te lig ê n c ia do H o m e m , na u t iliz a ç ã o das
|/má<nnn.ni que õle c ria e poo a s e r v i ç o do p ro g re s s o .
Os aparelhos
deixados pelos
astronautas
continuam
informando os
homens do que se
passa na Lua
Enquanto não instala suas co­
lônias lunares, o homem con­
tinua estudando a Eua com os
meios de que dispõe. As esta­
ções de rastrcamento têm muito
trabalho pela frente, até à
ocupação definitiva do satéli­
te: através do sismógrafo lá
deixado, registram todos os fe­
nômenos sísmicos que ocor­
rem no solo lunar. E, pelo raio
laser, medem-se as variações de
distancia entre os dois astros.
QUEMSAO
o sc o m M h d
DA UM
Os conquistadores da Lua ficarão
na história ao lado de descobridores
como Cristóvão Colombo, Femão de
Magalhães, Vasco da Gama ou Charles Undberg?
Na verdade, a comparação não 6 válida:
a descida na Lua é o resultado do trabalho
conjunto de centenas de milhares de
cientistas, técnicos e operários, e
em todo o conhecimento acumulado até
hoje pela humanidade. Para todos os
práticos, no entanto, os pioneiros da
primeira descida no solo lunar serão,
todo o sempre, os astronautas
Neil Armstrong, Edwin Aldrin e
Collins. Além da coragem e da
que fazem os heróis, êles dispunham
também de uma notável formação
cientifica. São heróis diferentes —
os heróis da era espacial.
Pat ColUns, a mulher J e Michael Collins,
sorri ao lado dos filhos Mike, Ann e Kathleen. A direita:
Colltns e Donald Slayton, diretor dê vôos.

A esposa de Neil Armstrong, Jan, mostra


uma foto do astronauta, enquanto o filho Mark espia.
Acima, Armstrong submete-se a treino de pára-quedas.

Michael Collins queria ser o primeiro na Lua, mus a honra coube a I Neil Armstrong, que brinca de voar desde o tempo de crianca

MICHAEL Collins ouviu a pergunta N EIL A. Armstrong declarou certa


de um jornalista, cm outubro dc 1963, vez que a razáo dc seu ingresso no pro­
a respeito de suas esperanças para o fu­ grama espacial norte-americano era “o
turo, e respondeu sem qualquer hesita­ desafio geral do desconhecido". Desde
ção: “Eu gostaria de ser o primeiro «V -,sr. menino êle vem enfrentando êsse desa­
homem na Lua,’* Quase seis anos depois, fio. Na pequena cidade do Wapakoneta
élc foi premiado com um dos três bilhe­ (O bio), onde nascera a 5 de agôsto dc
tes para a missão pioneira da A polo-ll. »«■ 1930. a paixfto de sua infância era cons­
mas a ironia da sorto impediu que élc truir aviões de brinquedo. Depois do
se aproximasse a mais de 100 quilômetros 1#^- aciomodelismo. dedicou-se aos planado­
do satélite: sua tarefa era pilotar o mó­ res. Aos 19 anos, tomou-se pilôto da Ma­
dulo de comando em órbita, enquanto rinha e participou de 78 missões de com­
seus dois companheiros desciam na Lua. bate na Coréia. Numa delas, nfio voltou
E claro que isso nflo diminuiu em nada à base cm seu aviío: o aparelho foi atin­
a importância de sua participaçáo na fa­ gido, mas Armstrong conseguiu manobrá-
çanha e seu nome, juntamente com os lo para fora do território inimigo, saltan­
dc Arrmtrong c Aldrin, já entrou para do de pára-quedas a seguir.
a história. Dc volta à vida civil, formou-se cm
engenharia aeronáutica pela Universida­
Quando era criança. Collins foi des­ de de Purdue, cm 1955, e ingressou na
crito por um professor como "um menino Universidade da Califórnia. Entrando
muito tranqüilo, senhor de si, impertur­ para a NASA, foi pilôto dc teste dos
bável, mas com algo de travêsso nos ,V s:/r
aviões F -100, F-104, B -17, c do aviSo-
olhos". Êle continua assim. Ê o mais ca­ foguetc X -15. no qual chegou a altitu­
lado dos 52 astronautas da NASA e des dc 6 4 quilômetros c a velocidade de
sua mulher o definiu conto "um homem 6 .4 0 0 quilômetros por hora. Quando
de poucas palavras". Durante o vôo de surgiu o primeiro projeto espacial tripu­
três dias da Gemini-10 que êle pilotou, lado, em 1961, Armstrong e outros pilo­
em julho de 1966, as comunicações para to experimentados receberam-no com ce­
a Terra eram 15o escassas que um ticismo, pois preferiam um veículo com .
porta-voz da NASA disse aos jornalistas: asas em lugar de uma cápsula. Entretan­
“Esse é o grupo menos conversador que to, êle nSo tardou a perceber seu êrro:
já foi ao espaço.” Em compemaçRo, Col­ “Gradualmente", confessou, “comecei a
lins agiu muito: caminhou duas vêzes mudar dc idéia. O X-15 era ainda um
no espaço vazio, acoplou a nave ao veí­ avi&o, bisicomente, e compreendi que os
culo. Agcna, mudou de órbita c juntou-se programas Ge mini e Apoio iriam levar o
a um segundo Agena. Suas ações vale­ homem muito além dos meros limites da
ram-lhe um lugar na Apolo-ll. atmosfera, para os espaços profundos.
Como êste era o meu interêsse real, deci­
di que seria melhor embarcar nesses pro­
C OLLINS, nasceu em Roma, no dia gramas.”
31 dc outubro dc 1930, filho do General
James Collins, entáo adido militar da S e l e c i o n a d o pcia n a s a em se­
embaixada americana na capital italiana. tembro de 1962, foi reserva no vôo da
Estudou cm Washington, na escola Saint Gemini-5 e comandante da Geminbe,
Albans, e diplomou-se cm Ciência pela quando realizou o primeiro acoplamento
Academia Militar de West Point. Ê te­ í ■' - tí
de dois veículos no espaço c salvou a
nente-coronel da Aeronáutica. Escolhido de um desastre que ia ocorrendo
como astronauta da NASA em outubro em conseqüência de um defeito técnico.
de 1963, foi reserva no vôo da Gcmini-7 As 23h56min do dia 20 de julho. Arrns-
c pilóto da Gcmini-10. Nas horas vagas, troog como comandante da Apoio-1 1 . en ­
gosta de pescar e jogar bola. E casado com trou para a história como o primeiro ho­
Patrícia Finnegan e tem três filhos (Ka- mem a descer na Lua. Ele é casado com
thlccn, de 10 anos, Ann, de oito, e Mi­ Janet Shearon, tem dois filhos (Eric, dc
chael, de seis). Como tenente-coronel, 12 anos, e Mark, dc seis) c ganha um sa­
ganha 1 7 .1 4 7 dólares por ano (cêrca de lário anual dc 3 0 .0 5 4 dólares (cêrca de
68 mil cruzeiros novos). NCrS 120 m il).
0 coronel reformado Edwin Aldrin,
da Aeronáutica, orgulha-se do feito de Buzx
Aldrin, seu filho. Embaixo: Aldrin
extrcita-se com a câmara em
terras, no Texas.
Armstrong
comemorou seu
>9.° aniversário
sepurudo da
família por 25
centímetros
Mafom e presbiteriano, Edwin Aldrin quase não ia à Luu de vidro

