A Nuvem - Neil Shusterman
SHUSTERMAN, Neil. A Nuvem. Tradução Guilherme Miranda. São Paulo: Editora Seguinte, 2018. 496 p. (Arc of a Scythe v.2). Título original: Thunderhead. Skoob. Comprar.
Sinopse:
No segundo volume da série Scythe, a Ceifa está mais corrompida do que nunca, e cabe a Citra e Rowan descobrir como impedir que os ceifadores que não seguem os mandamentos da instituição acabem com o futuro da humanidade.
Em um mundo perfeito em que a humanidade venceu a morte, tudo é regulado pela incorruptível Nimbo Cúmulo, uma evolução da nuvem de dados. Mas a perfeição não se aplica aos ceifadores, os humanos responsáveis por controlar o crescimento populacional. Quem é morto por eles não pode ser revivido, e seus critérios para matar parecem cada vez mais imorais. Até a chegada do ceifador Lúcifer, que promete eliminar todos os que não seguem os mandamentos da Ceifa. E como a Nimbo Cúmulo não pode interferir nas questões dos ceifadores, resta a ela observar.
Enquanto isso, Citra e Rowan também estão preocupados com o destino da Ceifa. Um ano depois de terem sido escolhidos como aprendizes, os dois acreditam que podem melhorar a instituição de maneiras diferentes. Citra pretende inspirar jovens ceifadores ao matar com compaixão e piedade, enquanto Rowan assume uma nova identidade e passa a investigar ceifadores corruptos. Mas talvez as mudanças da Ceifa dependam mais da Nimbo Cúmulo do que deles. Será que a nuvem irá quebrar suas regras e intervir, ou apenas verá seu mundo perfeito desmoronar?
Depois da leitura excepcional de O Ceifador no ano passado, minhas expectativas estavam imensas para a continuação da série. O primeiro volume foi cheio de adrenalina e tiradas sensacionais que faziam o leitor pensar e refletir sobre tudo, sendo assim, quando o segundo volume chegou me joguei, mas para a minha tristeza não foi tudo isso que eu esperava.
O homem cria Deus, que então cria o homem. Não é esse o ciclo perfeito da vida? Mas, se for esse o caso, quem é criado à semelhança de quem?
Em A Nuvem, nossos protagonistas são transformados em secundários, deixando a Nimbo-Cumulo como foco da história, todo o o enredo é apresentado pelos olhos dela, e isso por si só já some com um pouco da empatia que sentimos na leitura anterior, talvez seja genial, mas ainda sim, ficou monótono acompanhar tudo pela visão da máquina.
Citra, agora a Honorável Ceifadora Anastácia se tornou quase uma estrela, tendo seu treinamento iniciado pelo honorável e admirável Faraday e finalizado com a Ceifadora Curie, ela carrega consigo a discrição e os modos da antiga Ceifa, preza para que suas vítimas tenham mortes honradas e respeitosas, mas nem todo mundo vê isso com bons olhos, sua atitude pode causar confusão entre os da nova ordem, ceifadores que matam por esporte e que acreditam serem mais valiosos que a humanidade.
Quando a confusão se expande e a vida de Citra e Curie é colocada em risco, a Nimbo-Cumulo arruma uma brecha em suas próprias regras para ajudar as ceifadoras, em sua suprema sabedoria ela enxerga o caminho para o qual os humanos estão caminhando e ela não concorda com ele.
E a dor... a dor na minha consciência é insuportável. Porque meus olhos não se fecham. Jamais. E só me resta assistir ininterruptamente enquanto minha querida humanidade trama devagar as cordas que usará para se enforcar. A Nimbo-Cúmulo.
Rowan não foi agraciado com o anel de Ceifador, mas isso não o impediu de tomar para si o Nome de Ceifador Lúcifer e fazer justiça com suas próprias mãos! Revoltado com o caminho que a Ceifa está tomando, ele decide aniquilar os ceifadores que não agem dentro das leis, se tornando uma pedra no sapato de muitos, e colocando sua existência em risco.
A trama continua intensa e cheia de questionamentos, nesse volume a visão artificial, direta e inteligente da Nimbo-Cúmulo coloca em debate muitas ações humanas e suas relações não só com o próximo como com o meio ambiente, além da ingratidão e o inconformismo, afinal para o homem nada nunca está bom.
Comecei a reconhecer algo na humanidade que era efêmero e difícil de quantificar, mas definitivamente existia. Em termos simples, ela tinha a necessidade de ser má.
Os personagens principais continuam presentes na trama, cada um seguindo com o fluxo e desencadeando ações que refletem no todo, mas talvez a narrativa impessoal e fria da Inteligência Artificial tenha sido aquilo que dificultou minha empatia e tenha atrasado minha leitura, afinal nem de longe ela é tão excepcional quanto o Ceifador Faraday!!!
Mas ainda assim, o livro não perde todo o seu encanto, a trama continua com um nível altíssimo de genialidade, e mesmo que à primeira vista as coisas não pareçam fazer sentido, o final mostra que tudo aconteceu como deveria. O final é O Final, e isso só me gera mais expectativas para o próximo volume, qual será o próximo ponto de vista? E como será que Shusterman pretende finalizar essa distopia curiosa e um tanto quanto real?
Se você gosta de series inteligentes e livros sarcásticos, se aventure na escrita de Shusterman, com uma narrativa limpa, leve e rápida ele prende o leitor no seu enredo intrincado e surpreende com rumos inesperados!
Série Arc of a Scythe
- O Ceifador
- A Nuvem
- The Toll (ainda não lançado)
O Autor
É autor de vários romances premiados, roteiros para filmes e para animações de TV. Nascido e criado no Brooklyn, em Nova York, atualmente mora no sul da Califórnia. Em 2017, O Ceifador foi escolhido livro de honra do Michael L. Printz Award, o principal prêmio de literatura jovem adulta dos Estados Unidos.
Avaliação (3/5)
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