Pat Collins, )an Armstrong e joan Aldrin foram receber seus maridos no Centro de Hous-
tvn. Nas semanas seguintes êles se veriam e se falariam muitas vézes, ma* sem se tocarem.
lido dc hospital lunar, pode ser comparado, rigorosos exames. Compartilhando com êle*
EDWIN E. Aldrin é um dos mais com­ antes, a um hotel confortável. Dispõe de a quarentena está pelo menos uma dúzia de
petentes e dedicados astronautas da equi­
bonitos móvds e salas-dc-estar, espaçosos médicos, microbiologistas, físicos, engenhei-
pe da NASA, tendo conquistado o direito
de ser o segundo homem na Lua graças à quartos e até de uma área para ginástica. ros, e técnicos, além do zelador e do cozi-
sua atuação, em particular, no vôo da Há também eSCrítÓriOS para OS hóspctks, llhciro. Cientistas podem entrar no labora-
Gemini-12. Embora fòssc um novato cozinhfl com comida congelada e uma cn- tório mediante uma engenhosa solução que
em viagens espaciais, êle foi eficientíssi- fermaria, inclusive com mesa de operação. os preserva de qualquer contato direto com
mo nas manobras de aproximação e aco­ E, o mais importante, a sala dc entrevistas. os astronautas. É, em substância, o mesmo
plamento de sua nave com um veículo onde são recebidos os familiares e amigos. artificio que lhes permite examinar as
Agena (feitas sem qualquer assistência Quando as portas de metal se fecham, amostras lunares sem tocar efetivamente
das estações terrestres). Além disso. Al­ os habitantes dêsse pequeno mundo ficam nelas,
drin inovou a técnica dc caminhar no completamente separados dc tòda a vida na
EPOIS que as altas autoridades da NA­
vácuo: notando que os astronautas, nas
experiências anteriores, moviam-se com
Terra. Ninguém entra ou sai. Nada trans­
põe a barreira biológica sem ser previamen­ D SA estiverem convencidas de que os três
homens não voltaram com nenhum mal es­
grande dificuldade c cansavam-sc muito, te esterilizado — os detritos, por exemplo,
êle treinou longos mergulhos numa pis­ que são removidos. O ar viciado pela res­ tranho, darão a permissão para terminar a
cina e utilizou equipamento especial, piração dos prisioneiros é filtrado e purifi­ quarentena. Esta só teòricamentc dura três
conseguindo mover-se no espaço c reali­ cado por aparelhos de climatização. Dentro semanas, tempo suficiente para detectar a
zar tarefas fora da nave com relativa fa­ do laboratório a pressão atmosférica é infe­ maior parte das doenças e epidemias terres­
rior à normal. F.xplica-se: se uma janela fòr tres, porque pode ser mais longa: dois, três
cilidade.
quebrada, o ar se dirigiria, primeiro, do ex­ meses. Se tudo correr bem, como se espera,
Nascido a 20 de janeiro de 1930 terior para o interior, impedindo os possí­ terá sido para os astronautas apenas um
em Montclair, Nova Jérsei, Aldrin di- veis germes de sair e dando tempo a que se descanso um pouco exagerado: o tempo de
plomou-se em Ciência pela Academia tomasse uma providência. Como uma pre­ três viagens de ida c volta à Lua. Umas fé­
Militar dc West Point c obteve o titulo caução a mais, tôdas as paredes são reco­ rias confortáveis e sadias, com alguns mo­
dc doutor em Gcncia no Instituto Tec­ bertas por uma pintura especial, tipo mata- mento* penosos. No dia 5 de agòsto, Arms-
nológico dc Massachuselts. Durante a môscas, que retém as impurezas que por­ trong comemorou seu aniversário ali dentro.
guerra da Coréia, participou de 66 mis­ ventura escapem das diversas barreiras. Fèz 39 anos separado da mulher e dos fi­
sões dc combate como pilõto e ganhou Durante sua permanência no LRL, os lhos por uns simples — mas terriv •'ment-'
duas medalhas e uma condecoração, re­ três lunautas sio submetidos a constantes e incômcdos — 25 centímetros de vidro.
cebendo o crédito pela derrubada dc dois
Mig-15. Selecionado no terceiro..grupo
de astronautas da NASA, em outubro de
1963, êle quase foi eliminado dois anos
depois, cm conseqüência dc um ferimen­
to no joelho. Submetido a uma operação
para a remoção de cartilagem destruída,
Aldrin conseguiu rccupow-se e foi pl-
lôto-rcscrvn da Geminl-9 e pilôto efetivo
da Gemini-12.

AkLDRlN é filho do coronel reformado


Edwin Aldrin, da Fòrça Aérea. £ louro
c tem olhos azuis, costa dc caça submari­
na e de corridas. F. presbítero e curador
da lgrcpi Presbiteriana Webster e ostenta
o grau 32 na Maçonaria, além dc per­
tencer a numerosas organizações cienti­
ficas e tecnológicas. O companheiro de Antes de chegarem ao espaçoso
Armstrong na primeira caminhada na e confortável Laboratório de RecepçdO
Lua é casado com Joan Archer e tem Lunar, os três conquistadores da Lua foram
très filhos (J. Michael, de 14 anos. Ja- transportados, desde o porta-aviões
nlce, dc 12, c Andrciv, de 11). Seus ven­ Homet, no Pacifico, dentro de um modilo
cimentos e gratificações como coronel da
Aeronáutica totilLir/un J 8.622 dólarc* por reduzido, chamado compartimento móvel
ano (cérca de 75 uul cruzeiro* noeo*>. dc quarentena. A complicada operaçSo
de transporte durou cèrca de 27 horas.
OMJUS
PODEROSO VEICULO
DA TERRA
No instante cm que parte da
plataforma de lançamento
rumo ao espaço, um foguete
S atu m o 5 libera um empuxo
de três milhôcs c quatrocen­
tos rali quilos — o bastante
para colocar 127 toneladas
cm órbita a 1 6 0 quilômetros
de altitude, ou para lançai
43 toneladas no espaço in­
terplanetário, a caminho da
Lua, N a sua aspiração de
conquistar outros planêtas,
dentistas e tócnioos transfor­
maram os foguetes — uma
invenção chinesa que data de
quât/h*ftnil anos — no mais
poderoso meio dc transporte
já produzido na Tetra, O que
foi impossível realizar com o
canhão idealizado por Júlio
V crac c uma tarefa perfei­
tamente ao alcance do Satur-
no-5, o mais jovem c pode­
roso representante de uma
família que tem progredido
muito nos últimos dez anos.

Nos primeiros dois


minutos e 15 segundos de seu
rôo, o Saturno-5 leva uma
pequena tòn e em seu vértice.
Tratáhu de um dispositivo
cjpeciaJ que, em caso d e
necessidade. poder4
derdver imediatamente ao
mar a cápsula oom os
astronautas.
Armstrong. Aldrin e Collins trouxeram da Lua
o mais precioso material já transportado pelo
homem em qualquer época. Chamado a estimar
o valor das rochas lunares recolh das no
solo do mar da Tranqüilidade, o administrador
da NASA, Thomas Paine, fêz uma estimativa:
25 bilhões de dólares. Na verdade, elas
representam o resultado material de todo o
programa Apoio, no qual os Estados Unidos se
empenharam nos últimos dez enos. Dentro
de alguns meses — tão logo terminem os testes
científicos iniciados em Houston e que
prosseguirão em dezenas de entidades cientificas
de todo o mundo — os pedaços da Lua
ganharão a vitrina dos museus, ê possível que
outras amostras cheguem no futu o e que elas
acabom se transformando em coisa bastante
comum. Mas estas, particularmente, preservarão,
por certo, o seu excepcional valor histórico.

O Or. f. A. King cbetia oe preliminares das * mos­


tras. ainda de quarentena nas câmarat de vácuo de NASA,

Esta foJ a primeira das duas caixas contendo o matéria)


a chegar ao Laboratório de Recepçio Lunar, em Houston.

Para avttar qualquer contaminaçSo psloe possíveis germes


lunares, oa clentísias usam luvat npocigit nos testoi.
A preparação
Quando
pronto para de um Saturno para
o lançamento é tarefa
o lançamento,
o Saturno-5 que mobiliza, dia e
tem a altura noite, milhares
de um edifício de técnicos
de 42
andares

Sm katms f v âmu&dem um
IffjtçacM D . m k a cm Cabo Kcnncdy
dòo mimo caian d o m céu. A n U í que os
axtrvnmwtm m u a e aa urtts lu^ar**, um
exército de ÈÍcaetoos fc e fe r a c gtpznu,
com é r r t p rec isJo .

Usados ínkãlsseafit can o arma, na


I Grande Guerra, p a n destruir bal&es de
obscrvaçío do carxcx.; db Kxrscr, em Ver-
dun, oç foguet» *ayeli época, ji eram
estudados para— l i fins. O nx«o Kons-
tantin E. Tá d fa A f, o fraocès Robert
Esuault-PeJterie. t =*anc m n no Ro
bert Hutchings Gaddbrd e o ra— ao Her-
mann Obcrth E b É B ffaafiC. O i W » ga­
binetes- T sinlluiJrf é, nb onas aspec­
tos, o mais impoctmic fci o p raw ro , en-
tre outras coisas, a propor o aso de com
bustíveis líquidos a s k p r de póhora.
Pchcric cogitou da c a e rp a atômica na pro­
pulsão de foguetes, Goddard inventou os
dispositivos dc estah—xaçâo. e Oberth
fiz o prrviiAo dos vôas interplanetários.
A construção em estágios
foi o meio que permitiu, finulmente,
dispurur os foguetes paru as longas
viagens interplanetárias

h estágios abandonados reentram na atmosfera e se destroem. Se isso não ocorresse, haveria incontáveis foguetes girando em tò rn o d a T err,

í funcionamento do foguete baseia-se no do combustível que é necessário consumir tarefa e é desligado ao esgotar-se, começai
)rincípio da reação, formulado pelo cien- para alcançar uma determinada velocidade, do então o trabalho do terceiro. Teòricamci
ista inglês Isac Newtnn ( 1 6 4 2 - 1 7 2 7 ) cm dentro de um determinado espaço de tempo. te, um foguete de dez ou vinte estágii
•ua famosa lei: T ôda fôrça gera uma força Noutras palavras, o pêso do combustível ne­ permitiria a obtenção de velocidades espai
cessário para obter um quilo de empuxo por tosas. Mas há dificuldades práticas para
ie reação igual à sua e na direção oposta.
segundo. Os engenheiros falam também do sua construção. A maior delas seria o ai
?ara melhor compreender essa lei física,
impulso específico: o tempo necessário para mento do pêso na partida: o motor do pt
maginemos um recipiente cilíndrico cheio
que um quilo de combustível produza um meiro estágio teria de ser enorme e dotac
le gás sob pressão. Esta pressão se exerce
quilo de empuxo. dc um poder de empuxo fabuloso.
:om fôrça igual sôbre tôdas as paredes do
Dentre os inúmeros problemas tccnicos
/aso, que assim permanece imóvel. Porém, com que se defrontam os construtores de
e fizermos uma abertura no fundo do recipi­ A energia produzida pelo motor do fogue
foguetes, o maior ainda é o ,do propelente,
ente, o gás começará imediatamente a esca­ um a dupla tarefa de erguer o seu pêso
isto é, a mistura inflamável que aciona o
lar, ao mesmo tempo que pressionará tam­ aumentar a velocidade até o nível desejadi
motor. Notáveis progressos foram alcança­
bém na direção oposta. O vaso se porá em Três fatores contribuem para que o de.;er
dos na redução do pêso da estrutura, dos
novimento, e tanto mais ràpidamente quan- penho do foguete melhore a cada segund
motores e dos reservatórios. Mas muito pou­
o mais rápida fôr a saída do gás. Compre- de ascensão: a ) a fôrça da gravidade terre
co pôde ser feito até agora em relação aos
mde-se, assim, que o foguete não tem ne­ tre diminui à medida que a Terra se di
propelentes, que ainda constituem a maior
cessidade de apoio, podendo voar perfeita- Lancia; b ) o pêso se reduz gradativamem
parte do pêso dos foguetes. Apesar de todos
nente no vácuo. Um parente próximo do com o esvaziamento dos reservatórios c
os avanços; a carga útil de um desses gi­
oguete é o motor a jato, baseado, também, combustíveis e, no caso dos foguetes de v.
gantescos engenhos lançados em Cabo Ken­
10 princípio da reação. A diferença está no rios estágios, com o abandono das seçõ«
nedy não vai além de 2 % do seu pêso total.
ato de o motor consumir oxigênio do meio inúteis; c ) a atmosfera se toma rarefeit
£ como um caminhão de 1 5 toneladas que
imbiente, ao passo que o foguete tem de oferecendo cada vez menos resistência s
não pudesse transportar mais do que o mo­
itiiizar as suas próprias reservas de com- avanço. Quanto maior a aceleração, ma
torista.
mstível e comburente. rápida, a chegada do foguete às altitud<
O meio encontrado para permitir a as­
À fôrça de propulsão do foguete chama- onde a resistência é mínima e pequeno tan
censão dos foguetes às grandes altitudes e
e empuxo, e é o resultado da multiplicação velocidades necessárias à colocação de ob­
bém o consumo de combustível. Mas a ac<
a massa de gás expelida em um segundo leração tem que ser condicionada à tol<
jetos em órbita, foi a sua construção em
cia velocidade de ejeção. Se um foguete ráncia des instrumentos e da carga human
estágios.
ueima 2 0 quilos de combustível por se- do foguete.
undo e expele os gases dessa combustão à A trajetória inicial do foguete lançado
elocidade de 2 . 5 0 0 km por segundo, a sua T RA TA-SE da junção de vários foguetes, de satélites e naves espaciais é sempre ver
jrça de empuxo será de aproximadamente acionados sucessivamente. O primeiro serve tical, a fim de que possa vencer mais ràpi
inco toneladas. Para que o foguete possa para dar a partida e elevar o engenho até damente a resistência atmosférica. A parti
ecolar, a fôrça dc empuxo deve ser sem- certa altura. Terminado o combustível êle de certa altura, vai sendo pouco a' pouc<
re superior ao seu próprio pêso. O dc- se desprende do resto do conjunto, aliviando- encurvada, quase sempre na direção do les
ímpenho de um foguete é definido prin- o de um grande pêso e possibilitando um te, nordeste ou sudoeste, pois desta formi
ipalmente por aquilo que os técnicos cha- considerável aumento de velocidade. O se- o engenho se beneficia da velocidade d'
de leitores acompanhavam com apaixonado
Júlio Veme possuía, na verdade, noções corre­
interôsae o fantástico empreendimento. Cada se­
mana. ôsses leitores esperavam com crescente D ARBJCANE e Nlcholl a io tecnocretavant tas de física, de Oalletiea e de astronomia. Além
disso, consultava 'frequentemente um cientista,
Ia tettre. que representam o progresso otífleo
ansiedade as novas peripécias, imaginando co­ seu primo Garcet, professor de matemática su­
jé alcançado pelos Estados Unidos na junda
mo aquilo poderia terminar. Hof» em dia. len- perior em Paris. Ê íle é o responsável 0elos cál-
metade do sácutò passado. O divórcio teológi­
do-se as p&ginaa de Júlio Verno, ficamos Sur­ cutos para o lançamento do projétil rumo à Lua.
preendidos com a espantosa semelhança entro co enire o nôvo e o velho continente jawsHa
há cem anos e Júlio Veme se deu contidlsso, O gigantesco canhão Columòiad foi Instala­
a obra e a realidade doa nossos dias, em ma­ do peta imaginação de Veme na peninsulá da
escolhendo os norte-americanos como a pri­
téria de exploração do cosmo. Vem » antecipou meiros conquistadores do espaço. Tovia, a Plórida, nos Estado» Unido*, exatamente na ci­
O vôo da Apoio-11, descrovondo com miraculosa intuição do- escritor nSo desprezou o s ogrea- dade de Tampa, que está localizada a apenas
intuição a viagem do homem à Lua. ê algo de com quilômetros da base da N A S A em Cabo
sos técnicos realizados do out/o lodo diAtlán-
quase Incrível. tão grandes séo as analogias o tico: por Iseo. féz representar a Europineesa Kennedy.

júlio V em e imaginou um Em cima, os personagens


colossal telescópio, colocado em Lo«g's *""f —- » '' - ■ de júlio Veme começam a sentir os efeitos
Peak, nas Montanhas Rochosas ( Estados o romance e nu realidade. Em ci.j^ da ausência da gravitaçOo e passam a
Unidos), a fim d e acompanhar o v3o interior do projétil de Veme e fliltma-. flutuar no interior da cabina. Embaixo •dois
d e su a cá p su la para a L u a . A sua r Armstrons. numa cabina constnSldrín astronautas (Stafford e Young) flutuam
Em cima, a cápsula de. Vem e, concepção nãõ se afastou demasiadamente róis dos no interior da Ajiolo-10, que estéve
num vagão ferroviário. Embaixo: Apoio- 11, de um dos poderosos radiotelescópios P e}* degraus astronautas há meses em órbita lunar.
mui to parecida com a ilustração do uma escada, sabem o s .
tjue a NASA instalou com a romance. E, j w uma rampi
famoso romance francês. mesma finalidade. cheeam aos elevar,
• exercicio intelfgerrtc de ffcçao
cientifica acabou abrindo o caminho para
— a descida do homem na Lua

MODULO
LI IR
A CHAVE DA CONQUISTA
nu

Durante oito anos, milhares dc especialistas aperfeiçoaram a idéia


dc Houbolt, até que a aranha ganhou a estranha forma atual: era capaz de
assegurar o pouso do homem na superficte da Lua e garantir o seu rciórno.

Quatro pernas esguias, 18 fo-


guetes, 15 antenas, 48 qui­
lôm etros de fios elétricos, oi­
to diferentes sistemas de rá­
dio, 16 toneladas dc peso; es­
ta a descrição sumária do mó­
dulo lunar, o veiculo*vedete
da viagem ao satélite natural
da Terra r&ltzada pela Apo-
lo -ll. A éle coube a parte
mais delicada da missão —
desprender-sc da nave-mãe,
pousar suavemente no mar da
Tranqüilidade c depois, cum ­
pridas as tarefas dos astro­
nautas em solo firme, alçar-
se por seus próprios meios c
efetuar o reengatc nu módu­
lo dc comando, sendo então
abandonado no espaço * por
nada mais lhe restar fazer. A
perfeição com a qual exe­
cutou todos os detalhes da
complicada operação atraiu
boa parte do interesse do his­
tórico vôo para feste fantás-
't i c o engenho que, era ativida­
de na imensidão do espaço,
parece uma pequeno m ó i a
sobrevoando uma superfide
alva. Ele foi a chave do su­
cesso da viagem empreendi­
da no més passado — c será,
também, a chave do éxito dos
futuros desembarques na Laia.

Um ohsctero engenheiro aeronáutico da Virgínia cvncebeu éu e protótipo


de módulo lunar, que seria depois abandonado no espaço t o apresentou
aos metorais da corrida cósmica, que unham as iuas próprias idéias. Von Broun
disse "N Jo, não serve.1' Mas fohn Houholt não desistiu t acabou
ganhando a concorrência, grtfÇitt oú boíxo CXtStO de SCtt engcnJtú.
As N A escolha do local, Veme previu o con­
flito que iria surgir entre os Estados do Texas
e da Flórida, cada qual querendo se tomar o
t« ir o , d u ra n te o p o r ío d w
municações com a Terra, quando qualquer liga-
çáb era impossível, por se encontrarem os as­
d v iu tv r r u p fO o uao o q -

tronautas no lado oculto da Lua.


semelhanças "trampolim para a Lua”. Hoje, os dois dividem
essa prerrogativa: a base de lançamentos está O s heróis de Júlio Verne chegaram muito
em Cabo Kennedy, na Flórida, mas o centro de próximo do nosso satélite natural, sem contudo
sugerem que a contrôle está em Houston, no Texas.
A narrativa de Júlio Veme tem particulari­
desembarcarem no solo lunar. A honestidade
cientifica do autor, levou-o a interromper a nar­
dades assombrosas Por exemplo: os três cos­ rativa no pórtico do mistério. Barbicane, Nicholl
ciência do século monautas descobrem que podem sair da cápsula
desde que disponham de um escafandro e de
e Ardan conseguiram subtrair-se à atração lunar
acendendo "fogos de artificios", situados na
uma bomba de ar. Cem anos mais tarde, os pri­ parte posterior do veiculo. “Fogos de artificio”
XX se inspirou no meiros astronautas descobriram que podiam
passear no vácuo, ligados por um cordão umbi­
que correspondem ao foguetes e retrofoguetes
dos nossos dias. O s foguetes, aliás, desempe­
lical que lhes fornecesse oxigênio. Barbicane, nhariam no conjunto da missão, um papel in-
velho romance Nicholl e Ardan se encontravam na órbita lunar
sem a certeza de que poderiam destacar-se
suspeitado por Júlio Veme. O s heróis do roman­
ce voltaram á Terra descendo no oceano Pací­

francês dela para voltar à Terra. O folhetim apresentou


então momentos de angustioso suspense, pois
não havia melo de ajudá-los. A mesma angústia
fico, onde foram recolhidos por um navio ameri­
cano, tal como o porta-aviões Hornet recebeu
a incumbência de recolher Armstrong, Aldrin e
dominou os técnicos de Houston e o mundo in- Collins
SEG U E

Até a possibilidade de passear Em cima: Verne imaginou com alguma


no espaço foi antecipada por Júlio Verne. ingenuidade a descida na Lua, sem os
No alto: o cão Satélite, lançado no equipamentos vestidos pelos astronautas.
vácuo, segue o deslocamento da cápsula. A direita: a cápsula de Verne sai da órbita
Embaixo: o astronauta norte-americano lunar. Em confronto: desenho de
Gordon cavalgar a cápsula Gemini-11. operação idêntica feito pela NASA.
Os peritos em astronáutica tinham outras
idéias, ainda mais sofisticadas. Mas eram tão
dispendiosas, que nem a fabulosa riqueza Só depois de
americana suportaria u
\ ' •»
s
í* obter 0 apoio de
Von Braun, o inventor
J

v :* 1 ? - lv r> '•

Os ciroftaos
do módulo lunar
-’V? v
prm r/jm com
notàrel precisão a conseguiu aprovar
performance do %
*Ódüio, tto instante da
chegada e da saida
0 seu projeto
v r
dos asfro«f4tU4s
da sm ver fic ie do
satélite natural
da Terra.

ío i cntfto que um obscuro engi?-


nnelro da Aeroniutica, o Dr. John C.
HouboJt, d e 41 anos, trabalhando do Cen­
tro dc Pooquivi dc Lan*Icy. Vlr^m *, ÍC<
alguns cikrulos a tipis num caderno de
notas e descobriu uma quarta toliȍ*o. mau
ron\fnim|c do que u propo«i.ic Nuui d*^>
seus esboços. KouboU finagíiiou m u
dc pernas esguios que scrla engatada
à nave principal, separada dela p eto da
Lua c que desceria «o satcLitc enquanto a
outra permaneceria em órbita lunar. O
aparelho necessitaria dc um equipamento
muito n u » leve, porque n.Vi regressaria i
Terra: cm ver disso, decolaria da Lua opc-
nac pir» transportar Oó astronautas de volta
Durante todo O trabalho dc à nave-nOe. que eni^o LnkiarU a viagem
aperfeiçoamento do módulo, os cienti*Ur> dc regresso. Esta tócnkM, ho)e conhecida
resptturram a idéia inicial de MouboU- 0 como Lmnmr Vrbit Remhz-Vons CLOR),
resolveria muitos doa problemas de com­
engenho que tocaria a Lãiã seria dividido e
bustível e pèso.
duas parus. A dc baixo ficaria em SOh Im*
UANDO apareceu armado de «eu*
e a de cima A taria d órbita do satélite, pura
acoplar-se com a nart principal Seria
Q cálculo*, Houbolt teve unoa frU xc-
então abandonada. cepçlo. Von Braun balançou a cabeça c dis­
se “Nio, nfio iterve", depois de oun4o ex­
plicar a sua idéia numa reuni&o da NASA.
Ainda maks insensível, Farget declarou:
“Suas figuras iDentêio." Mas Houbolt nlo sc
meta *nn presente década'*: o projeto tinha nica também gerava serias dificuldade deu por vcoàdo c escreveu ao Dr. Robert
história dc como u módulo lunar
A cmcr^tu gradualmente no projeto de
rxplorjçào espacial dos listados Unidos v
uito ojiu* paru fiLur prunLu.
Naquela épara, u idéia dc enviar umn
Para transportar 0* homens, era prccl
uma nave muito pesada, para supott
Scamans, entio administrador da NASA,
expondo 0 seu projeto. Coincidiu que Sco-
lio romanesca como a incrivél peripécia nave tripulada uO satélite parecia aos cien­ também os equipamentos, aparelhos c s V nuns estava imiilO cético quanto à viabilida­
ptiroento* com 0* quais 05 astroruut r . ' O de dos trés projetos apresentador pelo seu
que óle rcali/ou no ponto culminante da tista* c engt nlieiro* uma extensio lógica
kiagem da Apolo-11. Fm 1961. quando subsistiriam pelo menos uma semana.' estofe e anskiso por ouvir outros alteroalivas.
das missócs otbkats cm volta da Terra-
0 KOU&DO nortc-americano outori/iXJ O pla­ prover tal engenho de combusthel è mot Impressionado com o argumentação dc Hòu-
TnJs correntes haviam se formado. O pri­
nejamento do desembarque do homem na suficientemente poderoso pira a salda < bolt, determinou que vua idéia fôsse estu­
meiro grupo, liderado por Maximc Farget.
Lua. estava lançando no ar estas pergun­ Lua c 0 rctórno ao p lan ta era uma ooi dada.
um dos primeiro* desenhistas da çspaçonaw
tas essenciais: como poderiam homen* <*r McrCury, pani um homem, cr-a favorável a que a tecnologia ainda nik> estava cm CO Diversos setores da NASA já haviam
transportado* paia a Iju* c voltar e conto Dtrcct «Ascent: um foguete lançaria uma diçtics dc rejoher. ebegodo i conclusão dc que os
poderiam pousar c decolar a salvo do saró-
btc? nave diretamente à laia. Objete vu-sc a ccm tcrccira corrente, integrada peli entãi> considerados nunca pederiam

O j>robleiTia foi entregue aos dentistas


tese que seria necessária um foguete munu
mentol, talvez cum im isde S. SOO toneladas.
A Câoitisras da Jet Propubion Loh
ratory dc Pasadcna. Califórnia — que c
umo tripulação 2 Lua no período
e «pie o custo de qualquer um délcs
! engenheiros da indústria, das univcrãidit- E o problema dç faxé-lo decolar nn super- tal ardem que o govCmo faulmente recua­
tara entito desenvolvendo uma nave náo ti
les e da NASA. Para des. nõn era uma fkte lunar parecia impossível de resolver ria. A estratégia dc Houbolt começou a su­
pulada que depois executaria com éxito 1
luestôo tolalmmtc cst/anlu. Durante dé- mesmo que fôsse construído 3 tempo. missócs de fotografar a Lua, arbãtar c d e bir ràpiduneni* dc cotação. Von Braun c
tadas vinham discutindo Isse assunto, A segunda corrente, à qual pertencia o. ccr nclú — propunha que o combustivi E.vrgct fuulmcntc abraçaram 0 projeto e até
tocém mais cm termos de entretenimento Pmf#-?w>r VVe/nlkCI VOJl B r ft u n , d c-fc-Jid ia í» •extra «• o s çuptííuciitoM fiVxcm iui»M >iru ajudaram a convencer « 1m h renitentes. A
natcmátaco, como formular as equaçOes soluçftu <btnuKl* Earth UrbH RttuleirVot*> *t£ o w tclilc [Mv um cn^uiiio ivXo tr fórmul.i do apurettio destacável dr uma cs-
iiTi-\v:«ri:K jx ir a um fngi»cii> ç t r a p tir do ( B O R ). Em vez de uni gigantesco fogue­ pulado. Os astronautas im rn cm outr poçoDíN-e principal, paro desemhciicar e de­
ampo gr*vltacion3J da Terra. Repentina* te. dois pequeno* seriam colorados em viagem, t Os usariam para a sua pcm unéf colar na Lua. ainda teria anos dc pcúblnnav.
nente, a bmu..uhir« (cirnava*)c real. Além órbita terrestre, uni com os astronautas a cia c viagem dc volta. A sohiçao, pcucn tócnkxw para os engenheiros c o desenho
lisso, quando o Presidente Kcnncdy reco- borclo c outro che >0 de cotnhtjstivd. PJc* envolvia lances demasiado arrojados - Inkial vofcerva numerosas modlfkoç6« com
oendou ao Congresso que a nação devia SC encontrariam a n órbita. c a nave tripu­ alóm do risco dos Ikuuciis descerem nui o.cotxcx do tempo. Mas. no esseaiciol, 0 mó­
v»por-^ o desafio de enriar homens á Lua. lada, j j abastecida com o ccinbtisPvel ponto dcinostadaincnu: «IJuante <fo engC dulo lunar já estara todlnlvo na cabeça de
ai fixado um pra/O. Era preciso atingir a extra. prosseguiria viagem. Mas essa té o nho abascecedor. um homem, oito anos ítris. Como uive es-
pocioJ, talvez seja o último imaginada cm
•» . K * • ^ - .»#•
Quase doze anos de progressos
contínuos, desde o Sputnik até a
Apolo-11, permitiram ao homem
realizar a sua primeira
conquista no espaço

A hfelória da conquista do espaço começou no dia 4


de outubro de 1957, quando a URSS lançou o
Sputnik-1. Um més depois os soviéticos colocariam
o primeiro ser vivo cm órbita: a cadelinha Laika, qute
iiio voltou. li cm 4 dc dezembro de 1 9 6 1 , Gagérin
subiu a bordo do Vostok-1. Era o primeiro astronauta.
Os russos acumularam uma sucessão de recordes até
que os Estados Unidos s* lançassem à conquista do
espaço através da dctcrmtitaçlo do rrcsldcnte John
P. Kennedy c do génio de Wemhcr voo Broun. C o
roeçaram entôo os grandes fertos americanos, os pro­
jetos Vanguard. Mcrcury. Geraini c Apoio, que fi­
Spirl««k-3 era IS vézrt mal* pxvxAo que o 1, què inaugurou os svos orbitai 5 nalmente levou o bomem a canquisrar o satélite ter­
) tripulado.. Seu antecessor, o Spututk-2, Irsxw a cadelinha Laika. restre, lançando mflo de recursos uuriramvnte Ini-
nuuitnávris há pouco mais de uma década.

G kerm an T Uor estabeleceu cm m arço J e 65 um t o


cor de que parecia im preatonaitte: 2S k em órbita.

d/tahrilàla 19 6 1 . a h erd o d o V astok-1. lúri Ga&árin em ocionem O m undo, a o transform ar-** no v rim n ro r**r*e*n tan t* hum ano
O primeiro feito dos. Estados Unklos, na cra espoeu), foi
o lançamento do Explorer-1, em 31 de janeiro de 195S.
Depois, vieram os Mitos suborbíUts dc Allan Shcpnrd Jr.
c VirgU Grh&oin, antecedendo ao vôo dc John Glcnn, que
foi o primeiro americano o ser colocado cm rábit.i, cm 2 0
lançamento # de fevereiro de 1962. Os EUA colocaram em cxecuçJfo
quatro projetos espneinh. 0 projeto Apoio prossegui ri,
norte-americano com oito outros lançamentos. Enquanto isso. os técnicos
preparam um nôvo programa. chamado Projeto Viking.
correspondeu a um cuja meta é colocar o homem em Marte. A rigor, os Esta­
dos Unidos n3o pararam um minuto cm seu grande csfÔTço
passo certo em ^ccnoiógico dvsdc «jue o PrcsSdíntc John F. \ cn n d jf deci­
d iu que va*u pofe chegaria A Lua ainda na década d e 6 0 .

direção à Lua

McDiritt jé era um pioneiro. Com Edward W hite, testou o f o


guet* Titã, dentro do programa C e min). E J u a / J W kHe fo i «
ytim elro aitronauta am ericano a flutuar no espaço, em 1 9 6 S.

famry MeQMtt crjmaudou a Apoio* y, provando a capa­ Tripulação da Apoio-7: Waltcr Schirra, Don Fisclc e Walter
cidade operoctonal do módulo fora do campo g/ari (acionai. CunnlNgham, Primeira nave com 3 homens em órbita terrestre.
Schwckkart (oto^rafon flutuando uo vácuo (Apofo-9) o* instante* fluais fio acoplamento do
módulo lunar. H ensaiou o re.tóruo oo módulo de comando peáo lado de fora de ambos. A

Charles Conrad (foto) com Gor-


A esquerda, James Loretl áurtmte um en­
don Cooper, a bordo da Genüiú-5, saio da descida da Apcd/^R no mat. Acima,
hugrire Certtau participou do *óo da Apoio-1 0 , que f ê z o e n s a io final da v ia g e m á l u a . A Recorde, em agfatv de OS, de p er jcdtn Young, o cvm^nd<mte do móduk* de
manènei* mo atraco: uma semana. co m a n d o da A p o io -tO , cm p len a operação
direita, John Gletsu q u e a b o r d o da FricnJsJiip-? f o i o primeiro american/s a tr a o e s p a ç o .
A corrida pela
conquista do espaço
sideral fêz 4 vítimas,
cujos nomes figuram
em medalhas deixadas
na Lua

O VrcàtUntc JaJtit F. FCrwwetfy condecorou o aUtonauta Gordou Cooper, em 15 dc maio de 1 963, após o wltimo vôo do Projeto
Mcrcury. A raixh-7 cnmprin 22 órbitas em tórno da Terra, Kennedy 2 ano* ante* firmara a drtermiuaçdo de conqttlsutr a Imo.

wmmm
A* rrtimas da corrida d o es poço foram sepultadas com o heróis nacionai*. tanto nos F-tfrfehi* V*rdf>f com o na União Soviética.
A arrancada
.
para a lua
nasceu de um
compromisso
de Kennedy,
em 1961

A grandeza da visfio hKtiVka do


Presidente John F. Kennedy dc*
íencidcou o grande esfòrço norte-
amcricino que levaria o homem a
pisar o solo lunar. Discursando pe­
rante o Parlamento em 25 de maio
de 1961, depois dc os russos já ha­
verem obtido vários êxitos apreciá­
veis. Ketwwly assumiu o compro­
misso de conquista da Lua no* nuve
anos seguintes. Vinte dias antes.
1967 foi o Ano trágku da astrooáulica. Era 7 dc VW jf«rr kumaroí' era Allan Sbeppard Jr. realbcara ura
janeiro. em Cabo Kennedy, Vírgjl Grisson, que um retenrao do espaço. salto suburbital. Em março de
fóra duas ao espaço: ÈUlward White, o pri­ Morreu a bordo da Soyvz- J 1962, John Gtenn seria o primeiro
meiro americano a flutuar fora dc suo nave; c cnjvr itstem*Ts de americano a entrar cm árbita ter­
Rogvr Cbaffec, o únfcco estreante do grupo, mor­ aterrissagem não restre, levado por um foguete Atlas
funcnmaram, em 24 d e a bordo da cipiuLi FrieDdship-7.
riam carbonizados a bordo de uma cápsula Apoio,
ahrtl de 1967. Jd fãru ito Foratn necessárias mais oito anos de
cm Tem ), ‘fuando reali/avam frrfiitaitkentos. H a
24 dc abai, Vladimir Komarov, rambetn um ic- espaço como tripulante intenso trabalho para que a deter­
da primeira cdjnula minação dc Kennedy se cumprisse
tc/ino. morreu a bordo da Soyiu-l. cujos dste-
ViAkhod a roar * y ; iu m o r * integralitxnte, sob n admiração de
m-is «i< freagem nSo funcionaram corretamente,
d c uw cmmorvaiihT tôda a humanidade e a explcsúo de
no tentar o rctómo à Terra, Esses deploráveis
acontecimento*. ocadoeiaram atrasos tanto no alegria dc todos os que colaboraram
programa espacial tovUkico qu*nto no americano 2 0 d e ju lho de 1 9 6 9 r tornara te realidade a promexxa de Kennedy: o homem pi- de alguma forma par» que a tundri-
P <* f im «Vr» am C J i ..i > * n R ‘ 4*O Í/ *'í»- • •- • « ffl amrrimnn filw (W-~U nn T
Com a chegada das naves
Mariner-6 e 7 a Marte, o homem
reúne informações essenciais para seu
próximo passo na ocupação
do Universo

O tiío fui comandado pelo l aboratõrio de Propii/sau a ftilO.

O M arwer-ò —
COM $tuti hater
Quem vencerá a nova etapa da corrida espacial
— ainda mais longa e emocionante do que a aukro ulenas
se assemelha a i
conquista da Lua — que acaba de ter inicio com o moinho de reut
vôo espetacular dos Marmer-6 e 7? 0$ cientistas COUU'%tílli obter
soviéticos cercam de intenso segredo seus fotografia* de a
preparativos para a invasão do planeta vermelho, "irei Ucntco,
m ostran d o
embora se saiba, no Ocidente, que nas instalações
acidentes de ia,
de Bochum estão sendo treinados cosmonautas russos
va/iedade ync <
para viagens espaciais de mais de um ano. ctentiaâ,s fiçarai
E os Estados Unidos prosseguem nos preparativos perplexos, A
para desencadear a Operação Viking, que começará cujnerda, u ès \
com a descida suave de uma cápsula não tripulada d a aproxim ação,
em Marte em outubro de 1973, culminando em 1982. obsrn vu do-u '
nitidam ente a
Um veterano astronauta norte-americano — calota polar d c
pOSSlvelmcntc um dOO pionoircw do atu»l Prt>jM«o
M arte. A o alto,
Apoio — cravará entào na superfície marciana d eta lh e da graru
intriga
Marfe parece um
mundo morto, mas
a experiência terrestre
Depois da descida
do homem em Marfe,
talvez não encerre
tôdas as formas
da vida internacional i
" o c*trr a s g r a n Jo » n a v es
espaciais tom arão o
rum o do in fin ito plaza hotel de
A Sà sondas espacial* automáticos M ariner-6 e M anncr-7 cnviaiam
Terra dezenas dc fotografi» que serio agora w b m e tífo i
a n illtr dos computadores. e n c a rre g o * de
ciai c apresentar as tirnucm com a máxima niodez.Ju lg a d a s em
porto alegre?
rv.n , _ N i o > N o Ptazo, o melhor agente a
conjunto, as fotos recebidas agora sáo cem vfttcs melhores e mais 5 T Í ^ p T í ^ P ? ' J W » ^ o m u X intei
nítuLii do que * obõdas p d o M ariner-4 há cêrea de ires anos c bem. E o responsavd por isso, vôcé sa b e r ^
meto. Todavia, nenhum a das cápsulas tem condiçOes para examinar humano do reu awndimcnto - todo individual
o solo marciano: n io sc pode avaDçar, portanto, dados conclusivos
sobre a existência ou não dc sida. Sabe-se apenas que. tendo sido
constatada a ausência de nitrogênio, n io poderá haver vida qui- 'jipiazai
niicaiucntc igual à da Terra.
À viagem dos irmias Marincr-6 c 7 nSo t a primeira apro­
ximação científica que sc faz com Marte. Muito antes, matemá­
•Hotel}
ticos, fisioos, bioquimkos, astrônomos c radioaNtrônomos já haviam PÔ R TO ALEGRE
b.*4<i foto , toma Aa peio Martttrr-7, moura uma zoua de
?>tabek*cido ccm preriUo uma série de dados sòòre o planéta ver­ Marte bastante parecida com certas regiões da Jjta. \ o fundo da*
melho. No dia 26 dc março d ta r ano, o Dr. Ronald Shorn, do crltetas murctana* porém, poderé htner vtgrtaçãv.
Laboratório dc Propulsão a Jato dç Pasadenu, depois dc estudar
durante 1 . 600 dias a luz refletida por Marte, íéz uma afirmação
hHtócica: a 4c que existe água na acmotfera do planêtn, o que A $ explosões m aaiarus São aorro misièno que crvscr cm mten-
confirma a jicrssibilidade da existência de rida o Dr. sidade d c p ls que o Manoer-T detectou um^ cs|»ral bnlhantc.
Shom: "Sc alguém pudesse recolher essa água e distribui-la pov denominada Grande Cordão de Sapato cm turno da qual foram
tiída íujterfíctc d c Mane. cJu fuitiuuU uxtoíi <v*p* <fc um mliniwtf i> ch%rrvado> i c k i o r t o ç r ^ r a f K C i . N*o d ia ottu dc dc/íi*i-
dc espessura.'* bro dc* 1951 o cftcn tixt* j vpoa r i, T-tmro S a l c h i rcv clm i a Von
B r a u n ter observado um ponta cvamaanirntc brilhanit*, "semt-
Há dez ante, o Dr. Wilham M. Sinton, um dos mais em i­
lhai.*C ü um explosikT, apanstrr ao L ie i» Titomux. A Litensa
nentes astrônomos norte-americano*, localizou em Marte moléculas rintilação durou exalamcntr
Ofpânicas contendo oxigênio, hldiogénio c carbono. E o l>r, Frank IXpoix, surgiu cm
seu lugar uma enorme nuvrtii
Em breve, axtrvvaves dc 03preto fanuhiicv — movidas SnlisUixy. professor de Fitofisiología da Universidade dc Colorado, desjpunteu cm 4 3 mi-
a cnctyia atôm ico c tripulada* por dezena* de hom ens — farúo nutos. Várias hi|xxe5es foram para çxpbcur o fato.
confirmou tal descoberta, assegurando ainda qur "dada a impossi­
bttldeaçAo nas plataform as orbitais, cm M ane, na Lua c Luz refletida n ô o prCnxK.aria a da nuvem; queda dc
bilidade da sobrevivência de vegetais dc pequeno porte (m u sgos c
meteoro não b rilh a ria por tanto e tn p ç õ e s vnlcántca»
nos satélite* d e Júpiter. Comparadas a cias, as atuais cápsulas liq u e n s) que seriam imediatamente so tm a d r* j» , t ^ p ^ a J c dc piiivrem n i o rx iv tir cm Maric.
espaciais não passam dc antiquado* aü katábequcs ct^mrooí. poeira, as plantas marcianas deverão ser desenvolvidas, p.m sc* e O mai* fan fistko dos enig^nag
O aparelho da foto no alto u rrírâ, **m futum nr porém <ontlnua
Flpxívciv. nxtn f.VlKu* Inrpa. «.^f-<-< «' Iilpr du.i*.»lv w VtMi * D*r s c jk I o o dc seus dois satélites; Foboi
táxim o, para a reentrada dos astronautas na atm osfera terrestre. fcvlur à noite, quando o fno é uitenso. Sc tais organismos vegetais — Mêdo e Tc/rOí.
Apesar de pequenos, eles são tão qpnr podem ser ohscr
resolveram realmente o problema do cresrimenin, é Km» p otâw l v ík Io s com uma luncla telescópica
N r «atro latki, estão
quo ab ce cncantrcnt futm»» vriuuscrucs, semelhante* aos nossos tio pnrvimos da superfície <U* Marte
animais." 1 quilômetros
c Dcunus a 22 mil quilômetros <lc p :b s lei* da
O lntfihito dc CUoU/*;* da U R ^ S . pox X U J VT7., d e fK H » dc ICÜ* gravitaçfto universal, j.i deveriam
luar experiência» que duraram mab de um ai»0, chegOU ê COncluOft sobr»- êle.
F. mais: Io*o s e lk*ini.r. giran» no w do outro—
dc^quc as plantas marcianas pockm ter criado umn contrariando novamente as leb da
iwl« J k umJ
Depois dc
tlw ia
cálculos exaustivos, que levaram
atmosfera niorcunA. Q Dr. Strughoid, do Observatório <k Chicago, orbital
arrwftt* flrmrmrtwr ni rtKt/nna dr atmosfera "omilundo num relativa à nsassa e ao volume dos C .anos
nível inferior à srgctaçào apenas nos grandes vales, ou até mesmo (xmeiuiram que para Polios pc qur sc cn
cita canuidHS *«ibf cr ránc*s. corrvj unti fantasmagórica maré invisível". centra compkumdo uma volta
a coda sete ’■• -
hor^ e 39 minutos, teria — ncc ser gawiso.
Q S nuvirnos de Marte estão vivendo sua vigésima quinta hora.
CU «leo — tatvcv até artificial. Tal arrojada do
Mas nem por isso tudo o «iuc se conhecr ou desconhece sobre a
sovlctkxi l» o í siKilc.kt.vski <|tic aü « tc íifc mr*
superfície do pUnfai vermelho será para sempre cvclarcodo cotu
tálico. biilh.«uie e *ko. de velíxklade F. o none-
a visita dos irmãos Mariner. Pelo contrário, novos c intrigantes
americano Frttl Singcr acha que está a rrs-
problemas surgirão. Os famosos canais, por exemplo, perderam o
prestígio depois das fotos do M ârii>cr4r mas voJtarum a ser obser­ |X)Sta para as origens do Sistema Solar, *^ua! í o j o l u d u
vado* pelas câmaras dc televisão do M 3rlner-7, que detectaram scri uma das próximas cta|Xici cki hum ano".
nitidamente a existência de "segmentos lineares escuros, que bem
poderiam ser fraturas do solo, provocadas pelo ímjxlCtO de meteoros Ap ROX1MA-SF. a hora da <onq \ viHgeiu i h t
gigantes, à semelhança de racbadunts num vidro quebrado**. Tal irvoÕcs Marincf. av focogriifáav env a drscfcda <!<• m m i
fato vem confirmar a tese do Professor Prrcival IüwcIJ, do Obser­ im vl' rv tro $irx ^ et«tir.i «;|I1 áuu uv do pri-
vatório de Flogua/f. Diz èsse cientista que "os canais são duplos, mi-iro Iwiiaf^ ♦ éviíu cio Frojfto \'t. cunmtiilrá
uíim j i n i n t o a « p o s t a tio I lum-rT
ccreadw. em tóda i s u í extensáo. oor u n u tênue faixa de veíetacão". Fxa Esixicinl.

You might also like